FlatOut!
Image default
Car Culture

Um dos lendários Castrol Tom’s Supra GT foi encontrado (e vai ser restaurado!)

Tenho uma lembrança mais do que especial com o Toyota Supra com pintura da Castrol: ele era o carro que estava estampado no meu CD (pirata, claro) de Gran Turismo. Era meu primeiro contato, antes mesmo de jogar, com um dos automóveis mais icônicos do game. E ele não estava lá por acaso – afinal, também era um dos carros mais emblemáticos do automobilismo japonês.

Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicoshistórias de carros e pilotosavaliações e muito mais!

 

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.

Como vários outros carros presentes nos primeiros Gran Turismo, o Castrol Tom’s Supra GT era um carro do mundo real – ele competiu pela no JGTC (Japanese Grand Touring Car Championship, atual Super GT) na década de 1990, sob os cuidados da equipe Tom’s e com o suporte própria. Depois de conquistar o título de 1997, a Tom’s continuou competindo com patrocínio da Castrol até a temporada de 2001. Depois que o contrato acabou, a Tom’s seguiu até meados da década de 2000 usando o Supra no JGTC, mas a pintura branca, vermelha e verde do lendário A80 foi a que ficou gravada na memória dos fãs.

A Tom’s atuou quase como equipe de fábrica da Toyota na década de 1990, ajudando a desenvolver e fabricar os protótipos TS010 e 92C-V no Grupo C de protótipos esporte. No final daquela década, a Tom’s usou o Supra com as cores da Castrol para competir contra rivais do calibre do Nissan Skyline GT-R e do Porsche 911 GT1. Dois carros foram feitos, e um deles foi encontrado recentemente e recuperado pela própria equipe após mais de duas décadas trancado em um galpão. Agora, a Tom’s planeja restaurá-lo e correr com ele mais uma vez quando a situação geral do planeta normalizar.

Na verdade, foi justamente por causa da pandemia que o carro foi encontrado – ou quase isso. De acordo com o site Japanese Nostalgic Car, as preparadoras e equipes japonesas começaram a compartilhar fotos antigas e relatos de corridas do passado em suas páginas no Facebook. Afinal, muita gente está passando por surtos de nostalgia nesta quarentena (experiência própria, aliás). E isto gerou bastante envolvimento da comunidade de fãs.

Em uma destas publicações, um fã deu a letra de que um Supra da Tom’s havia sido avistado em um galpão na cidade de Chugoku, no oeste da ilha de Honshu, a principal do Japão. Algumas fotos foram enviadas à Tom’s – que, no final do mês passado, conseguiu encontrar o carro e comprá-lo da pessoa que estava com ele.

A própria Tom’s ainda não sabe exatamente como o carro foi parar lá – será preciso investigar mais a fundo, segundo a preparadora. Eles acreditam que alguém conseguiu comprar o carro das pessoas que trabalhavam na Tom’s na época, e que ele foi “escondido” no galpão. Mas ainda é cedo para tomar esta versão como verdadeira, e qualquer hipótese ainda deve ser levada como especulação.

De qualquer forma, a Tom’s tem preocupações maiores: o que eles querem fazer é restaurar o carro e dar a ele a oportunidade de acelerar de novo.

A Tom’s Racing esclarece que o carro não é o mesmo que venceu os títulos dos pilotos e construtores na categoria GT500 em 1997, conduzido por Michael Krumm e Pedro de la Rosa com o número 36. Aquele carro também está longe dos holofotes no momento – há fotos e vídeos feitos há mais de dez anos que mostram o carro em um evento da Toyota chamado “Dream Drive”, realizado em 2009, mas aquela foi sua última aparição em público de que se tem notícia. E, mesmo assim, existe a possibilidade de ser uma réplica bem feita.

Este carro também competiu na mesma época, e também usou o número 36 em algumas ocasiões – o que só ajuda a tornar a história toda mais confusa. O piloto japonês Masanori Sekiya dividiu o volante do carro com os colegas Toshio Suzuki, Takuya Kurosawa e Norbert Fontana durante as temporadas de 1997 e 1998. Embora não tenha conquistado títulos com ele, Sekiya levou o Supra até o vice-campeonato de 1998.

Tanto a pintura da Castrol quanto a mecânica eram idênticos nos dois carros. E nenhum deles tinha um 2JZ debaixo do capô, mas sim um motor 3S-GTE da Toyota, com cabeçote preparado pela Yamaha. Era o mesmo motor do Toyota Celica que competiu no WRC, com turbo Garrett e 480 cv. O carro em questão, porém, teve a mecânica removida antes de ser guardado no galpão. E, ao longo dos anos, ele também não foi muito bem cuidado.

 

Embora pareça estruturalmente íntegro e a carroceria esteja em boas condições, assim como a pintura, este Supra é um carro de competição que está parado há pelo menos duas décadas e certamente precisará de um makeover completo para retornar a seu estado original.

Para 2020, a Tom’s planejava competir com o novo Toyota Supra A90 na Super GT. Com as provas canceladas, porém, a equipe tem tempo livre para trabalhar no Supra da Castrol. O problema são os custos – e por isto foi aberta uma campanha no site japonês de financiamento coletivo Makuake. A campanha tem três níveis:

  • Com ¥10 milhões (o equivalente a por volta de R$ 500.000), o Supra será restaurado por dentro e por fora, e ele poderá ser levado para eventos.
  • Com ¥30 milhões (cerca de R$ 1,5 milhão), o carro receberá um conjunto mecânico mais simples, para ser conduzido normalmente.
  • Por fim, com ¥50 milhões, (por volta de R$ 2,5 milhões), o carro receberá mecânica de competição e poderá ir para a pista.

Como é de costume nestas campanhas, a Tom’s oferece alguns prêmios pelas contribuições, variando de acordo com a quantia. E, se tratando da reforma de um lendário carro de competição japonês, estas recompensas podem ficar bem interessantes.

Quem contribuir com ¥100.000 (cerca de R$ 5.000), por exemplo, ganhará um convite para o evento de revelação do carro pronto. Quem doar ¥500.000 (cerca de R$ 25.000) ganhará um adesivo de fibra de carbono e um passe de temporada para a Super GT em 2021. Quem contribuir com ¥1 milhão (aproximadamente R$ 50.000) ganhará o passe de temporada e acesso à área VIP da Tom’s. E as doações maiores (de ¥3 milhões, ¥5 milhões e ¥10 milhões) darão direito a todas as recompensas anteriores, mais o direito de ter seu nome gravado em algum lugar do carro – a asa traseira, o capô, as rodas ou a ECU. E os doadores ainda poderão ir ao Japão, ficar com o carro por um dia inteiro e ainda conduzi-lo na pista.

A Tom’s aceita doações do mundo todo, mas adverte que os residentes em outros países terão de se locomover até o Japão por sua conta. O que, convenhamos, é um preço pequeno a se pagar para poder dirigir um ícone da década de 1990, das pistas de corrida e dos games.