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DEZ ANOS DE FLATOUT: como era a nossa vida em 2013?

Dez anos, 12.866 matérias, 529 vídeos e 102 podcasts. Números. Os números são frios. Escondem amizades reais que nasceram ali nos comentários do site, entre textos do Project Cars e do Zero a 300. Não valorizam o aprendizado e os momentos de cultura que vocês colheram com as histórias que detalhamos com um misto de chatice científica e a paixão de um chef de cozinha. Não revelam os seus sonhos que alimentamos com histórias, guias de compra e episódios de FlatOut Midnight. Não mostram as pesquisas que vocês fizeram em classificados e marketplaces logo depois de ler aquele texto que te fez descobrir um universo novo naquele carro que você meio que olhava de canto. Não mostram da forma adequada que, entre estes 3.652 dias que se passaram entre aquele 22 de dezembro de 2013 e hoje, nós todos envelhecemos juntos e somos bem diferentes daquela década passada, mas ainda com a mesma alma.

Alguns de nós sequer estamos por aqui mais. Como não lembrar do Cláudio, leitor nosso que já foi embora há sete anos. Neste ano, outro FlatOuter nos deixou, Guilherme Pizzi, que agora acelera de lá de cima. Dentre outros, que se você tiver notícia, por favor, deixe nos comentários. Saber e lembrar de quem já se foi é importante para valorizarmos o tempo que temos por aqui.

A finitude faz parte da vida e faz parte da existência do FlatOut desce o nascimento – já que ele só existe por conta do fim do Jalopnik Brasil. Mais do que isso, sempre começamos um ano sem saber se o terminaremos. Em dez anos, foram ao menos oito anos muito difíceis. E 2023 não foi muito diferente: comercialmente foi um ano bem ruim, com o término da parceria com o Autoline/Bradesco por razões alheias ao sucesso dessa parceria. Sei que este ano não foi exatamente brilhante, porque tivemos de tirar o pé: segurei a onda do Driving Academy, seguramos a onda de outras produções e quadros que iríamos fazer, nos ajustamos à nova realidade econômica, chateamos algumas pessoas com isso (incluindo nós mesmos, pois queríamos ter lançado ao menos uma camiseta e um badge especial de dez anos… terá de ficar para 2024!), mas não é exatamente como se tivéssemos muita escolha.

“Antigamente eu tinha a impressão de que a TVR construía um carro, o colocava à venda e depois descobria como ele se comportava. Geralmente, quando um de seus clientes escrevia para a fábrica reclamando que morreu” – Jeremy Clarkson, sobre o TVR Sagaris.

Foi com essa citação, em um 22 de janeiro de 2013, que inauguramos esta casa com este post aqui. Eu sempre rio com essa citação, não apenas pela genialidade de seu paradoxo perfeitamente lógico, mas porque ela descreve exatamente como é o FlatOut ainda hoje, dez anos depois. A gente nem sabe se vai dar certo, apenas fazemos, testamos, com sorte dá certo. Entramos numa curva sem saber como é a saída. Por sorte misturada com uma pitada de competência, uma década depois, ainda seguimos acelerando do outro lado da curva.

Evolução do logotipo do FlatOut ao longo destes últimos dez anos.
Em 2021, deixamos para trás as cores da Martini para buscar uma identidade própria,
sem abandonar as raízes. Apenas um aceno. E um belo sombreado na tipografia!

Como dez anos é um marco especial, pedi pro MAO e para o Leo falarem não sobre hoje, não sobre amanhã. Mas sim sobre nós mesmos – há dez anos.

Teste de layout da primeira versão de todas do site. Poucos viram o site dessa forma.
Sim, o título da matéria em destaque é apenas um teste.

 

MAO

Em 2012, meu pai, de uma hora para outra, adoeceu e faleceu em coisa de uma semana, aos 67 anos de idade. Sim, um choque, algo traumático e triste. Mas hoje até agradeço: de lá para cá conheci tanta gente sofrendo por dez, vinte anos antes de finalmente descansar, que vejo uma morte rápida como uma bênção. Afinal, todos nós temos que morrer um dia; é apenas um fato da vida. Se a gente pudesse escolher, eu não ia procrastinar! Mas não é parte das coisas que controlamos; resta apenas para nós aceitar o que o destino nos reserva.

