Inspirado nos relatos de viagens de carro aqui no FlatOut – minha esposa e eu somos fãs deste tipo de viagem/aventura – resolvi escrever sobre nosso último passeio para compartilhar com os amigos e amigas daqui.
Inspiração e preparação
Para começar, esta não foi nossa primeira aventura de carro, além de viajarmos todo ano de Indaiatuba-SP até Porto Alegre-RS, são +/-2.400km ida e volta, para passar as festas de final de ano junto com a família, já percorremos toda a rota 66 de carro, exato, a Historic Route 66, de Chicago até Los Angeles. Voltamos para Chicago via interestaduais, confesso, mas esta foi nossa lua de mel e tinha que sobrar um tempo para o trivial. Um grande teste inicial para os recém casados, não?
Mas deixemos esta para outra vez, vamos falar mesmo é da última viagem, até Punta Del Este desta vez.
Tínhamos 20 dias de férias e muitas ideais na cabeça. Primeiro cogitamos ir para o nordeste, Chapada Diamantina na Bahia? Sudeste, Serra da Canastra em Minas Gerais? Não, nada disso. Decidimos unir o necessário à diversão e resolvemos ir para Punta Del Este. Com isso, passaríamos por Porto Alegre e daríamos o prazer na nossa presença para a família mais uma vez neste ano, ainda realizaríamos o sonho de atravessar uma fronteira de carro, com o nosso próprio carro!
Algumas semanas antes de viajarmos solicitei ao meu corretor a emissão do seguro carta verde, pedi que fizesse apenas para o período que estaríamos no Uruguai e adicionei um dia extra antes e um depois. Ainda assim, tudo saiu cerca de 70 reais. Antes de sair preparamos um pendrive com 16GB de músicas, atualizei o GPS com os mapas do Brasil e Uruguai e obviamente a base de radares.
A viatura
Atualmente temos um Jeep Renegade. A compra deste carro me levou a novas aventuras, graças a sua altura do solo e conforto para andar em estradas “prejudicadas”, temos ido a lugares que nunca iria com meu antigo Peugeot 308 e menos ainda com meu Audi A3.
O Jeep é flex, muito aquém do diesel, mas nada daquelas fortes críticas sobre o powertrain do “Unão” que os pilotos de teclado tecem. Aguentou estradas literalmente abandonadas, em construção, de terra, de pedra, de brita, serra, “highways” a 120km/h e etc.
Paraty
Já conhecíamos a primeira parada do nosso roteiro, foi a nossa terceira visita à cidade histórica de Paraty. Saímos de Indaiatuba por volta das 10h do domingo, dia 13/03, com destino a cidade Fluminense. Em Campinas pegamos a rodovia Dom Pedro I em direção ao litoral, para então sair na Carvalho Pinto, Tamoios e BR-101, ou Rio-Santos. A primeira parada foi para almoçar em Ubatuba. Para variar, o GPS nos pregou uma peça, ajustei como ponto de passagem o endereço do restaurante que pararíamos. Costumo sempre consultar o TripAdvisor para assuntos turísticos, prefiro não arriscar cair em uma espelunca.
O GPS, um Garmin, me fez passar por algum lugar próximo ao restaurante e em seguida me mandou por uma rua toda esburacada de volta a Rio-Santos, quando chegamos de volta à rodovia notei que havia algo errado, a próxima parada era Paraty. E o restaurante? Maldito GPS! Já irritado, arrumei o destino novamente. E não é que o raio do GPS me manda voltar uns 3km pela maldita rua esburacada?
Lá fomos nós, desviando de buracos, quebra-molas sem sinalização e crianças jogando bola até o tal do restaurante. Ao menos a comida era ótima, porém não lembro o nome dos pratos, adoramos o café mineiro que vem em filtro de pano, com uma jarra de água quente e a gente mesmo passa na hora numa daquelas xícaras de metal que lembram muito a casa da vó. Muito legal. O restaurante foi o Cannelle Gastrobar.
Chegando em Paraty fomos para o hotel, na verdade uma pousada, a do Cais. Pousada simples, sem luxos, mas muito bem ajeitada e reservada via Booking, site onde reservamos quase todos os hotéis. O recepcionista do hotel, um guri bem novo, logo nos ofereceu café. Depois de deixarmos as malas no quarto saímos para caminhar pelo charmoso centro histórico e encontramos o Oui Paraty, um restaurante com um chef francês que serve crepes e outros pratos inspirados na culinária francesa. Foi neste que jantamos aquela noite.
