veiculos off road sempre existiram principalmente se voce considerar que no inicio do automovel existia quase nada de pavimentaçao fora de cidades todo carro tinha que ter bom vao livre e articulaçao; todo carro tinha um pouco de fora de estrada mas foi durante a segunda guerra mundial uma guerra mais veloz e motorizada que realmente este tipo de veiculo ganhou força alem dos caminhoes de traçao total e anfibios um novo tipo de carro de multiplos usos apareceu o jipe [caption id= attachment_293096 align= aligncenter width= 800 ] cj5 o jeep classico [/caption] e apareceu imediatamente com duas escolas diferentes uma americana com traçao nas quatro rodas e eixos rigidos pesados e cambio reduzido a outra alema baseada nos vw que tinha o kubelwagen como o seu maior expoente um carro muito leve mas com suspensoes independentes reduçao na roda para maior vao livre eixo portal motor em cima do eixo de traçao diferencial autoblocante e assoalho plano esta ultima caracteristica permitia o carro escorregar sobre a neve impulsionado por rodas com grande articulaçao independente e longo curso de suspensao [caption id= attachment_293066 align= aligncenter width= 999 ] kubelwagen o jipe vw da segunda guerra[/caption] um jipe pode ser jipe sem traçao nas quatro rodas o kubelwagen provava que sim em certas situaçoes como por exemplo na areia e estradas esburacadas do norte da africa eram visivelmente superiores ao jeep americano com o fim do conflito muitos desses veiculos tanto americanos quanto alemaes acabaram nas maos de fazendeiros e caçadores na europa fixando sua utilidade na cabeça de todos [caption id= attachment_293069 align= aligncenter width= 600 ] a reduçao/portal de roda do kubelwagen mais vao livre [/caption] nos eua a willys overland nao perde tempo em lançar a serie cj civilian jeep um sucesso dos mais duradouros o wrangler moderno e seu descendente direto ja o kubelwagen nao teve uma versao civil tao rapidamente como perdera o conflito a retomada da produçao da fabrica vw foi lenta e incerta e depois concentrada na exportaçao do fusca mas ele acaba aparecendo o vw 181 de 1968 thing coisa nos eua e descendente direto do kubelwagen nazista inclusive com seu grande vao livre conseguido por reduçoes nas rodas eixo portal apesar de interessante nao tem o mesmo sucesso do jeep americano em versao civil e e descontinuado em 1983 [caption id= attachment_293097 align= aligncenter width= 999 ] vw thing a versao civil do kubelwagen[/caption] aqui no brasil o apelo deste tipo de carro sempre foi grande por motivos obvios e nossa industria local sempre os ofereceu em quantidade seja modelos estrangeiros produzidos aqui seja por originais projetos locais ja em 1958 a dkw começara a produçao do seu jipe munga chamado candango aqui o jeep ja era importado em regime ckd desde 1947 e logo era fabricado totalmente aqui pela willys no bairro taboao em sao bernardo do campo uma fabrica pioneira que hoje pertence a ford em 1959 começava a produçao do toyota land cruiser aqui chamado bandeirante [caption id= attachment_293098 align= aligncenter width= 999 ] bandeirante vida longa [/caption] mas a criatividade local tambem criou uma serie de jipes eminentemente brasileiros durante os anos projetados aqui mesmo e e sobre eles que vamos falar hoje nao e uma lista completa; ficaria muito grande assim sao apenas os mais importantes e/ou mais conhecidos como tudo em nossa industria e nosso pais produtos de pessoas obstinadas que frente a dificuldades imensas conseguiram criar carros brasileiros gurgel xavante/x11/x12 tenho que confessar que joao augusto conrado do amaral gurgel e um de meus herois pode se falar o que quiser dele aceito contanto que se respeite o seguinte sua obstinaçao trabalho duro e criatividade tornaram a gurgel o mais proximo que chegamos de uma industria realmente nacional gurgel desenvolveu seu proprio motor e o colocou a venda no br800 um fracasso comercial sim mas quem mais colocou um motor proprio a venda no brasil mas divago; o que interessa aqui e que o jipe gurgel com todos os seus nomes e diferenças atraves dos anos foi o carro que tornou o sonho de joao possivel baseado no vw era de qualquer forma uma criaçao original um spaceframe de tubos soldados recoberto com fibra de vidro e que com a carroceria fazia um monobloco onde eram montados os componentes vw a falta do diferencial autoblocante dos jipes vw alemaes era tambem resolvida de forma original um freio de estacionamento individual para cada roda traseira como o uso era para situaçoes de imobilidade funcionava perfeitamente era tambem mais economico e simples que o jeep e o bandeirante e com manutençao facil nos rincoes de nosso pais pesava ao redor dos 800 kg enquanto um jeep ficava na casa dos 1 200 kg o preço era ligeiramente superior ao do jeep mas bem abaixo do caro toyota foi um sucesso enorme a base da sobrevivencia da gurgel