ha alguns dias começamos a contar aqui no flatout a historia do dodge viper — desde o comecinho la em 1989 quando a chrysler foi ousada o bastante para mostrar um conceito com motor de dez cilindros e uma proposta pretensiosa ser um desafio respeitoso ao iconico shelby cobra porem com uma dose extra de selvageria e dois cilindros a mais carroll shelby ficou orgulhoso acontece que estamos falando de um carro que chegou as ruas em 1992 naquela epoca ter um motor de dez cilindros com oito litros de deslocamento e 400 cv era sinal de pura selvageria bem 23 anos depois continua sendo o que nao impediu que o motor do viper ficasse cada vez maior e mais potente — hoje sao 8 4 litros e 650 cv ok 648 8 cv mas voce entendeu o ponto na segunda e ultima parte deste especial vamos traçar o caminho que o mais americano dos supercarros percorreu ate hoje primeira geraçao 1992 2002 minimalismo mecanico foram as palavras que em 1989 a revista road and track usou para descrever o conceito do viper e esta ideia foi transportada para a versao de produçao apresentada tres anos depois no salao de detroit onde mais quer dizer a chrysler nao mediu esforços ou despesas para criar um motor monstruoso e potente delegando o trabalho de desenvolvimento para a lamborghini a companhia italiana projetou um bloco todo de aluminio e nao economizou nos componentes especificos como comando de valvulas pistoes e bielas tambem de aluminio e cabeçotes no entanto todo o resto foi pensado para reduzir peso e entregar uma dinamica afiada sem gastar muito por esta razao o viper apostou em uma formula simples e consagrada estrutura tubular de aço do tipo espinha dorsal motor dianteiro cambio manual e traçao traseira a suspensao era independente nas quatro rodas com braços triangulares assimetricos e molas helicoidais nos quatro cantos e nao havia freios abs ou controles eletronicos de traçao e estabilidade alem de ajudar a conter custos a ausencia destes elementos foi essencial para a formaçao do carater da vibora — um carro primitivo e brutal que nao fossem as formas bem desenhadas da carroceria e pelo fato de ser produzido em serie por uma grande fabricante poderia ser facilmente confundido com um kit car sim porque ao espiar debaixo daquele enorme capo o que se ve nao e muito diferente de algumas replicas feitas de forma independente isto no entanto nao e defeito — de forma alguma e so olhar a ficha tecnica o v10 de oito litros entregava 408 cv a 4 600 rpm e 60 4 mkgf de torque a 3 600 rpm aliado a caixa tremec t56 manual de seis marchas formava um conjunto capaz de levar o viper ate os 100 km/h em 4 5 segundos com maxima de 290 km/h e ainda faze lo cumprir o quarto de milha em 12 9 segundos a 183 km/h — numeros capazes de fazer frente a esportivos lançados quase um quarto de seculo depois se isto nao e de impressionar o que pode ser [youtube id= pjxwd0e7n5s width= 620 height= 350 ] no total 283 exemplares do viper foram fabricadas em 1992 — todos eles da versao rt/10 roadsters pintados de vermelho as rodas de 17 polegadas calçavam gigantescos pneus michelin xgt z de medidas 275/40 na dianteira e 335/35 na traseira era um visual marcante sem duvida — ainda mais porque sua primeira apariçao publica foi como pace car da indy 500 em 1992 mas o viper que ficou verdadeiramente marcado no imaginario da molecada dos anos 90 veio quatro anos depois um cupe azul metalico com listras brancas foi assim que a segunda fase do viper de primeira geraçao foi apresentada em 1996 a dodge ja havia vendido cerca de 12 000 unidades do roadster que encantou entusiastas e jornalistas com sua suspensao dura entre eixos curto traseira esperta e soleiras das portas capazes de gerar queimaduras de terceiro grau pela proximidade com as saidas de escape laterais o novo escapamento tambem garantiu um aumento de potencia para 420 cv o novo viper que agora vinha em duas versoes — o cupe gts e o roadster rt/10 — adicionou refinamento mas so um pouco agora as saidas de escape ficavam na traseira e os freios ganhavam sistema anti travamento abs alem disso a suspensao ganhou componentes de aluminio responsaveis por uma reduçao de peso de 27 kg e o interior foi equipado com airbag duplo frontal safety first nao e o que dizem visualmente o cupe era claramente inspirado no shelby cobra daytona com a bolha dupla no teto caracteristica que mantem ate hoje e um discreto spoiler rabo de pato na traseira a estrutura tambem ficou mais rigida e a potencia a mais garantia que o viper agora chegasse aos 100 km/h em quatro segundos cravados cumprisse o quarto de milha em 12 2 segundos e continuasse acelerando ate os 298 km/h entre 1996 e 2003 tudo o que o viper recebeu foram atualizaçoes pequenas no exterior e no interior no mais a geraçao classica do viper passou onze anos praticamente inalterada segunda geraçao 2003 2010 a mudança de geraçao veio onze anos depois — quando o viper ja era um sucesso absoluto e ja havia entrado para o panteao dos melhores superesportivos do planeta alem das mudanças esteticas que deram a ele uma cara ainda mais agressiva e linhas ligeiramente angulosas o viper tambem ficou mais pratico o capo foi rebaixado garantindo melhor visibilidade e passou a ser aberto de forma convencional as colunas a foram deslocadas oito centimetros para a frente e o entre eixos cresceu sete centimetros alem de tornar a dirigibilidade um pouquinho menos sanguinaria bem pouco mesmo isto permitiu que as portas fossem maiores e o acesso ao interior ficou mais facil a maior mudança porem foi o aumento no deslocamento do v10 de oito para 8 3 litros com isto a potencia saltou de 408 para 507 cv com torque de 72 6 mkgf a unica transmissao disponivel continuava sendo a caixa manual de seis marchas da tremec