FlatOut!
Image default
Car Culture

Can’t Drive 55: a bela coleção de carros de Sammy Hagar

Chega a ser injustiça chamar a Sammy Hagar de “ex-Van Halen”, apenas. O cara tem 72 anos e parece ter no máximo 50, está com a voz praticamente intacta e, apesar da tarefa difícil de substituir o hiperativo David Lee Roth nos vocais de uma das maiores bandas de rock do planeta, conseguiu conquistar sua própria base de fãs e emplacar clássicos como “I Can’t Stop Loving You” e “Why Can’t This Be Love?”.

Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicoshistórias de carros e pilotosavaliações e muito mais!

 

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.

Ele também tem em “I Can’t Drive 55”, hit solo de 1984 (coincidentemente, o mesmo ano no qual foi lançado o álbum 1984 do Van Halen) uma canção favorita entre os entusiastas. A música falava sobre seu descontentamento com o limite de velocidade de 55 mph (89 km/h) que estava em vigor nos Estados Unidos na época. De volta de uma viagem à África, Hagar foi pego de surpresa com uma multa por trafegar a 100 km/h em uma rodovia duplicada, com quatro faixas, à noite. Momentos depois, enquanto o policial estava preenchendo a multa, Hagar já tinha a letra toda na cabeça. A música toda foi composta no mesmo dia.

Por esta história você já deve ter sacado que Sammy Hagar é um entusiasta. E, de fato, sua coleção de carros é bem variada e cheia de modelos extremamente desejáveis – de várias épocas, fabricantes e segmentos diferentes. E ele também curte mostrá-los e falar sobre eles sempre que pode, em vez de deixá-los reclusos em um galpão climatizado. Não é questão de ser exibido, mas de compartilhar a alegria de ter vários automóveis bacanas à sua disposição – como veremos a seguir.

 

BB 512i e outras Ferrari

Nada mais justo que começar falando do carro que aparece no clipe de “I Can’t Drive 55” – uma Ferrari BB 512i preta (fugindo do Rosso Corsa costumeiro), fabricada em 1982 – pouco antes de a 512 evoluir e se transformar na Testarossa. O motor é um V12 de 180° (não é um boxer de verdade, mas um flat-12) de 4,9 litros com injeção eletrônica, 340 cv e câmbio manual com grelha. Graças a ele, a Berlinetta Boxer era capaz de chegar aos 257 km/h – definitivamente não era o melhor carro para andar a 89 km/h como a lei mandava.

Dizem que a Ferrari 512i foi o primeiro carro que Sammy Hagar comprou zero-quilômetro depois de ficar famoso, e ela está guardada até hoje em sua coleção. E o rockstar sempre sai com ela para dar uma volta e participar de eventos. Tanto que o carro já rodou mais de 60.000 milhas (quase 100.000 km, o que é bastante para uma Ferrari) e Hagar orgulha-se de dizer que jamais vai restaurá-la – para ele, Enzo Ferrari ficaria orgulhoso se visse os bancos e pedais desgastados.

Sammy Hagar também comprou uma Ferrari 400i preta – o “sedã” que a Ferrari vendeu nas décadas de 1970 e 1980 – zero-quilômetro. Ele diz ser um fã das Ferrari de quatro lugares, e também possui uma 456 GT e uma 599 GTB Fiorano.

É claro que, considerando tudo, Hagar admira a Ferrari no geral – e prova disso é quem além dos gran turismo, ele também foi um dos que compraram a LaFerrari na época do lançamento. E, você sabe, a Ferrari só vendeu o carro novo para clientes especiais com alta fidelidade à marca.

 

Fast Fords

Sammy Hagar não tem apenas um Ford Mustang – ele já teve vários. Um exemplar mais antigo foi seu Shelby GT500 1967 vermelho que foi vendido pela Barrett Jackson em 2017. Hagar foi dono do carro entre 1986 e 2006 e, ao longo desse período, manteve o pony car muito bem, com uma restauração completa que deu a ele a pintura vermelha com faixas pretas, combinando com seu apelido “The Red Rocker” (originalmente o carro era azul) e a instalação de diversos componentes Ford Racing no motor V8 427. O câmbio é manual de quatro marchas com diferencial Detroit Locker Dana 44.