por quase toda sua existencia jeg no inicio dos anos 1970 a vw do brasil inicia o projeto de um jipe para o exercito brasileiro um concorrente do ate entao soberano jeep cj5 entao fabricado pela ford o projeto se chamou vemp veiculo militar prototipo a especificaçao militar pedia um veiculo todo terreno com traçao 4×4 com capacidade para rebocar 500 kg [caption id= attachment_293070 align= aligncenter width= 999 ] o vw vemp 1976[/caption] a vw desenvolveu um veiculo todo em chapa de aço dobrada e nao estampada e portanto de baixo investimento usando a base da kombi parte estrutural do assoalho do monobloco da kombi e seu eixo traseiro era monobloco em aço e como os kubelwagen tinha uma reduçao tipo portal nas rodas traseiras dois prototipos foram construidos somente um 4x2 e outro 4x4 um deles seria exposto pela vw no salao do automovel de 1976 enquanto tentava vender o carro para o exercito a vw procurava um parceiro para produzir os carros artesanalmente e entre eles estava a dacunha uma empresa de transportes ligada a vw por operar as cegonhas que levavam embora da fabrica os fuscas que a vw produzia aos milhares a vw nao consegue vender o seu jipe para os militares e desiste da historia mas a dacunha nao em 1978 aparecia o jeg virtualmente um vw vemp produzido independentemente [caption id= attachment_293094 align= aligncenter width= 999 ] o jeg 1978[/caption] versoes 4x2 e 4x4 foram produzidas e o sistema de traçao total inclusive vendido ao publico como uma conversao para kombi que compartilhava a base com o jeg em ambos a falta de diferencial traseiro blocante era solucionada como no gurgel; freio de estacionamento seletivo embora usasse reduçao/portal nas rodas traseiras a mudança da kombi para cubos normais e juntas homocineticas em 1978 fez alguns carros serem produzidos assim comparado a um gurgel o principal problema era o peso devido ao monobloco em aço derivado da kombi 934kg para os 4x2 1024kg para o 4x4 segundo aferiçao da revista 4 rodas o x12 pesava apenas 790kg com motor 1600 de apenas um carburador e 48cv sae o jeg nao chegava nem a 100km/h a ideia era realmente vender para uso militar exportaçoes para a alemanha e varios outros paises foram tentadas sem sucesso por isso ja em 1981 fechava as portas bugre safari fc15 natural do bairro do bonsucesso no rio de janeiro e criada por um entusiasta cearense chamado francisco cavalcanti a bugre e um dos fabricantes de buggy de praia mais criativos e duradouros de nossa historia o bugre original era uma copia dos meyers manx mas a empresa nao ficou so nisso o m150 era um desenho seu de grande sucesso no rio durante os anos 1980 era o sonho de todo moleque surfista entao subjetivamente um degrau acima dos buggy comuns em 1983 aparece o seu jipe o bugre safari outro desenho original era baseado num chassi tipo escada proprio mas usando mecanica vw refrigerada a ar de 1600cm3 e carburaçao dupla com 65 cv sae e freios a disco dianteiros era um carro extremamente curto com 3600mm praticamente meio metro a menos que o fusca e um generoso vao livre de 26 cm ao contrario dos outros bugre era vendido apenas com mecanica nova zero km completo nada de kit aqui durou ate o ano 2000 em produçao limitada gurgel carajas em 1984 gurgel tentava se modernizar sabendo que o futuro de seu fornecedor de motores estava nos motores refrigerados a agua para conseguir traçao traseira faz como a porsche com o 924 separa o motor do transeixo mantendo o motor na frente e o transeixo atras unidos por um tubo dentro do qual uma arvore suportada por mancais transmitia a potencia havia um problema como a embreagem ficava junto do motor e nao no transeixo entao como o alfa romeo alfetta a inercia da arvore de transmissao cobrava seu preço sobre os sincronizadores que se desgastavam rapidamente pelo menos a suspensao era independente nas quatro rodas e sem semieixo oscilante atras o chassi proprio em aço revestido de plastico plasteel e o freio de mao individual seletraction permaneciam como tradiçao da marca pesando 1230 kg e com capacidade de carga de 750 kg era um jipe grande confortavel e veloz para os padroes da marca usava o motor 1 8 litros ap do santana foi um grande sucesso naquela epoca em que o jeep cj5 ja nao era mais produzido engesa 4 a engesa era uma industria nacional de veiculos militares que floresceu durante os governos militares dos anos 1970 em 1983 compra a envemo conhecido fabricante de veiculos especiais civis encontra na empresa pronto o prototipo de um jipe militar de 750kg imediatamente e aproveitado pela engesa como caminhao leve militar com o nome ee 34 no salao do automovel de 1984 aparece a versao jipe civil o engesa 4 inicialmente ee 12 e um verdadeiro puro sangue do fora de estrada nascido para ser uma ferramenta um jeep moderno ainda hoje tem um desempenho em trilhas dificil de ser equiparado a carroceria era em chapa dobrada o