Todo mundo adora o Subaru WRX STi. Há quem prefira os clássicos, como o impressionante 22B, versão mais lendária da primeira geração, mas em meio a um mundo com carros cada vez mais automatizados e “sem alma”, como se costuma dizer, até mesmo o modelo atual é um belo refresco.
Se você souber escolher direitinho na hora de configurar seu STI, pode levar para casa um sedã bem nervosinho, com um boxer de quatro cilindros, 2,5 litros e 310 cv e câmbio manual de seis marchas. O EJ25 é um belo coração, com bloco e cabeçotes de alumínio, duplo comando variável e 310 cv a 6.000 rpm (corte de giro a 7.100 rpm), além de 41,5 mkgf de torque a mais tardios 4.000 rpm. É um motor de curso curto, que gosta de girar, e é capaz de levar o WRX STI aos 100 km/h em 5,2 s, com máxima de 255 km/h.
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O visual carregado sempre foi marca do WRX — a geração anterior parece um buldogue fantasiado de tubarão (vai dizer que não?) — e, com o novo modelo, não poderia ser diferente. Na verdade, pela primeira vez o STI (e o WRX) traz uma identidade visual diferente daquela encontrada no Impreza: é ainda menos discreto, tem faróis estreitos e “bravos” um enorme difusor traseiro, para-lamas alargados e uma gigantesca asa traseira que até pode ser deletada, na hora da compra, mas você não quer isto.
Tábua de passar roupa
Quem compra um STI permite-se mostrar ao mundo que, na hora de escolher um carro, a gente não envelhece. Entre os entusiastas, o senso comum diz que a gente vai envelhecendo e preferindo carros mais discretos e potentes — os famosos sleepers, mas quem compra um STI acha que não precisa ser assim. Uma prova? A dona Pani Michalina, uma senhorinha polonesa de 81 anos que tem um Subaru WRX STI como daily driver. E não o trocaria por nada!
Michalina foi encontrada pelo site de notícias polonês TVN Turbo. Ela mora na província de Katowice, no sul da Polônia, e dirige seu WRX STI todos os dias, faça chuva, sol, gelo ou neve. Pensando bem, que outro carro esta adorável velhinha poderia ter que não um WRX STI?
Ela diz que dirige, todos os anos, coloca de 10 mil a 15 mil km no hodômetro de seu STI prata, sem asa traseira (único aspecto mais ou menos “discreto” do carro), com câmbio manual — ou você acha que a dona Michalina está para brincadeiras?
A reportagem está toda em polonês, mas graças à Internet (mais especificamente, aos comentaristas de Facebook e Youtube), dá para decifrar algumas coisas. Ela diz que sempre foi fã de carros e sempre os viu como algo mais que meios de transporte. E que tem um apreço especial pelo WRX STI porque ele é diferente daquilo que, para ela, são “carros-sofá”, como um BMW Série 5 ou um Mercedes-Benz Classe E, por exemplo.
“Sofá, eu tenho em casa!”, ela brinca, e ainda diz que se andar em um destes sedãs confortáveis e silenciosos, acaba não percebendo o que está acontecendo — e pode até pegar no sono. Por isto, prefere carros comunicativos, barulhentos e firmes — muito mais importante para ela é a experiência ao volante. Tanto que este nem foi seu primeiro WRX STI — ela já é viciada no boxer japonês há treze anos, e teve outros dois exemplares das gerações anteriores.
Naturalmente, a visão de uma senhora na casa dos 80 anos ao volante de um STI não passa incólume pelas ruas da Polônia. Não são raras as vezes em que ela precisa recusar desafios de garotões que, ao vê-la parada no semáforo, querem ver se Michalina sabe o que tem em mãos. Ela sabe, mas procura resistir à tentação de humilhá-los. No fim das contas, ela dirige por prazer.