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Zero a 300

Um Ferrari 250 GT SWB moderno | O Ferrari de Ferris Bueller | O Grinch rouba Natal de Mustang e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo (e não esqueça de ativar o sininho)!

 

Competizione Ventidue é um Ferrari 250 GT SWB modernizado

O Ferrari 250 GT, especialmente as versões SWB e GTO, são carros esporte tão perfeitos por detrás do volante que mesmo hoje, sessenta anos depois, as pessoas ainda gastam fortunas imensuráveis para ter um para chamar de seu. O GTO é o segundo mais caro carro do mundo, valendo cada um algo na casa dos 60-70 milhões de dólares americanos. Barrabás…

O Ferrari 250 GT SWB original

Por isso mesmo, uma indústria apareceu para criar reproduções exatas destes carros. Ainda que não possam ser emplacados e usados nas ruas, por serem efetivamente carros zero-km que não atendem as legislações vigentes. Afinal de contas, mesmo se um cara fizer um carro desses à mão, peça por peça, não vai acabar com uma conta maior que um milhão de dólares. Provavelmente menos que isso. Uma forma barata de se ter um 250 GT!

Agora mais uma empresa aparece para fazer coisas assim. É a Forge Design, um estúdio de design com sede em Londres. O carro se chama “Competizione Ventidue”, e segundo a empresa, não é apenas um 250 GT SWB reproduzido. Não! É um novo conceito de automóvel, baseado, sim, no Ferrari, mas também no disco “Kind of Blue” de Miles Davis, e no museu Solomon R. Guggenheim, de Nova Iorque, desenhado por Frank Lloyd Wright. Ein?

A ligação entre todo este disparate, segundo eles ainda, é o ano em que os três apareceram, 1959. Vamos lá, no interesse de ajudar: todos os três eventos, o carro, o disco e o museu, foram uma quebra com o passado, e arautos do que viria em seus respectivos campos de criação humana nos anos 1960. O Ferrari, por exemplo, não podia estar mais longe de um contemporâneo americano como o Cadillac 1959. Mas a reprodução é do carro apenas: os outros são mencionados, vamos falar sério, para efeito dramático somente.

A carroceria é baseada na versão de corrida “SEFAC hot rod” do 250 GT SWB, que venceu sua classe em 1961 em Le Mans. É agora de fibra de carbono, e não o alumínio original, e tem paralamas e aberturas de rodas maiores para abrigar pneus também maiores. Na dianteira, merecia uma subida na linha superior, para manter proporção.

O chassi é feito de alumínio, e a suspensão é totalmente independente e freios AP Racing. As rodas são no estilo dos anos 1970, um desenho baseado nas Campagnolo, e são de magnésio, com parafuso central.  Mas as coisas ficam esquisitas no motor: a empresa diz que é um “V12 com injeção de hidrogênio”. Tá. Pretende que este novo motor pese menos de 165 kg (o original era famoso pelo baixo peso, 200 kg), mas não revela ainda mais detalhes dele. O V12 SOHC original deslocava 3 litros, tinha seis Webers duplos, queimava gasolina pura, e dava os mais gloriosos e vocais 300 cv que você já viu em toda sua vida.

O carro ainda está em fase de projeto. De acordo com a Forge Design, o objetivo é “reimaginar o carro que Miles Davis poderia ter comprado logo após o lançamento de seu álbum.” O que não se sabe, e parece algo mais importante do que conjecturas sobre como poderia ser um universo alternativo da vida de Miles Davies, é se o objetivo é um carro homologado para venda e emplacamento normal, ou apenas mais uma reprodução para uso em pistas. Veremos. (MAO)

 

Cadillac Celestiq traz de volta a “Cadillac Goddess”

A GM caprichou nas credenciais de extremo luxo de seu novo supersedã elétrico, o Cadillac Celestiq. No material de divulgação, relembra a época em que carros caríssimos feitos individualmente eram parte do negócio da empresa, os anos 1930, época dos V12 e V16 da marca.

O Cadillac Celestiq

Este retrocesso vem com uma vontade de colocar no carro características desta época; mas detalhes com quase 100 anos de idade se provaram difíceis de serem traduzidos para veículos modernos; o desenvolvimento tornou um carro de 2023 incomparável à um de 1933. Mas o significado metafísico daqueles belos carros tem que ser evocado; não é fácil arrancar mais de trezentos mil dólares americanos das pessoas, sem algum significado maior.

Uma destas tentativas é o ornamento de capô. O “Cadillac Goddess”, uma estátua de mulher tão esvoaçante quanto Eleonor Thorton no capô de um Rolls-Royce, apareceu nos carros da marca em 1933. Mas é impossível de se colocar num carro moderno: é efetivamente um fatiador de pedestres.

