na primeira parte do especial lubrificantes falamos sobre os fundamentos da lubrificaçao de motores a combustao os significados dos numeros e siglas nas embalagens e as propriedades fisicas principais dos oleos que usamos na segunda parte entramos um pouco mais nas particularidades de formulaçao dos diferentes tipos de lubrificantes reaçoes quimicas e detalhamos os riscos principais como a temida borra e as complexas relaçoes de causa e efeito com os quais estes subestimados liquidos precisam lidar o ambiente em que um lubrificante trabalha e incrivelmente severo acidos fogo explosoes e enxofre fariam um pobre infeliz que se visse de repente dentro de um motor se lembrar imediatamente da famosa cançao dos stones pleased to meet you hope you guess my name e se em condiçoes normais a combustao interna ja e um inferno entao como lidar com as condiçoes muito mais extremas as quais um motor e submetido em uma pista de corridas falaremos sobre isso nesta terceira parte se voce nao leu a primeira e a segunda parte talvez seja interessante clicar nos links do inicio do post e se familiarizar com termos e conceitos o objetivo como sempre e apresentar principios de forma simples e util mas e importante deixar claro que o assunto e complexo polemico e ocasionalmente nao conclusivo embora as informaçoes a seguir sejam baseadas em dados tecnicos e experiencia pratica na industria e em competiçoes nao ha aqui a ambiçao de que sejam inquestionaveis ou mesmo definitivas e caso tenha interesse em entender aspectos mais cientificos ou numeros exatos tentarei ajudar pelos comentarios pela minha experiencia quase sempre que alguem procura um lubrificante esta pensando em marca e nao em especificaçao a publicidade e a internet ajudam a disseminar argumentos do tipo a ferrari usa o oleo x na formula 1 ou meu carro ficou bem melhor usando o oleo y ainda que uma marca de ponta tenha condiçoes de desenvolver bons produtos e a indicaçao de um amigo as vezes seja um bom começo cada caso e um caso projeto de motor folgas temperaturas condiçoes de uso etc nao da pra generalizar e a proposito o oleo nas prateleiras nao e o mesmo usado nos motores de formula 1 que sequer e multi viscoso meu marido me pediu pra comprar oleo para o motor agora eu sei como ele se sente na seçao de absorventes como vimos nas partes anteriores desta serie a especificaçao recomendada pelos fabricantes e uma boa base para o uso normal quase sempre mas tenha em mente que criterios meramente comerciais sao utilizados nestas recomendaçoes em casos de preparaçoes especiais usos especiais e condiçoes especiais adequaçoes e redimensionamentos podem ser necessarios e este o caso em um trackday na pista o motor do seu carro vai operar muito tempo em altas rotaçoes o lubrificante tende a trabalhar longamente em temperaturas bem acima do uso convencional mesmo que a temperatura do sistema de arrefecimento se apresente dentro do esperado nestas condiçoes o lubrificante original estara com viscosidade abaixo do normal e provavelmente havera perda de propriedades do oleo a pressao do sistema caira e neste ciclo vicioso e sem os devidos cuidados seria apenas questao de tempo para um problema ocorrer ou no minimo se encurta a vida util de bronzinas e aneis e ainda nem estamos falando de motores modificados ou com aumento de potencia a seguir vamos tratar dos principais aspectos dos lubrificantes que devem ser levados em conta quando usados em condiçoes de pista o paradoxo da viscosidade a menos que voce esteja pagando alguma promessa vai usar toda a potencia do motor do seu carro na pista fazendo com que ele gere uma quantidade imensa de calor o oleo chegara facilmente aos 150˚ sim voce deveria ter um termometro de oleo no painel nesta temperatura a viscosidade do lubrificante sera menor que a normal o que reduz atrito a medida em que aumenta a fluidez e com maior fluidez ha melhor troca de calor e caso esteja em duvida sim isso e bom a logica acima explica porque nao necessariamente um oleo de maior viscosidade deva ser usado na pista de fato motores originais modernos e motores giradores em geral pedem lubrificantes menos viscosos e ate os extremos motores de f1 usam lubrificantes monoviscosos bastante finos grau 0 a 10 nada de w40 50 ou 60 mas ha um limite para isso e esse limite pode ser facilmente verificado