Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.
O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo (e não esqueça de ativar o sininho)!
IPI sobre carros é reduzido mais uma vez
Na última sexta-feira (29) o governo federal publicou o decreto 11.158, estabelecendo mais uma redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Com as mudanças, uma série de segmentos tiveram uma redução de 35% na alíquota do IPI — desde que não sejam produzidos na Zona Franca de Manaus. No caso dos automóveis, a alíquota que já havia sido reduzida em 18,5% terá sua redução aumentada para 24,75%.
Segundo o Ministério da Economia, a redução adicional do IPI dos carros foi feita para “equiparar a redução do imposto para o setor automobilístico à redução concedida aos demais setores”. A redução prática no imposto, contudo, varia entre 5,28% e 6,75% pois o desconto é aplicado sobre o valor nominal da alíquota — por exemplo: os carros 1.0 flex recolhem 7% de IPI. Com o desconto, a alíquota será 7-24,5%, ou seja 5,285%.
Hipoteticamente, um carro de R$ 60.000 recolhia cerca de R$ 3.925 antes da redução, agora passará a recolher cerca de R$ 3.011 — o que significa que essa redução pode ser repassada ao consumidor final. Na prática, a redução poderá chegar a R$ 2.000 nos modelos mais caros. Não significa, contudo, que os carros terão descontos — a redução pode apenas amortizar eventuais aumentos nos custos, visto que a cadeia produtiva ainda está afetada pelos efeitos colaterais das quarentenas pandêmicas. (Leo Contesini)
Conheça o novo 993 peso-pena de Paul Stephens
O negócio do Restomod baseado em 911, algo muito em voga nos últimos dez anos, parece que se moveu coletivamente uma década adiante, para manter algum interesse ainda vivo nesse tipo de atividade. Um exemplo: a Singer recentemente parou de fazer seus 964 dos anos 1990 com aparência dos anos 1960, para se concentrar nos Turbo, um carro decididamente dos anos 1970.
Agora chega a notícia que a outra tradicional casa de preparação de 911, a Paul Stephens inglesa, voltou sua atenção para a geração 993, a última com motor refrigerado a ar. O 964, geração anterior à essa, costuma ser a base preferida dos restomodders; os ingleses decidiram evoluir.
A Paul Stephens revelou uma versão moderna do 993, com drásticas reduções de peso e aumento de potência. Chama-se Autoart 993R, e é uma variação de muito bom gosto para o tema 911 “993”.
A empresa diz, que o carro tem a “crueza e charme de um Porsche refrigerado a ar”, mas equipado com tecnologia moderna, engenharia leve, que oferece desempenho, estilo e experiência de direção aprimorados em relação ao modelo original, mas com conforto moderno. O que, vamos falar a verdade, é o objetivo de todo restomod.
A grande novidade aqui é a redução de peso: o carro pesa 1.220 kg em ordem de marcha, 150 kg mais leve que um “993” Carrera 2 original dos anos 1990. As medidas de redução de peso incluem a exclusão do teto solar original, o capô de aço substituído por uma versão de alumínio da Porsche Motorsport, para-choques dianteiro e traseiro sob medida e vidros mais finos instalados nas janelas laterais e traseiras.
O motor é aumentado para 3,8 litros usando o virabrequim do Porsche 911 GT3 997, e pistões do RSR. O motor aspirado refrigerado a ar dá 360 cv, mas uma versão mais barata de 330 cv também estará disponível. No interior, assentos Recaro de fibra de carbono mais leves, santantônio integrado e todos os componentes eletrônicos não essenciais excluídos para reduzir o peso.
