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Lotus enfrenta problemas enquanto Alpine bate recordes de venda
Com o fim do Elise, Exige e Evora em 2021, o único modelo produzido pela Lotus em 2022 foi o Emira. O Eletre, o paquidérmico e superpotente SUV elétrico da marca começou a ser produzido este ano. O supercarro elétrico Evija só começa a ser entregue no segundo semestre de 2023. O próximo lançamento, um supersedã elétrico baseado no Eletre, só chegará no fim de 2024. As vendas da marca não poderiam ser enormes. Mas na verdade, mesmo sabendo disso, são preocupantemente baixas.
A Lotus vendeu 576 carros no ano passado. Em termos absolutos, é muito pouco para uma empresa com tantos projetos caros para pagar. Mas relativamente também: em 2021, vendeu 1.566 veículos. Além da estratégia duvidosa de eliminar toda linha em favor do Emira, a empresa cita problemas na cadeia de suprimentos no segundo semestre de 2022, que aparentemente freou ainda mais as entregas.
Isto significa uma perda de £ 145,1 milhões em 2022, que se seguiu a outra perda de £ 86,6 milhões no ano anterior. Para cortar custos, a Lotus está reduzindo sua estrutura organizacional, procurando eliminar até 200 empregos na Inglaterra.
E não é uma queda nas vendas de carro esporte, é um problema da Lotus mesmo. Veja a diferença da situação da Alpine: Somente em junho de 2023, foram vendidos 593 carros. Um aumento de 71% em relação a junho do ano passado e, também, o mês mais bem-sucedido da história da Alpine.
Nos seis primeiros meses deste ano a marca já vendeu 1863 carros, 173 deles no Reino Unido, diga-se de passagem. No ano de 2022, a Alpine, que também tem só um modelo a venda, o A110, vendeu 3546 carros, ou mais de seis vezes as vendas da Lotus. As duas empresas estavam colaborando num futuro carro esporte elétrico, mas recentemente decidiram abandonar o projeto conjunto.
A outra má notícia a respeito da Lotus é que o supercarro elétrico Evija ainda não está pronto para venda; e pior: parece que a empresa não vai conseguir vender todos os 130 carros que esperava. O começo da entrega dos Evija a clientes está prevista para agosto. (MAO)
Mahindra Roxor pode ser vendido nos EUA novamente
A indiana Mahindra, a partir de 1947, começou a produzir Jeep CJ3B na Índia, sob licença da Willys. O Jeep, sabemos, foi produzido por marcas diferentes em países diferentes; aqui no Brasil chegou a ser um Ford; no Japão era um Mitsubishi.
Mas a Índia sendo como é, a empresa nunca parou de fazê-los. Até hoje existem no mercado local. É lógico que um Jeep antigo desses não atende a legislação atual para ser emplacado nas ruas de países como os EUA. Mas a Mahindra, de olho no lucrativo mercado americano de veículos de uso off-road e recreativo, lá conhecidos como “off-highway side-by-side (SxS)”, resolveu colocar o velho jipinho a venda nos EUA em 2018. Basicamente como uma ferramenta para fazendas.
Mas a Stellantis, detentora da marca Jeep nos EUA não gostou nada da história. A empresa formerly known as FCA apresentou uma reclamação à Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos para bloquear a entrada do jipinho no país. Um juiz decidiu que o Roxor violou a identidade visual da Jeep, de propriedade da então FCA, efetivamente proibindo a venda do carrinho.
A Mahindra respondeu redesenhando a frente do Roxor, substituindo as aberturas verticais “de Jeep” com uma grade diferente. Em 2020, a Comissão de Comércio Internacional dos EUA aprovou o modelo atualizado para ser colocado à venda. Mas a Stellantis apelou novamente, e a proibição voltou.
A notícia de hoje é que o Tribunal do Distrito Leste de Michigan decidiu que a versão pós-2020 do Roxor poderia ser vendida nos EUA, de acordo com o Automotive News. Uma queda de braço que parece que vai continuar por algum tempo. A Stellantis poderia desenvolver e lançar um Jeep CJ3B moderno, exatamente igual ao original, para concorrer com o “falso” não? Claro que não: só quer brigar, aparentemente.
Agora os americanos podem, pelo menos temporariamente, comprar o Roxor de novo. O modelo básico começa em US$ 20.599 (R$ 98.463). O motor é um turbodiesel de 2,5 litros com 62cv e 20 mkgf de torque. O câmbio é manual de cinco marchas com uma caixa de transferência com reduzida e tração nas quatro rodas selecionável. (MAO)
Faculdade de restauração automotiva recebe doação bilionária nos EUA
O McPherson College, uma faculdade americana, tem entre os seus cursos um que é muito famoso: abrangente programa de restauração automotiva. O site da escola afirma que é o único programa de bacharelado de quatro anos desse tipo no país, oferecendo ênfase em tecnologia automotiva histórica, gerenciamento de restauração, comunicações, design de restauração e tecnologia de restauração automotiva. Sim, uma faculdade de restauração automotiva.
A notícia de hoje é que esta iniciativa pioneira acaba de receber um incentivo financeiro considerável. Lembre-se: o ensino superior nos EUA é pago, mas sobrevive mesmo, principalmente para seu importante investimento em tecnologia de ponta, por conta de doações. O McPherson College acaba de informar que um doador anônimo acaba de doar US$ 1 bilhão para a escola.
