Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!
Fiat lança o Fastback Abarth
Polêmica! O Fiat Fastback, o simpático Quasímodo da Fiat, agora aparece em versão mais esportiva: O Fastback Abarth! Junte uma carroceria que embora espaçosa e no espírito dos tempos, é bem desproporcional e esquisita, com um motor forte e o acerto de chão esportivo que a Fiat sabe fazer, chame-o de “esportivo de verdade”, e pronto: está montada a celeuma!
Por um lado, gente reclamando do carro feio e hipertrofiado, que faz rodas aro 18 parecerem 13; do câmbio automático, anátema à esportividade; e do peso, altura e espírito obviamente longe do esporte a motor que permeia todo o exercício. Esportivo? Nunca!
Do outro lado, gente que vê o desempenho brilhante e inegável; o acerto de chão, que tenho certeza mesmo antes de experimentar, vai ser ótimo. Para o mundo de hoje, é esportivo! – dizem esses outros.
Quem está certo? Claro que todos né gente. Sim, é feio e automático demais, o que nos impede de parar tudo para escrever um poema épico sobre ele, e em seguida vender o primogênito em escravidão para comprá-lo. Mas é um esforço decente da Fiat, gente: um carro familiar realmente veloz e com suspensão pronta para dar alegria, e velocidade, ao sofrido papai ou mamãe que o comprar. É uma boa coisa. Se é “esportivo de verdade” ou não, sinceramente, o que importa?
E o que tem de diferente o Abarth do Fastback normal, você pergunta? O motor é o mesmo do Fiat Fastback Limited Edition Powered by Abarth oferecido até então, cujo nome ganharia o prêmio Rolando Lero de prolixidade, caso alguém por acaso se lembrasse do Rolando Lero. É o forte 1.3 turbo T270 com 180/185 cv e 27,6 mkgf, acoplado à um transeixo automático de seis velocidades.
O que muda é o acerto dinâmico, o “chão”, que é mais focado, e o acerto e calibração de powertrain, num tratamento parecido com o do excelente Pulse Abarth. Inclui modificações na calibração de motor e câmbio, suspensão, direção e freios.
Os amortecedores são mais firmes, e o carro é 5 mm mais baixo em relação às demais versões. A direção é mais direta, as rodas de 18 polegadas são mais largas e mais leves, e com pneus adequados à nova missão. Rola menos, e é mais estável e mais divertido de dirigir à moda, diz a empresa.
Há o botão “Poison”, que infelizmente não toca a famosa música homônima de Alice Cooper. Ao invés disso, “fornece condução mais firme e progressão mais acentuada em velocidades maiores. O sistema também proporciona calibração superesportiva do câmbio com trocas mais rápidas e redução automática das marchas em frenagem, para auxiliar com freio motor e antecipar o engate da marcha mais apropriada para retomar a aceleração.”
Os Fastback não pesam menos de 1300 kg, mas mesmo assim, com o forte motor, o Abarth faz o 0-100 km/h em apenas 7,6 segundos, e chega a 220 km/h; excelente. O modelo começa a ser vendido desde já e poderá ser testado em uma das mais de 70 concessionárias da rede especializada Abarth. O preço sugerido é de R$ 159.990. (MAO)
Renault Captur é descontinuada no Brasil
É difícil imaginar que alguém sentirá falta dela, mas é verdade: o Renault Captur é agora parte de nosso passado apenas. O que não deixa de ser espantoso: quando lançado, o carro parecia bonito, sofisticado, e tão SUV quanto toda esta leva de SUV que existe por aí, vendendo muito bem. O que será que deu errado aqui?
O que sabemos é que deu errado sim. A Renault diz que foi problemas de suprimento, decorrentes do conflito entre a Rússia e Ucrânia; muitos dos componentes do Captur viriam da Rússia, “embargada” desde o início do conflito. Disse a empresa:
“O Captur, lançado no mercado brasileiro em 2017 e o primeiro modelo da Renault no Brasil a adotar o motor turbo TCe 1.3 flex em 2021, sofreu impactos pela falta de componentes e teve o seu ciclo de produção encerrado no Brasil.”
Em 2022, o Captur fechou o ano com somente 3.007 unidades emplacadas. De janeiro até setembro deste ano, a história é ainda mais triste: só 304 unidades vendidas. Barrabás.