Tá gordinho ein MAO? Em Santa Catarina, de férias.

Mas por isso, quando o FlatOut estava nascendo, a vida mudava profundamente para os Oliveira. O Sítio do meu pai perto de Juiz de Fora em Minas Gerais foi vendido; minha mãe passou a viver perto de mim, então em São Caetano do Sul, e eu passei a cuidar de tudo aquilo que antes era função de meu pai.

Mas pior: em pouco tempo depois, ainda em 2013, fui transferido para o Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba. Sim, faz dez anos que vim para esta cidade que hoje chamo de casa. Viemos a família toda, inclusive minha mãe, que alugou o apartamento onde mora até hoje. Meus filhos eram crianças então; hoje, adultos de 19 e 24 anos de idade.

Vim trabalhar no laboratório de segurança veicular: crash test. Assunto novo para mim, começando de novo do zero; nunca é fácil. Também não é fácil mudar de cidade: não era a primeira nem segunda vez que fizera isso, mas a prática não refresca nada. A vida muda e tudo complica.

Mas o assunto aqui é automóvel, então vamos ao que interessa. O que estava na minha garagem em 2013? Quando o ano começou eu tinha acabado de comprar não um, mais doi carros zero-km. Para a família, um recém-lançado Chevrolet Cruze Hatch. Não qualquer Cruze: um Hatch vermelho-sólido-bombeiro, básico LT, com bancos de tecido, e câmbio manual de seis marchas.

Um carro que tinha experimentado bastante dentro da GM antes de comprar: o sedã automático LTZ com bancos de couro, a mais comum configuração do Cruze, não me apetecia em quase nada; o meu era algo bem diferente. Ainda pecava principalmente por uma direção morta e levíssima, remota, mas o resto era muito legal. Os bancos desciam até o chão, seguravam o corpo todo, volante próximo de mim, e câmbio manual. O motor, embora nenhum canhão, era alegre e girador. Adorava o Cruze.

Depois, para minha mãe, compramos um Sonic LTZ automático, Hatch, azul. Achei que seria tão bom quanto o Cruze, mas ledo engano: motor sem eixos contra-rotativos vibrava muito e não era alegre, o câmbio automático era hiperativo, e a suspensão, dura demais. Um Onix automático seria melhor, hoje tenho certeza, mas vá lá. Aprendi a nunca mais comprar nada sem andar primeiro, mesmo que o carro não fosse para mim.

Mas o meu carro da época era meu xodó: uma perua BMW 328i Touring com câmbio manual de fábrica, ano/modelo 1996. Comprei este carro em 2012, do primeiro dono, com apenas 47 mil km rodados, absolutamente impecável.

O REENCONTRO: MAO e sua (ex) BMW 328i Touring na Estrada dos Romeiros

Ter um BMW era um velho sonho, então recém-realizado. É algo ainda impressionante, um verdadeiro GT de alto nível escondido numa carroceria de perua familiar; e um que fazia também, uma imitação bem legal de um carro esporte, quando eu precisava.

A perua acabaria tendo suas funções expandidas: para comprar a casa que hoje moramos, acabei tendo que vender o Cruze; por alguns anos ela se tornaria o carro principal da casa.

Quando vendi o Cruze, fui imediatamente à internet procurar um carro barato, de até 15 mil reais. Por pura sorte, acabei encontrando outro carro quase novo: um Citroën Berlingo 2001, verde por dentro e por fora, e com o raro teto solar de lona elétrico. De novo, de um único dono, e pouco rodado; o único problema é que estava no Rio de Janeiro. Vocês lembram dele, o Berlingo: contei a saga dele aqui.

Um romance improvável: o dia em que comprei um Citroën Berlingo

O Berlingo se provou um carro sensacional, que nunca deveria ter vendido. Mas fazer o quê… acabei achando que a BMW era melhor de ser mantida, e quando minha esposa pediu um carro mais novo e normal, foi o Berlingo que foi embora.