Cada carro é produzido sob encomenda de acordo com o desejo do comprador, claro; o preço varia conforme esses desejos. E como os preços de 993 originais, mesmo em estado de conservação ruim, rivaliza os dos 911 zero km, o Autoart 993R certamente não será algo que pode ser classificado como “barato”. (MAO)
Aston Martin promete três lançamentos em Pebble Beach
Aquele festival de exposição gratuita de riqueza extrema e carros exclusivíssimos chamado Pebble Beach Concours d’Elegance acontecerá este ano em 21 de agosto. E este ano, a Aston Martin anunciou planos para ter sua “presença mais forte de todos os tempos” no evento.
Faz sentido: com a decadência dos Salões do automóvel mundialmente, Pebble Beach tem se tornado o evento preferido para lançamento de novos carros. Desde que esses carros custem uma fortuna e sejam produzidos em série limitada, claro; nenhum Etios será lançado em Pebble Beach, pode ficar tranquilo.
O fabricante inglês apresentará um “modelo muito especial e ultraexclusivo, que comemora o 10º aniversário do Q by Aston Martin”. Se você se perguntou “O que raios é um Q by Aston Martin??”, explico: é a divisão de customização da marca. Sim, o nome é inspirado no Q, o cientista maluco que providencia os equipamentos das missões do agente 007. Bancos ejetores, relógios laser, metralhadoras atrás dos faróis, essas coisas. Sério.
Esse não será o único veículo novo em exibição; além dele a Aston promete um “modelo focado em desempenho verdadeiramente emocionante que continua a emoção de alta octanagem e o intenso prazer de dirigir definidos por novos modelos de tirar o fôlego, como DBX707, V12 Vantage e o incrível Aston Martin Valkyrie”, o que quer que isso signifique. Será revelado em 19 de agosto em um evento VIP, antes de ser exibido no gramado no fim de semana.
E para completar, a Aston Martin apresentará o DBX707, ao vivo nos EUA pela primeira vez. Os convidados terão a oportunidade de testar o veículo. Lembrando: o SUV tem um V8 de 4,0 litros twin-turbo com 707 cv e 92 mkgf de torque, 0-100 km/h em 3,2 segundos e uma velocidade máxima de 310 km/h.
O chefe de marketing e comunicações globais da Aston Martin, Roberto Benigni Renato Bisignani, disse: “Estamos ansiosos para celebrar a nova era de desempenho da Aston Martin em Pebble Beach e exibir nossos modelos icônicos de ultraluxo, incluindo a primeira revelação mundial de um novo modelo e a estreia pública de outra adição emocionante ao nosso portfólio de tirar o fôlego.”
É de se pensar se haverá oxigênio suficiente em Pebble Beach este ano, com tanta falta de fôlego generalizada. (MAO)
Projeto de lei prevê pensão alimentícia para vítimas de motoristas alcoolizados
Apesar de o Brasil ter uma das legislações mais severas do mundo contra a embriaguez ao volante, há um novo projeto de lei que quer torná-la ainda mais rígida nas punições. O senador Fabiano Contarato apresentou um projeto que propõe o direito de pensão alimentícia às vítimas ou familiares de vítimas de acidentes de trânsito causados por condutores embriagados, ou sob efeito de substâncias psicoativas.
A proposta visa a alteração do Código de Trânsito Brasileiro para acrescentar a penalidade de multa reparatória (ou seja: uma indenização às vítimas), que será feita na forma de pagamento de pensão alimentícia à vítima do acidente que tiver sequelas ou à família da vítima, no caso de acidentes fatais — isso sem dispensar das demais obrigações de indenização por danos à vítima e à sua família.
Em caso de morte, a pensão será estipulada até a idade provável de sobrevida da vítima — baseado na expectativa de vida média — e pode ser estendida aos herdeiros até o limite da herança. Para o senador, é preciso “endurecer a legislação e reunir esforços para combater a impunidade”.
Preciso encerrar esta nota com um comentário direcionado ao senador: o Brasil já tem uma das legislações mais severas do mundo contra a embriaguez ao volante. A maioria dos países têm uma tolerância mínima para o teor de álcool no sangue, enquanto o Brasil tem tolerância zero. O Brasil pune até mesmo o motorista que se recusar a realizar o teste de alcoolemia, e a fé-pública dos agentes tem peso significativo na descrição dos sintomas apresentados pelo motorista. O problema, como diz o próprio senador, é a impunidade.