No dia seguinte fizemos um passeio de escuna pelas ilhas e praias de Paraty. Existem diversas escunas que fazem este tipo de passeio em Paraty e fica ao gosto de cada um eleger a mais interessante. Como a pousada em que ficamos tinha indicado uma, optamos pelo certo, sabendo que o resto poderia ser duvidoso. Vimos a ilha do Amyr Klink, muitos peixes, água transparente, praias paradisíacas… ah, e sempre, o tempo todo, muito protetor solar!
O passeio com máscara para mergulho, couvert artístico, comida e bebida saiu uns R$100 por pessoa. Neste dia, depois do passeio, estávamos tão cansados que dormimos das 18h às 20h e nem vimos uma chuvarada que caiu. Jantamos na Casa Coupé, uma lanchonete decorada no estilo anos 60.
Antonina, Morretes e Serra da Graciosa
No dia 15/03, pé na estrada às 7h, fomos pela Rio-Santos até onde era possível, passamos por lugares lindos, estrada beirando o mar, asfalto bom, limites de razoáveis 80km/h e por lugares terríveis, muitas pessoas atravessando a rodovia, limites de 40km/h com radares e uma cidade que parece a reprodução do inferno na terra, Cubatão. E era estrada que não acaba mais, até chegarmos na Regis Bittencourt foram intermináveis quilômetros de pista dupla com ridículos limites de 60km/h e minha esposa dormindo no carona, de tão chato que estava aquilo.
Chegamos em São José dos Pinhais por volta das 18h, bem na hora do rush, com direito a ficar parado na rodovia à poucos quilômetros do hotel. Enfim, chegamos ao Ibis, ao menos conhecíamos o hotel, não tem erro, sem mordomias, mas cama boa, chuveiro bom e bem limpinho. Estaríamos prontos para o dia seguinte! Mas neste dia era aniversário da Simone, minha esposa, e ainda saímos para jantar. Fomos até o shopping de São José, no Madero – The Best Burger in the World – e comemoramos a dois, acho que me redimi de termos passado quase 12h dentro do carro…
Saímos às 9h para descer a Graciosa e mal sabíamos o que nos esperava. Faltavam 3km para o portal da Graciosa quando o transito na Régis começou a parar, os caminhoneiros já desligavam o motor e desciam do caminhão, sinal de que iria demorar. O problema era um caminhão que havia tombado na estrada e espalhado a carga. Por sorte estávamos a poucos metros de um retorno mas presos entre um caminhão e uma S10. A S10 pediu ao caminhoneiro para escorregar o caminhão um pouco para frente, segui ele, pegamos o acostamento e fizemos o retorno.
Mas e aí? Como chegar até a Graciosa? Chequei o GPS e achei um caminho alternativo, andaria uns quilômetros de volta e por uma estrada secundária chegaria ao nosso objetivo. Não poderia ter sido melhor, acabamos andando em outros trechos da Graciosa, inclusive em um trecho da estrada original, mal víamos o calçamento de pedra e o caminho era praticamente tomado pela vegetação. Uma pena que o tempo não ajudou muito, as nuvens davam apenas algumas brechas para apreciarmos os cortes da serra que se estendem até o oceano.
Já em Antonina, fizemos check-in no hotel Camboa Antonina e saímos para almoçar. Ao lado do hotel, no simpático restaurante Buganvil, experimentamos o tradicional barreado, espécie de ensopado de carne desfiada com farofa, arroz e banana frita. Demos uma volta na cidade de 18mil habitantes em cerca de uma hora e compramos as melhores balas de banana do mundo.
Talvez por conta do calor extremo, estávamos cansados e sem mais nada para fazer, voltamos para o ar condicionado do quarto para atualizar as fotos no Facebook. À noite rumamos para Morretes para jantar.
Morretes tem tudo para ser uma ótima cidade turística, mas tudo que encontramos foram um bar e um restaurante com uma simpática garçonete e um cardápio cheio de gafes do Google Translate. Ficamos com o restaurante. Ao menos a comida era boa e a cerveja gelada.