O GT500 1967 não foi o único Mustang clássico vermelho que Sammy Hagar teve. Em 2007 ele encomendou à preparadora Gateway Classic Mustang um restomod ao estilo pro-touring – coincidentemente, também é um exemplar 1967.

Mas as modificações foram mais extensas, incluindo para-choques integrados à carroceria (que, aliás, foi a primeira carroceria feita pela Dynacorn sob licença da Ford a ganhar as ruas), rodas maiores (17 polegadas na frente e 18 polegadas atrás), um spoiler de fibra de carbono na tampa traseira, suspensão independente nas quatro rodas. O motor é um V8 de 427 pol³ montado pela Roush.

 

Sammy Hagar também teve um Shelby GT500 2007 – um exemplar branco com faixas azuis e um V8 de 5,4 litros com supercharger debaixo do capô. Este era todo stock, e dispunha de 507 cv e 66,4 kgfm de torque moderados por uma transmissão manual de seis marchas.

Um carro da mesma época que habita a garagem de Sammy Hagar na Califórnia é seu Ford GT 2005 – um dos dez primeiros exemplares, também branco com as faixas azuis. À Motor Trend, ele disse que o Ford GT o carro original de fábrica mais rápido que ele já dirigiu.

“Ele vai de zero a 270 km/h em 14 segundos, é inacreditável. E na verdade eu acho que ele é potente demais, porque é fácil perdê-lo nas curvas. A dinâmica é fantástica, mas se você tiver o pé pesado demais, vai gastar muitos pneus. Porque ele gosta de queimar borracha!”

 

Chevrolet El Camino

No fim de 2019, Hagar anunciou em seu site que estava vendendo um Chevrolet El Camino – um exemplar preto de 1970 com motor 454 (7,4 litros!) com 450 cv e câmbio automático de três marchas. Uma picape monobloco tipicamente americana, o carro foi todo restaurado por Sammy Hagar e participou de um ensaio promocional do cantor – que o dirigia regularmente.

O carro foi vendido junto com a guitarra que Hagar usou no ensaio e uma foto autografada, e as chaves foram entregues pessoalmente ao comprador na Califórnia.

 

Jaguar E-Type

Embora seja fã das Ferrari e admirador dos carros americanos, Sammy Hagar também tem uma quedinha por esportivos britânicos. Em sua garagem atual ele guarda dois ícones de diferentes eras.

O mais antigo é um Jaguar E-Type (chamado XKE nos Estados Unidos) que ele comprou na década de 1980. Reza a lenda que ele e Eddie Van Halen estavam indo para um estúdio de gravação na Ferrari do guitarrista quando passaram em frente a uma loja de carros. Hagar quis entrar para olhar os carros e acabou comprando o Jag por impulso, guardando-o consigo até hoje.

 

The one that got away

Entre os carros alemães, Hagar prefere as BMW – sua esposa utiliza um Mercedes-Benz G550 no dia-a-dia, mas Sammy Hagar já se descreveu como “não exatamente um fã da Mercedes”. Por outro lado, entre os BMW ele teve dois carros interessantíssimos: um BMW Alpina Roadster, de chassi nº 444.

Para ele, o carro foi um dos melhores que ele já teve – e o ex-vocalista do Van Halen se diz arrependido de tê-lo vendido. O Alpina Roadster era a versão da tradicional preparadora para o BMW Z8, o “super roadster” da fabricante, que era equipado com um V8 de 4,8 litros e 380 cv.

Lançado em 2003, ele foi o canto do cisne do BMW Z8, e era equipado com rodas de 20 polegadas, câmbio automático de cinco marchas da ZF (o original era manual de seis marchas) e plaqueta  numerada no interior.