FlatOut!
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Zero a 300

Um novo MGB | O mais luxuoso dos BYD | O Torino de Pagani e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Frontline mostra restomod do MGB GT

Se você acompanha o FlatOut sabe que a gente gosta muito do MGB GT. Um carro que teoricamente apenas é uma versão hatchback, com teto, do famoso roadster “barato” inglês, mas que na realidade transcende por sua distinta e peculiar personalidade e design.

Lembrando Cecil Kimber, à bordo de um MGB GT

Corrente de 1965 a 1980, o GT durante a sua vida recebeu 3 motores diferentes: o 1,8 litro B-series OHV de 4 cilindros e 95 cv; o seis em linha (que se chamava MGC GT) OHV de 2,9 litros e 145 cv, um excelente motor mas um pouco alto e pesado para o carro; e finalmente o maravilhoso Rover V8 de alumínio de origem Buick, um minúsculo e leve motor de 3,5 litros. O V8, pasme, pesava 20 kg a menos que o quatro em linha, e fazia do MGB GT V8 um carro capaz de fazer 0-100 km/h em 7,5 segundos, e chegar a mais de 200 km/h.

Agora chega a notícia de que ele está de volta; na forma de restomod. A Frontline Cars, do Reino Unido, lançou sua interpretação do GT em dois sabores: V8, e 100% elétrico. O modelo V8 atende pelo nome de “LE60” para marcar o 60º aniversário do modelo original. Apenas 30 conversões estão planejadas.

O motor é o Rover V8 mesmo; aqui uma unidade preparada e injetada de 4,8 litros, 375 cv e 41 mkgf. A transmissão é uma Tremec manual de cinco velocidades, e o diferencial traseiro é do tipo limited slip. O carro, com paralamas alargados e cara de mau, pesa apenas 1122 kg, o que dá um desempenho interessante: o 0-100 km/h agora é em quatro segundos cravados, segundo a empresa. A distribuição de peso é próxima do ideal 50/50%.

As rodas de liga leve são de 16 polegadas, e a suspensão é desenvolvida em parceria com a Nitron. Os freios modernos a disco tem pinças dianteiras de seis pistões e traseiras de quatro pistões, todos os discos ventilados e de 310 mm. A estrutura monobloco é reforçada, segundo a empresa.

Sensacional, não? Então é isso. O que? Você quer saber como é a versão elétrica? OK, ok. É um elétrico intrigante: leve e com câmbio manual! Chama-se “BEE”, e vem com um motor elétrico de 114 cv e 23 mkgf, na frente, acoplado à um câmbio manual como de um carro a gasolina.

De acordo com a Frontline Motors, gira como um motor a gasolina bravo até 9.000 rpm. A bateria é de 40 kWh que pode ser totalmente carregada em pouco mais de cinco horas. Com 1.186 kg, é apenas um pouco mais pesado que o V8 e também tem o peso distribuído quase uniformemente nos dois eixos.

Fundada em 1991 como Frontline Developments antes de ser renomeada em 2023, a Frontline Cars iniciará as entregas do LE60, cupê BEE GT e roadster BEE no próximo ano. (MAO)

 

O 110º Rali de regularidade do MG Club do Brasil é um sucesso

Falando de MGB, lembramos que o MG Club do Brasil (www.mgcbr.com.br), um dos mais atuantes clubes de carros clássicos do País, está completando 40 anos em 2023, ainda extremamente ativo e divertido. Criado para congregar proprietários de modelos da marca inglesa MG, logo tornou-se um clube multimarca, admitindo proprietários de carros clássicos de qualquer modelo.

O clube organiza raids e rallies de regularidade, como a 1000 Milhas Históricas Brasileiras, e este fim de semana passado, 16 de setembro, ocorreu o 110º Rali de regularidade do clube, válido como quinta etapa do XIII Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica (CBR), da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA).

Nada menos do que 42 carros participaram da prova, que foi um grande sucesso, e que mostrou, como sempre, como continua vivo o entusiasmo do brasileiro por automóveis especiais e raros.

E que carros! O evento é como uma exposição ambulante, com carros não estáticos, mas andando pelas ruas e estradas como se deve. Mercedes-Benz, Porsche, BMW, Ferrari, Corvette, e, é claro, vários MG, se misturavam com Pumas, Opalas, Willys Interlagos e até um Adamo, para ajudar a dar mais alegria às estradas do estado de São Paulo.

E o Rali de regularidade, claro, é uma competição também; uma que é mais difícil do que parece, posso falar com experiência. A categoria principal, Pro, foi vencida por Christian Casal de Rey e Frederico Macedo, em um magnífico Corvette 1963. A categoria de carros mais antigos da prova foi vencida por Gerolamo Ometto Nardin e Gustavo Carvalho, num MG: um maravilhoso TC de 1946. Parabéns ao clube pelo evento sensacional! (MAO)

 

Maybach se prepara para entrar no mercado do ultraluxo

Maybach. Uma marca alemã outrora independente, criada para fazer os motores dos dirigíveis do Conde Zepelin, mas que fica famosa por seus carros de luxo, antes de desaparecer no pós-guerra. A Mercedes-Benz a reviveu nos anos 1990, criando uma marca que esperava ficar acima de seus S-class. Mas nunca conseguiu um cachê tão alto como o das marcas inglesas compradas pela BMW e VW (Rolls-Royce e Bentley). Hoje é uma submarca como a Mercedes-AMG: a Mercedes-Maybach.

