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66% do público acha que carros elétricos têm motor a combustão
Já viu aquelas fotos de pessoas paradas no posto de combustível com um Tesla, procurando o bocal do tanque? Pois 66% do público consumidor está sujeito a virar meme, porque este é o percentual de gente que acha que um carro elétrico tem um motor a combustão em algum lugar.
A estatística foi levantada pela Toyota e apresentada em seu evento E-volution, um evento corporativo dedicado às novidades da mobilidade impulsionada por eletricidade, no qual a fabricante apresentou uma série de outros dados sobre o desconhecimento do público a respeito dos carros elétricos.
A pesquisa foi realizada em 2019 e em 2020, e envolveu perguntas simples sobre carros elétricos. Uma delas era “um carro elétrico a bateria tem um motor a combustão?” A resposta, embora óbvia para nós entusiastas, não era assim tão evidente para o grande público, que respondeu, em sua maioria, que sim, um carro elétrico a bateria tem um motor a combustão. Tanto em 2019 quanto em 2020, 66% do público errou a resposta, o que é uma situação curiosa, visto que 70% do público americano pretende comprar um carro elétrico nos próximos anos. Tem algo errado aí, não?
Outra pergunta incluída nas pesquisas foi se “híbridos comuns precisam ser recarregados na tomada” — o que não é necessário. Mesmo com o sucesso do Prius e outros modelos híbridos nos EUA, 75% do público respondeu que sim, é preciso recarregar um carro híbrido na tomada — o que deve ter sido frustrante para a Toyota, depois de quase 2.000.000 de unidades vendidas do Prius e seus derivados.
Também é importante considerar que a pergunta não é muito clara: um híbrido pode ser plug-in. E quem conhece um híbrido plug-in dirá que sim, híbridos precisam ser recarregados só por que eles podem ser recarregados.
De qualquer forma, a pesquisa mostra que as fabricantes têm um longo trabalho pela frente nessa “transição inevitável” para a eletricidade. O público sequer tem conhecimento pleno do que está comprando ou mesmo desejando. Não admira, portanto, que 20% dos compradores de carros elétricos na Califórnia tenham voltado a usar modelos de combustão interna. Além disso, essa necessidade de conscientização do público sobre as características dos produtos me lembram outra “certeza” de um passado muito recente: a de que as concessionárias iriam acabar por causa do modelo Apple. Vamos mesmo vender carros por aplicativos para pessoas que param no posto de combustível um carro elétrico? (Leo Contesini)
Defender ganha visual espartano retrô nas mãos da Galpin
Apesar de ter se tornado um acessório de estilo, o Land Rover defender começou como um utilitário espartano estritamente racional. E isso incluía a ausência completa de elementos decorativos como itens cromados. O aspecto utilitário foi um dos elementos que construíram a imagem de “cult car” que o Defender adquiriu com os anos, mas que não existe mais — ao menos não como era — nesta nova geração modernosa que, ironicamente, só vi pessoalmente em estacionamentos de shopping, confirmando aquele estereótipo sobre SUV modernos.
Agora, a Galpin Motors, uma revenda-preparadora californiana, decidiu dar ao novo Defender um ar retrô, com inspiração naqueles modelos espartanos da fase pré-Defender, quando o utilitário ainda era identificado por suas séries.
O elemento mais marcante são as pinturas clássicas verde “Jaguar Green” e azul “Jaguar Navy”, tons sólidos que foram usados no passado também por uma questão utilitária/funcional, e que acabaram marcando época justamente por serem as poucas alternativas disponíveis.
O projeto é uma parceria com a boutique Undefeated, e deu origem a duas versões do Defender retrô. A primeira é o Defender 90 P400 First Edition, pintado de verde com o teto e rodas na cor marfim. Por dentro ele tem couro bege e o pacote blackout. O modelo ainda tem detalhes como os contornos dos faróis pintados de marfim como o teto e as rodas, e tem um suporte de prancha de surfe integrado ao porta-malas.
Depois há o Defender 110 P400 SE, com a pintura azul, teto e rodas marfim. Também com couro bege no interior, porém com detalhes no padrão pied de poule/houndstooth. Em vez de prancha de surfe, contudo, este aqui leva uma cozinha de camping na traseira, com pia, mesa/bancada, geladeira e três gavetas.
Infelizmente tudo o que foi divulgado sobre estes carros até agora foi isso: os detalhes como a galeria completa de fotos e os preços serão revelados apenas em dezembro.
Como fala “Virtus” em Hindi? Skoda Slavia!