pelo manometro se a viscosidade reduz ao ponto em que a pressao nao seja suficiente para gerar o fluxo necessario nao havera lubrificaçao nao havera troca de calor e em pouco tempo nao havera mais motor algum a regra geral e que a viscosidade ideal e a que permite pressao de aproximadamente 10 psi para cada 1000 rpm a medida em que a rotaçao sobe mas encontrar este equilibrio exige experimentaçao e testes alem e claro de manometro e termometro de oleo em carros modernos estas informaçoes podem ser obtidas com apps para obd que assim como os sensores especificos nao custam fortunas e sao um bom investimento para quem quer participar com frequencia de track days sinteticos x minerais nas primeiras partes desta serie exploramos as caracteristicas e vantagens dos lubrificantes de base sintetica nao vamos repetir tudo mas vale reforçar que de forma geral a desvantagem de um sintetico e apenas o seu custo em especial se as especificaçoes em termos de viscosidade forem mantidas nas condiçoes demandantes de um track day o ideal e usar um lubrificante sintetico que nas mesmas especificaçoes do oleo mineral eventualmente recomendado pela fabrica sera capaz de manter se estavel e eficiente mesmo nas situaçoes nas quais o oleo mineral ja teria perdido propriedades nao custa lembrar que nem todos os sinteticos sao iguais e alem dos semi sinteticos que sao um blend entre bases sinteticas e minerais ha ainda os sinteticos plenos e tambem os sinteticos base ester sendo este ultimo o mais sofisticado eficiente e caro ao menos teoricamente pacote de aditivos lubrificantes racing x normais os lubrificantes que usamos normalmente ja incluem aditivos inclusive detergentes e dispersantes que embora uteis para manter o motor limpo em longo prazo concorrem com a reduçao de atrito e consequentemente contra a eficiencia imediata do motor um bom lubrificante para uso normal e o que consegue um bom compromisso entre limpeza reduçao de atrito dispersao de residuos estabilidade quimica etc mas em motores de corrida abertos e revisados com frequencia a preocupaçao principal e com desempenho e por isso lubrificantes de competiçao contem pacotes de aditivos quase que exclusivamente voltados para reduçao de atrito que quando usados em carros de rua podem danificar componentes como o catalisador por outro lado como a maioria dos oleos de corrida nao contem detergentes os intervalos de troca recomendados no manual nao se aplicam exigindo frequencia bem maior naturalmente um oleo racing sintetico base ester de ultima geraçao mesmo sem aditivos detergentes pode ser ainda eficiente dentro dos intervalos de troca tipicos mas e um risco e os beneficios de usa lo em um carro de rua tende a ser minimo ainda mais considerando seu custo sobre outros aditivos independentes adicionados ao oleo como ja mencionei na parte 2 falta comprovaçao cientifica para que eu possa recomenda los com segurança ao longo dos anos participei de testes ou recebei resultados que de maneira geral indicavam que a maior parte das promessas destes aditivos nao era cumprida e uma pequena parte era cumprida apenas por periodos curtissimos e quase sempre haviam comprometimentos posteriores mas e um fato que ha quem tenha tido boas experiencias com eles e quem os recomende quase religiosamente no final a decisao e sua mas troque o filtro de oleo e o inspecione a cada troca sempre troque o filtro de oleo quando trocar o oleo tipo de combustivel como voces ja sabem o governo nos presenteou com um aumento do percentual de etanol anidro na gasolina comum e aditivada gerando uma enxurrada de reclamaçoes e preocupaçoes principalmente dos proprietarios de carros a gasolina mas afinal quais sao os efeitos disso vamos entrar mais a fundo nesta discussao em uma nova serie sobre combustiveis mas de forma simplificada adicionar etanol anidro a gasolina traz quatro efeitos principais aumento do consumo menor lubrificaçao o combustivel tem papel na lubrificaçao e o etanol e menos eficiente neste aspecto queima mais limpa em residuos e poluentes e aumento da resistencia a pre detonaçao considerando estes efeitos em termos gerais quanto mais etanol na gasolina mais redutores de atrito o lubrificante deve possuir e menos detergentes ele necessitara essa logica deve ser considerada na escolha do tipo de lubrificante para carros que