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Sessão da manhã

F40 na pista: histórias, lembranças e carporn com a maior Ferrari de todas

Não é fácil falar da F40, e a razão é simples: já está mais do que provado que ela é um dos supercarros mais fodásticos do mundo — na verdade, para muita gente ela está no topo. Mas os caras do XCAR conseguiram nos fazer enxergá-la de uma forma totalmente nova em seu último vídeo. Como?

Com a ajuda de John Pogson, britânico que passou de mecânico em uma concessionária Ferrari a dono de uma equipe de corridas, e que tem no cavallino rampante sua maior paixão. A F40 obviamente é seu carro favorito. Com ela, Pogson se tornou também piloto: por duas vezes, clientes o “emprestaram” suas F40 para que ele corresse no Ferrari Maranello Championship — e vencesse. Já falamos sobre ele aqui.

E é Pogson quem explica, com a propriedade de quem lida com Ferrari desde a década de 70 e viu a F40 nascer, porque este carro é tão especial.

“Ela é a última de sua raça”, ele diz. “E isto é importante para mim.” A F40 foi o último carro feito pela Ferrari que teve o envolvimento de Enzo no processo de criação e construção. E ela nasceu nas pistas — na verdade, nos ralis, quando o Grupo B foi cancelado em 1986 e a Ferrari não tinha o que fazer com os cinco protótipos da 288 GTO Evoluzione que haviam sido construídos.

Enzo já sabia que estava perto da morte, e desejava deixar um legado. Seu legado foi a F40, que partiu do projeto da 288 GTO Evoluzione, mas para uso nas ruas. Só que a Evoluzione era um carro de corridas, e isto acabou fazendo da F40 um carro de corridas com uma placa na frente e outra atrás. O interior não tem acabamento, nem mesmo puxadores nas portas, nada de rádio ou isolamento acústico, nem mesmo airbags. O motor é um V8 biturbo de 478 cv que fica sob uma cobertura transparente de acrílico, e os vãos entre os painéis da carroceria fazem com que ela pareça ter sido construída no galpão atrás da fábrica da Ferrari, e não em uma linha de produção industrial (o que é, de certa forma, uma meia-verdade).

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Não nos surpreenderíamos se fosse verdade: a F40 foi o último representante daquele espírito garagista de que falamos no post sobre Luca di Montezemolo e como ele transformou a Ferrari na companhia bilionária que é hoje. E, mesmo assim, ela foi a Ferrari mais cara de todos os tempos em sua época — anunciada por US$ 400 mil (pouco menos de R$ 950 mil). E, dizemos mais: para garantir que conseguiriam levar uma das pouco mais de 1.300 F40 feitas, alguns donos chegavam a pagar quatro vezes este valor.

Nestes 17 minutos de vídeo, vemos a F40 em detalhes, filmada com uma câmera de alta definição — e mais ou menos metade do vídeo se passa na pista, e não com uma, mas duas F40. Dois motores V8 biturbo de 2,9 litros roncando em uníssono enquanto o câmbio de cinco marchas tilinta nas reduções e faz o motor gorgolejar pornograficamente. Sem sistemas eletrônicos, sem luxo ou soluções de design espalhafatosas: apenas uma carroceria de fibra de carbono recheada apenas com o que é necessário para andar rápido.

A última de sua raça, podemos ter certeza.