Sério, a gente tentou. Na virada dos anos 1990 para 2000, os dois protagonistas de uma das rivalidades mais ferozes do meio entusiasta chegaram, para muitos dos fãs, a seu auge: o Subaru Impreza WRX STI ganhou a versão 22B em 1998, enquanto Lancer Evolution, em sua sexta geração, recebeu a edição limitada Tommi Mäkinen Edition em 2000.
Ambos são séries produzidas em quantidade reduzida, com características especiais que, por mais que não fossem mudanças gigantescas, davam a estes carros personalidade própria e os tornavam incrivelmente desejáveis quando eles eram novos. E talvez ainda mais hoje em dia. Se nos perguntarem de qual deles a gente gosta mais, vai ser difícil responder.
Talvez ver os dois em ação ajude. E a gente topou com este vídeo, feito pelos britânicos do canal Torque GT, estrelado exatamente por um Subaru STI 22B e um Mitsubishi Evo VI Tommi Mäkinen Edition. Será que assim a gente vai conseguir sacar qual dos dois é o mais legal? Vejamos:
Não se trata de uma avaliação técnica, mas garante o entretenimento. Especialmente se você gastava boa parte do seu tempo livre jogando Gran Turismo 2 quando era moleque. Não importa se o seu favorito é o Subaru ou o Mitsubishi: é sempre bom ver que aqueles carros feitos de pixels e polígonos que você acelerava há dez ou quinze anos no seu PlayStation existiam/existem mesmo.
Já comentamos em detalhes a respeito destes dois carros aqui no FlatOut. O Subaru WRX STi 22B foi uma edição limitada do STI com motor de 2,2 litros (em vez de dois litros), duas portas e para-lamas alargados, feita para comemorar os 40 anos da Subaru como fabricante de automóveis, e também o terceiro título do WRC consecutivo para a equipe de rali. Os caras sabiam o que estavam fazendo: no motor EJ22, a potência declarada ainda era de 280 cv (lembrando que, na prática, estava mais perto dos 300 cv), porém era entregue 400 rpm antes do que a potência do WRX comum: 6.000 rpm contra 5.600 rpm. Mais impressionante ainda era o torque máximo, que aumentava de 29,6 mkgf para 36,7 mkgf e chegava antes, aos 3.200 rpm ante os 4.000 rpm do modelo normal, graças a um retrabalho no módulo de controle do motor. Com câmbio manual de cinco marchas, ele chegava aos 100 km/h em 4,7 segundos, com máxima de 230 km/h.
É por isto que o apresentador do vídeo diz que a força do 22B em baixas rotações é maior do que em qualquer WRX STI com motor de dois litros na mesma época. Sem falar no stance mais agressivo proporcionado pelas bitolas mais largas (10 mm a mais na dianteira e 40 mm a mais na traseira) e pelas rodas de 17×8,5 polegadas calçadas com pneus 235/40. O WRX STI comum tinha rodas de 16 polegadas com pneus 205/50.
No caso do Evo Tommi Mäkinen Edition, a mecânica era idêntica à do Lancer Evo VI comum: motor de dois litros com turbocompressor de titânio, cujos dados declarados eram de 280 cv a 6.500 rpm e 38 mkgf de torque a 2.750 rpm, tração integral e câmbio manual de cinco marchas — conjunto capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e chegar aos 240 km/h, segundo a Mitsubishi. Ele também tinha direção com relação mais direta e pesada (para efeito de comparação, o 22B tem a direção mais leve).
E ele também tinha visual especial – talvez até mais especial que o 22B: para-choques, saias laterais e asa traseira foram inspirados pelo Evo VI com o qual Tommi Mäkinen venceu seu quarto título seguido no Campeonato Mundial de Rali (1996-1999). Na verdade, ele tem até mesmo uma postura mais elevada do que o Impreza, diferentemente dele, passando a impressão de ficar mais à vontade em um chão de poeira do que no asfalto. Claro, estamos nos referindo apenas à mensagem transmitida pelo visual de cada um dos carros passa.
Na prática, a real é que fica difícil decidir vendo outra pessoa, que a gente nem conhece, dirigindo o carro e dizendo como o motor boxer 2.2 é mais torcudo, ou como quatro-cilindros 4G63 do Evo é um motor surpreendente por sua idade (ele foi usado entre 1992 e 2006, do Lancer Evolution I ao IX). A gente não andou nos carros. Podemos até deduzir que o 22B centro de gravidade mais baixo graças ao flat-four e que, por isso, é mais estável (apesar da suspensão consideravelmente mais macia que no Evo); ou que o Evo VItem um conjunto mecânico mais tradicional e confiável, mas estaremos apenas repetindo o que outros já disseram.
E, claro, há a questão da preferência pessoal: você curte o ronco borbulhante do Subie? O visual radical do Evo e sua relação com um dos maiores pilotos de rali de todos os tempos? Também tem a questão do preço: um STI 22B custa, hoje, cerca de US$ 100 mil lá fora, enquanto o Evo VI TME costuma sair por US$ 30-45 mil. Mas, no caso destes dois, o valor da etiqueta tem mesmo tanta importância?
Encare este post como uma pequena ode a estes dois ícones do Japão para o resto do mundo. E não nos culpe por não conseguir decidir qual deles é o mais legal. Então, na veia do antigo “Duelo do dia” que fazíamos aqui no FlatOut, conte para a gente: qual é seu favorito? E por quê?