A doação deverá ser usada para expandir os programas acadêmicos e ajudar com a acessibilidade da faculdade. Chama-se Ward-Burkholder Endowment, em homenagem a dois ex-alunos da escola que lecionaram em McPherson.
O presidente do McPherson College, Michael Schneider, disse: “Sou incrivelmente grato ao nosso doador anônimo por nos dar uma oportunidade sem precedentes – e responsabilidade – de construir e implementar nossa visão estratégica.” Fundado em 1877, o McPherson College oferece mais de 40 áreas de estudo e tem um corpo discente de aproximadamente 800 alunos. (MAO)
Conheça o Alfaholics Giulia Super R 270
A Alfholics, uma empresa inglesa especializada em Alfa Romeo, é famosa por ser o melhor lugar para se procurar tudo sobre as Alfa Tipo 105, os Giulia, Spider e GTV. A empresa começou em competições, cresceu e ainda hoje faz muito negócio mundo afora vendendo peças, mas hoje é famosa também pelos seus Restomods. Os seus GTV com mecânica atualizada, os GTA-R, são verdadeiras obras de arte, e hoje quase lendários.
Mas o que pode ser feito num GTV mecanicamente, pode ser feito em todos os Alfa Romeo tipo 105. Existem Spiders Alfaholics, e recentemente conhecemos o carro de Gordon Murray, baseado numa carroceria mais rara: o Junior Z de Zagato.
Mas o que quase ninguém lembra, é que não existe nenhum impedimento para se dar o tratamento Alfaholics num sedã Giulia. Ou mesmo uma perua Giulia. O que faria dele uma coisa diferente: um restomod familiar realmente interessante. Por isso, a empresa está mostrando um deles para a imprensa inglesa: este é o Alfaholics Giulia Super R 270.
Este carro em especial foi baseado numa Giulia Junior de 1300 cm³, e mantém o logotipo 1.3 como uma brincadeira. Mas o motor tem um litro a mais, e é totalmente modernizado: um Alfa Twin-Spark de 2,3 litros, borboletas individuais Jenvey, e 240 cv a 7000 rpm. E isso num sedãzinho que, graças á muitas peças como o capô serem em fibra de carbono, pesa apenas 900 kg.
A suspensão com braços de titânio e amortecedor e molas de primeira linha do GTA-R estão presentes. O interior, porém, é todo refeito mantendo-se o desenho clássico, inclusive o volante original de grande diâmetro. Mas todas as modernidades estão lá, até um carregador indutivo de celular.
Não é sempre que os cínicos jornalistas ingleses realmente se mostram apaixonados por um carro, mas é o caso de Henry Catchpole, da Hagerty, neste video aqui. “Não consigo pensar em uma estrada, uma jornada, uma situação em que este carro não me deixasse feliz”, disse ele. Disse também que ele é “talvez o restomod definitivo. Talvez o carro definitivo.” Realmente parece ser, Mr. Catchpole. (MAO)
BMW M procura maneiras de fazer elétrico interessantes
Os fabricantes estão enfrentando um problema com os veículos elétricos. Vamos falar sério: ninguém parece interessado em mais que transporte quando se fala em carro elétrico. E transporte não é o que faz tanta gente gastar tanto dinheiro em automóveis não é mesmo? Não mesmo. Um taxi sempre foi uma opção mais lógica para isso. É a liberdade pessoal, e o prazer ao volante, que nos move a escolher carros para chamarmos de nossos.
Este é um problema mais significativo para EVs de alto desempenho, e carros esporte. A BMW M está ciente deste problema, claro, no momento que está desenvolvendo seu primeiro carro elétrico.
O chefe da BMW, Frank van Meel, disse recentemente ao WhichCar.com que está analisando marchas simuladas, sinais acústicos simulados e feedback de vibração como formas alternativas para os BMW M se tornarem mais desejáveis. O vieogame ganhará force-feedback?
De acordo com Meel, os motoristas não têm tempo de olhar para o velocímetro de um EV quando estão na pista. Em um carro a gasolina, o som e a sensação do motor, o posicionamento da alavanca de câmbio e o indicador de rotações podem dizer muito ao motorista sobre o que o carro está fazendo no limite, sem a necessidade de se concentrar nos instrumentos do carro.
Existem outros fabricante pensando em simular marchas em EVs. Os Hyundai N e-shift simulam a transmissão automática de dupla embreagem de oito marchas da marca, controlando a saída de torque dos motores elétricos. Isso proporciona a sensação de uma caixa de câmbio tradicional e funciona junto com o N Active Sound +. A Hyundai N vamos lembrar, é fundada por um ex-chefe da BMW M. E N vem depois de M, mas parece que não mais.
Será que essas simulações parecerão reais ou serão apenas mais uma camada de isolamento, mais um distanciamento da realidade proporcionado pela artificialidade de tudo? Não seria mais fácil e efetivo colocar um câmbio manual real nos carros e programar torque crescente como num motor a gasolina, contagiro e tudo? Tantas perguntas! Vamos ter que esperar para ver. (MAO)