A Volkswagen apresentou nesta semana a nova cara do Jetta para 2015. Em seu quarto ano no mercado, o sedã recebe o tradicional facelift de meia-vida para se manter atualizado e competitivo diante da concorrência — em especial os renovados Honda Civic, Chevrolet Cruze e, em breve, o Ford Focus. Ele ainda não é brasileiro — apesar da novidade e de já ter anunciado o início da produção nacional do modelo, a Volkswagen continuará importando o Jetta do México em um primeiro momento.
A silhueta do carro e suas linhas gerais permanecem as mesmas, mas a dianteira e a traseira ganharam retoques visuais que incorporam um estilo muito semelhante ao do Passat. Na dianteira ele agora tem uma grade mais alta, o para-choques com “boca” mais larga e faróis redesenhados com luzes diurnas de LED na versão topo-de-linha. A traseira tem lanternas redesenhadas, com um recorte inferior mais angulado, e a tampa do porta-malas mais larga na extremidade inferior para facilitar acesso ao compartimento de 510 litros.
Por dentro, o painel continua praticamente o mesmo, mas agora tem dois tipos de acabamento e um novo quadro de instrumentos, que separa velocímetro e conta-giros em copos separados pela tela LCD do computador de bordo. O volante deixa de ser o modelo multifuncional compartilhado com Gol e Fox e passa a ser o mesmo do Golf e Passat em todas as versões.
Uma novidade muito bem-vinda é o fim da diferença de suspensão traseira de acordo com o modelo. Apesar de continuar baseado na mesma plataforma, agora todas as versões usam multilink, abandonando de vez o antiquado eixo de torção que, sempre combinado ao motor 2.0 8v aspirado, rendeu ao Jetta o maldoso apelido de “Santana”.
Falando de versões, o Jetta ganhou uma nova versão de entrada, a Trendline, que segundo a Volkswagen foi criada para atender a demanda pelo modelo no país. Mas não pense que, por ser uma versão de entrada ela será pouco equipada. Assim como o upgrade da suspensão, a lista de equipamentos de série também ficou mais atraente, e agora conta com controle de tração e câmbio Tiptronic AQ250 de seis marchas — aposentando o câmbio manual na linha Jetta. A lista ainda inclui sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, porta-luvas refrigerado, airbags frontais e laterais, rádio com conexões USB e Bluetooth, rodas de liga leve de 16 polegadas, direção hidráulica, alarme com comando keyless e saída de ar-condicionado para o banco traseiro. Faltou só um motor mais esperto, pois ela ainda é equipada com o obsoleto 2.0 8v de 120 cv, incapaz de levar o carro aos 100 km/h em menos de 10,5 segundos e além dos 200 km/h.
A Volkswagen não escondeu o jogo e divulgou um trio de fotos do Jetta mais humilde da família (acima). O design geral é basicamente o mesmo, porém o volante perde os comandos multifuncionais, o sistema de áudio ganha um rádio mais simples, bancos em tecido e painel com material mais rugoso.
Logo acima, em posição intermediária, está a versão Comfortline, equipada com o mesmo 2.0 8v e que pode bem ser resumida como um upgrade da Trendline. As mudanças se resumem ao padrão de acabamento e itens de série: o volante ganha revestimento de couro, borboletas para troca de marchas e comandos para o computador de bordo e o sistema de som. Falando nele, no Jetta Comfortline o sistema de áudio tem tem tela sensível ao toque de 6,5 polegadas, conexão USB e Bluetooth e seis alto-falantes. O painel pode ser escolhido em duas combinações diferentes (preto ou bege) e tem superfície mais suave ao toque.
Como opcionais você encontra teto solar panorâmico, sistema multimídia com navegação GPS, sensor de chuva, rodas de 17 polegadas, sistema de chave presencial e ar-condicionado digital Climatronic, com duas zonas e mostrador digital.
No topo da linha Jetta está a versão Highline. Apesar do mesmo nome, o Jetta Highline é um carro essencialmente diferente. Ele troca o 2.0 8v de 120 cv pelo 2.0 TSI de 211 cv, com turbo, 16 válvulas com comando variável e injeção direta. O câmbio Tiptronic dá lugar ao câmbio DSG de seis marchas, com embreagem dupla e resulta em uma pegada mais esportiva — o zero a 100 km/h é feito em 7,2 segundos e a velocidade máxima é 241 km/h segundo os dados de fábrica. A direção também muda, contando com assistência elétrica no lugar da hidráulica, e as rodas de 17 polegadas calçam pneus 225/45.
Como é de se esperar de um sedã de R$ 100.000, o Highline tem uma lista de equipamentos de série bastante recheada, com sistema multimídia com oito alto-falantes e conexão USB e Bluetooth, retrovisor eletrocrômico, lanternas traseiras com LEDs, seis airbags (frontais, laterais e cortina), diferencial autoblocante, controle de estabilidade, assistente de partida em rampas e faróis de neblina — ausência incompreensível nas versões inferiores. Os opcionais são divididos em dois pacotes: Exclusive e Premium. O primeiro inclui bancos de couro com duas opções de cor (preto ou bege) com sistema de aquecimento, e sensores de chuva e luminosidade. O outro, Premium, é um upgrade do Exclusive, com sistema multimídia com navegação, chave presencial, faróis de xenônio, luzes diurnas de LED e ajuste elétrico do banco do motorista. O teto-solar também é um opcional exclusivo da versão Highline.
A Volkswagen divulgou somente o preço da versão de entrada, Trendline. Ela custará R$ 75.000 — um aumento de R$ 1.010 em relação ao modelo anterior. As versões Comfortline e Highline não tiveram seus preços divulgados, mas Volkswagen afirmou que eles podem chegar aos R$ 98.000.