devidamente reforçada o conjunto agora levava o viper ate os 100 km/h em 3 8 segundos e a velocidade maxima superava pela primeira vez os 300 km/h — 305 km/h mais especificamente o quarto de milha era cumprido em 11 8 segundos a 200 km/h transformaçao maior ocorreu no interior o visual generico e os materiais baratos deram lugar a um desenho mais elaborado e qualidade de acabamento superior — alem de uma boa melhora na ergonomia com instrumentos maiores voltados ao motorista e de leitura mais facil no entanto voce continuava sentado no assoalho com as pernas esticadas em uma posiçao bastante recuada [youtube id= etfgzddebgc width= 620 height= 350 ] como aconteceu na primeira geraçao o roadster veio primeiro tres anos depois em 2006 chegou o cupe em ambos os casos o sobrenome agora era srt 10 a impressao causada nos veiculos especializados foi a de que o viper agora era um superesportivo completo e mais confortavel que lembrava menos um carro kit car o que de forma alguma quer dizer que ele ficou mais manso — pelo contrario que o digam as rodas traseiras de 19x13 polegadas calçadas com pneus de medidas 345/30 mais potente e ainda desprovido de babas eletronicas o viper precisava de todo grip que conseguisse as mudanças ano a ano foram mais discretas — entre 2007 e 2010 seu ultimo ano o viper recebeu novas cores e acabamentos no interior e nao muito mais do que isto esta historia poderia ter acabado aqui a crise financeira mundial de 2009 afetou diretamente as fabricantes de automoveis — especialmente seus modelos de alto desempenho a demanda cada vez menor por superesportivos com motores grandes potentes e beberroes quase colocou um fim a vibora no fim de 2009 no entanto tres anos depois o mundo foi surpreendido com um novo viper terceira geraçao 2013 presente e ele era totalmente novo mesmo para começar em 2011 a fiat comprou boa parte das açoes da chrysler ajudando a reerguer financeiramente a gigante americana era o empurraozinho que faltava para que uma nova vibora começasse a nascer o anuncio de um prototipo veio no fim de 2010 certamente porque a negocioçao ja estava em curso antes de vir a publico e o primeiro prototipo funcional apareceu ainda em 2011 no entanto uma versao preliminar havia dado as caras em um evento fechado para proprietarios do viper em setembro do ano anterior ralph gilles que chefiou a equipe de design do novo viper garantiu que todo o projeto foi executado por americanos — ainda que a chrysler tenha recebido consultoria da ferrari e da maserati alem de se aproveitar de alguns de seus fornecedores para peças de acabamento e componentes como os bancos por exemplo na pratica o que gilles quis dizer foi que o viper continuava 100% americano e que ninguem deveria esperar alma italiana da nova vibora a começar pelo motor que continuava sendo o v10 baseado no v8 magnum contudo seu deslocamento agora era de 8 4 litros alem disso um novo coletor de admissao e a adoçao inedita de um comando de valvulas variavel garantiu um aumento de potencia para 649 cv a 6 150 rpm com 82 9 mkgf de torque a 4 950 rpm alem disso o motor recebeu novas camisas de cilindro virabrequim de aço forjado e volante de aluminio a taxa de compressao e de 10 2 1 a transmissao tremec t6060 manual de seis marchas leva a potencia para as rodas traseiras atraves de um diferencial de deslizamento limitado com relaçao final de 1 3 55 o resultado zero a 100 km/h nos tres segundos baixos enquanto a velocidade maxima passou a impressionantes 331 km/h o quarto de milha e cumprido em 11 5 segundos mas estes sao os numeros outra grande transformaçao aconteceu na estrutura do viper que teve o peso reduzido em cerca de 45 kg graças ao uso de aluminio e metais de alta e ultra resistencia a carroceria passou a empregar aluminio nas portas e fibra de carbono no capo no teto que conserva a bolha dupla e na tampa do porta malas visualmente o viper estava mais refinado do que nunca ainda que o novo desenho dos farois que agora eram verticais e das lanternas nao tenha agradado aos fas mais tradicionais que associaram as mudanças ao recem adquirido sangue italiano da vibora e fato que o viper jamais pareceu tao refinado e bem construido isto tambem vale para o interior — alem dos materiais de qualidade superior pela primeira vez o supercarro americano contava com tela multimidia no console central e cluster digital de instrumentos alem disso ergonomicamente o viper atingiu seu auge mas nao acaba por ai outra mudança radical no viper foi a introduçao de assistencias eletronicas — controles de estabilidade e traçao para o desespero dos puristas de acordo com a dodge a novidade veio por conta da legislaçao americana mas a verdade e que a eletronica tornou o viper mais sofisticado e finalmente capaz de enfrentar a concorrencia europeia de igual para igual a mudança na filosofia do viper veio acompanhada de uma breve mudança de nome entre 2012 e 2014 a chrysler decidiu criar a submarca srt — mudança que foi mal recebida e revertida para o ano modelo de 2015 quando o viper voltou a ser um dodge so ha um problema aparentemente nao ha mais espaço no planeta para um supercarro americano com um v10 aspirado de 8 4 litros como relatamos ha algumas semanas a fca devera matar a vibora em agosto de 2017 o motivo vendas baixas — estamos falando de cerca de 700 carros por ano este devera ser o fim de uma era — ainda que ao longo destes mais de vinte anos o viper tenha cumprido sua missao com exito se hoje a chrysler teve coragem de fazer um muscle car de 717 cv o absolutamente insano dodge charger hellcat certamente parte da culpa e do sucesso do viper agradeçamos a ele [youtube id= ryiqu17r4ew width= 620 height= 350 ]
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