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Zero a 300

Lancia Ypsilon continua a venda | Itália não quer banimento de motor a combustão | Um LM002 a venda e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo. E não esqueça de ativar o sininho!

 

Lancia Ypsilon, o último Lancia vivo, recebe novidades para 2023

Posso contar a história do Lancia Ypsilon rapidinho? Tarde demais, já comecei: Era uma vez uma empresa fundada na Itália por um certo Edoardo Bianchi em 1885. Seu maior e mais famoso produto sempre foram as bicicletas, mas a Bianchi fazia automóveis e motocicletas. Depois da guerra, Edoardo morre, e seu filho acaba, junto com a Pirelli e a Fiat, criando uma nova empresa separada da antiga: a Autobianchi.

Os revolucionários Fiat de Dante Giacosa

A Fiat usou por algum tempo a marca como um balão de ensaio para as ideias de seu genial engenheiro chefe Dante Giacosa. Inclusive o desenho do motor transversal dianteiro e transeixo em linha com ele, estreado em 1963 no Autobianchi Primula.

O primeiro antecessor do Ypsilon é o Autobianchi A112 de 1969. Era uma versão curta e hatchback do sedã Fiat 128 do mesmo ano; o carro que sabemos ser o template do carro moderno (McPherson com freio a disco e direção pinhão e cremalheira na frente, pneus radiais, motor transversal e tração dianteira). Mas pera lá, o 128 hatch não é o 127, que depois virou o nosso 147? Sim, mas lembre-se: naquela época tudo era testado antes na Autobianchi: o Fiat 127 só apareceria em 1971.

Em 1969 a Lancia é comprada pela Fiat também; a Autobianchi fica debaixo dela, e em alguns mercados, o A112 era um Lancia. O carrinho teve um sucesso duradouro, até 1986, quando apareceu o Lancia/Autobianchi Y10 para lhe substituir. Este era um carro pequeno, mas de luxo, chique e upmarket, que fez sucesso com o público feminino italiano. Mas só lá. O Ypsilon o substituiu em 1995, agora só Lancia, uma segunda geração apareceu em 2003, e uma terceira geração em 2011. O carro ainda está à venda, ainda que só na Itália: Lancia é passado no resto do mundo.

Isso porque nesse meio tempo a Fiat quase se juntou com a GM, se separou, virou FCA, depois Stellantis. A Lancia quase desapareceu, recebeu investimento, quase desapareceu de novo, e acabou sumindo do mundo todo. Nessa bagunça toda, o Ypsilon continuava vendendo bem e constantemente, como se nada acontecesse.

Você pode ser perdoado se imaginar que o investimento no carro hoje fosse nulo; mas estás enganado. A Lancia está em meio a mais um de seus “renascimentos” cíclicos, patrocinado pela Stellantis, e o seu único carro à venda tem que se manter interessante pelo menos até que os novos apareçam.

O carro acaba de receber mais uma revitalização para o ano/modelo 2023. A Lancia descreve o Ypsilon atualizado como o carro urbano mais conectado de todos os tempos. Mais notavelmente, o sistema de infotainment de 7 polegadas foi atualizado para suportar Apple CarPlay sem fio e Android Auto, enquanto um carregador de smartphone sem fio também foi instalado. A Lancia também instalou uma câmera de ré pela primeira vez.

Além disso, o Ypsilon agora é oferecido exclusivamente como um híbrido leve, combinando um motor a gasolina de três cilindros 1.0 com um motor elétrico BSG de 12 volts e bateria de íons de lítio e uma potência combinada de 70 cv. Ao tornar o Ypsilon disponível apenas como híbrido, a Lancia garantiu o acesso do carro aos centros das cidades com padrões de emissões rígidos, ao mesmo tempo em que oferece novos incentivos fiscais para os proprietários.

O carro já começou a ser vendido, a um preço que começa em €13,350 (R$ 73.692), na Itália claro. Não é sempre que um carrinho despretensioso mantém uma marca famosa viva, e somente em seu mercado original; uma história sensacional, esta. (MAO)

 

Ministro italiano é contra banir combustão interna

A Itália quer que a União Europeia trave a proposta da Comissão de proibir a venda de veículos com motor de combustão interna. O ministro dos Transportes da Itália, Matteo Salvini, quer o fim da proposta de banir os motores a combustão interna na Europa. Afirmou que a medida não faz “sentido econômico, ambiental ou social”.

Salvini não é o melhor dos aliados para a causa; certa vez descreveu Vladimir Putin como “o melhor político e estadista do mundo”. Mas de qualquer forma, acha que a agenda da UE não ajuda o meio ambiente, chamando-a de “pseudo-fundamentalismo ambiental”. O político também sugeriu que dezenas de milhares de trabalhadores ficariam desempregados diante da paralisação das vendas.

A Bloomberg relata que Salvini também questionou os planos da UE de introduzir os padrões Euro7 até 2025. É uma noção compartilhada por Carlos Tavares, CEO da Stellantis, que argumentou que a etapa extra desacelerará a mudança do setor para a eletrificação.