Porto Alegre e Rio Grande
A ida até Porto Alegre foi tranquila, subimos a BR-277, que liga Paranaguá a Curituba, até chegar a Régis. O trecho em seguida, BR-101, já é velho conhecido nosso, estrada boa, 100~110km/h de limite, exceto nos trechos de serra, onde é 60km/h.
Não falarei muito sobre Porto Alegre, pois o objetivo lá não era turismo, só jantamos com a família para comemorar o aniversário da Simone em um restaurante longe do parque Moinhos de Vento, por conta dos protestos pelo Impeachment. No dia seguinte já pegamos a estrada rumo a Rio Grande, última parada antes de território estrangeiro. A estrada de Porto Alegre até Rio Grande é a BR-116, diferente de São Paulo, em geral as estradas no RS não são conhecidas por nomes, mas pela nomenclatura do DNIT, BR-101, BR-116, RS-020 e etc.
Impulsionado pelo sucesso da construção das plataformas da Petrobrás em Rio Grande a BR-116 começou a ser duplicada, mas com o escândalo do petrolão o sucesso foi para o fundo do mar e também foi a duplicação. Em alguns trechos as construtoras já retiraram as máquinas, deixando a estrada “no estado”. Dos 250km até Pelotas – sem gracinhas, ok? -, apenas uns 5km estavam concluídos quando passamos.
Imaginem 245km de pista simples, obras, muitos caminhões e um limite de velocidade de 80km/h. A coisa melhora, mas não muito, passando Pelotas a pista é duplicada, mas por algum motivo, talvez desconhecido até por Deus, o limite segue sendo 80km/h.
Em Rio Grande ficamos hospedados no hotel Costa Doce, do lado do shopping, que nasceu como a duplicação da BR-116, mas não se criou, tem muitas lojas que nunca abriram. Ainda, encontramos o restaurante Marcos, um ótimo lugar para comer frutos do mar, e foi lá que jantamos naquela noite.
Taim, Chuí, Chuy e Punta Del Este
Dia de cair na estrada cedinho de novo. O Google Maps indicava que levaríamos 7 horas até Punta Del Este, mas não foi bem o que aconteceu. A travessia do Taim é cansativa, estrada reta, do tipo “infinita”, limite de 60km/h, diversos animais mortos na lateral da pista e outros diversos correndo igual loucos e ultrapassando em local proibido, sim, motoristas animais. No Taim tudo que se vê é campo, campo para a esquerda e campo para a direita. Assim que encontramos um posto paramos para um café preto, precisávamos.
Já acumulávamos 5 horas desde nossa saída de Rio Grande quando chegamos ao Chuí, última parada em território nacional. Por um lapso de sorte acabei seguindo direto para o posto da aduana uruguaia e não paramos nos free-shops da fronteira, mais tarde descobriríamos que ainda havia 5 horas pela frente.
No Brasil não é necessário informar a PF que se está deixando o país e na imigração uruguaia foi tudo tranquilo, entregamos nossos passaportes, poderíamos entrar com o RG, mas queríamos o carimbo para registrar, sem qualquer pergunta o atendente nos devolveu os passaportes e desejou boa viagem. Entramos no carro e passamos pelo posto de fiscalização, desta vez foram solicitados os passaportes com carimbo, carta verde e documentos do carro. Tudo certo, novamente nos foi desejado boa viagem e seguimos para território estrangeiro.
As estradas uruguaias são muito bem conservadas, nada de buracos, apesar de termos andado somente em pista simples, o limite de velocidade era de razoáveis 90km/h e curiosos 45km/h quando nos aproximávamos de alguma intersecção. A nossa primeira parada em terras uruguaias foi em Punta Del Diablo, uma praia minúscula, mas muito simpática, lembra uma vila de pescadores. Não ficamos 1 hora por lá, o suficiente para cruzar com um carro de placas alemãs e tirar algumas fotos para registrar a passagem. Em seguida voltamos para a estrada.
A viagem seguia bem apesar da paisagem monótona, há razoável patrulhamento da rodovia, cruzamos com uns três policiais parados na beira de estrada, todos atentos, mas sem nenhum sinal de radar. Estava um pouco tenso a esta altura, minha mãe certa vez havia sido parada pela polícia Uruguaia que discretamente pediu um “regalo” para deixá-la seguir viagem.
