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Técnica

Esticando o cobertor das válvulas: o comando variável

O primeiro carro que dirigi regularmente foi um Renault Laguna de primeira geração. Era um belo exemplar dos hoje raros hatchbacks grandes, equipado com um motor 2.0 16v de 140 cv e câmbio manual de cinco marchas. Um excelente carro estradeiro, mas um tanto desajeitado na cidade não só pelo tamanho, mas pelo típico comportamento de carros multiválvulas da época, o fim dos anos 1990, que acordava nas rotações médias e brilhava em altas, mas era um tanto preguiçoso em baixas rotações. Esse comportamento era comum nos motores de quatro ou cinco válvulas por cilindro devido à ausência dos sistemas de variação do comando de válvulas. E a razão para isso é justamente o volume de ar que é admitido pelas duas válvulas de admissão daquele motor. Para entender a razão, precisamos antes conhecer alguns conceitos básicos sobre o funcionamento do comando de válvulas. As válvulas de um motor comum são abertas por ressaltos (cames) dispostos ao longo de uma árvore chamada popularmente