O Captur estava sendo vendido sempre com o motor 1.3 turbo de 170 cv, com preços entre R$ 142.990 e R$ 164.190. O Duster hoje parte de R$ 115.990 (com o 1.6 litro manual) e chega a R$ 148.990, as versões mais caras compartilhando o motor de 170 cv com do Captur. O Duster continua, claro: vende razoavelmente bem.
O motor 1,3 turbo fez do Captur um carro competitivo; mas era muito pouco, muito tarde; nenhum dos outros dois motores de antes, 2.0 /AL4 e 1.6/CVT, era satisfatório. Um carro que parecia pronto para o sucesso, no lançamento, mas que ninguém realmente gostou de verdade. Numa faixa cheia de concorrentes, ser só OK não é suficiente, né? (MAO)
Audi R8 pode se despedir com versão radical
A revista Autocar inglesa afirma que as notícias do fim do R8, apesar de verdadeiras, não foram completas. Uma versão final especial estaria sendo desenvolvida para dar adeus ao carro esporte da Audi; terá tiragem limitada e será baseada em carro de competição GT3.
A revista mostra fotos de um protótipo flagrado em testes no Nurburgring; parece que a versão final do carro será focada em tempo de pista, mas será um carro de rua. Muito da especificação deve vir do carro de corrida R8 GT3, de tração traseira como o R8 GT, que correu com sucesso em séries de alto nível, como o Campeonato Mundial de Endurance, o Intercontinental GT Challenge entre outros.
O R8 GT3 de corrida foi desenvolvido em parceria com a Scherer Sport, uma submarca do grupo Scherer, que vende Audis prontos para corrida para uso competitivo e track days, semelhante ao programa XX da Ferrari.
A edição final do R8 supostamente será de apenas 100 unidades, e deve ser lançada em 2024. O carro fotografado tem o emblema V10, e deve usar o motor do carro de corrida GT3: com 577 cv, o V10 aspirado de 5,2 litros deve dar um desempenho extremamente interessante. O GT3 de corrida faz 0-100 km/h em 3 segundos e chega a 285 km/h.
O exterior é obviamente sério: uma grande asa traseira quase tão alta quanto a linha do teto, seis aberturas no capô, canards de fibra de carbono nas asas dianteiras e entradas extras nos arcos das rodas dianteiras e no teto. Vamos aguardar a história ser confirmada para ter certeza, mas parece uma forma bem interessante de se despedir, não é mesmo? (MAO)
Alan Mann Racing faz Mustang classico restomod. Mas elétrico.
Na década de 1960, as cores vermelha e dourada dos carros da Alan Mann Racing tornaram-nos os carros mais fáceis de localizar no grid; eram ligados à Ford no ápice da iniciativa Total Performance, e deram ao Mustang sua primeira vitória em pista: o Tour de France de 1965.
Agora, a empresa herdeira deste legado, AMR, sediada na Inglaterra, está empenhada em fazer restomods elétricos do Mustang de primeira geração. O trabalho inclui restaurar completamente um Mustang de 1964 a 1966, a instalação de nova suspensão moderna com coilovers e direção por pinhão e cremalheira, e um interior modernizado. Mas o principal mesmo é que troca o motor a gasolina original por um elétrico.
O motor fica na frente, no lugar do antigo, e manda a força para as rodas traseiras diretamente, via um diferencial limited slip Torsen no eixo traseiro. Tem 304 cv e 32 mkgf. A bateria de 72 kWh pesa apenas um pouco mais do que os 285 kg do motor e da caixa de câmbio removidos, diz a empresa. A aceleração é boa, mas não fenomenal: 0-96 km/h em 5,2 segundos, e uma velocidade máxima limitada a 157 km/h; como sabemos, a velocidade é a morte para as baterias.
A autonomia declarada é de 354 km, o que é mais que suficiente, se for verdadeira no mundo real. O carro aceita cargas AC ou DC e pode ser abastecido de 20 a 80% em 40 minutos. Além disso, vem com tudo que se espera de um carro moderno, e não se espera, funcionando direitinho, num Mustang 1965: ar-condicionado moderno, bancos decentes, Apple CarPlay e conectividade Bluetooth, e tudo mais.
Não é barato, claro: começa em £ 200.000 (R$ 1.210.000), na Inglaterra. Um Mustang sem o barulho de um Ford V8 bravo parece algo que não dá para entender: é a melhor parte do carro. Mas para quem apenas deseja algo moderno e silencioso, com a cara e a imagem de carro antigo, vai servir muito bem. Sim, existem as pobres almas perdidas que se assustam e correm para as saias de suas mamães ao ouvir Vrum-Vrum. (MAO)