Olá, pessoal. Meu nome é Bruno Monteiro, tenho 30 anos, sou de São Paulo, mas atualmente moro em Curitiba/PR. Sou mais um apaixonado por carros, especialmente os mais antigos. Essa paixão vem desde pequeno. Cresci ajudando meu pai, que é motorista de profissão e mecânico nas horas vagas, a mexer nos carros da empresa onde ele trabalhava e no carro da família, o Chevettão. É sobre ele (o Chevettão, não meu pai) que vou falar nestes posts.
Meu pai comprou o Chevette em 1993, sendo o segundo dono dele. Estava inteiro, sem nenhum podre ou amassado. Ao passar dos anos fui apreendendo a gostar e me interessar por ele. Aos 12 anos já comecei a dirigir e o meu interesse ia aumentando mais.
Esse carro tem história. Em 1997 ele pegou fogo quando minha mãe dirigia. A mangueira de gasolina escapou do carburador e “lavou” o alternador causando um incêndio na hora. Felizmente ninguém se feriu e com a ajuda das pessoas que passavam na rua conseguimos salvar o carro.
Porém tivemos que refazer toda parte elétrica, trocar hélice, reservatório de óleo de freio. Dois meses depois o carro já estava andando novamente mas as marcas do fogo estão nele até hoje.
Com o passar dos anos, meu pai teve algumas dificuldades financeiras e teve que usar o carro para trabalhar. Resumindo: não teve como cuidar dele direito, então as ferrugens e amassados começaram a aparecer. Até por essa dificuldade, ele acabou me vendendo o carro em 2008.
Utilizei o carro quase que diariamente para o trabalho, porém nessa época já tinha feito algumas melhorias. Troquei as rodas originais aro 13 por um jogo das famosas rodas Binno “aranha”, na medida 14×7 polegadas.
E como amante da velocidade e por ronco dos motores, retirei os silenciosos e deixei o escape direto, pra deixar os vizinhos loucos.
Rodei com ele assim até novembro de 2009 quando decidi comprar outro carro. Acabei comprando um Golf GLX 2.0 1997.
Como não tinha garagem para dois carros e não queria me desfazer do Chevette, guardei na casa de um amigo por longos um ano e três meses, só esperando uma oportunidade de um dia poder reformá-lo.
Em fevereiro de 2011 me mudei de casa e pude enfim buscá-lo para deixá-lo mais perto. Como em São Paulo existia a inspeção veicular, não pude mais rodar com ele, pois o seu motor original 1.6 já estava cansado. Estava batendo válvula e fumando.
Aliás eu sempre me perguntei por que ele tinha o motor 1.6 do Chevette mais novo e não o 1.4 com o câmbio de 4 marchas. Fiz várias pesquisas até descobrir que ele é de uma série especial, o raro modelo “Ouro Preto”. Com conta giros, bancos inteiriços, marcador de gasolina, de temperatura de água, da bateria no console central. Só não tenho o spoiler dianteiro.
E foi em novembro de 2012 que decidi mexer nele. Meu primeiro objetivo era deixá-lo rodando para depois fazer a restauração. Mas não queria que tivesse uma mecânica simples. Após várias pesquisas na internet, decidi trocar o motor pelo do Opala de quatro cilindros, devido a facilidade de adaptação. Afinal só teria que trocar o câmbio para o de cinco marchas e adaptar a caixa seca e o eixo piloto do mesmo.
Em dezembro encontrei um anúncio de um motor quatro cilindros 151 de Opala que ainda estava no carro. Ótimo, pois poderia testá-lo. Fui ver e estava muito bom. O carro tinha sofrido uma batida muito forte na traseira e o seu dono optou por dar baixa e vender as peças.
No mesmo mês encontrei o anúncio de um câmbio de cinco marchas de Chevette já com a caixa seca e o eixo piloto do Opala, porém diferentemente do motor, o câmbio já estava fora do carro do vendedor. Então tive que acreditar na procedência.
Com motor e câmbio na mão, hora de começar o Chepala. Até o próximo post, onde contarei todas as dificuldades e segredos da adaptação.
Por Bruno Monteiro, Project Cars #156