desde a introduçao do jeep willys civil em 1944 a os requisitos basicos para um bom jipe nao mudaram e ao que parece nao vao mudar tao cedo um bom jipe precisa de uma plataforma robusta de construçao simples e manutençao barata de um motor razoavelmente potente e que tambem nao custe caro para manter e de capacidade para transpor terrenos dificeis com um motor eletrico uma parte importante destes requisitos ficaria comprometida em uma trilha nao da para levar eletricidade armazenada em um galao na traseira isto posto certas soluçoes de engenharia ficaram ultrapassadas com o passar do tempo e por isso nao sao mais utilizadas o que alias vale para todo tipo de veiculo nao apenas para os jipes embora um dia tenham sido a unica opçao a mecanica dos volkswagen a ar sao um bom exemplo no brasil por muito tempo ele foi a base para todo tipo de veiculo fora de serie esportivos como o puma e o bianco s; picapes como o curioso formigao; e claro jipes nesta ultima categoria entra o curioso dacunha jeg um rival genuinamente brasileiro para o jeep feito com o que estava disponivel em nosso pais contudo o dacunha jeg e muito menos conhecido e ele tambem e bem mais raro com algo entre 500 e 800 exemplares fabricados entre 1977 e 1981 nao ha numeros precisos a respeito a dacunha transportes era uma empresa de sao bernardo do campo/sp fundada em 1971 como fabricante de caçambas sua ligaçao com a volkswagen vinha de suas cegonhas eram elas que transportavam os volkswagen recem fabricados na mesma cidade e sua inspiraçao para criar o jeg foi o gurgel x12 lançado em 1975 um dos produtos mais bem sucedidos da famosa fabricante brasileira o x12 usava monocoque parcial de fibra de vidro com uma estrutur tubular em aço com motor boxer 1600 e cambio de quatro marchas vindos direto das prateleiras da volks com o jeg a situaçao era semelhante mas a carroceria usava chapas de aço em vez de fibra de vidro o carro foi apresentado no salao do automovel de 1975 enquanto a produçao em serie começou dois anos depois em 1977 foi ate mesmo aberta uma nova divisao dedicada exclusivamente ao jeg a dacunha veiculos e mecanica s a o conjunto mecanico mais precisamente vinha da vw kombi aproveitava se quase tudo incluindo o esquema de suspensao este porem era ligeiramente modificado visando robustez com dois feixes e barra estabilizadora na dianteira e duas barras de torçao com eixo articulado na traseira o entre eixos no entanto era 40 cm mais curto com apenas dois metros a fim de melhorar o angulo de transposiçao e torna lo mais manobravel em trilhas no desenho da carroceria artesanal predominavam as linhas retas com exceçao dos farois redondos o que dava ao jeg um aspecto de brinquedo mas ele era serious business a dacunha fazia algumas alteraçoes mecanicas importantes que tinham como objetivo torna lo apto a encarar terrenos acidentados a suspensao era elevada deixando um otimo vao livre de 30 cm do solo; e os freios contavam com o sistema seletraction igual ao usado no gurgel x12 no qual era possivel frear individualmente as rodas traseiras para sair de atoleiros e outras situaçoes dificeis outros detalhes do projeto havia um guincho manual instalado acima do para choque dianteiro que podia opcionalmente ser trocado por um guincho eletrico ; as rodas eram de 15x5 5 polegadas calçadas com pneus de uso misto na epoca chamados pneus cidade campo ; e havia um tanque de combustivel de 55 litros no compartimento de carga dianteiro que por conta do seu formato ainda deixava espaço para alguma bagagem o interior acomodava cinco pessoas ainda que meio apertadas e o desenho da cabine seguia a escola do jeep com simplicidade a favor da funcionalidade e sem itens de conforto e conveniencia apesar da simplicidade do conjunto em comparativos da epoca como o da revista quatro rodas de agosto de 1978 no qual enfrentou o jeep willys e o proprio gurgel x12 o jeg se deu razoavelmente bem o sistema seletraction era eficaz para a proposta e a cabine com elementos herdados da kombi era mais habitavel e aconchegante do que a dos rivais alem disso diferentemente do x12 seu rival mais direto o jeg oferecia a opçao pela dupla carburaçao elevando a potencia do motor 1600 de 60 cv para 65 cv com 11 7 kgfm de torque embora tivesse uma desenvoltura razoavel em estradas de chao o jeg ainda ficava devendo ao jeep quando o assunto eram trilhas mais pesadas e foi por isso que a dacunha desenvolveu uma versao com traçao 4x4 lançada em 1980 aproveitando o tunel central ja existente no assoalho um carda ligava os dois eixos e na dianteira havia um diferencial identico ao traseiro com as mesmas relaçoes uma segunda alavanca ao lado do cambio acionava a caixa de transferencia para ativar ou desativar a traçao nas quatro rodas atraves de uma roda livre o que garantia economia de combustivel em uso urbano e rodoviario por mais que pela configuraçao mecanica do jeg o asfalto nao fosse seu local ideal para garantir que o conjunto suportasse a nova configuraçao foram instalados reforços na suspensao dianteira o resultado era um conjunto mais robusto sim o bastante para que a dacunha pensasse na possibilidade de vende lo as forças armadas afinal com apenas 1 024 kg na balança 3 33 metros de comprimento e 1 66 m de largura ele era compacto e leve e a versao com traçao 4x4 garantia uma desenvoltura muito maior alem disso mesmo com seu tamanho reduzido o jeg tinha capacidade de carga de 1 3 tonelada a dacunha ate chegou a criar um modelo de especificaçao militar com luzes auxiliares engate na traseira e um tanque de combustivel adicional de 20 litros contudo na epoca o exercito nao permitia veiculos de motor traseiro como alternativa a dacunha tentou negociar a venda do jeg para os exercitos da alemanha e do reino unido mas as negociaçoes tambem nao renderam frutos o que colocou de vez um fim nos planos de alistar o jeg de todo modo dificilmente a empresa conseguiria suprir a demanda o exercito da alemanha por exemplo precisava de 1 200 veiculos novos enquanto os britanicos queriam 3 500 exemplares mas a fabrica que atuava de forma bastante artesanal sequer dava conta de cumprir a meta de cinco unidades por dia houve ainda um unico exemplar com a mecanica da kombi a diesel como mostra a foto abaixo da revista fusca & cia ele tinha a grade do radiador da perua farois quadrados e carroceria de aço corrugado que tornava a mesma mais rigida e deixava o jeg com jeito de vw thing no entanto esta unidade jamais passou de um exercicio de engenharia embora tivesse mais chance de sucesso que a versao a gasolina a dacunha veiculos e mecanica s a acabou por encerrar a produçao do jeg ainda em 1981 dos exemplares fabricados naqueles cinco anos cerca de dez por mes pouquissimos tinham traçao 4x4 apesar de ainda sobreviver alguns anos fornecendo caixas de transferencia para outras empresas incluindo a chevrolet que as utilizava na picape d 20 a divisao veicular da dacunha transportes fechou as portas pouco tempo depois ficando apenas a fabrica de caçambas e agregados a companhia existe ate hoje ainda que sob nova direçao na mesma sede no abc paulista este post foi feito com informaçoes e fotos enviadas por walther filipetti valeu walther
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