Deveríamos estar em Punta Del Este a tal hora, mas ainda distantes e com fome, paramos em um posto de gasolina Esso onde comemos um sanduíche e usamos o banheiro. Durante o trajeto todo passamos por dois postos da polícia e um pedágio na divisa do departamento de Rocha com Maldonado, que se não me falha a memória custou cerca de 5 reais. Já quase chegando a Punta Del Este uma placa indicava um caminho diferente do GPS, depois do golpe que ele nos aplicou em Ubatuba, decidimos seguir a placa. Passamos por dentro de uma cidadezinha chamada San Carlos e chegamos a Punta.
Confesso que esperava mais da entrada da cidade, aguardava letreiros luminosos nos cassinos, prédios enormes e iluminados, mas não foi nada disso, a cidade é limpa e organizada, mas não vi nada da badalação estilo Las Vegas. O hotel havíamos reservado via Booking, se chama Sisai, fica aproximadamente a 1km da Playa Brava. Bem moderno e limpo, foi nossa residência durante os três dias em que ficamos por lá.
Durante estes três dias caminhamos muito, nem tirávamos o carro da garagem. O clima fresco, com máximas de 21°C, nos ajudaram a andar uns 10km por dia.
Comemos em diversos restaurantes bons, que não são caros, e um dia no quarto do hotel depois de comprar 1L de cerveja Patrícia e comida pronta num mercado de frescos, ou supermercado. Compramos também doce de leite, o Conaprole é um dos melhores que já comi.
O carro só saiu da garagem quando fomos até a Casapueblo, um hotel/museu construído por Carlos Páez Vilaró na encosta de um morro rochoso banhado pelo mar. Assistimos o pôr-do-sol comendo medialunas com café no restaurante do hotel, depois de pagar um ingresso de 10 dólares de consumação por pessoa.
A playa mansa era também um ótimo lugar para apreciar o pôr-do-sol.
No dia anterior ao nosso retorno tive que abastecer o carro, escolhi um ANCAP, foi a gasolina mais cara que eu já paguei na minha vida, foram 200 reais por uns 35 litros da nafta super.
São José do Norte e Porto Alegre
Para chegar a Porto Alegre no mesmo dia optamos por sair de Punta às 5h da manhã. Solicitamos um café madrugador no hotel para às 4:30h e às 5h estávamos saindo. O retorno foi ainda mais tranquilo que a ida, porém mais cansativo, não paramos nenhuma vez no Uruguai, tocamos direto até quase o Taim, foram umas 6 horas sem parar. Chegamos no mesmo posto de gasolina da ida para tomar um café preto e acordar. Nesta parada vimos um carro de placas francesas. Procurei no Google e encontrei o site deles.
Chegando a Rio Grande tínhamos que achar o local de embarque da balsa que nos atravessaria para São José do Norte, caminho alternativo ao que fizemos na ida. Encontramos o local com uma estrutura precária, perguntamos onde devíamos ficar e nos indicaram uma fila de carros, que aparentemente já aguardavam o embarque. O horário de saída era às 13h, porém o embarque só iniciou as 13:15h. Nada pontual.
Em não mais do que 30 minutos desembarcávamos em São José do Norte. A cidade é tipicamente interiorana, vive da pesca e, portanto, cheira a peixe. Já que estávamos por lá, porque não procurar um restaurante? Fazendo novamente uso do TripAdvisor, encontramos um quase fechando, onde almoçamos camarões pelo preço de ovo frito com arroz. Uma delícia.
Seguimos pela BR-101 que hoje está asfaltada e antigamente era conhecida como estrada do inferno.
Em 2005 a estrada era praticamente só areia. Esta foto foi tirada por um amigo do fórum 4x4brasil.
E hoje está asfaltada.
O trajeto até Tavares foi muito bom, mas de repente começaram os problemas, o limite de velocidade subiu para 100km/h e o acostamento sumiu, consumido pela terra, o asfalto não havia cedido, foi engolido, desaparecera. E só piorou conforme avançávamos. Passando Mostardas uma placa informava sobre defeitos na pista, o asfalto acabou, andávamos a 10km/h para desviar dos buracos ou para escolher em qual cairíamos. Seguia pela contramão quando era possível, pelo acostamento, pelo mato, seguia os caminhões que também sofriam. Em alguns momentos pensei que uma das rodas do Jeep ficaria por lá. Talvez não houvesse defeito na pista, mas um pouco de pista entre os defeitos. Só rezávamos para sair de lá antes de escurecer.
