Ontem (8) uma pequena comoção se deu na internet a respeito de um boato chocante: Jeremy Clarkson estaria de saída do Top Gear, e seria substituído por Chris Evans. O boato já foi desmentido, mas achamos que esta é uma boa hora para esclarecer as coisas — e tentar explicar por que um Top Gear sem Jeremy Clarkson é algo que dificilmente se tornará realidade.
Quando este boato começou?
Jeremy Clarkson sempre foi conhecido por seu humor ácido e por, às vezes, falar demais. Mas o cara é carismático — quem gosta dele, gosta muito e, quem não gosta, adora odiá-lo. Há cerca de três dias, o tabloide britânico Daily Mirror disse que, ainda que a BBC tenha confirmado, no início de agosto, a renovação do contrato de Clarkson por mais três anos, o apresentador poderia ser substituído. E o nome mais cotado para o seu lugar seria o de Chris Evans.
E por que isso aconteceria?
Pois é: por quê? Novamente, a resposta está nos tabloides. Britânicos adoram tabloides — jornais diários “discretamente” sensacionalistas (se é que isto é possível) em suas manchetes, que adoram transformar boatos em meias verdades e meias verdades em verdades quase inteiras. Eles vendem bastante e são como revistas de fofoca, só que em formato de jornal e uma pegada mais jornalística.
Enfim, o Daily Mirror disse há alguns meses que Clarkson teria recebido um ultimato dos produtores da BBC depois de acusações de racismo: ou ele moderava seu linguajar, ou seria demitido. Acontece que, como nós mesmos dissemos, Jezza já recebeu vários “ultimatos” antes — mas como ele é uma mina de dinheiro para a BBC, uma carta de desculpas normalmente é o que basta para que ele escape da demissão.
O que, para falar a verdade, é até um certo exagero. O Top Gear atual só existe porque Clarkson e o produtor Andy Willman, que foi apresentador do Top Gear original e é amigo de Jezza desde os tempos do colégio, criaram o novo formato e o apresentaram à BBC pouco depois do cancelamento da série original, que foi ao ar entre abril de 1977 e dezembro de 2001. E Clarkson, ao lado de nomes como Tiff Needel e Tony Mason, ajudou o Top Gear clássico a atingir seu pico de popularidade a partir do fim da década de 80.
Neste vídeo de 1988 aparecem Tiff Needell e Jeremy Clarkson, então com apenas 28 anos
Ele foi um cara importante nessa história, ainda é e sempre será, ponto final. Ao lado de Richard “Hamster” Hammond e James “Captain Slow” May, Jezza forma um dos trios mais descolados e queridos pelos entusiastas. Eles se complementam em cena e parecem ser amigos fora dela, com uma química que dificilmente seria reproduzida se qualquer um dos membros fosse substituído — especialmente Jeremy Clarkson.
E quem é Chris Evans?
Dica, não é o Jeremy Clarkson
Chris Evans é apresentador, DJ, produtor musical, locutor de rádio e, claro, um apaixonado por carros — especialmente Ferraris, tendo uma coleção respeitável temperada com algumas verdadeiras preciosidades, como uma Ferrari 250 GTO que ele adquiriu em 2010 em um leilão da RM Auctions, por módicos £12 milhões (R$ 44 milhões, sem impostos).
Esta é sua Ferrari 250 GT SWB California 1961, comprada em 2008 por € 6,1 milhões (mais de R$ 17 milhões)
Ele é um cara divertido e fica à vontade na frente das câmeras, tendo feito muito sucesso no Reino Unido com o programa TFI Friday — que inaugurou o formato dos tradicionais programas de variedades nas noites de sexta-feira no Reino Unido.
Ele também foi o cara que negou todos os boatos espalhados pelo Daily Mirror e por outros tabloides com um tweet publicado na manhã do dia 7 de setembro:
Hilarious story in today’s paper re me replacing Clarkson on Top Gear. 100% not true. 100% never going to happen. 100% time for a fry up.
— Chris Evans (@achrisevans) 7 setembro 2014
“Vi uma história engraçada no jornal de hoje, dizendo que eu substituiria Jeremy Clarkson em Top Gear. 100% falso. 100% impossível de acontecer. 100% hora de tomar café da manhã.
Então é isso. Jeremy Clarkson não vai sair do Top Gear tão cedo. E, se sair, não será Chris Evans seu substituto. Podem ficar tranquilos, o trio continuará o mesmo!
