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BMW M poderá ter modelos híbridos e autônomos no futuro

No final dos anos 1960 a BMW praticamente inventou o “driver’s car” — aquele tipo de carro para quem gosta de dirigir —  ao lançar a Neue Klasse, um carro que apesar de não ter a menor pretensão esportiva (ao menos não até o 2002 Turbo), tinha qualidades dinâmicas suficientes para conquistar quem queria algo mais no caminho entre os pontos A e B.

Essa filosofia guiou praticamente todos os modelos posteriores da BMW, que resultou em uma forte associação da marca ao prazer de dirigir. Não é para menos: são carros que mantiveram o motor longitudinal quase inteiro atrás do eixo dianteiro, tração traseira e, sempre que possível, câmbio manual com pedal de embreagem.

Então chegamos ao futuro em que a BMW descobriu que a maioria de seus clientes não fazia ideia de que seus carros tinham tração traseira. Foi o prenúncio de uma linha de modelos com tração dianteira e motores transversais, quebrando uma tradição de mais de 50 anos. Depois eles transformaram o M3 em um sedã de quatro portas e o antigo M3 — o cupê esportivo mais icônico da Europa — foi rebatizado com um estranho M4. Para piorar a história, apesar de ser mais rápido, mais ágil, mais tudo que seu antecessor, o M4 foi privado de seus apelos emocionais. Nenhum ronco de seis-em-linha aspirado, nada de V8 girador. Não restou nem mesmo o nome, que aguça os instintos mais primitivos dos fãs de um bom esportivo europeu.

E embora a divisão M ainda fosse o último bastião destas tradições da BMW, a notícia mais recente sobre seu futuro mostra que as coisas poderão mudar radicalmente em Munique.

Em entrevista concedida ao site australiano CarAdvice, um dos membros do conselho da BMW, Ian Robertson, disse que a marca pode desenvolver veículos elétricos e autônomos à divisão esportiva. Sim: uma divisão cujo slogan é “The Ultimate Driving Pleasure” (algo como “o prazer de dirigir definitivo”) poderá lançar um carro com tecnologia autônoma no futuro.

“Acho que as duas coisas podem caminhar juntas. Atualmente tenho um Série 7, que é semi-autônomo. Nos primeiros 25 km passei por um trecho sem limites da autobahn. Dirigi acima dos 250 km/h, e me diverti de manhã e à noite. Mas os últimos 10 km sempre têm trânsito intenso. Coloquei no modo semi-autônomo e não preciso usar mais os pés, posso tirar as mãos do volante e até desviar o olhar do trânsito brevemente. Para mim isso é a combinação do mundo autônomo com o puro prazer de dirigir, porque nem tudo desse prazer em um ambiente urbano é tão divertido”.

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Mesmo assim, Robertson garantiu que, mesmo se a BMW lançar modelos M semi-autônomos, a divisão irá manter sua filosofia focada no prazer de dirigir.

Já quando aos modelos híbridos, o caminho parece inevitável no futuro, como já mostraram Ferrari, McLaren e Porsche, e a própria BMW com o i8. Aliás, com um 1.5 turbo central-traseiro auxiliado por motores elétricos para produzir 362 cv, uma versão com um pouco mais de potência do i8 (um i8M?) não seria uma má ideia, não é mesmo?

A BMW está planejando a nova geração dos modelos i3 e i8 para 2021. Se a divisão M realmente adotar motores elétricos e tecnologias semi-autônomas, isso deverá acontecer somente depois dessa renovação. O que você acha desse possível futuro da BMW M?