Foto do ClicRBS em reportagem sobre as condições da estrada
Chegamos a Osório por volta das 20h e paramos no restaurante Maquiné para jantar, estávamos exaustos, foram quilômetros de muita tensão. Neste momento passei o comando do Jeep para a Simone, o trajeto até Porto Alegre via Free-Way, BR-290, é tranquilo, segue-se em pista duplicada com limite de 110km/h. Chegamos a Porto Alegre por volta das 21:30h para cair na cama e descansar. Juro que nesta noite sonhamos com um Jeep caído dentro de uma cratera.
Gravatal, Serra do Corvo Branco, Serra do Rio do Rastro e Curitiba
Foi chegada à hora de descansar, Gravatal é uma cidade no interior de Santa Catarina, próximo a Tubarão, sem muito que fazer, o esquema é curtir a piscina, o sol, comer e dormir. E para uma cidade pequena nada com um Autoescola pequeno.
Mas claro que nossa semana não podia ficar só nisso. Num dos dias fomos até a Serra do Corvo Branco. A subida da serra está fechada para circulação devido à frequente queda de barreiras, o trecho até o início da subida está em obras de pavimentação, mas fomos mesmo assim, queríamos aventura. O passeio valeu a pena, não subimos até o topo porque fiquei com receio, havia chovido muito nos dias anteriores, mas a paisagem, até o ponto onde chegamos, já era linda. Esta subida é um caminho alternativo à Serra do Rio do Rastro, da qual falarei em seguida, em um parágrafo a parte.
Para continuar a nossa Road trip depois de uma semana de descanso, optamos por subir a Serra do Rio do Rastro e seguir a BR-116 até Curitiba. Esta serra é fantástica, a estrada fica encravada em uma fenda de rocha, repleta de curvas, algumas até dão uma sensação de que é possível ver a traseira do carro começando a curva quando a frente já passou dela. Esta não é a primeira vez que passamos por lá, e nem a segunda. Desta vez, infelizmente, o tempo não ajudou, e quando chegamos ao topo, tudo que víamos eram as nuvens. Faz parte. Nem vou me alongar muito aqui, fiquem com o vídeo que fiz da subida.
Seguindo o roteiro, passamos por vários trechos de estrada ruim, muitos remendos e muitas obras, por fim, chegamos em Lages por volta das 13h e na beira da estrada havia um shopping, estávamos com fome e decidimos parar por ali mesmo. Alimentados, seguimos nosso caminho até Curitiba.
A BR-116 até Curitiba é pista simples e com muitos caminhões, a pista é dupla somente uns 20km antes de chegar na capital paranaense. Chegando neste ponto, diversas tempestades começaram a se formar ao nosso redor, víamos raios na frente, na esquerda e na direita. Inevitavelmente o mundo desabou, a visibilidade caiu a um mínimo para andar com segurança a 80km/h, seguimos assim por uns 10 minutos. Finalmente chegando a Curitiba fomos jantar no Patio Batel e em seguida fomos para o hotel. Infelizmente só andamos em Curitiba à noite, mas a impressão que ficou foi das melhores, de uma cidade limpa e organizada.
Rastro da Serpente e Indaiatuba
Infelizmente chegou a hora de voltar para casa. Como não queríamos nada do tradicional, ao invés de voltar pela BR-116, Régis Bittencourt, optamos pelo Rastro da Serpente, caminho bastante frequentado por motociclistas. Saímos de Curitiba bem cedo, com expectativa de chegar em casa por volta do meio-dia. A estrada no Paraná estava em boas condições, em diversos trechos da serra haviam ocorridos deslizamentos, mas equipes já trabalhavam para limpar a passagem.
Ficamos parados em três ocasiões por conta destes trabalhos e do tráfego em pista única, ao menos a paisagem era bonita e não havia as dezenas de radares que há na Régis. Atravessando para São Paulo veio a surpresa, a estrada piorou, foram quilômetros de colcha de retalhos, de Ribeira até Capão Bonito. Foi em Capão Bonito que a coisa melhorou, entramos na Raposo Tavares que é bem conservada e obviamente pedagiada. Estávamos a poucos quilômetros de casa e com o cansaço acumulado acabei esquecendo de bater mais fotos. Depois de algumas horas chegamos a Indaiatuba, às 16h, totalizando 5.500km viajados.
Espero que tenham gostado do nosso passeio, espero poder compartilhar outros com vocês em breve!