Matteo Salvini

A Itália há muito tempo mostra resistência contra o objetivo da UE de eliminar gradualmente os motores de combustão interna. No início deste ano, a Itália fez parte de uma coalizão de países, incluindo Bulgária, Portugal, Romênia e Eslováquia, que propôs adiar a data de parada da venda de veículos movidos a combustíveis fósseis para 2040.

E, em 2021, foi relatado que o país estava em negociações com a UE para isentar os fabricantes de baixo volume do país da proibição do ICE. Salvini também propôs anteriormente que a UE realizasse um referendo sobre a decisão. (MAO)

 

Um Lamborghini LM002 pouco rodado a venda em leilão

Mora num dos redutos dos milionários mundo afora e está cansado de ver a crescente onda de gente andando de Lamborghini Urus? É dono de um Countach e acredita que o Urus não passa de um Audi em cosplay de Lambo? Queria mostrar o que é um Lamborghini de verdade para este povo, mas o Countach não consegue transpor a valeta de entrada do Country Club, e de qualquer forma, está a dois meses esperando uma embreagem nova chegar da Itália? Não tema, temos uma solução para este seu (estranhamente específico) problema!

É, claro, o fabuloso Rambo-Lambo, o Lamborghini LM002, o Jipe com o V12 do Countach que a empresa vendeu nos anos 1980. Para sua sorte, um raríssimo exemplar da espécie acaba a aparecer à venda, em um leilão.

Lamborghini LM: a história do Rambo-Lambo

O LM002 em questão é o chassi número 279 e foi construído em junho de 1991. Foi adquirido pelo atual vendedor no início de 2014 e entre 2014 e 2022 percorreu apenas 56 kmO hodômetro marca agora apenas 8.931 km originais.

A casa de leilão RM Sotheby’s diz que o jipe foi repintado no atual tom de vermelho em 2014, enquanto em março de 2020, a embreagem e o volante foram substituídos. Ele mantém as rodas OZ Route originais de oito raios, e os gigantes e caríssimos pneus Pirelli Scorpion parecem em bom estado. O carro vai a leilão em 10 de dezembro e deve ser vendido por algo em torno de US$ 250.000 (R$ 1.307.500).

Resta saber se ele não vai derrubar a placa na estrada do Country Club, um pouco baixa demais para um monstro assim. Mas pense bem: derrubar a placa pode ser mais uma forma de anunciar sua chegada cheia de testosterona. Compre cigarros cubanos e óculos escuros, e boa sorte. (MAO)

 

MG TF a venda no Brasil: o original e a cópia.

A loja de carros de luxo paulistana L’Art tem em seu estoque dois carros que além de raríssimos aqui em nosso país, ainda mais no aparente estado de conservação que estão, inevitavelmente provocam uma comparação. Dois MG TF: um original inglês de 1955 preto, e outro, um Avallone TF verde de 1979, uma cópia feita pela empresa brasileira, usando a prosaica mecânica de Chevette.

Veja bem: o MG TF é um carro esporte inglês corrente de 1953 a 1955. Era um roadster tradicional, com suspensão dianteira independente via duplo A sobreposto e eixo traseiro rígido bem localizado. Seu motor era um OHV de quatro cilindros em linha e (em 1955), 1466 cm³ e dois carburadores SU, para 64 cv a 5,000 rpm, SAE brutos.

O Avallone, além de uma carroceria de fibra de vidro quase idêntica ao original, é uma réplica espiritualmente alinhada com o carro original: suspensão independente dianteira, e traseira por eixo rígido, bem acertadas para direção esportiva. O Avallone ia adiante em alguns itens até: freios muito melhores que dos MG, a disco dianteiro, e direção por pinhão e cremalheira bem direta e precisa.

E mesmo em motor não ficava muito diferente do original: usando motor de Chevette 1.6 a gasolina dos anos 1980 dava 69 cv a 5.600 rpm ABNT líquidos. Mas tinha cinco marchas, e todas sincronizadas. O carro à venda é dos primeiros, 1979, então provavelmente originalmente era 1.4 litro e quatro marchas, com 60 cv; de qualquer forma perto do MG original.

Olhar os dois carros a venda é como um jogo dos sete erros automotivo, tentando descobrir as diferenças entre ambos. Certamente o MG é mais refinado em motor, e o ronco é mais saudável e entusiasmante. Em desempenho devem ser similares, mas o Avallone deve ter a vantagem em aderência. O acabamento e os detalhes do MG são muito superiores à sua cópia, porém, principalmente no painel de instrumentos.

Mas é claro que há um abismo entre os dois com relação ao preço. Não somento o valor dos carros em si, mas também a manutenção. O MG é um clássico inglês admirado mundo afora, mas é algo antigo, caro, e de difícil manutenção. O Avallone é apenas um simulacro para os menos abastados; a vantagem do preço continua pela facilidade de manter o que mecanicamente, é um reles Chevette.

A loja pede R$ 140.000 pelo Avallone de 1979. O que parece muito, mas pense que também é raríssimo, e um carro divertidíssimo. Já o chique e ainda mais raro no Brasil MG TF de 1955 vale nada menos que R$ 340.000. Qual do dois você prefere? (MAO)