O sistema judiciário brasileiro tem uma série de mecanismos que favorecem a impunidade de motoristas embriagados.
O caso de Fernando Ribas Carli Filho, ex-deputado estadual que, embriagado, causou um acidente que matou dois jovens em Curitiba/PR, em 2009, é notório: o julgamento se estendeu por nove anos e o ex-deputado ainda teve sua pena reduzida de nove anos e quatro meses em regime fechado para sete anos, quatro meses e 20 dias em regime semi-aberto. Carli foi preso por quatro dias e, desde então, está em “regime aberto”, monitorado por tornozeleira eletrônica.
Outro caso é o de Marcelo Malvio Alves de Lima que, embriagado, causou um acidente fatal em São Paulo/SP em 2011. Ele foi a júri popular em 2019, foi condenado a seis anos de prisão, mas, devido às garantias legais, pôde recorrer e aguardar um novo julgamento em liberdade. Como estes, há diversos outros casos de acidentes fatais causados por motoristas embriagados que terminam da mesma forma: de um lado a impunidade ou punições brandas garantidas por interpretações criativas da atual legislação, de outro, uma vida interrompida, um dano irreparável.
Ao mesmo tempo em que esta proposta tramita no Senado Federal, o Congresso (do qual o Senado faz parte), discute se devemos ou não prender réus condenados após a segunda instância ou somente após o trânsito em julgado (quando todas as instâncias se esgotam). Se a impunidade é justamente o não-cumprimento de uma lei, de que adianta mais uma lei? Vamos criar uma lei que obriga o cumprimento de outra lei? E se ela for descumprida, vamos fazer outra lei que obriga o cumprimento da lei que obriga o cumprimento da lei? Quando uma lei não é cumprida, a solução é cumpri-la, não criar outra lei, senador. (Leo Contesini)
Lamborghini promete três novos carros este ano.
Você está desculpado se imagina que as coisas não vão bem para a indústria; com os preços dos carros como estão, e a sensação generalizada de dinheiro curto entre a população, não parece possível que as vendas andem bem. Mas pelo menos no meio dos carros de luxo ou superesportivos, isso certamente não é verdade.
A Lamborghini, por exemplo, está feliz em informar que teve os melhores resultados semestrais da história da empresa, após entregar 5.090 unidades ou 4,9% a mais do que nos primeiros seis meses de 2021. O faturamento atingiu € 1,33 bilhão (+30,6%) enquanto o lucro operacional cresceu 69,6% para € 425 milhões. O SUV Urus é o produto mais vendido, respondendo por 61% do volume de venda, claro. E a empresa tem pedidos suficientes em carteira para a manter ocupada durante todo o ano de 2023! É mole?
Dito isso, a empresa também anunciou que três novos modelos serão revelados antes do final do ano, começando já em agosto. A Lamborghini não deu detalhes dos carros novos, mas podemos, claro, especular.
O primeiro deverá ser o Huracan Sterrato já mostrado recentemente, a versão mais alta e com pneus maiores para “fora de estrada” do carro esporte de motor central. O segundo deve ser o Anus Urus Evo, parte da linha 2023 do super-SUV Lambo. Deve ser mostrado em Pebble Beach no final de agosto, e deve ser mais potente por meio de um sistema híbrido plug-in. O terceiro, provavelmente, deve ser uma versão mais dedicada ao off-road do Urus, que os boatos indicam se chamar ST-X.
Já o próximo Aventador, o lançamento mais esperado da marca, deve ficar só para o ano que vem. Deve vir com um V12 auxiliado por motores elétricos e um sistema de baterias, configurando-o como um híbrido plug-in. (MAO)
Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicos, histórias de carros e pilotos, avaliações e muito mais!