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Zero a 300

Mais um recorde do Rimac Nevera | O novo Ruf CTR3 | Mercedes vence Pebble Beach e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Rimac Nevera é o elétrico mais rápido em Nurburgring.

Até semana passada, o carro elétrico mais rápido em uma volta do circuito de Nurburgring era o Tesla Model S Plaid Track Pack. Lógico que não ia demorar para ele ser quebrado: agora o recorde é do Rimac Nevera.

O tempo impressiona: 7:05,298. O piloto era o croata Martin Kodrić, que fez a volta usando pneus “de rua” Michelin Cup2R. Dados de cronometragem independentes da TÜV SÜD e telemetria a bordo confirmaram o tempo.

O tempo do Tesla? 7:25.231, cerca de 20 segundos pior que o Nevera! Mas ainda assim, melhor que um Porsche Taycan Turbo S, recordista anterior. Não é à toa: o desempenho do Nevera beira o absurdo. Tem nada menos que 1914 cv e inacreditáveis 240 mkgf; acelera até 100 km/h abaixo dos 2 segundos e chega a 412 km/h. No vídeo, é inacreditável como catapulta de uma curva à outra.

O recorde de veículo de produção mais rápido em Nürburgring anda está longe, porém: é o Mercedes-AMG One, que estabeleceu um tempo de 6:35.183 em novembro de 2022. O supercarro elétrico Nio EP9 estabeleceu um tempo de 6:45 minutos em 2017, mais rápido do que qualquer carro de produção da época, mas não está claro se foi considerado oficial, ou mesmo se algum Nio foi entregue e homologado para uso em ruas.

Mas Mate Rimac ignora tudo isso: “De muitas maneiras, o Nevera reinventou o mundo do hipercarro, trazendo novas tecnologias, novas habilidades e novos níveis de desempenho. Mas a maneira mais simples de demonstrar suas capacidades é sair e quebrar recordes. E foi exatamente isso que fizemos em 2023 várias vezes.” (MAO)

 

Conheça o novo Ruf CTR3 Evo

A Ruf mostrou seu modelo mais potente até hoje no Monterey Car Week 2023; chama-se Ruf CTR3 Evo. O Ruf CTR3 foi originalmente introduzido em 2007 como um supercarro de motor central vagamente baseado no Cayman, com o CTR3 Clubsport seguindo em 2012. O novo CTR3 Evo é a mais nova evolução da espécie.

O motor biturbo de seis cilindros contrapostos e 3,8 litros do CTR3 Clubsport foi melhorado, aumentando a potência de 777 cv para 800 cv, e o torque agora é de 100 mkgf. É uma unidade arrefecida a líquido, e toda em alumínio. O transeixo é um DCT de sete velocidades, e a tração traseira apenas. A Ruf diz que faz 0-100 km/h em 3,2 segundos, 0-200 km/h em 9,2 segundos, e a velocidade máxima, inalterada em relação ao Clubsport, é de 380 km/h

O chassi é na verdade próprio, tubular em aço com rollcage integrado; apesar da cara de 997, é um carro diferente de motor central-traseiro. A carroceria é de fibra de carbono e, segundo Ruf, é uma homenagem aos “protótipos esportivos do passado”, mas com aerodinâmica moderna. Como tal, existem entradas de ar nos arcos traseiros, um novo spoiler dianteiro, novos espelhos com aerodinâmica melhorada, um difusor traseiro revisto e, claro, uma asa traseira automática.

As rodas de liga leve forjadas medem 19 polegadas na frente e 20 polegadas atrás, por onde se pode ver os discos de carbono-cerâmica de 380 mm e pinças de seis pistões.

No interior há mostradores analógicos, completos com o contagiro central, enquanto a cabine é totalmente revestida em couro. Os bancos são de Kevlar/carbono, há cintos de seis pontos, forro do teto em Alcantara e extintor de incêndio de bordo.

O preço? A Autocar relata que o Ruf CTR3 Evo custa o equivalente a R$ 3.610.500, na Europa. A produção é limitadíssima, sob encomenda, e o carro, claro infinitamente customizável. (MAO)

 

O primeiro dos Rolls-Royce Droptail: “La Rose Noire”

Prepare-se: a notícia a seguir contém obscenidades. Não sexuais; financeiras. Mas obscenidades mesmo assim. Trata-se de mais um Rolls-Royce mega-especial, caro, e exclusivo: depois do sucesso dos Sweptail e Boat Tail, algo totalmente esperado. O carro das fotos é o primeiro dos novos Rolls-Royce Droptail, chamado de “La Rose Noire”.

E o que é “La Rose Noire”? Uma rosa francesa, “a rosa negra”. Conhecida como “Black Baccara”, é “a flor favorita da mãe da família que a encomendou”. Você não tem uma flor favorita? Não sabia que existiam vários tipos de rosas? Junte-se ao time.