O Virtus era uma jabuticaba nossa; um sedã Polo com entre-eixos aumentado. Um Polo limusine, adorado por taxistas e viúvos do Santana. Um carro grande, mas com baixo preço, para o nosso mercado subdesenvolvido. Mas ainda assim um carro deveras interessante: é muito mais espaçoso, e mais barato, que seus primos SUV, a dupla Nivus/T-Cross; logicamente, uma compra melhor. Para quem não liga de receber sinal para parar ao passar em todo ponto de taxi, claro.
Mas agora outro país subdesenvolvido vai poder ter o sedã barato da VW: a Índia. O novo Skoda Slavia é obviamente um Virtus modificado pela marca da República Checa. O entre-eixos é o mesmo, e as dimensões máximas são apenas ligeiramente diferentes, fruto do face-lift. Dentro, o painel de instrumentos é novo e diferente, mas até os painéis de porta tem o mesmo desenho do Virtus.
Debaixo do capô, o Virtus da Skoda terá duas opções de motores: 1.0 TSI e 1.5 TSI, ambas movidas a gasolina. O primeiro motor entrega 115 cv de potência e 17,8 kgfm de torque, sendo associado ao câmbio manual (opção que não temos aqui) ou automático de 6 marchas. O 1,5 TSI dá 150 cv e 25,5 kgfm, podendo ser acoplado à transmissão manual de 6 marchas (um carro potencialmente interessante) ou automatizada DSG de 7 velocidades e dupla embreagem.
O Slavia será fabricado na cidade de Pune, na Índia, com 95% do conteúdo de fornecedores locais. As vendas serão iniciadas a partir do ano que vem. (MAO)
BMW investe e produzirá veículos a combustão interna no Brasil
Uma boa notícia para a gente: já que a Europa está decidida a banir a combustão interna, e o resto do mundo nem tanto, talvez sobre para as subsidiárias aqui instaladas o serviço de fazer carros a combustão interna para o resto do mundo. Esta sempre foi uma esperança para a indústria nacional; agora parece até mais viável com o câmbio favorável à exportação.
O primeiro passo já aconteceu, com a notícia que a BMW fará um novo ciclo de investimentos, no montante de R$ 500 milhões, para a produção nacional dos novos X3 e X4. A marca disse também que a unidade de produção de Santa Catarina ficará responsável pela produção dos modelos a combustão, uma vez que as unidades da Europa estão migrando para os modelos eletrificados. Também anunciou que produzirá um novo modelo inédito.
O Diretor da planta de Araquari-SC, Otávio Rodakoswiski, festeja: “Confirmar a produção de novos modelos seis meses após vendas na Europa e ter a certeza de que receberemos ainda um modelo novo e totalmente inédito reforça a qualidade do nosso time e processos para produzir com tecnologia, qualidade e paixão no Brasil”.
Este investimento de R$ 500 milhões a ser feito ao longo dos próximos 3 anos, se somará ao total R$ 1,8 bilhão de investimentos na operação brasileira desde 2014. (MAO)
Kia EV6 GT: O substituto mais provável do Kia Stinger GT
O Stinger GT é o segredo mais bem guardado do mercado: um sedã GT, grande sucesso de crítica, um carro no idioma da BMW, antes desta se enfurnar de vez no mundo SUV/Elétrico/modernoso. Mas pouca gente gosta, conhece, ou mesmo entende o carro; seu estilo parecido com outros sedãs mais baratos da marca faz dele uma venda difícil no mercado premium, inclusive aqui no Brasil.
Mas como parece que não deslanchou em nenhum lugar do mundo, não terá substituto. Disse o chefe do Design da marca, e a pessoa com o nome árabe mais genérico que já ouvimos, Karim Habib, para a Autocar: “O espírito do Stinger permanecerá. Gosto de pensar que o EV6 tem os genes do GT. Estamos fazendo um GT, e tem muito do Stinger nele. Stinger foi um carro transformacional, e abriu uma perspectiva totalmente nova sobre o que um Kia pode ser, esportivo, e uma ferramenta de precisão na direção. EV6 fará algo semelhante.”
O Kia EV6 GT é obviamente um elétrico; terá uma configuração de dois motores produzindo 585cv combinados e 74 mkgf de torque. O 0-100 km/h será feito em impressionantes de 3,5 segundos. Compare isso com os meros 370cv do V6 twin-turbo de 3,3 litros, e o 0-100 na casa dos 4,6 segundos do Stinger, e rapidamente se entende que em termos de performance, as coisas vão melhorar. A velocidade máxima continuará maior no Stinger, porém, este sendo o calcanhar de aquiles dos elétricos: 270 km/h no carro a gasolina, contra 260 km/h declarados para o novo EV6 GT. E Stinger continua um nome bem mais legal que “EV6”.
Talvez seja melhor continuar mesmo esperando os Stinger GT usadinhos chegarem na bacia das almas, no fim das contas. Com a desvalorização usual dos carros coreanos premium, o potencial é de se tornar um grande negócio no futuro. (MAO)