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Carros antigos sem licenciamento há mais de 10 anos terão baixa automática a partir de 28 de março
Você talvez lembre da resolução 661 do Contran, publicada em 2017. Não pelo número e data, mas pelo seu conteúdo: ela dava cinco anos de prazo para a regularização de veículos com 25 anos ou mais e que estivessem com documentos vencidos há mais de 10 anos. Como foi publicada em 28 de março de 2017, o prazo determinado pela resolução se encerra agora, no próximo dia 28 de março de 2022. E embora isso resolva um grande problema para prefeituras e estados que têm pátios lotados de carros cujos débitos superam o valor do veículo, a mudança também traz problemas para os antigomobilistas.
O problema principal é o seguinte: quando você compra um carro antigo para restaurar, é impossível fazer a transferência devido à vistoria obrigatória — à qual o carro só pode ser submetido se estiver em condições de rodagem. No caso dos carros com menos de 25 anos ou com menos de 10 anos de atraso de documentos isso não é um problema tão sério. Mas no caso dos carros antigos que estão sendo recuperados de décadas de abandono — especialmente os que ainda têm a placa amarela — eles podem ser simplesmente sucateados durante o processo de restauração, que nunca é rápido como parece nos programas de TV.
Com a baixa definitiva, eles não poderão ser mais licenciados, e aí tudo o que restará a eles será a eternidade sobre cavaletes — ou o apelo a métodos questionáveis de regularização, o que deturpa a história dos automóveis.
A última chance que os proprietários destes veículos têm de fazer a regularização será a partir do dia 28 de maio. Eles serão notificados por edital na imprensa oficial e em jornais de grande circulação e terão mais 30 dias para regularizar. Após esse prazo, 28 de maio, o veículo será incluído no cadastro “Frota Desativada” e não poderá mais ser regularizado.
Aqui mais importante: todos os veículos com placas amarelas (ou mais antigas, se é que ainda restou algum) estarão na “Frota Desativada” caso não sejam regularizados. E este é o principal problema da resolução. Ela não prevê um dispositivo para que estes carros, caso sejam encontrados ou desembaraçados judicialmente (por questões de inventário e afins), possam ser recuperados. A partir de 28 de maio, todos os carros com placas amarelas serão irrecuperáveis.
A questão, contudo, está em consulta pública no portal GOV.BR. O texto da resolução foi publicado e os cidadãos podem se manifestar a respeito dos artigos da resolução — e sobre a própria resolução — trazendo estas questões dos carros antigos e das restaurações, seja propondo alterações ou simplesmente informando o Ministério da Infraestrutura sobre os empecilhos de restauração e a questão do antigomobilismo e recuperação dos carros em si. A consulta pública está aberta até o dia 16/03 e qualquer cidadão com cadastro no portal GOV.BR pode se manifestar. (Leo Contesini)
BMW compra a Alpina
Burkard Bovensiepen estava destinado a ser uma pessoa de gosto refinado desde nascença. Neto da baronesa Elisabeth Emma von der Goltz e o Professor Advogado Rudolf Bovespien, era herdeiro de uma fábrica de máquinas de escrever que eram vendidas com a marca “Alpina”.
O jovem Burkard gostava de boa música e bons vinhos; e gostava também de velocidade: competia primeiro com um BMW 700 cupê que preparou ele mesmo, com algum sucesso. Depois, para subir de categoria, comprou um Fiat 1500 com preparação italiana (provavelmente Siata), e começou a usá-lo regularmente. Como em toda competição amadora nesses tempos mais simples, finda a corrida o piloto apontava o carro para fora do autódromo, e ia embora para casa. Nada de reboques e trailers em 1960; o carro de corrida era também o carro de uso normal.
Pois bem, voltando para casa um domingo pela Autobahn, mantendo velocidades próximas à final do carro, Bovensiepen toma um bom susto: o virabrequim do Fiat quebra e trava o motor. Por sorte ele consegue manter o controle e evitar um acidente, mas o motor é completamente perdido. Avaliando o estrago, parecia claro para nosso amigo engenheiro que nada tinha sido feito na parte de baixo do motor para que ele aguentasse o maior esforço e a maior potência. E adivinha se o preparador italiano trocou o motor em garantia… Claro que não!
E foi ali, parado com o carro quebrado na beira da estrada, que a Alpina que conhecemos hoje, a preparadora de BMW, apareceu na cabeça do fundador. Logo, estava vendendo kits profissionais, projetados por engenheiros alemães, para o novo BMW 1500 “Neue Klasse”, a partir de uma pequena oficina montada na fábrica de máquinas de escrever do pai.
Hoje, não existem mais máquinas de escrever Alpina, mas os carros sim, cada vez mais bem feitos e com participação cada vez maior da engenharia da BMW. Não apenas um herdeiro gastador, Burkard elevou o que recebeu: além dos automóveis sofisticados, a Alpina wein é ainda um dos maiores distribuidores de vinhos especiais para os restaurantes alemães.
Mas a história da família com a empresa que fundou está chegando ao fim. Ontem, dia 10 de março, foi anunciado que, assim como a Mercedes-Benz comprou a AMG, agora é a vez da Alpina passar a fazer parte da BMW. Não é algo inesperado: a cada ano a relação ficava mais próxima, e a compra é o resultado natural disso.