chassi proprio contava com dois eixos rigidos de alta articulaçao por meio de engenhosa suspensao com longos braços posteriores e molas helicoidais que mantinha todos os componentes para dentro do entre eixos assim os angulos de ataque e saida eram excelentes o motor era o chevrolet de quatro cilindros do opala mas mesmo assim sem a vantagem do diesel nessa prova era capaz de andar debaixo de um metro d’agua [caption id= attachment_293081 align= aligncenter width= 999 ] o agrale marrua [/caption] foram fabricadas aproximadamente 1 500 unidades antes da empresa falir no inicio dos anos 90 mas foi revivido como veiculo militar pela agrale que o batizou de marrua ainda e vendido em pleno 2021 em versoes militares e civis agora com motores diesel pela agrale um classico brasileiro cbt javali a cbt companhia brasileira de tratores era uma empresa extremamente verticalizada que produzia tudo em casa fazia claro tratores e implementos mas com motores proprios mais que isso ate bombas injetoras e turbocompressores eram fabricados em casa em 1989 lança o javali o seu primeiro veiculo civil um jipe 4x4 como nao poderia deixar de ser exibia qualidades e defeitos bem caracteristicos de uma maquina agricola era extremamente barulhento e vibrador e espartano alem dos limites imaginaveis mas por outro lado era robusto simples e extremamente parrudo usava motores turbo diesel da marca de tres ou quatro cilindros chassi escada e dois eixos rigidos dana com suspensao por molas semi elipticas e carroceria de chapa dobrada um jipe bem tradicional mas um dos pouquissimos veiculos totalmente brasileiros de cabo a rabo e custava bem menos que um engesa ou um toyota durou ate 1993 a empresa falindo depois da abertura do mercado jpx montez ok o jpx nao e projetado aqui e o jipe auverland frances produzido sob licença no brasil mas nao podemos deixar de falar sobre ele esta estranha e fracassada tentativa de eike batista aquele sujeito estranho que todos conhecemos por sua montanha de dinheiro de origem dubia suas empresas com um x no nome e seus filhos com a luma de oliveira que humildemente nomeou com nomes de deuses nordicos com certeza de olho em contratos estatais que sempre foram seu ganha croissant trouxe em 1992 o jipe militar para o brasil produzindo o sob licença em sua empresa jpx em pouso alegre mg o carro era muito interessante porem se um pouco lerdo barulhento e propenso a superaquecimento de seus motores diesel peugeot durou ate 2001 tac stark quando apareceu em 2009 o jipe catarinense stark era um projeto bonito de ver suspensao independente por triangulos sobrepostos nos quatro cantos dois amortecedores/mola por roda e freios a disco o cambio era cinco marchas com reduzida o chassi era um spaceframe tubular onde sao montadas as peças de carroceria em plastico reforçado com fibra de vidro parecia um carro de corrida em corpo de jipe o motor era fiat/fpt turbodiesel com intercooler moderno e bem adequado em potencia e economia de combustivel pena que todas as tentativas de produzi lo em serie tenham falhado a empresa se mudou para sobral no ceara e depois sumiu e reapareceu algumas vezes sem nunca produzir nada hoje parece uma tentativa de levantar dinheiro estatal apenas como tantas outras nascida de uma iniciativa da industria catarinense bem real hoje e uma piada oferecem a fabricaçao de uma versao eletrica para prefeituras brasil afora tentando ver se cola o duro e que e capaz de encontrar algum parceiro nessa procura e usarem ela para sugar mais dinheiro do contribuinte a outra face da industria brasileira esta troller t4 rogerio farias de fortaleza no ceara era um produtor de buggys famoso pelo fyber dunas de 1981 um buggy anfibio rogerio porem sonhava mais alto o que o leva a criar uma marca genuinamente brasileira que ainda existe a troller o primeiro troller de 1995 podia ser uma copia do jeep wrangler em carroceria mas era original no resto motor vw ap 2 litros carroceria de fibra de vidro chassi tubular em aço e uma suspensao moderna com molas helicoidais e traçao total o carro aperfeiçoado em competiçao evoluiu sobremaneira e teve vida longa impulsionada primeiro pela sociedade com o empresario mario araripe em 1997 e depois com a compra da empresa pela ford em 2007 inumeras melhorias e mecanicas foram usadas no carro culminando em um moderno e potente 3 litros turbodiesel que e uma das criaçoes brasileiras de maior sucesso e um motivo de orgulho para todos nos a ford depois de comprar a empresa ajuda no projeto da segunda geraçao do t4 lançado em 2014 e ainda em produçao com mecanica de ranger e o know how do gigante americano e um produto moderno e de qualidade superior mesmo que nao sobreviva ainda ha esperança a fuga humilhante da ford de nosso parque industrial uma historia de sucesso que mostra que nao e impossivel criar coisas nossas
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