A vida em Indaiatuba se mostrou muito boa (se o trabalho, menos), e durante 2013, tenho a dizer que estava muito feliz com meus dois carros diferentes. Minha esposa não gostava: dizia que todo mundo sabia onde ela estava, e comentava tê-la visto pela cidade aqui e ali; para quem vem da cidade grande anônima, esquisito. Hoje, estamos acostumados com isso.

Em 2013, também, com o dólar relativamente barato, importei um jogo de amortecedores Bilstein para a perua; com ele vieram kit para cambagem maior na dianteira, e limitador de curso para os braços traseiros de suspensão, ambos da Turner Motorsport americana. Também aproveitei para trocar todas as borrachas por peças novas. O carro melhorou bastante de chão com essas modificações simples.

Planos na época eram apenas ir melhorando a BMW. Meus planos para ela incluíam coletor de 325i e recalibração, para mais uns 30 cv aspirados; talvez rodas aro 17 de M3, se achasse boas, para usar pneus mais modernos. E só. Nunca consegui fazer isso, no fim, mas era o plano até vender o carro. Mas o fato é que, em 2013, estava realmente feliz com minha garagem.

E foi em 2013, também, num passeio com amigos, que conheci a estrada dos Romeiros; um lugar que virou o meu quintal de casa, e uma alegria recorrente desde então. O passeio, olhando de hoje, foi épico: um dia inteiro com carros realmente sensacionais, num dia bonito, e com gente feliz. Descobrir o asfalto perfeito e sinuoso da estrada mudou tudo. Nem consigo lembrar da vida antes disso! 

Mas o que eu não poderia imaginar, nem em meus sonhos mais loucos, é onde estaria 10 anos depois. Primeiro, andando de Chevette: depois de sete deles, achei que tinha superado definitivamente esse vício, mas parece que não. Depois com saudade de Berlingo, mas não de BMW. E depois, trabalhando naquele site novo que acabara de sair, um tal de FlatOut, que parecia já bem legal de longe, mas sobre o qual sabia quase nada.

Não que esteja reclamando: olhando a vida em 2013, e hoje, na verdade tudo melhorou muito. Adoro meu Chevette, e embora continue sonhando com outras coisas como todo mundo, minha história com ele ainda será longa. E principalmente: encontrei uma casa muito melhor neste incrível lugar de entusiasta que se chama FlatOut. Uma grande felicidade!

Então agora, neste dia de décimo aniversário, e véspera de Natal, so me resta agradecer. Primeiro, principalmente, obrigado a todos vocês assinantes: vocês são o vento debaixo de nossas asas, literalmente. Depois, obrigado aos companheiros aqui do site, todos, do Juliano até o pessoal de TI, dos fotógrafos e videomakers aos produtores, administradores e colegas de redação: estamos juntos para mais dez anos, se Deus quiser!

Vida longa ao FlatOut, e um Natal iluminado à todas vocês, leitores fiéis ou esporádicos, é o que eu desejo do fundo do coração. E a aventura continua!

 

Leo Contesini

Se dezembro tem dois meses em um só, o mês de dezembro de 2013 teve uns quatro meses. Desde outubro daquele ano eu já sabia que o Jalopnik seria encerrado ao fim do ano, mas só pudemos divulgar a notícia no início de dezembro. Isso, porque ao longo de novembro eu e o Juliano colocamos em ação o plano de fazer o nosso Jalopnik.

Ele já havia registrado alguns nomes — sim, o FlatOut poderia ter se chamado F40 —, mas FlatOut foi uma sugestão trazida pelo Juliano, inspirada em Colin McRae, não me lembro exatamente por qual razão, mas desconfio que tenha algo a ver com a subida de Montanha de Campo Largo, que estava prestes a acontecer.

