Continuando o papo do primeiro post, já tenho um motor de Fórmula 3 para acelerar o carro. Mas e agora, como parar a fera? É, galera… tenho um grande problema!!!
Segundo rege a primeira lei de Newton, um corpo em movimento tende a continuar em movimento. E quando esse corpo é um Corsa com um motor Spiess de 266 cv precisamos de bons freios para contrariar a inércia.
Estou falando de pinças Wilwood nas quatro rodas, discos flutuantes de 288 mm na dianteira, pedaleira suspensa Tilton com regulagem de proporção, dutos nos parachoques para resfriar o sistema de freio e bastante coragem pra acreditar que esse carro vai reduzir (essa última ainda está em falta).
Para ajudar os freios fiz um bom alívio de peso, com capô e aerofólio de fibra de carbono, janelas laterais e traseira feitas de policarbonato, e interior depenado até a lata.
Freios ok — o carro reduziu a velocidade. Mas agora vou precisar fazer as curvas! Para fazer o “chão” do carro conto com molas Redcoil e amortecedores feitos na Tecnomotor em Brasília, equipados com regulagem de cambagem no pé do amortecedor em até sete graus negativos e usados pela maioria dos carros do campeonato Centro Oeste de Marcas e Pilotos. Os pneus são slick medidas 185/65 R15 da finada Copa Clio, calçados nas levíssimas rodas Enkei RPF1 de tala 7.
E se não parar? Segurança em primeiro lugar! Rollcage de oito pontos feita nos moldes dos carros do Regional de Marcas e Pilotos, extintor de carro de corrida, bancos concha Sparco e cintos Sparco de quatro pontos.
Saída de curva também é importante, e para ajudar a tracionar um diferencial do tipo LSD (diferencial com deslizamento limitado) da Quaife.
Pra ajudar a monitorar a saúde do motor e o tempo de volta instalei um dash da AIM, modelo MLX Pista, onde tenho mostradores e alarmes para a pressão de óleo e combustível, temperatura da água, rotação, atuando também como datalogger, recolhendo dados da injeção inglesa MBE 9A4, e por GPS tenho a velocidade, traçado e tempo de volta, tudo armazenado na memória interna do dispositivo para ser recolhido com o uso de um cabo USB para estudo posterior.
No mais, conto com um coletor de escape feito na Argentina pela Conforma Inox, feito especificamente para esse tipo de projeto — o escapamento sai no meio do carro promovendo um berro incrível, volante e manopla de câmbio Sparco, volante de motor e embreagem usados nos carros de fórmula 3, levíssimos, sistema de cárter seco e bomba de óleo externa da SBDev.
Dentre todos os acessórios considero os seguintes simples, porém indispensáveis: um tercinho no retrovisor, para ter sempre a ajuda de Deus na montagem e pilotagem desse foguete, e o número 9 no para-brisa. Para quem lembra do primeiro post, a cor foi uma homenagem ao meu pai, que corria num Maverick azul. Este Maverick tinha o n.o 9 pintado em sua lateral, número este que vou ostentar sempre que possível, em memória ao meu velho, que deixou grande saudade.
Por fim, este Corsa nunca andaria sem o elemento principal: amizade! Pista e amigos, repito sempre! Sem as idéias, ajuda, caronas, zuera e brincadeiras esse carro não seria o que é, e pra mim teria tanta graça quanto uma vassoura. Montei por eles, para curtir com eles, e por esse motivo gastei em segurança tanto para mim quanto para o carona.
Tão forte a presença dos amigos que agora cada um deixa a sua “marca” na tampa do porta-malas do carro — desde o “Taradinho” que o Thiago Azalini ostentava em seu próprio carro de corridas, no Centro Oeste de marcas e Pilotos, até o “Como estou dirigindo?” cedido pelo Flávio Fraga e colado sem que eu visse pelo Leandro Sampaio. Ficou tão engraçado que resolvi deixar. E ai daquele que tentar tirar! Se eu listar todos que fizeram parte vou extrapolar meu limite de palavras, mas eles sabem, e ficam aqui meus agradecimentos!
Por Leonardo Perez, Project Cars #12