As empresas ainda não estão divulgando nenhum detalhe financeiro sobre o negócio. O acordo ainda precisa receber aprovação antitruste para ser aprovado. Como parte deste acordo, a Alpina continuará construindo versões modificadas dos produtos BMW até o final de 2025. Não se sabe o que acontecerá com a Alpina após essa data, mas não existirão mais veículos produzidos em suas instalações de Buchloe, Baviera, local onde antes se faziam máquinas de escrever. A BMW diz que oferecerá às pessoas que perderem seus empregos uma posição na própria BMW, fornecedores ou parceiros de desenvolvimento. O que não parece ser um bom sinal.
No anúncio da aquisição pela BMW, ela observa que o aumento da regulamentação de emissões e sistemas de segurança do motorista dificultam cada vez mais a operação de uma empresa de pequena produção como a Alpina. Essa fusão permite que a marca permaneça no mercado, agora dentro da BMW. O nome Alpina parece garantido.
De cupês de corrida nos anos 1970 aos série 3 com motor de série 7 dos anos 1980, do moderno SUV XB7, até o kit original de carburadores e virabrequim para o BMW 1500 que aparece em seu brasão, a Alpina sempre fez carros simplesmente sensacionais. Pelo menos, não vai morrer completamente; se a BMW souber gerenciar a marca, pode até crescer. Afinal de contas, o mercado para carros especiais e caros só aumenta: 2021 foi o melhor ano da história da marca, com mais de 2000 carros vendidos. (MAO)
Wiesmann volta com um interessante roadster
Wiesmann: uma pequena empresa de carros esporte alemã, fundada em 1988 pelos irmãos Martin Wiesmann (o engenheiro) e Friedhelm Wiesmann (o businessman), que criou um interessante roadster e cupê retrô de ares jaguarzísticos, mas com mecânica BMW. Tinha acabado em 2014, mas parece que, feito um zumbi roadster agora eletrificado, está de volta.
A empresa acaba de revelar algumas imagens teaser desse veículo, epicamente chamado de Project Thunderball. Segundo a marca, é um “carro esportivo adequado à era moderna”. Leia-se elétrico. O que, aqui, não é uma má ideia: parece bem interessante. Nenhum detalhe técnico foi revelado, porém.
Mas não é só ele que será lançado: o segundo projeto, chamado “Gecko” (salamandra lagarto calango lagartixa, a marca da empresa), é mais em linha com sua tradição, e será movido pelo motor V8 de dois turbos da BMW. Sabemos um pouco sobre o Gecko, também, mas de qualquer forma, a volta de mais um fabricante especializado em carros esporte é para se celebrar. (MAO)
Empresa americana oferece um Bronco 6×6
Os EUA, como se sabe, é o único país do mundo que, preparado por décadas de cinema-catástrofe, está prontinho para sobreviver a qualquer tipo de hecatombe. Seja o apocalipse Zumbi, sejam terremotos ou tsunamis, todo mundo naquele país parece pronto, com seus bunkers subterrâneos, seus planos de fuga e, é claro, seus veículos de fuga. Eles tem até um termo para isso: “Bug-out”, se mandar, cair fora, fui.
Estou exagerando? Vejam aqui a prova disso: o veículo que vocês podem ver nas fotos é o “Apocalypse Dark Horse Ford Bronco 6X6”. Uma empresa sediada em Fort Lauderdale, Florida, a Apocalypse Manufacturing é uma empresa especializada em…bem, não há outra forma de dizer isso: em modificar veículos para que fiquem prontos para o apocalipse. Pausa para colocar a cara entre as mãos.
Mas enfim, o que é este Derk Horse? Simplesmente um novo Ford Bronco convertido em um veículo totalmente funcional com tração nas seis rodas. A suspensão modificada sobe o carro em 4 polegadas, e a potência do V6 twin-turbo sobe para 400 cv. Atrás, uma caçamba estendida para abrigar mais um eixo. O preço? A bagatela de U$399,000, nos EUA, claro.
O treco todo é bem legal, não há como negar. E afinal de contas, se temos que enfrentar o fim da civilização, que seja em grande estilo! (MAO)
Hot Wheels inspira coleção de guitarras Fender
Duas das três coisas que mais me interessam na vida são os carros e as guitarras. Duas paixões desde garoto, que me acompanharam nos últimos 38 anos. E sempre que alguma coisa combina esses dois temas, ela tem minha atenção. Agora o pessoal da Mattel, fabricante dos Hot Wheels, anunciou uma parceria com a Fender Musical Instrument Corporation, fabricante da Stratocaster, uma das guitarras mais icônicas da história da música, para criar 16 modelos exclusivos em sua custom shop.
Como os GM e Ford dos anos 1950 influenciaram as guitarras Fender
A Fender sempre teve uma relação muito próxima com os carros — tanto nos nomes dos modelos de suas guitarras, como a Mustang, a Jaguar, a Marauder e a Coronado — quanto em sua paleta de cores, que usava as cores da indústria automobilística por uma questão prática.
Agora, as 16 guitarras serão feitas com inspiração na cultura automobilística, a partir de elementos desenvolvidos pelo pessoal da Hot Wheels com os mesmos tipos de elementos que inspiram as miniaturas mais viciantes dos supermercados — como as racing sripes, pin stripes e elementos hot rodders.
Por serem modelos one-off (ou seja: somente um exemplar de cada), elas não serão baratas — guitarras Fender nunca são baratas… — e custarão entre US$ 10.500 e US$ 16.500. Cada uma será feita por um dos construtores-mestre da custom shop da Fender e seus cinco aprendizes, e elas irão reproduzir modelos reais da hot wheels com extrema fidelidade. (Leo Contesini)
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