Dois dos meses de dezembro aconteceram simultaneamente: tocar o site e, ao mesmo tempo, cuidar da mudança de cidade. Eu havia acabado de me mudar de Blumenau/SC para Taubaté/SP, e a perspectiva para o início de 2014 não era nada boa. Com a família nas costas e uma casa disponível em Ibiúna/SP, empacotamos tudo e zarpamos para a zona rural.

Ali começou o terceiro mês, junto com o quarto e o quinto. Porque na casa nova eu já precisava me dedicar aos primeiros conteúdos do FlatOut. Só que eu ainda não tinha a internet instalada. Também não tinha uma casa propriamente dita. As semanas seguintes tiveram sifões, downloads, tapetes e cortinas, armários, malas, caixas, tomadas, idas à lan house no centro da cidade, duas viagens a Taubaté para buscar o resto das coisas e entregar o apartamento. Tudo isso com uma intoxicação alimentar que me impedia de comer direito e me fez perder 10 kg.

Lembro claramente de 31 de dezembro de 2013, de estar correndo contra o relógio para terminar uma postagem curta sobre o ronco do Alfa Romeo 4C antes que a lan house fechasse. Que loucura foi aquele mês. E eu ainda fiz uma entrevista de emprego para um grande portal, porque não sabíamos quanto teríamos dinheiro de novo. O FlatOut tinha o público, mas não tinha os anunciantes. Ainda.

Na época eu estava com 29 anos e dirigia meu Mercedinho A160, um carro que, embora não seja nada entusiasta, foi o carro que me ajudou a ensinar muito do que sei sobre mecânica/engenharia de automóveis. Eu sei que parece uma piada pronta, mas o carro era bem robusto — um Classe A adestrado por mim para agir como um Classe G. O que me ensinou foi a farta literatura técnica oficial da Mercedes que eu, por acaso, consegui.

Também na época, quando as coisas começaram a se resolver, eu namorava uma Mercedes 280S W116 preta com interior vermelho escuro, um carro usado para levar noivas, mas que se encaixava perfeitamente no meu gosto. Estava a venda por R$ 18.000 (equivalente a R$ 32.000 hoje, pense…) e, na minha ingenuidade de vinte-e-muitos anos, era só algumas coisas se encaixarem, que eu poderia ir lá buscá-la. Mas não deu certo. Talvez não fosse a hora ainda. Vá saber. Sonhava com aquele carro, mas não deu. Ele logo sau, com o Fiesta Sport que eu nunca fiz.

Agora, dez anos depois, um Mercedes W116 deixou de ser um sonho. É mais um carro que eu até teria, mas não é algo que me faz caçar anúncios. Hoje, eu gostaria de um E350 coupé, daqueles de 2013, mas ainda não é algo que eu posso comprar. Penso também em um Audi A3 sedã para o dia-a-dia, e, se possível, um Sandero RS para curtir. Quem sabe em 2024, nessa nova década do FlatOut?

 

Juliano Barata

Dependendo da época que você me conheceu ou conheceu o FlatOut, a sua pergunta vai ser: “e o Prelude?”, “e o Opala?”, “e aquele Sandero RS Ordospec, pretinho?”, “e a Alfa?”… e se você é das antigas mesmo, vai vir com o “e o Dart Games?”.

Quando eu entrei nesse universo de V8, estávamos no fim dos anos 90 para o começo dos 2000 e o mundo era bem diferente. Os encontros de V8 aconteciam em alguns postos de gasolina (geralmente entre os eixos da Zona Norte/Leste de SP e o ABC) e eram meio selvagens. Não tinha smartphone. As câmeras digitais filmavam com uma qualidade inferior a 240p e com quadros comparáveis a um gif animado. E quer saber… foi a melhor coisa. Porque as memórias me deixam quase como um replicante Roy no fim de Blade Runner.