usam etanol anidro oleo com menos detergentes e mais anti atrito e de forma inversa quando usamos gasolina com menos etanol oleo com detergentes e dispersantes no caso da gasolina podium a ideal e mais utilizada em track days considerando sua formulaçao mais refinada e com menos enxofre significa que o lubrificante ideal deve ter mais aditivos anti atrito e pode ter menos detergentes recomendaçoes basicas 1 troque o oleo antes do evento a tabela abaixo pode ajudar na escolha do lubrificante mas lembre se que e apenas uma matriz generica particularidades de cada caso devem ser consideradas com atençao e troque o filtro de oleo sempre que trocar o oleo de preferencia troque tambem o de ar e o de combustivel apos o evento troque o oleo e o filtro novamente com antecedencia considere ate 1/3 da quilometragem tipica 2 a maioria dos carros originais nao dispoe de equipamentos para medir temperatura e pressao do oleo isso nao e o ideal mas se for o caso verifique o nivel antes de cada saida dos boxes e se necessario complete com o mesmo oleo e inspecione o motor a procura de vazamentos e ruidos incomuns 3 considere este padrao uma volta de aquecimento uma ou duas voltas rapidas e uma ou duas voltas de resfriamento em marcha longa entre 70 e 100km/h evitando frenagens este e um procedimento conservador mas em muitos casos uma unica volta rapida ja pode ser suficiente para que freios sistemas de lubrificaçao e de refrigeraçao motor e cambio superaqueçam comprometendo voltas rapidas e principalmente a segurança por ultimo mas nao menos importante como estamos falando de fluidos e de uso em pista e quase impossivel nao pensarmos em outro sistema fundamental o de freios vale lembrar alguns pontos importantes 1 fluidos de freio costumam ser negligenciados pouca gente se da conta de que eles perdem eficiencia nao so com a temperatura mas tambem com o tempo por isso antes de um track day e altamente recomendavel realizar uma troca completa o tipo de fluido varia conforme a necessidade e a aplicaçao mas em alguns casos e preferivel um fluido dot4 novo a um dot 5 cansado no sistema alem disso nem todos os fluidos sao compativeis por isso nunca complete o nivel com marcas e especificaçoes diferentes 2 fluidos do tipo racing podem ser usados mas idealmente devem ser trocados novamente logo apos o track day alem disso lembre se que a parte mais fraca do sistema e a que vai falhar primeiro os flexiveis originais podem nao lidar bem com o ganho de temperatura do fluido de competiçao e se expandir fazendo o sistema perder pressao se o sistema hidraulico segurar bem a tendencia sera das pastilhas sofrerem transformaçoes termicas irreversiveis perdendo muita ou quase total eficacia nas frenagens ainda que o pedal mantenha boa pressao 3 fluidos de freio exigem cuidados mesmo na embalagem eles podem absorver umidade quando acondicionados incorretamente e com isso o ponto de ebuliçao pode ser drasticamente reduzido no uso normal isso pode nao fazer diferença mas na pista faz por isso prefira que o fluido seja novo fabricado recentemente e sem sinais de vazamentos ou danos na embalagem 4 na pista e quase obrigatorio o uso de mangueiras flexiveis de alta pressao assim como pastilhas adequadas para pista e um bom fluido de freio se nao for possivel considere adiar a brincadeira em nome da sua segurança e dos demais participantes 5 ha pistas que nao permitem o uso de aditivos para radiador poderiam causar acidentes em caso de vazamentos pois sao quase tao escorregadios quanto o oleo de motor se utilizar apenas agua lembre se de voltar a aplicar os aditivos logo apos o evento 6 quando aditivos para o radiador forem permitidos consulte o manual sobre qual o tipo de aditivo indicado existem duas categorias principais de aditivos os coolants e os anticorrosivos os coolants sao a escolha para uso em pista e normalmente eles ja contem anticorrosivos podendo ser organicos tipicamente aplicado em motores modernos ou inorganicos com este post chegamos ao fim desta serie sobre lubrificantes em breve voltaremos falando sobre combustiveis ate la espero que a as informaçoes sejam uteis ou ao menos interessantes lembrem se de deixar qualquer duvida nos comentarios e estou a disposiçao para ajuda los caso participem de algum track day
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