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Car Culture

Detalhes do Valhalla | O Mazda sedã seis em linha | O Interlagos nos EUA e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Aston Martin revela alguns detalhes do Valhalla de produção

Aston Martin Valhalla. Você pode ser desculpado em imaginar que a empresa já esqueceu e desistiu dele, à esta altura do campeonato. Mas estaria enganado: a Aston está, sim, ainda trabalhando para colocá-lo à venda. E agora, está compartilhando detalhes do processo de desenvolvimento do carro. E, nenhuma surpresa aqui, foca em dizer o quanto de tecnologia de F1 será aplicada a ele.

Muito dessa tecnologia, como em tudo na indústria hoje, é tecnologia de simulação virtual. A empresa afirma que 90% das características dinâmicas e a configuração do Valhalla é definida em simulações, com apenas 10% provenientes de testes práticos. Um número bonito, mas que não deve estar distante da realidade de TODO projeto de automóvel hoje. Há muito se foi gente como Bob Wallace, que entrou no protótipo do Countach, saiu para a estrada, e voltou dois anos depois com um carro pronto.

O Valhalla na realidade parece com problemas de autodefinição: ele foi anunciado pela primeira vez em 2019 como um V6 híbrido, depois atualizado para um V8 híbrido em 2021 e ainda não foi lançado ou colocado á venda. Mas isso mudará em breve, já que a Aston Martin promete o lançamento até o final deste ano.

Mas voltando à tecnologia de F1, a aerodinâmica também se beneficia da experiência em competição. O design da parte inferior da carroçaria é fundamental, pois é daí que virá a maior parte do downforce no carro. Usando superfícies ativas, coisa proibida na F1, o Valhalla terá, segundo a empresa, o equivalente a 600 kg de força descendente a 240 km/h.

Para dar espaço para o vento por baixo, a posição de dirigir também será de F1: os pés elevados, acima da busanfa, aparentemente. Não é exatamente uma vantagem; é na verdade extremamente desconfortável, mas é mais uma forma de ligar o carro à F1.

O motor será um V8 flat-plane, biturbo de 4,0 litros, construído especificamente para este carro. Três motores elétricos ajudam o progresso: dois na frente e um integrado no transeixo traseiro. A Aston Martin agora diz que o carro terá 1010 cv. Os motores elétricos dianteiros permitirão que a vetorização de torque seja possível, e uma marcha-ré elétrica, economizando peso na transmissão.

A produção não é exatamente pequena: 999 Valhalas serão produzidos, provavelmente todos durante 2024, se o lançamento até o final deste ano acontecer no prazo. (MAO)

 

Mazda pode estar preparando sedã seis cilindros de tração traseira

Quando a Mazda lançou seu novo SUV CX-90 no fim do ano passado, todo mundo arregalou os olhos. Isso porque o carro tem um seis em linha turbo de 3,3 litros e até 345 cv, longitudinal, numa plataforma igualzinha a de carros de tração traseira, mas aqui, claro, 4×4. Imediatamente todo mundo imaginou um sedã BMW feito pela Mazda, usando peças deste SUV. Parecia uma coisa óbvia.

CX-90: seis em linha

A Mazda, porém, negou tão veementemente isso, que conseguiu fazer todo mundo esquecer da ideia. Bom, pelo menos por um tempo: a revista Best Car do Japão afirma que houve uma mudança de opinião. Aparentemente, o sucesso dos SUV com o seis em linha acabou convencendo a Mazda a aproveitar o que tem nas mãos. Claro, né? O que se faz quando se tem um queijo na sua frente, e uma faca na mão?

O Mazda 6

Aparentemente, se espera algo no tema do ainda belíssimo conceito Vision Coupe de 2017. A Mazda descontinuou o seu Mazda 6 de tração dianteira na maioria dos mercados, então pode ser que ele seja um substituto para ele. Uma boa notícia, essa: o carro não deve chegar antes de 2025, mas será certamente sensacional. Afinal de contas, qual Mazda não é? (MAO)

 

Alfa Romeo prepara um novo 4c

Alfa Romeo 4c. Criado como uma maneira de se reintroduzir a marca aos EUA, depois de décadas ausente, era um carro esporte realmente interessante. Motor central-traseiro, estrutura de fibra de carbono, motor quatro em linha turbo de 240 cv. O carro tinha um nome que lembrava o passado (4c), uma cilindrada que lembrava o passado (1750), um scudetto na frente como no passado. Mas era um carro moderno, com transmissão DCT de seis velocidades e desempenho totalmente de seu tempo. Durou de 2013 a 2019 no mercado americano. Uma curiosidade é que é um dos últimos carros com direção sem assistência vendidos naquele país.

