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Project Cars Project Cars #229

Ford Maverick Super V8: relembre a historia do Project Cars #229

Estamos de volta com mais uma edição do Best of Project Cars. Desta vez relembramos a história do Maverick Super Luxo V8 do leitor Cassiano Zaparolli, que realizou seu sonho de infância depois de 21 anos.

 

O início

A história começa ainda durante a infância de Zaparolli no interior paulista, onde ele viu pela primeira vez o Ford Maverick do sr. Barguena, um sargento da polícia que certa vez cruzou seu caminho e gravou para sempre a imagem do carro em sua memória. Foi paixão à primeira vista, e o jovem Zaparolli decidiu que teria aquele carro quando crescesse.

Mas o tempo passou, os Mavericks sumiram, Zaparolli saiu para estudar e trabalhar e um dia, quando decidiu realizar seu sonho, descobriu que os poucos Mavericks que restaram estavam caríssimos, algo que o desanimou de certa forma.

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Até que certo dia, visitando sua família no interior, Zaparolli descobriu que o Maverick do “seo” Barguena estava à venda. Sim, aquele Maverick que o conquistara na infância. Imaginem a reação dele ao saber que aquele Maverick que via quando criança e que despertou sua paixão pelo carro ainda existia e pertencia ao mesmo dono.

Zaparolli negociou o carro com os filhos do sr. Barguena, que não estava muito bem de saúde e depois de algumas propostas, finalmente arrematou o carro!

 

A restauração – parte 1

Com o carro na garagem, Zaparolli precisaria restaurá-lo — afinal, tratava-se de um Maverick que fora usado diariamente por anos a fio. A restauração, contudo, precisava ser relativamente rápida, pois ele estava com seu casamento marcado e gostaria que sua noiva fosse levada à cerimônia no carro, tal como fora sua mãe. Como uma restauração completa seria impossível, ele decidiu concentrar os esforços na estética do carro para ter ao menos um visual apropriado para a cerimônia e fazer motor, freios e suspensão em uma segunda etapa.

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Por sorte, ele encontrou um funileiro experiente com Mavericks que conseguiria completar a funilaria e pintura em apenas três meses. Só havia um problema: a oficina ficava a 500 km de São Paulo. Imagine a correria: a 15 dias do casamento o carro ainda não estava pronto. Zaparolli tirou duas semanas de folga e foi para a cidade onde o carro estava sendo restaurado para ajudar no que fosse possível. Nesse tempo ele conseguiu os bancos Recaro de couro, a tapeçaria completa e até revisou o motor (que ainda era o quatro-cilindros original).

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O esforço compensou: às 11:30 da manhã do casamento o carro ficou pronto.

 

A restauração – parte 2

Depois de ter concluído a funilaria, tapeçaria, os primeiros detalhes de personalização e usado o carro no casamento, chegou a hora de trabalhar na parte mecânica.

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O carro estava com seu quatro-cilindros original, e Zaparolli pretendia deixá-lo lá, como veio ao mundo. Os V8 pareciam distantes devido aos preços dos motores e componentes, o que o levou a desistir temporariamente. Mas em um golpe de sorte Zaparolli teve a oportunidade de trazer tudo dos EUA. Como ele mesmo contou, “quase meio carro veio dos EUA”.

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O motor foi montado em São Paulo pela Tio Giuli Garage — o motor veio com virabrequim, pistões, bielas e cabeçotes. Ele foi preparado com uma retífica de bloco, retentores, cabeçotes retrabalhados, comando Edelbrock 270/280, carburador quadrijet Edelbrock e admissão Edelbrock Performance. Da mesma marca também são as tampas de válvula e filtro de ar. Para manter tudo na temperatura ideal foi instalado um radiador Champion de alumínio em conjunto com bomba dágua high-volume e válvula termostática também high volume (milodon). Bombas de óleo e combustível também high volume assim como o pescador, tudo Milodon. Motor todo montado com parafusos ARP. A parte elétrica também foi toda melhorada com distribuidor novo, módulo de ignição e bobinas MSD e cabos de vela Ford racing.

O fluxo do motor foi otimizado com coletores dimensionados curtos da Hedman, que levam a um escape todo feito com tubos de 2,5″ com equalização em “H” e abafadors Flowmaster S40 com ponteiras saindo na traseira do carro. Um dos pontos positivos é o sistema de bypass, que se abre ou fecha para desviar o fluxo dos abafadores, permitindo que se tenha um ronco encorpado quando desejado e silencioso para viagens.

O câmbio original foi substituído por um Tremec T5 com trambulador “short’shifter” para engates curtos e precisos. A relação é uma 3,31:1 (do Maverick seis-cilindros) o que faz o carro arrancar bem e deixa o giro relativamente baixo na estrada.

 

A suspensão foi toda revisada, teve buchas e pivôs trocados, e ainda ganhou uma barra estabilizadora traseira para ajudar a diminuir a rolagem da carroceria em curvas. As rodas originais foram substituidas por rodas palito 17, tala 7 e 9 e pintadas de preto na parte interna para seguir o estilo do carro. Os pneus colocados são 215/55 17 dianteira, 255/45 17 traseira. Os freios originais também foram substituídos: na traseira freios com disco sólido e na dianteira freios Wilwood com pinças de 4 pistões.

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A direção famosa por sua desmultiplicação foi trocada por uma caixa Borgeson, que não exigiu adaptações. Com ela as respostas são como as de um carro moderno e bastam apenas três voltas e meia de batente a batente.

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O conjunto óptico foi igualmente substituído: os faróis ganharam lentes lisas e lâmpadas halógenas, enquanto as lanternas ganharam LEDs adaptados na moldura original.

 

A conclusão

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Com tudo revisado e restaurado ou modernizado, Zaparolli encerrou o carro com uma inspiração na natureza: o pássaro joão-pinto (ou corrupião). Por isso o Maverick ganhou faixas laterais pretas inspiradas nas faixas do Mustang, e faixas no capô inspiradas nas do Maverick Grabber dos anos 1970.