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Um Lancer Evolution com carroceria de Peugeot 205 T16 é o carro de rali dos nossos sonhos

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Seria animal, animal mesmo, ter um Peugeot 205 T16 de rali. O bólido francês com motor 1.8 turbo de até 550 cv foi campeão do WRC em 1985 e 1986. Nesta época, vigorava o regulamento do Grupo B, uma das categorias mais insanas da história – quase sem restrições quanto à mecânica dos carros e acompanhada de muito perto pelo público. E o Peugeot 205 T16 foi o único protótipo do Grupo B a conquistar dois títulos.

Acontece que os exemplares que restaram do Peugeot 205 T16 de competição são verdadeiras joias sobre rodas – para se ter uma ideia, o carro que o lendário Ari “Dear God” Vatanen pilotou em 1985 (vencendo o Rali Monte Carlo e o Rali da Suécia, inclusive) foi oferecido pela RM Sotheby’s no leilão de Monaco em maio deste ano, e a agência estimava que ele fosse arrematado por algo entre €600 mil e €800 mil, ou R$ 2,15 milhões e R$ 2,85 milhões em conversão direta. O carro não chegou a ser vendido, mas você entendeu o ponto.

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Pois a gente tem a solução: o carro que você vê nestas fotos pode até parecer um Peugeot 205 T16 à primeira vista, mas basta um exame mais cuidadoso para notar que tem algo estranho. Isto porque, apesar da carroceria, estamos diante de um carro que começou a vida como um Mitsubishi Lancer Evolution VI, mas tornou-se um belo tributo ao icônico 205 T16.

Dá para notar pelo formato das portas e pela inclinação mais acentuada do para-brisa, não condizentes com um carro da década de 1980. A postura do carro também está ainda mais agressiva, com rodas maiores, bitolas mais largas e muito mais borracha.

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Isto acontece porque toda a estrutura do carro, com monobloco e suspensão, vem do Mitsubishi Lancer Evo VI. Isso inclui também as portas, para-brisa e colunas dianteiras. O entre-eixos e os balanços foram bastante reduzidos –ao que tudo indica, cortando a partir da coluna central (B).

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Como dá para ver na foto, a gaiola faz toda a amarração justamente naquela parte, permitindo tal cirurgia sem comprometer a rigidez estrutural. O restante da carroceria foi moldado em fibra de vidro e Kevlar, usando componentes originais como molde.

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Os responsáveis pelo trabalho são os britânicos da Dimma Design. Você talvez os conheça se for apreciador dos carros franceses mais obscuros: em 1984, quando o 205 GTI foi lançado, a Dimma lançou um kit widebody inspirado na Ferrari Testarossa que, de tão popular, foi até oferecido oficialmente pela Peugeot em uma série especial. E, olha, pode até ser datado, mas é bonito:

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Sendo assim, os caras da Dimma certamente sabiam o que estavam fazendo quando recriaram a carroceria do 205 T16 para o projeto. Claro, as proporções estão um pouco estranhas, mas isto é só um detalhe, não é?

Por dentro, todo o interior do Evo VI foi mantido – pouca coisa, considerando que é um carro de rali: o revestimento do painel, bancos concha, volante outros componentes jamais saíram dali.

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Sendo baseado em um Evo VI, naturalmente o 205 T16 da Dimma não tem motor central-traseiro. Na dianteira, está o 4G63 do Evo VIII, equipado com o turbocompressor de um Evo IX, mais eficiente. Com mais algumas modificações e uma reprogramação eletrônica, o motor agora entrega 400 cv – e, para a Dimma, em desempenho comparável ao T16 original. E ainda tem um plus: apesar do visual clássico, é um carro moderno, confiável e, ao menos lá fora, com manutenção acessível. Sem falar que, em caso de acidente, o prejuízo seria bem menor.

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O carro pode rodar nas ruas, mas não foi feito para isto – é um carro feito para ralis, subidas de montanha e, segundo a Dimma, até encara algumas derrapagens controladas nas curvas “se este for seu estilo”. Ele pode ser equipado rodas de 18×10” com pneus 305/560, mas um jogo de 17×7,5” com pneus 220/65, bem mais old school, também está disponível.

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Aliás, a gente mencionou que ele está à venda? A Dimma anunciou o carro no eBay há algumas semanas e pede por ele £ 55.000, ou o equivalente a R$ 220.000 em conversão direta. De qualquer forma, trazê-lo para cá seria um pesadelo burocrático – carroceria, motor, câmbio e chassis são de carros completamente diferentes e não valeria à pena.

Ao menos existe a internet, e podemos vê-lo em ação no Youtube. Melhor do que nada.