A Volkswagen segue com sua estratégia de lançar 20 novos modelos até 2020 e acaba de apresentar, durante um evento à imprensa, o VW Virtus, que é como foi batizado o novo Polo sedã. O carro é virtualmente idêntico ao Polo até a coluna “B”, pois as novidades concentram-se na traseira e incluem entre-eixos maior e uma nova identidade visual para os sedãs da marca. O carro é parte da estratégia de upsizing que a Volks está adotando para seus carros – já falaremos mais sobre isso. Antes, confira o vídeo que produzimos no evento de apresentação do Virtus:
Apesar do nome diferente, o Virtus é mesmo o sedã do Polo, como fica claro pelo formato dos faróis, da e dos painéis da dianteira em geral. Ambos utilizam a plataforma MQB da Volks e o Virtus é o primeiro sedã fabricado no Brasil a fazê-lo. O método de construção modular permitiu, porém, que o Virtus ganhasse 8,5 centímetros de entre-eixos, além do aumento natural de comprimento por conta do terceiro volume.
No total, o Virtus tem 4,48 metros de comprimento (42,5 cm a mais que o Polo), 2,65 m de entre-eixos, 1,46 m de altura e 1,75 m de largura sem contar os retrovisores. O Polo tem 4,05 m de comprimento, 2,56 metros de entre-eixos, 1,45 m de altura e os mesmos 1,75 m de largura. O porta-malas do sedã leva 521 litros (é o maior entre todos os sedãs da Volks vendidos aqui!), enquanto no hatch a capacidade é de 351 litros.
Assim como o Polo é visivelmente maior que o Gol, quase do tamanho de um Golf, o Virtus tem dimensões maiores que o Voyage, e se aproxima bastante do VW Jetta da geração atual – o entre-eixos de ambos é exatamente o mesmo, 2,65 m. Para se ter ideia do que isto significa, o Jetta anterior (o MkV , vendido no Brasil com motor de cinco cilindros) tinha 2,59 de entre-eixos. O novo Jetta, que já teve sua nova geração vazada em imagens na Internet, adotará a plataforma MQB e crescerá um pouco, aproximando-se do Passat. Sacou o que queremos dizer com upsizing? Até mesmo sedãs médios, como Honda Civic e Toyota Corolla, entram no rol de concorrentes (indiretos) em termos de espaço interno: ambos têm 2,7 metros de entre-eixos.
Já os 521 litros do porta-malas só não colocam o Virtus acima do Chevrolet Cobalt, que leva 563 litros. No mais, Jetta (470 l), Passat (502 l) e Voyage (480 l) são superados com folga. Civic e Corolla têm, respectivamente, 519 litros (525 na versão Sport) e 470 litros. Deu para sacar a ideia geral, não? O Volkswagen Virtus é um carro grande (maior quando visto pessoalmente) e espaçoso.
As semelhanças com o Polo seguem no interior, que é idêntico e conta com os mesmos itens de série e opcionais. No entanto, apenas duas das três opções de motor encontradas no hatch estão no sedã: o 1.6 MSI de 117/110 cv (etanol/gasolina) e o 1.0 TSI de 128/116 cv. O primeiro sempre virá acompanhado de um câmbio manual de cinco marchas, enquanto o segundo será acoplado a uma caixa automática de seis marchas Tiptronic fornecida pela Aisin.
A diferença de desempenho dos dois conjuntos é praticamente nula: o 1.0 turbo com câmbio automático vai de zero a 100 km/h em 9,9/10,4 segundos (E/G), com máxima de 194/189 km/h; enquanto o 1.6 naturalmente aspirado com câmbio precisa de 9,8/10,2 segundos para atingir os 100 km/h, e segue acelerando até os 195/191 km/h. Curiosamente o motor 1.6 anda um pouquinho mais, mas é a opção mais em conta por não ter tanta tecnologia embarcada. Um exemplo: enquanto os controles eletrônicos de tração e estabilidade são de série no Virtus 1.0 turbo, o 1.6 os trará como opcionais. Vale lembrar que o controle de estabilidade inclui diversos recursos de assistência eletrônica: HHC (Hill Hold Control), assistente de saída em aclive, HBA (assistente eletrônico de frenagem), XDS+ (bloqueio eletrônico do diferencial) e limpeza automática dos discos de freio.
A câmera de ré, logo ao lado das luzes para iluminar a placa. Foto: Juliano Barata/Flatout
O estepe de medidas 185/60 R15. Os quatro pneus do carro que estava na apresentação eram Dunlop Sports BluResponse de medidas 205/50 R17. Foto: Juliano Barata/Flatout
Se as versões serão as mesmas, há diferenças nos equipamentos: o Virtus, por exemplo, será o primeiro carro da VW vendido no Brasil com o sistema de inteligência virtual Watson, da IBM. A VW diz, por enquanto, que o sistema poderá ajudar, por exemplo, o motorista a acessar o manual do carro através de comandos de voz, e que “para esclarecer quaisquer possíveis dúvidas a respeito do automóvel, basta perguntar ao Watson”.
A Volkswagen ainda não falou em preços, mas arriscamos dizer que o Virtus partirá de pouco mais de R$ 60 mil e poderá chegar perto dos R$ 80.000, dependendo da versão.
O Volkswagen Virtus começa a ser vendido no início de 2018. Até lá, novas informações a seu respeito deverão aparecer.