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Automobilismo

Uniforme provisório: as melhores pinturas de testes da Fórmula 1

Nos primeiros testes coletivos da temporada de 2015 da Fórmula 1 em Jerez de la Frontera, a Red Bull surpreendeu com uma pintura “camuflada” em seus carros. O visual inovador caiu no gosto da galera, mas infelizmente não será usado ao longo da temporada, afinal, a pintura não destaca nem mesmo a marca principal da equipe, quanto mais de patrocinadores menores.

A prática de usar pinturas “de testes” é algo recorrente na Fórmula 1, seja pelo fator surpresa ou pelos termos de contratos com patrocinadores. Contudo, às vezes algumas pinturas de treinos acabam tão ou mais legais que a pintura definitiva que a equipe usa ao longo da temporada. Já que estamos na temporada de testes, selecionamos as pinturas mais legais e curiosas usadas pelas equipes durante os testes de pré-temporada passados.

 

Mickey e Pateta na Spirit-Hart – 1984

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A primeira pintura da lista talvez seja a mais curiosa de todas: Mickey e Pateta na Fórmula 1. A combinação inusitada não foi nenhuma tentativa da Disney vender quadrinhos aos fãs de F1, mas sim o resultado da tentativa do piloto italiano Fulvio Ballabio de entrar na Fórmula 1.

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Ballabio era herdeiro da Mondadori, a editora responsável pela publicação dos quadrinhos do Pateta, Mickey e Pato Donald na Italia. A Spirit passava por dificuldades financeiras na época e a pequena fortuna do italiano lhe garantiu um carro nos testes de pneus na pré-temporada de 1984 em Jacarepaguá. O outro carro ficou com Emerson Fittipaldi, então com 37 anos de idade.

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Apesar do investimento, o desempenho o italiano foi medíocre e ele não conseguiu a superlicença para disputar a F1. Já Emerson Fittipaldi teve um desempenho melhor, porém modesto, e decidiu recusar o convite e foi para os EUA disputar a Indy.

 

A lata de Red Bull – 2005

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Em setembro de 2004 a fabricante austríaca de energéticos Red Bull decidiu ir além de seu patrocínio à Sauber e arrematou a equipe Jaguar, que foi colocada à venda naquele mês. Com uma estrutura pronta, a equipe já pôde participar dos testes da Fórmula 1 em 2005, e fez isso ainda com uma pintura provisória e de gosto bem duvidoso no Jaguar R5 rebatizado

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Fala sério: o quadriculado azul e prata fica bem legal nas latinhas magricelas do energético, mas adaptá-la a um monoposto de Fórmula 1 não foi uma boa ideia. Felizmente a equipe percebeu isso e, no fim das contas, o RB1 recebeu uma versão inicial daquela que talvez seja a pintura de corridas mais marcante dos últimos anos, com seu fundo azul escuro, o touro sobre a tampa do motor e a faixa tricolor meio BMW M, meio Martini Racing ao longo do carro.

 

De volta às origens 1: McLaren – 1997 e 2006

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Embora seja mais associada às cores vermelho e branco da Marlboro ou, mais recentemente, o prata da Mercedes-Benz, sua fornecedora de motores entre 1996 e 2014, a cor oficial da McLaren é o laranja. A primeira vez que um carro da equipe correu com esta cor foi na temporada de 1968 da Can-Am. O laranja foi escolhido como forma de se destacar dos demais carros e destacar logotipos e emblemas de patrocinadores.

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Na F1, contudo, a McLaren abandonou o laranja em 1971 e só voltou a usá-lo novamente durante os testes para a temporada de 1997 — quando houve a transição da pintura Marlboro para a West/Mercedes (o preto dos cigarros e o prata dos motores alemães). Desde então, todos os anos surgem boatos de que a equipe vai voltar a usar sua cor oficial. Isso só voltou a acontecer nos testes pré-temporada em 2006, novamente para uma transição de pintura oficial: o preto da West foi trocado pelo vermelho da Vodafone.

 

O nu artístico de Eddie Jordan – 1991

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Calma, o irlandês não ficou sem roupa no paddock, foi o Jordan 191, o primeiro carro da equipe na Fórmula 1. Antes de vestir a atraente pintura verde do refrigerante 7Up (eu gostava dele. Não vendem mais?) o 191 entrou na pista como veio ao mundo, sem uma única gota de tinta sobre sua carroceria de fibra de carbono. Quero dizer… isso considerando que o logotipo da Ford e da própria equipe são adesivos.

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O preto brilhante da fibra de carbono exposta foi uma forma de destacar o nome da Jordan e dos dois únicos patrocinadores presentes até então. Como se não bastasse, ela ainda reforça a pureza das linhas do 191, que são das mais bonitas já vistas na F1, com seu bico curvo e baixo, sidepods recuados e nenhum falo aerodinâmico maculando a carroceria. Uma pena não fazerem mais carros como ele.

 

O pretinho básico da Honda – 2006

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Quando a Honda comprou a BAR em 2006 e apareceu para os testes de 2007, eles ainda não tinham a pintura definida para a temporada (ao menos não oficialmente). E o que sua mulher faz para não errar na roupa? Veste o chamado “pretinho básico”. Foi isso o que a Honda fez em seu teste inaugural.

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Com Rubens Barrichello e Jenson Button ao volante, eles entraram com um carro todo preto, destacando o logotipo vermelho no bico e o nome da marca em branco na asa. Era bonito, mas talvez um sóbrio demais para a época. No fim, a equipe optou por usar a bizarra pintura “Earth Dreams”, que era nada menos que uma foto de satélite do planeta Terra estampada sobre todas aquelas curvas e reentrâncias. É óbvio que ninguém entendia o que era a imagem à primeira vista.

 

O uniforme de testes da Williams – 2002

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Desde o começo da década passada, os carros da Williams saem para os testes com alguma pintura azul ou preta matadora e depois trocam tudo por algo mais feio ou monótono. Em 2002 eles fizeram isso pela primeira vez, com o  Williams BMW.

Ele recebeu uma belíssima pintura azul em degradê cortado por faixas longitudinais brancas, que davam uma impressão de velocidade mesmo parados muito antes disso se tornar um dos maiores clichês automotivos da história.

 

De volta às origens 2: Renault – 2002

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Nos anos 2000, a Benetton foi transformada em Renault, que decidiu voltar à Fórmula 1 depois quase duas décadas. Sem a confirmação do patrocínio dos cigarros Mild Seven, a equipe foi aos testes com o branco no lugar do azul claro da marca estampando o B201 — o que resultou em na combinação tradicional dos carros de Fórmula 1 da marca francesa.

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Felizmente, a Mild Seven fechou o patrocínio com a equipe e a bela combinação de azul claro e amarelo foi restaurada. Sim, felizmente, por que nem sempre a tradição é bonita e esse foi um caso, com a combinação de cores pobre demais — bem diferente da pintura usada pela equipe em 2010.

 

Lembrou de mais alguma pintura exclusiva de testes que acabou ficando de fora? Deixe sua sugestão nos comentários!

[ Sugestão do leitor Lucas dos Santos ]