Spirit of Ecstasy: a amante que virou símbolo da Rolls-Royce

Mas para não ficar perdido para sempre, este símbolo agora reciclado encontrou lugar no Celestiq. Afinal de contas, o símbolo estava no V16, e no Eldorado Brougham em 1959, e o Celestiq é teoricamente a continuação desta tradição esporádica de extremo luxo. Como voltou então, se não pode estar na proa? Engraçado você perguntar, a GM acaba de divulgar como isso aconteceu.

A Deusa aparece em vários lugares no carro, na verdade. Uma é encontrada na lateral, perto da roda: uma peça de acabamento fresada em alumínio, envolvendo a Deusa moldada em vidro. Ao se carregar as baterias, ela aparece de novo: é uma indicação visual ao iniciar e terminar o carregamento.

No interior, mais Deusas espalhadas feito pó de pirlimpimpim. Aparece na tela de Infotanment, claro. E em uma peça belíssima, é parte do botão de controle deste equipamento. Está no meio, iluminada por trás, e permanece parada mesmo quando se gira o botão.

Bryan Nesbitt, diretor executivo da Cadillac Design, explica: “Queríamos que este novo carro de luxo superlativo elétrico incorporasse a significativa herança da marca de uma forma verdadeiramente significativa. A Deusa representa o auge absoluto do artesanato sob medida da Cadillac”. (MAO)

 

O Ferrari de Ferris Bueller é vendido em leilão

Todo mundo lembra do clássico filme de 1986, a comédia teen existencialista de John Hughes chamada “Ferris Bueller’s Day Off” (aqui no Brasil, “Curtindo a Vida Adoidado”; em Portugal, aqui apenas para mais uma cutucada nos parentes de além-mar “O Rei dos Gazeteiros”), onde o personagem principal, Ferris Bueller (Matthew Broderick), resolve passar um dia de curtição com amigos, e quebrar a 4ª parede de forma constante.

Mas nós lembramos dele por outro motivo, claro: por causa da Ferrari 250 GT California Spyder do pai do amigo de Ferris, o hipocondríaco Cameron Frye (Alan Ruck). O carro é sequestrado para ser a carruagem mágica dos amigos nesta aventura maneira. Um detalhe: o carro do Cameron ( não a Ferrari do pai, o dele) é velhinho e “a piece of shit” segundo Ferris, mas na verdade é entusiasta também: um Alfa Romeo Alfetta 1978 (Sport Sedan nos EUA), velhinho e enferrujado.

O Alfa Romeo de Cameron

Mas enfim, dando um spoiler para um filme de 1986 que se você ainda não viu, deveria, no final, a Ferrari acaba caído numa ribanceira atrás da casa de Cameron, para desespero de nossos heróis, que até ali tenham conseguido devolvê-la intacta, apesar de várias peripécias.

Agora, este pedaço da história do cinema, e da vida de todo jovem de 1986, profundamente marcado por este filme despretensioso, mas sensacional, foi vendido em leilão: a réplica da Ferrari usada na cena do acidente final.

O carro está sem motor, mas além disso, completo. Longe de ser perfeito, porém: falta uma lanterna traseira, a lente do farol está rachada, o cromado está um pouco enferrujado, há lascas na pintura e o porta-malas não tem trava. Os bancos foram estofados novamente e a pintura repintada após o acidente, a fim de torná-los um pouco melhores.

O carro usado para cenas móveis, funcional, era também uma réplica com V8 Chevrolet, e foi vendido em 2020 num leilão por US $ 396.000 (R$ 2.043.360). Este não ficou muito mais barato, apesar do estado deplorável: US $ 337.000 (R$ 1.738.920). Quer saber? Barato por um pedaço indelével da história emocional de uma geração inteira. (MAO)

 

Grinch rouba Natal – num Hennessey Venom 1000!

Então é Natal. Nós aqui do FlatOut esperamos que você tenha um feriado sensacional, cheio de alegria, muita comida, presentes legais e família. Mesmo que a família só dê azia, que as farofas tenham uvas-passas demais, e que seus presentes foram para a caixinha de doações no dia seguinte, vale a pena: é tempo de parar um pouco, e passar um tempo diferente, com gente que se gosta mutuamente. Nem que seja só lá bem no fundinho.

E se você tiver um Natal solitário, lembre que é um feriado religioso na verdade; que o Cristo, o aniversariante, tentou ensinar que existe um plano para todos nós, que não vamos nunca entender; que por mais por baixo que estejamos, a vida vale a pena, e tudo pode mudar num piscar de olhos. Um Feliz Natal para você também, e aguente firme; estamos todos juntos nesta grande viagem maluca, nem sempre feliz, mas sempre sensacional, que se chama viver.

E para alegrar um pouco mais este dia, vai aqui uma historinha natalina automotiva: O Grinch roubando árvores de Natal a 300 km/h, este ano num Shelby Mustang GT500 apropriadamente verde. É na verdade um Hennessey Venom 1000, preparado para 1000 hp.

Divirta-se, e de novo: um Feliz Natal para todos! (MAO)