Voltada agora novamente para um futuro eletrificado, a marca parece com vontade de fazer a mesma coisa de novo. Segundo uma reportagem da Autocar inglesa, existem planos para um substituto do 4c, um novo carro esporte da marca fora da estratosfera de preços que habita o novo 33 Stradale. Será elétrico, claro.

A empresa está se preparando para lançar um pequeno SUV elétrico em 2024, seguido por novas gerações, 100% elétricas, do sedã Giulia e o SUV Stelvio. O ápice deste caminho parece ser agora este novo 4c elétrico. O carro deve mirar os mercados americano e chinês. O nome? As apostas são que se chamará “4E”.

Espera-se que o novo carro esporte elétrico rode na plataforma STLA Medium da Stellantis, compartilhada com modelos como o novo Peugeot e-3008 e o próximo Giulia elétrico. O carro deve ser lançado em algum ponto do tempo depois de 2027. (MAO)

 

Willys Interlagos à venda nos EUA

Um Willys Interlagos conversível está sendo leiloado no site Bring a Trailer.  Como os Pumas, os SP2 e outros, é notável o crescente interesse dos americanos por raridades brasileiras, carros que tradicionalmente só eram vendidos aqui no Brasil, e, portanto, são raríssimos em outros países.

Meio como a sigla JDM (Japanese Domestic Market), que significa carros exclusivamente vendidos no mercado japonês, cobiçadas raridades com volante “do lado errado do carro” por lá, podíamos começar a chamar isso de BDM não? A verdade é que mais e mais deles continuam a ser inclusive exportados do Brasil para lá.

Este carro, que nas fotos aparece com uma placa amarela do Rio de Janeiro, é um modelo 1962 conversível do pequeno carro esporte. Relembrando para quem dormiu nos últimos 50 anos, o Interlagos é um Alpine A108 fabricado sob licença pela Willys em Santo Amaro, bairro da capital paulista. Uma ideia original de Christian “Bino” Heinz, o piloto que acaba inclusive falecendo em Le  Mans com um Alpine.

O carro à venda se diz ter o motor de 904 cm³, o que faria dele um dos equipados de fábrica com o raro e caro motor preparado. Isso porque o motor básico era o do Gordini com 845 cm³ e 32 cv; opcionais muito mais caros eram os 904 cm³ (56 cv) e 998 cm³ (70 cv), este último exclusivo da berlineta. A mudança era de diâmetro de pistão: 60 mm no 904 cm³, 63 mm no 998 cm³; o original era 58 mm.

Mas mais interessante é um comentário na página do leilão; um usuário chamado “bfreidy” conta um pedaço até hoje desconhecido da história do Interlagos. A de carros importado para os EUA pela Kaiser-Jeep.

Diz ele: “É muito bom ver um Interlagos aqui. Eu tive dois deles. Quando criança, meu pai foi vice-presidente da Willys/Kaiser/AMC. A Jeep importou três deles para o “pool de automóveis executivos” e manteve um em Toledo e dois em Oakland, CA, na sede. O de Toledo foi destruído em um acidente com um caminhão. Dos dois em Oakland, um era uma Berlineta com motor Gordini mais rápido. Era um carro muito rápido nas curvas. O outro era um conversível vermelho comparável ao que estava à venda aqui. Depois que a AMC comprou a Jeep, meu pai e alguns outros executivos foram transferidos para Detroit e os carros da frota de Oakland foram vendidos aos executivos. Acabamos com dois Wagoneers e eu peguei o Interlagos vermelho.

Infelizmente, basicamente abandonei o Interlagos com um mecânico em Menlo Park, CA, em vez de pagar uma conta de conserto. Queria ainda ter o carro, mas na época pensei que ia ter que ir para o Vietnam (o que não aconteceu) e não sabia o que fazer com ele.”

O Interlagos agora está com um lance máximo de US$ 13.000 (R$ 64.870), e o leilão acaba em dois dias. (MAO)