Eu vi coisas que a geração de hoje não iria acreditar. Maverick de arrancada, com metade da carroceria de fibra de vidro, tunnel ram e duas quadrijets largando grossas faixas de Hoosier em plena Marginal Tietê. Eu vi um Dart e um Charger beirando 200 km/h, com cintos subabdominais, na avenida do Sambódromo como se não houvesse amanhã. Todos estes momentos serão perdidos no tempo, como a nuvem de um burnout no ar…

Ninguém estava lá para ficar famosinho. Ninguém comprava carro esportivo para ir atrás de likes. Pelo contrário. Era um meio até excludente, e você conquistava o seu espaço frequentando pelas beiradas, socializando um pouquinho mais a cada encontro, conhecendo, ouvindo, ajudando. Colaborando. Era mais difícil, mas as amizades que nasceram disso eram verdadeiras. Até hoje, quando reencontro alguém dessa época, era quase como se reencontrasse um amigo da escola.

O problema é que, além de eu conviver com essa turma toda, eu também tinha essa tal de paixão pelo circuito, pelo autódromo, e carregava lá dentro de mim uma paixão adormecida pela Alfa Romeo GTV. Dessa mistura toda é que nasceu a ideia do projeto Dart Games: pegar um Dodge e fazer a coisa mais improvável que se pode imaginar – um carro de track day. Um Pro-Touring sem ter aquela cara chip-foosiana de pro-touring, mas sim, a cara dos anos 70. Estilo Trans-Am. No máximo com uma roda R16 para ter espaço para os discos de Corvette que iria utilizar.

O projeto começou lá por volta de 2010 e comecei a pingar as ideias e peças que ia juntando ainda no Jalopnik, ideia que acabou criando o quadro Project Cars no FlatOut – e o PC só morreu porque os hábitos das pessoas mudaram. Ao longo dos anos, percebemos que a turma gostava cada vez menos de escrever. Hoje, a paciência para o povo ler é minúscula. Uma montanha de pessoas assistem vídeos e ouvem áudios em velocidade 1,5x. Se o áudio é longo, chamam de podcast. A sociedade mudou, o pavio encurtou e temos hoje uma atmosfera de dislexia social.

Lá em 2013, caramba, como tudo era diferente. Devorávamos páginas e páginas de fóruns que detalhavam os builds dos projetos. Ainda existiam grupos de e-mail como o Yahoo Groups (como se fossem fóruns, mas via e-mail). Recebia catálogos de peças da Summit, impressos, e olhava cada uma das páginas.

Em 2013, eu me vi na posição de deixar de ser um colaborador terceirizado de uma empresa (Jalopnik/Spicy Media) para fundar a minha própria, junto com o Leo e o Dalmo. Passando para este lado do balcão, a cada ano descobria o tamanho das responsabilidades e desafios que é ser um empresário, espécie culturalmente demonizada pelo brasileiro. Ter um negócio te força a amadurecer, a tomar decisões difíceis, a sacrificar muitas coisas da vida pessoal. Incluindo todo o projeto do Dart Games, cujas peças e o próprio carro acabaram virando partes do FlatOut naqueles difíceis anos de 2016/2017.

Neste ano, quase como uma antecipação da comemoração dos 10 anos de FlatOut, tive a oportunidade reencontrar o Dart Games, que foi genialmente restaurado e customizado pela Junk Station, com peças importadas pela America Parts, que hoje estão trazendo os componentes da minha Alfa GTAm. Foi quase como fechar um ciclo de vida, estar dentro do carro que sacrifiquei para continuar fazendo aquilo que amava.

Voltei aos tempos dos encontros de V8, de um Juliano Barata doente por carros americanos, tentando fazer milagre em um projeto Pro-Touring com cara de velha guarda. Mais do que sentir o sabor de volta, fiquei grato por poder transformar essa experiência em um vídeo, em um conteúdo, em algo que pode ser compartilhado e atingir muitas outras almas automotivas além da minha. E aí entendi a grandiosidade da coisa.

Esse é o grande propósito do FlatOut. Esse é o grande propósito de tudo o que faço. Vai além do que eu gosto. A nossa razão de ser é manter não só a nossa chama acesa, mas continuar abastecendo a chama de vocês. E enquanto esse TVR não virar uma bola de fogo ambulante que pode ser vista do espaço, seguiremos acelerando.

Muito obrigado por estes dez anos conosco.