Sempre afirmamos que não faz diferença se um entusiasta é um cara ou uma garota — o que importa é gostar de carros. Mas é impossível não reparar quando uma mulher curte carros e cuida do seu tanto (ou até mais) do que muito marmanjo. É um lance cultural. E Freya, 23, dona desse Integra Type R DC5, é um belo exemplo disso que estamos falando.
Por que Freya gosta de carros? Ela diz que não herdou a paixão de ninguém — ela simplesmente gostava mais de carrinhos do que de bonecas quando era criança. “A TV também teve um papel importante”, ela conta. Bem, só o fato de não ter crescido no meio dos carros e mesmo assim fazer deles parte da sua vida já merece nossa admiração.
Freya conta que este é seu segundo Integra Type R, e seu terceiro carro (o oimeiro foi um Hyundai Coupe, do qual ela não se orgulha mas era o que podia comprar na época). Pouco importa se, entre os ditos gearheads dos EUA e da Europa (Freya é britânica), o Integra é considerado “carro de mulher”: Freya faz justiça ao que tem na garagem, cuidando, modificando e dirigindo sempre que pode.
Ela diz que gosta da atenção que recebe por ser mulher — não as cantadas, mas os olhares de surpresa quando chega em algum evento e desce do carro. Ninguém espera que aquele “carro de mulher” tenha de fato uma garota atrás do volante. E ela diz que gosta de dirigir rápido — não pretende se desfazer de seu Integra, mas também torce para, um dia, poder comprar outro carro para o dia a dia e fazer do “Teg” um projeto de pista, para track days e afins.
Ah, e ela se refere ao carro como “meu garoto”. Ela diz: “os caras não dizem que seus carros são garotas? Pois o meu é o meu garoto.”
O DC5 é a quarta e última geração do Integra, e o Type R é seu modelo mais especial. Lançado primeiro no Japão, depois na Austrália e no Reino Unido (nos EUA seu nome era Acura RSX), o Integra DC5 Type R é equipado com o elogiado motor K20, de dois litros com comando variável i-VTEC, calibrado para render 220 cv a 8.000 rpm e 21 mkgf de torque a 7.000 rpm. Isso mesmo: sua potência específica é de 110 cv por litro. O câmbio é manual, de seis marchas, e o conjunto leva o carro de 0-100 km/h em 6,2 segundos, com máxima de 235 km/h.
O carro de Freya já recebeu algumas modificações desde que foi comprado, há cerca de um ano. A lista inclui admissão e escapamento Mugen, novas rodas, suspensão preparada, volante OMP e algumas modificações estéticas para deixar o carro com a cara da dona. São alguns detalhes que, por enquanto, satisfazem Freya — o carro já anda muito bem com a mecânica quase original, mas ela já agendou um remapeamento da ECU. Temos certeza de que este é só o começo.