a forma escultural da carroceria do automovel esta em constante mutaçao; mas existem certos carros que transcendem sua epoca para se firmarem na historia como grandes influencias imortais para qualquer um que pretenda desenhar um carro uma dessas raras ocasioes e o carro art deco desta semana o bugatti tipo 57sc atlantic a obra maestra de gianoberto maria carlo jean bugatti o filho do fundador ettore jean bugatti era um genio da forma e tecnica tao grande quanto seu pai; um dos raros casos onde o raio cai duas vezes exatamente no mesmo lugar https //flatout com br/bugatti a tragedia do filho perfeito/ o carro e absurdamente atraente ate hoje 86 anos depois que viu a luz do dia pela primeira vez e tambem uma liçao de desenho industrial bem feito mas uma caracteristica ainda salta aos olhos a flange rebitada que junta as duas metades da carroceria bem no meio do carro e um detalhe que desde o seu aparecimento mesmerizou todos obviamente funcional apenas com rebites aparentes nao devia parecer bonito ou ser imitado; a sabedoria convencional diz que coisas assim deviam ser viradas para dentro do carro onde podem ser escondidas por acabamentos mas subvertendo a ordem normal jean criou esta divisao como um detalhe visual irresistivel proposital steampunk que divide o carro inclusive a janela traseira visualmente bem pelo meio e simplesmente genial bill mitchell o poderosissimo e influente lider do design da gm quando o design da gm liderava o mundo nos anos 1950 e 1960 era apaixonado por este carro tanto que quando preparou a segunda geraçao do corvette um carro onde ele pretendia alcançar a imortalidade o primeiro corvette era de seu antecessor harley earl tascou uma espinha dorsal divisoria por todo carro inclusive dividindo a janela traseira pelo meio assim nascia outro classico o corvette stingray split window corrente apenas por um ano 1963 isso pela tal janela gerar furia na engenharia da companhia especialmente em zora arkus duntov que achava um absurdo esse impedimento a visibilidade para fora do carro por isso em 1964 a janela dividida desaparecia [caption id= attachment_329181 align= aligncenter width= 999 ] o chrysler atlantic 1995[/caption] de la para ca a influencia do carro sempre esteve presente em 1995 a chrysler criou um carro conceito modernizando o bugatti por exemplo o chrysler atlantic inclusive com um oito em linha dohc criado a partir de dois blocos de motor do econobox neon mas todo carro que tem a metade dividida por uma linha continua como pro exemplo a maioria dos chevrolet ate pouco tempo atras deve um pouco a este bugatti de 1936 mas nao era somente isso era algo tao incrivel mecanicamente tambem que hoje e considerado o primeiro supercarro entao vamos começar a historia de hoje por aqui; explicando primeiro o que e um tipo 57 sc o bugatti de jean no inicio dos anos 1930 ettore estava passando mais tempo em paris cuidando de outros interesses e a fabrica de molsheim ficava praticamente liderada por seu filho jean nao completamente claro o tipo 57 era para ter suspensao dianteira independente mas ettore ao ver o prototipo vetou a ideia na hora o carro teria mais uma iteraçao do famoso eixo rigido dianteiro bugatti um forjado oco criado a partir de um tubo de aço que tinha uma passagem quadrada para o feixe de molas bem pelo seu centro [caption id= attachment_329189 align= aligncenter width= 999 ] um type 57 normal carroceria ventoux[/caption] mas tirando esses pitacos o tipo 57 e todinho de jean; ele decidiu cada detalhe do carro era tambem totalmente novo com nada aproveitado de um bugatti anterior alem do conceito basico e esquema mecanico o tipo 57 foi o carro de produçao de maior sucesso da bugatti com cerca de 750 carros produzidos de 1934 ate a guerra era um carro de rua em primeiro lugar; um carro de corrida o tipo 59 depois derivaria dele o contrario do normal na companhia onde antes se faziam normalmente carros de corrida e deles se derivavam os de rua [caption id= attachment_329170 align= aligncenter width= 999 ] o motor do tipo 57sc[/caption] era um oito em linha dohc com o desenho do cabeçote influenciado pelos miller 91 de corrida por sua vez influenciados pelos peugeot de corrida pioneiros no dohc e com os comandos acionados por engrenagens na parte de tras o motor de seis mancais media 72 x 100 mm para um total de 3257 cm³ e dava algo em torno de 135 cv numa epoca em que o famoso ford v8 de 1932 mal chegava a 80 cv a caixa de cambio manual era seca sem sincronizador de quatro marchas o resto do carro era o normal em bugatti dois eixos rigidos com feixes de molas semi elipticas e amortecedores de fricçao e freios a tambor enormes acionados mecanicamente hidraulicos depois de 1938 nas quatro rodas o basico da epoca mas executado com o cuidado e qualidade inigualaveis da bugatti o entre eixos era de 3302 mm e o carro completo pesava em torno de 950 kg dependendo claro da carroceria