1997: o primeiro Maybach “moderno”

Agora, parece que a marca está prestes a subir ainda mais, e entrar no hoje altamente lucrativo mercado do ultraluxo. A linha Maybach atualmente inclui versões do classe S, do SUV EQS e do GLS, mas em um futuro próximo, será expandida com uma nova série de carros chamados “Mitos” ou “Lendas”.  O que é uma piada: quem realmente lembra de mitos e lendas da empresa? São poucos, e hoje esquecidos.

Esses modelos extra-especiais são veículos muito caros de tiragem limitada ou ainda mais exclusivos, encomendados por colecionadores ricos. A ideia vem ganhando força na indústria, como sabemos, com veículos recentes de alta qualidade e altíssimo preço, como o Rolls-Royce Amethyst Droptail, o Alfa Romeo 33 Stradale e o Bentley Batur, todos de baixíssima produção, e altíssimo preço, destinados em sua maioria à garagens imensas no oriente médio. Agora, a Mercedes quer entrar no jogo.

Sim, o mundo não precisa de mais carros deste tipo, no frigir dos ovos. Mas é mais uma prova de que o automóvel é mais que apenas um produto de consumo de massa: é também a mais interessante forma de arte que existe. E arte de verdade, sabemos, nunca foi barata. (MAO)

 

O BYD mais megalomaníaco de todos: Yangwang U8 Premium Edition

Yangwang, a marca de luxo da BYD, apresentou o novo U8 Premium Edition na China. É mais um SUV quadradão no esquema Defender/G-class/Wrangler/Bronco, nova óbvia forma de se fazer algum da indústria. Mas é um exagero tão superlativo, esse, que chega a espantar.

A enorme perua vem com rodas de 22 polegadas, e é um festival de opulência, telas gigantes e potência inacreditável que chega a doer os olhos. Pode um doce ser doce demais? Eu costumava achar que não, mas parece que estava errado.

Há telas de 23,6 polegadas para o motorista e o passageiro dianteiro. Sim, é isso que diz aqui, também custo a acreditar. São acompanhadas por uma tela de infotainment de 12,8 polegadas. Existe também um sistema de entretenimento traseiro com tela dupla e um display integrado ao apoio de braço da segunda fila.

Os bancos são em couro Nappa e os acabamentos, em madeira Sapele, seja lá que tipo de árvore chame Sapele. Eles são acompanhados por três carregadores de smartphone sem fio de alta velocidade, um teto solar e um sistema de áudio premium de 22 alto-falantes. Outros destaques incluem um heads-up display de realidade aumentada de 70 polegadas, assentos com função de “massagem com pedras quentes matricial”, um difusor de fragrâncias e uma geladeira que aparentemente pode funcionar por 12 horas após o veículo ser desligado.

É propelido por nada menos que quatro motores elétricos, um para cada roda, que produzem uma potência combinada de 1.200 cv.  Sim, é o que diz aqui, 1200 cv. A aceleração de 0-100 km/h deste leviatã cujas medidas e peso não foram divulgadas (241298498 metros e 2164192819 kg seriam meu chute) se dará em apenas 3,6 segundos.

Vem também com (respire fundo aqui) 38 sensores, incluindo três unidades LiDAR, cinco radares de ondas milimétricas, 14 sensores ultrassônicos e 16 câmeras. Isso permite que o modelo tenha controle de cruzeiro adaptativo, assistência automática de estacionamento e estacionamento com manobrista automatizado.

As entregas estão programadas para começar no próximo mês e os preços começam em ¥ 1.098.000 (R$ 736.880), na China. (MAO)

 

Pagani visita fábrica da Renault e sai com um Torino para chamar de seu

Dois sujeitos visitando uma fábrica de automóveis, para tirar algumas fotos ao lado de um modelo descontinuado histórico, parando a linha por alguns momentos, numa província esquecida num lugar longínquo da América Latina. Algo que normalmente não seria uma notícia de nenhum interesse. Mas prestem atenção nisso.

O país é a Argentina, e o local longínquo é a Fábrica Santa Isabel da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, na distante Córdoba, a 710 km da capital. O carro? O Torino 380W. Os dois sujeitos? Ninguém menos que Oreste Berta e Horácio Pagani.

Os dois sujeitos são lendas argentinas, não por serem pilotos ou ex-BBB. São construtores de automóveis argentinos, numa tradição de excelência internacional que chega a dar inveja, e remonta de outros pioneiros como Alejandro De Tomaso. Criadores de automóveis.

O Torino também é outra lenda argentina: desenho Pininfarina, carroceria e motor descartados dos EUA, sendo juntos em um carro ao mesmo tempo na tradição muscle-car americana, e do carro esporte europeu. Foi produzido de 1966 a 1982 nessa fábrica, nos últimos anos com logotipo Renault.

A visita dos dois foi organizada por Pablo Sibilla, presidente da Renault Argentina e colecionador de Torino. Um presidente que curte carro; que saudade disso. O Torino que protagonizou a homenagem de hoje em Santa Isabel foi um 380 fabricado em 1966, que pertenceu ao colecionador Ricardo Zeziola. Sim, no passado: depois do evento passou a ser de  Horacio Pagani.

Disse Zeziola ao Motor 1 argentina: “Podemos dizer que Horacio tirou das minhas mãos. Este carro tem uma história particular. Foi fabricado em 1966 e entregue na concessionária Palmero Automotores de Mendoza. Em 1967, foi convertido em 380W dentro da própria concessionária, com peças enviadas pela Fábrica de Santa Isabel”.

Parabéns ao Horácio pelo carro novo, e à Renault, por respeitar e lembrar de suas tradições de uma forma tão autêntica e interessante. Muito bom! (MAO)