Enquanto algumas fabricantes precisaram apelar a versões conceituais de seus carros, a história é bem diferente no estande da Volkswagen, que está entre as marcas com mais destaques no Salão.
A volta da perua Golf
Começando pelo novo Golf Variant R Line, que teve sua vinda ao Brasil confirmada no Salão. Como toda perua derivada do Golf, ela é idêntica ao Golf hatchback até as portas traseiras. Ali sai de cena a larga coluna C característica do modelo e entra a traseira de perua e o espaço de carga aumentado, com capacidade para 605 litros. Geração nova, motor novo: sai de cena o 2.5 de cinco cilindros e em seu lugar entra o 1.4 TSI já usado nas versões Comfortline e Highline do Golf, porém com 10 cv a mais, chegando a 150 cv. O câmbio é o automático DGS de dupla embreagem.
O modelo apresentado no Salão vem com o pacote R-Line, a versão topo de linha, que usa para-choques com entradas de ar maiores, saias laterais, faróis de neblina com desenho exclusivo, rodas de 18 polegadas, aerofólio R-Line e difusor preto. Como dito antes, a Volkswagen já confirmou que irá vender a Golf Variant no Brasil, mas ainda não revelou versões e preços.
As outras variantes do Golf
Ainda no campo do Golf (sacaram o trocadilho?) a Volkswagen trouxe esse cara aí acima, o conceito T-Roc, que dá indícios de como será a versão aventureira/crossover do Golf. Sim, você leu certo: a Volkswagen quer fazer um SUV/crossover baseado na plataforma MQB do atual Golf e produzi-lo na fábrica de São José dos Pinhais (PR).
Esse futuro crossover brigaria em um segmento intermediário que poderia brigar com EcoSport, Duster e Tracker (e futuramente Renegade e HR-V) em suas versões mais baratas, e também com o Toyota Rav 4 e o Honda CR-V em suas versões de topo. Para isso ele terá tração 4Motion integral como opção à dianteira, e terá três opções de motorização: os TSI de 1,4 e dois litros de 140 e 220 cv, respectivamente; e um 1.6 aspirado. A transmissão também terá as mesmas opções do hatchback: manual ou DSG automático de dupla embreagem, ambos com seis marchas.
Quem também apareceu no Salão foi o Golf GTE, a versão esportiva-híbrida do Golf que usa o motor 1.4 TSI e um motor elétrico que fornecem 204 cv. Juntos eles empurram o GTE aos 100 km/h em apenas 7,6 segundos. O destaque do modelo são seus cinco modos de condução, que incluem um modo totalmente elétrico que usa apenas a energia da bateria para rodar até 50 km. Caso a bateria descarregue, você pode usar o motor 1.4 para gerar energia para o motor elétrico (battery hold) ou até mesmo para carregá-lo (battery charge). Os outros dois modos são o híbrido, que usa os dois motores combinados para reduzir o consumo, e o 100% a gasolina, que o transforma em um Golf “normal”.
Jetta nacional
A Volks também aproveitou o Salão para apresentar o Jetta fabricado no Brasil já com o facelift de meia-vida, que lhe dá um pouco mais de fôlego para encarar os queridinhos Corolla e Civic e também os modernos Sentra e C4 Lounge. Os para-choques são novos e mais agressivos, assim como os faróis, que ganharam uma linha de LEDs modernizando a dianteira do modelo. Por dentro ele agora tem os mesmos volantes do Golf, assim como o quadro de instrumentos.
O modelo será fabricado em São Bernardo do Campo (SP), mas algumas versões continuarão vindo do México. Nessa conta deve entrar a versão 1.4 TSI de 140 cv, que estreia por aqui com o mesmo motor do Golf. A Volkswagen não revelou detalhes, mas é bem provável que apenas o modelo básico, com motor 2.0 aspirado de 120 cv seja nacionalizado, uma vez que tem maior volume de vendas que o modelo TSI. Por falar nele, o motor agora é o mesmo do Golf GTI, com a potência saltando de 211 cv para 220 cv.
A família Fox
Depois de ser reestilizado e reposicionado para ocupar o lugar do Polo, o Fox começa a ganhar uma nova família com a cara nova, formada pela SpaceFox e sua versão aventureira Space Cross, pelo CrossFox e pelo Fox Pepper. A perua recebe o mesmo facelift do hatchback e o novo motor 1.6 16v de 120 cv combinado com o câmbio manual de seis marchas nas versões topo-de-linha.
A versão aventureira Space Cross agora passa a ser equipada com ABS com função off-road, parte do pacote de controle eletrônico de estabilidade, um opcional inédito até agora. O CrossFox também terá esse sistema como opcional e o mesmo conjunto mecânico da perua.
O hatchback também ganhou a versão Pepper, com visual de apelo esportivo que inclui faróis com máscara negra e grade em colmeia com friso vermelho como os modelos GTI da VW. O motor ainda não é aquele que esperávamos de um hatch apimentado, mas ao menos tem um fôlego extra em relação aos modelos comportados graças ao motor 1.6 16v de 120 cv, também combinado ao câmbio manual de seis marchas. Ele será oferecido somente na cor Vermelho Tornado com teto preto — uma tendência bem aceita pelo público ainda que inexplicável em um país quente como o Brasil.
Growing up!
O pequeno up! também ganhou um novo integrante na família. Como Gol e Fox, o up! agora tem uma versão aventureira chamada “Cross Up!”. Ele é mais discreto (e também barato de se modificar) que o Gol Cross e o CrossFox, trazendo apenas para-choque com aplique cinza e molduras nos arcos dos para-lamas, rack no teto e rodas exclusivas. O motor, como todo up! é o 1.0 de três cilindros e 82 cv, que pode ser combinado com o câmbio manual de cinco marchas ou ao câmbio automatizado i-Motion, também de cinco marchas. Os preços partem de R$ 38.040.
Além do Cross up! a Volkswagen também apresentou uma versão com apelo esportivo do up! — que infelizmente não é o GT up! e sim o up! Racing. A intenção do modelo é apenas demostrar as opções de personalização que a Volkswagen disponibiliza para o modelo, como uma linha de adesivos, bancos em couro, rack de teto entre outros.
Fusca a passeio
No Brasil o mais próximo de um esportivo que o Fusca chegou foi com a versão 1600S, também conhecida como “bizorrão”, mas na Europa ele teve algumas versões bem interessantes como o 1303 S GSR dos anos 1970. Foi nele que a Volkswagen se inspirou para fazer uma versão especial do novo Fusca, chamada GSR (de Gelb Schwarzer Renner, ou “corredor amarelo e preto” em uma tradução bizarra). O modelo tem visual exclusivo com acessórios da linha R-Lin, logotipo GSR, detalhes em preto sobre a carroceria amarela, rodas de 19 polegadas no modelo “Tornado” com pneus 235/40, bancos R-Line, alavanca de câmbio GSR e motor 2.0 TSI de 211 cv capaz de levá-lo aos 100 km/h em 7 segundos e à máxima de 224 km/h.