em 1935 aparecia o 57s surbaisse rebaixado com suspensao bem mais baixa e um motor com carter seco para ficar tambem mais baixo no carro com este motor regulado para mais potencia e mais taxa dava 175 cv o tipo 57c ja existia entao com um compressor tipo rootes e 200 cv; quando se juntava o chassi surbaisse com o motor sobrealimentado era um tipo 57sc o 57sc original e rarissimo; mesmo o 57s e reputado por existir em apenas 42 unidades mas a maioria dos donos do chassi esportivo voltaram a molsheim para ter um compressor instalado em seus carros; no fim eram a maioria o desempenho do tipo 57sc beirava o inacreditavel em 1937 mesmo depois da segunda guerra e ate o inicio dos anos 1960 muito pouca coisa podia acompanhar um carro dessses; como eram dificeis de lidar e baratos entao criaram uma montanha de aficionados que se juntaram em clubes para mante los divulgando ainda mais a lenda da bugatti um bom tipo 57sc e reputado por poder fazer o 0 100 km/h na casa dos 8 segundos dependendo da destreza do piloto com o cambio e manter 200 km/h em estrada sem problema algum na epoca era uma experiencia simplesmente sem par e tambem o ultimo carro de rua produzido pela firma; ha o tipo 101 do pos guerra mas este nao era nada alem de um tipo 57 ligeiramente melhorado e produzido em menos de 10 unidades o atlantic jean bugatti desde cedo mostrou uma habilidade para o desenho de carrocerias que superava a de seu pai que sempre brilhou mesmo no chassi ja desde o aparecimento do tipo 57 existiam uma serie de carrocerias de fabrica sensacionais desenhadas por jean o cupe formal ventoux em 2 ou 4 lugares o seda de quatro portas galibier o conversivel cupe stelvio existia tambem o incrivel e belissimo cupe dois lugares atalante que ficava especialmente bonito com o chassi mais baixo do 57s [caption id= attachment_329187 align= aligncenter width= 999 ] o type 57s atalante repare como o 57s era baixo [/caption] mas nada nos prepararia para o que veio em seguida originalmente o prototipo de 1935 se chamava aerolithe; uma tentativa de dar mais aerodinamica ao tipo 57 uma ciencia ainda na infancia mas que ganharia impulso durante os anos 1930 diferente do atlantic definitivo era criado no chassi mais alto do 57 normal nao s [caption id= attachment_329185 align= aligncenter width= 999 ] o prototipo de 1935[/caption] ao contrario do atalante que parecia um conversivel com teto rigido no novo atlantic a cabine era parte integrante do resto do carro com a linha de teto baixando la atras em uma curva bem delicada o prototipo aerolithe tinha a carroceria em liga de magnesio elektron no interesse de peso reduzido; o carro final e em aluminio [caption id= attachment_329186 align= aligncenter width= 800 ] o prototipo aerolithe[/caption] a famosa espinha dorsal rebitada e reputada como algo pragmatico soldar elektron ou aluminio era uma tecnica complicada e a ideia era que usando rebites as duas metades pudessem se juntar de uma forma mais facil mas o criar algo visualmente agradavel para isso a funcionalidade ficou transcendida pela novidade agradavel as portas tambem eram um capitulo a parte; se moldavam a curvatura da carroceria e por isso tinham um formato extremamente original a integraçao dos farois aos para lamas e do porta malas ao desenho da carroceria eram arautos de um futuro que so aconteceria depois da guerra a morte prematura de seu criador porem fez do atlantic algo unico aparentemente o ultimo impulso realmente criativo da empresa depois da morte de jean nada mais se alinhou para a utopia de ettore bugatti uma guerra um pos guerra complicado sua morte e o fim da empresa e o que se seguiu [gallery ids= 329175 329169 329163 ] o desenho nao foi esquecido porem; sua influencia pode ser vista ate hoje por ai incrivel para um carro que se contarmos o prototipo foi fabricado em apenas seis unidades um dos motivos de nao ter caido no esquecimento aconteceu por força de outro desenhista lendario franco scaglione isso porque em 1951 a alfa romeo a bertone onde trabalhava scaglione e encomendou tres veiculos conceito para pesquisar os efeitos do arrasto em um veiculo [caption id= attachment_329188 align= aligncenter width= 999 ] os tres carros bat originais da esquerda bat 5 bat 7 bat 9[/caption] a ideia era criar veiculos com o menor coeficiente de arrasto possivel todos os carros apresentavam grandes para choques traseiros e aletas curvas eles foram construidos sobre o chassi alfa romeo 1900 a base do nosso fnm jk cada um dos tres carros foi apresentado no salao do automovel de turim em 1953 1954 e 1955 respectivamente com o nome b a t berlinetta aerodinamica tecnica ao ser perguntado onde se inspirou scaglione prontamente lembrou algo que ja era obvio para todos um obscuro bugatti da decada de 1930 se a importancia de algo for medida pela imitaçao que provocou um carro importante de verdade
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