Quando “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (The Fast and the Furious: Tokyo Drift, 2006) foi lançado, alguns entusiastas ficaram meio decepcionados com a ausência de Dom Toretto, Brian O’Conner e companhia na história. No fim das contas, boa parte dos fãs da franquia considera o terceiro filme, quase todo ambientado na cena drifter japonesa, como um dos melhores.
Agora, um dos carros mais famosos de Tokyo Drift (além do Mustang com motor de Skyline GT-R) não é japonês — na verdade, ele é americano até a medula: o Chevrolet Monte Carlo 1971 que o protagonista Sean Boswell (Lucas Black)pilota no início da película, quando disputa uma corrida contra um Dodge Viper. Boswell acaba capotando o carro e, depois de causar tantos problemas, sua mãe o manda de mala e cuia para o Japão, para morar com o pai e se manter bem longe de qualquer coisa com quatro rodas, um motor e um volante. Bem, não precisamos dizer onde isso foi dar.
Se no Japão Boswell se envolve com esportivos nipônicos preparados e customizados com cores vibrantes, body kits trabalhados e toda a perfumaria típica da metade dos anos 2000, seu antigo carro nos EUA ficava no outro extremo do espectro: um Chevrolet Monte Carlo de primeira geração todo estourado, com painéis da carroceria de pelo menos três cores diferentes, interior em condições não muito melhores e — o mais importante — um V8 envenenado debaixo do capô. Agora, o Monte Carlo de Sean Boswell apareceu à venda no eBay.
Quer dizer, um dos carros que foram usados na sequência inicial do filme está à venda. Como todos os outros carros do filme, o Monte Carlo foi escolhido e modificado por Dennis McCarthy, da Vehicle Effects, empresa que cuida dos carros de todos os filmes da franquia desde Tokyo Drift.
Normalmente, quando pensamos em American muscle, o que vem à mente é um clássico Mustang, Camaro ou Challenger (só para ficar no trio mais famoso) impecável e original, modificado para a pista ou customizado com bom gosto. Contudo, há um ar de rebeldia e maldade em um carro antigo americano que por fora parece só uma lata velha detonada mas, debaixo do capô, traz oito cilindros e uma cavalaria de respeito.
É exatamente este o caso do Monte Carlo de Sean Boswell, que deu um belo susto no Viper antes de virar um monte de aço retorcido. Na história o carro era um verdadeiro sleeper, escondendo debaixo do capô amassado um um V8 de 632 pol³ (10,3 litros!) “Hardcore” da Bill Mitchell Racing.
Na real, porém, foram usados 11 carros, sendo que dois deles eram equipados com big blocks de 572 pol³ (9,4 litros) e 509 pol³ (8,3 litros), também da Bill Mitchell, e câmbio manual de quatro marchas. Os outros receberam o onipresente Chevy small block 350, de 5,7 litros, ou eram apenas chassis rolantes, sem motor.
De qualquer forma, o carro à venda no eBay é um dos dublês com motor 350 — o que definitivamente não é ruim, visto que um crate engine como esse entrega pelo menos 300 cv (mais do que boa parte das variações do Monte Carlo na década de 70). O anunciante diz que o Monte Carlo de Tokyo Drift já foi citado pelo próprio McCarthy como sua criação favorita na franquia, embora a gente ache que, quatro filmes depois, ele possa ter mudado de opinião…
Isto não significa que o fator badass do carro não seja alto — pelo contrário. Mas alto também está o valor pedido para compra imediata — exatos US$ 100 mil, ou cerca de R$ 313 mil em conversão direta. Se fosse um dos carros com motor big block (ambos têm potência na casa dos 550-600 cv), talvez ficasse mais fácil digerir a quantia na etiqueta.
Por outro lado, o anúncio diz que este será o último carro vendido pelos estúdios Universal — a última chance que qualquer um terá de adquirir um autêntico veículo usado nas filmagens de Tokyo Drift. Você encararia?