ha quase quinze anos tive meu primeiro contato com um cambio cvt quando dirigi um honda fit pela primeira vez como todo motorista acostumado aos automaticos da epoca estranhei duas coisas a facilidade em ganhar velocidade e o fato de isso acontecer em uma rotaçao fixa do motor nao gostei e mantive minha opiniao quando viajei com um sentra dois anos depois mesmo impressionado com o consumo rodoviario do carro alem dos 16 km/l com o carro cheio eu nao me importaria em trocar 2 km/l pela sensaçao do motor enchendo nas aceleraçoes [gt40 content search= cvt widget= 1 ] o comportamento tedioso dos cambios cvt sempre foi o principal alvo das criticas dos entusiastas e do publico em geral alem de nao ter marchas o negocio parece um barco acelerando eu gosto de barcos mas prefiro quando eles estao na agua foi por isso tambem que nunca pensei em trocar meu velho classe a por um b200 turbo da geraçao seguinte de que adianta ter quase 200 cv em um hatchback familiar se voce nao tem marchas [youtube id= x3upbkxmrto width= 620 height= 350 ] williams fw15c nem com um motor de f1 o cvt soa bem essa mentalidade entusiasta em relaçao ao cvt e particularmente curiosa porque a transmissao continuamente variavel tende a ser mais eficiente se voce quer ganhar velocidade e tem um motor adequado para isso na avaliaçao do sentra sv em 2015 elogiei o comportamento do cambio na estrada dizendo que ele tinha uma programaçao esperta capaz de responder rapidamente com uma relaçao adequada as intençoes do seu pe direito e que em qualquer velocidade o ponteiro salta para 4 000 rpm quase instantaneamente e o motor libera boa parte dos seus 20 mkgf de torque para empurrar os 1 322 kg do seda decididamente o problema era como o impeto do motor chega as rodas com o cambio cvt tudo e muito suave e progressivo — e nao apenas no sentra mas em qualquer carro com esse cambio piora se o motor tiver menos torque e potencia como o march cvt ou o fit de primeira geraçao as coisas começaram a mudar para o cvt no final da decada passada quando os fabricantes descobriram que a maior vantagem de ter uma transmissao continuamente variavel tambem era o principal motivo pelo qual as pessoas nao gostavam muito deles a falta de conexao entre o som do motor e o ganho de velocidade alem da sensaçao de que o cambio nao decide o que quer fazer quando voce alivia e retoma a carga do acelerador so que a razao pela qual o cvt mantem a velocidade do motor e varia a relaçao do cambio e parece bobo quando voce alivia e retoma a aceleraçao e a eficiencia nao apenas quanto ao consumo mas tambem quanto a utilizaçao da força do motor se voce quer ganhar velocidade o cvt mantem o motor no ponto ideal entre torque e potencia maximos se voce quer economizar ele mantem a velocidade do motor na faixa em que ele precisa de menos combustivel para manter o movimento do carro para eliminar estes pontos de critica dos consumidores as fabricantes precisariam piorar o cambio cvt ao menos do ponto de vista tecnico sobre a eficiencia felizmente a eletronica ajudou os engenheiros a encontrar uma soluçao muito melhor o cambio cvt e o tipo de transmissao mais simples usado atualmente ele e composto basicamente por duas polias conicas — ou seja a sulco da polia tecnicamente chamado gola ou garganta tem a forma de um cone elas sao ligadas por uma corrente ou correia em um arranjo parecido com o de uma bicicleta com marchas as polias do cvt sao variaveis — o que significa que elas podem variar o diametro do sulco isso permite que elas assumam uma infinidade de relaçoes entre si por essa razao ele vem sendo cada vez mais adotado nos modelos mais populares nao em preço mas em volume de vendas voce pode usar um cambio com diferentes programaçoes para diversos carros sem a necessidade de usar engrenagens diferentes — o que permite a economia de escala por exemplo quando voce tem um cambio automatico convencional precisa monta lo com relaçoes adequadas a finalidade do carro e a curva de torque e potencia do motor em um suv ele tera um conjunto de engrenagens diferentes do conjunto usado em um seda ou em um esportivo no cvt basta programa lo para assumir as relaçoes