O Fiat 500 clássico pode ser considerado o Fusca italiano. Assim como o carro do povo, o pequenino tinha motor arrefecido a ar na traseira (um minúsculo dois-cilindros em linha e 479 cm³) e ajudou a motorizar a Itália depois da Segunda Guerra Mundial. Também era um carro barato e muito popular — tanto que foi vendido por quase vinte anos, de 1957 a 1975 e tornou-se um ícone em seu país, e uma herança italiana para o resto do mundo.
Aí vem um maluco e coloca um boxer Subaru com turbo e 300 cv na traseira do Fiat 500. Vai entender…
A verdade é que ninguém precisa entender, mesmo. Se já existem diversos projetos de Fusca com motor Subaru, porque o 500 não pode ter também? A configuração mecânica dos carros e essencialmente a mesma! A diferença é que, como o Fiat é ainda menor que o VW, o motor não coube inteiro dentro do cofre…
Quer dizer, há outras diferenças: na verdade, este carro usa um chassi tubular feito sob medida e, diferentemente de boa parte dos “Fuscarus” ou “Subaruscas” que rodam por aí, não faz questão alguma de esconder sua nova, digamos… personalidade.
A carroceria agora repousa sobre estrutura tubular que inclui uma gaiola de proteção integral de 10 pontos. O carro ainda traz bancos de vinil (ainda que agora sejam peças com maior apoio lateral), forrações originais nas portas e até o painel de instrumentos original, mas agora tem mostradores aftermarket — conta-giros no painel e velocímetro no volante!
O Fiat está anunciado no eBay pela concessionária Motor Exotica. De acordo com eles, o projeto foi feito por um cara que morava em Denver, no estado do Colorado, e ficou pronto há cerca de cinco anos. O motor é um boxer EJ25 vindo de um WRX STi (não especifica-se de que ano), que recebeu um turbocompressor Garrett T3/T4 de 57 mm, injetores Bosch e duas bombas de combustível Pierburg — tudo gerenciado por um módulo EMS Stinger e um regulador de pressão GReddy Profec B-Spec II. No total, são 300 cv que, através de um transeixo Porsche G50 com diferencial de deslizamento limitado, vão para as rodas traseiras.
O carro ainda tem suspensão independente nas quatro rodas e semi-eixos de Porsche 930 Turbo (o clássico dos anos 70 e 80). Nos parece um projeto muito bem planejado, que tem alguns detalhes interessantes, como a wheelie bar na traseira — que certamente está ali por um bom motivo — e o spoiler ao estilo do clássico Abarth 695, que além de deixar o motor exposto, serve também como suporte para o intercooler STi. O radiador fica no lugar do banco traseiro.
Se você reparar bem, vai ver que o interior não traz cintos de segurança (!!), mas isto não impediu que os anunciantes fizessem um vídeo demonstrando como ele funciona. Dica: o bicho é nervoso mesmo, e parece bem difícil de controlar quando está acelerando no limite.
O carro acompanha toda a documentação relativa ao projeto e, desde que ficou pronto, rodou pouco menos de 4.000 km. A gente meio que entende o motivo — quem teria coragem de ficar acelerando esta cadeirinha elétrica por aí?