ideais para a curva de torque e potencia e aqui finalmente chegamos a soluçao dos engenheiros para a aceleraçao de barco do cvt a programaçao da ecu do cambio tambem permite que se crie um mapa com relaçoes fixas como um cambio automatico convencional e possivel portanto criar um modo com simulaçao de marchas em um cambio com simulaçao de seis marchas por exemplo a ecu e programada com seis relaçoes fixas que sao selecionadas manualmente ou de acordo com a sequencia da programaçao a programaçao preve que a relaçao seja mantida ao longo de uma faixa de rotaçoes sendo substituida pela relaçao marcha simulada seguinte no limite de rotaçoes — ou pela relaçao anterior no caso de desaceleraçao foi assim que os cambios cvt evoluiram e se tornaram bem mais interessantes para o publico geral — e ate para os entusiastas quando avaliei o civic touring gostei de ter um modo economico para encarar o entediante rodoanel a 100 km/h e depois ter sete marchas para escolher manualmente na hora de contornar as curvas daquela estradinha sinuosa onde gosto de avaliar os carros como nao ha uma troca de marcha acontecendo de verdade a mudança de relaçao e rapida o bastante para divertir ate mesmo o subaru wrx adotou um cambio cvt nesta atual geraçao com um modo convencional para economizar combustivel no transito e simulaçao de oito marchas para gastar naquela estradinha que so voce conhece a gasolina que voce economizou obviamente esta nao e uma ode ao cvt ele ainda tem pontos fracos que precisam ser resolvidos o principal e que por usar corrente ou correia ele tem maior perda mecanica que os cambios tradicionais com engrenagens ele tambem nao consegue ser eficiente nas relaçoes muito baixas ou muito altas o que afeta o consumo de combustivel nas velocidades mais baixas e a agilidade para sair da imobilidade ha ainda uma limitaçao inerente ao seu conceito por usar polias e correias/correntes ele nao suporta muito torque sendo limitado a motores de deslocamento baixo normalmente de dois litros ou menos e nao muito mais que 35 kgfm — caso do subaru wrx suvs medios e grandes tambem nao se dao muito bem com os cvt se forem muito pesados ou transportarem carga com frequencia por conta disso eles exigem maiores cuidados que um cambio automatico apesar da simulaçao de marchas o uso intenso severo nesse modo pode superaquece lo facilmente pergunte aos donos do mitubishi lancer da atual geraçao alem disso a manutençao do cambio cvt e mais frequente com intervalos menores entre as trocas de oleo tem soluçao os fabricantes que apostam no cvt estao procurando uma forma de contornar estes problemas a nissan por exemplo trocou a corrente por roletes para eliminar as perdas suportar maior torque e mudar as relaçoes mais rapidamente isso permitiu que seu cambio fosse usado nos motores v6 do maxima e do murano porem alguns clientes ainda tiveram problemas com a transmissao especialmente superaquecimento e ruidos ja a toyota desenvolveu um cvt hibrido que usa uma engrenagem para as velocidades baixas e o par de polias para as velocidades mais elevadas batizado d cvt esse cambio permite arrancadas mais vigorosas e melhor eficiencia de combustivel pois a transmissao do torque tem menos perdas quando feita por engrenagem alem disso por nao ter que lidar com a alta carga das arrancadas a correia pode ter um angulo mais estreito o que favorece a velocidade das mudanças de marcha a ideia de usar as polias para altas velocidades tambem tem relaçao com a durabilidade nessas velocidades a aplicaçao de torque e menor — voltando a analogia da bicicleta e como pedalar em alta velocidade; voce precisa aplicar menos força ao pedal [youtube id= 162bwwkcy5u width= 620 height= 350 ] mesmo com seus pontos criticos atualmente 10% dos carros automaticos vendidos em todo o planeta usam um cambio cvt — um numero duas vezes maior do que ha 15 anos quando usei o cvt pela primeira vez considerando que os automatizados de embreagem simples estao caindo em desuso bem como os cambios de embreagem dupla seca a adoçao dos cambios cvt parece uma tendencia em modelos mais leves e menos potentes
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