O carro é pintado em um acabamento vermelho exclusivo que foi projetado para parecer quase preto na sombra, mas tem um brilho vermelho perolado sob o sol. A Rolls-Royce fez essa tinta especial combinando dois tons de vermelho que chama de True Love e Mystery. Sério.

O Droptail não é baseado na mesma arquitetura do Cullinan, Ghost e Phantom e, em vez disso, possui um novo chassi monocoque feito de aço, alumínio e fibra de carbono. O motor é o mesmo porém: o V12 biturbo de 6,75 litros da marca, que dá 601 cv e 85,7 mkgf de torque. O objetivo não é alta performance aqui, mas hoje tudo tem desempenho superlativo: faz 0-100 km/h em menos de 5 segundos e a máxima é limitada nos 250 km/h.

Além do exterior exclusivo deste gigantesco roadster de dois lugares (“5,3 metros de comprimento e 2 metros de largura”, diz apenas a marca), o interior também é único. Demorou quase dois anos para ser aperfeiçoado e é “dominado por obras de arte complexas que representam uma expressão de pétalas de rosa caindo, trabalhadas individualmente a partir de 1.603 peças de folheado de madeira preta”. No centro do painel está um relógio personalizado da Audemars Piguet, que pode ser retirado com o pressionar de um botão, e usado no pulso com uma pulseira exclusiva.

A família que encomendou o carro também pediu uma geladeira para Champagne única. Pode ser aberta com o pressionar de um botão e inclui taças de champanhe de cristal sopradas à mão e uma bandeja de servir.

Apenas quatro Droptail serão produzidos, e cada um será único, e com seu nome próprio, que não, não precisa ser de flor. A marca não divulgou o preço, mas fontes falam de algo em torno de 25 milhões de dólares no primeiro mundo; isso é 125 milhões de reais antes dos impostos de importação serem aplicados. Você está vendo aqui um carro que custaria no Brasil, no mínimo, 250 milhões de reais. Não falei que era uma obscenidade? (MAO)

 

Mercedes-Benz 540K Special Roadster 1937 vence em Peeble Beach 2023

Sim, esta semana as notícias estão escorrendo moedas de ouro banhadas em mel pelas bordas de sua tela de computador; tudo por causa deste festival de opulência automotiva que é o Monterrey Car Week. Muita gente diz que já deixou de ser chique e virou brega, o evento, com bilionários do Oriente disputados à tapa por vários fabricantes grandes e pequenos, ofuscando o que era uma semana entusiasta anteriormente. Parece que é agora só uma festa de dinheiro.

Dinheiro sempre foi um fator nela, claro; mas estes detratores dizem que hoje é só dinheiro, e a procura da fama, que move tudo, o que imediatamente exclui o bom gosto que costumava ser o mote.

O centro da semana, e o evento que começou tudo, permanece, porém, inalterado. O Concurso de Elegância de Pebble Beach continua o de maior prestígio mundial; um carro que ganha o primeiro lugar aqui tem seu valor espiritual, e financeiro, aumentado sobremaneira.

Sempre são não apenas carros mega-restaurados, perfeitos em estado: tem que ter uma história interessante, e serem raros e especiais. Case in point é o vencedor deste ano: um Mercedes-Benz 540K Special Roadster 1937. O carro pertence ao conhecido colecionador Jim Patterson, de Louisville, Kentucky, e Palm Beach, Flórida.

“Reconhecemos e compramos este carro porque era um veículo raro”, disse Patterson no estande dos jurados logo após receber o troféu. “Sua condição era quase virginal. Nunca havia sido desmontado, nunca restaurado e tinha apenas 13.000 milhas rodadas.”

O carro em si é um enorme leviatã de 5245 mm em um entre-eixos de 3289 mm, mas que leva só duas pessoas, e pesa 2700 kg sem gente dentro. Tinha um enorme oito em linha SOHC de 5401 cm³, com compressor acionado pelo fim do curso do acelerador e 180 cv. Este motor fazia o carro com peso de caminhão pequeno e aerodinâmica de uma casa de tamanho médio chegar a impressionantes 180 km/h. Magnífico, poderoso, enorme, assustador: não é à toa que Hermann Göring adorava o seu. Sim, aquele Göring.

Também era diferente para sua época por não ter eixos rígidos: era um carro com suspensão independente nas quatro rodas, duplo A sobreposto na frente, e eixos oscilantes com molas helicoidais atrás.

“A elegância histórica prevalece”, disse Ken Gross, juiz veterano de Pebble Beach e notável autor e curador automotivo. “As pessoas acham que o concurso deveria estar se movendo rapidamente para a premiação de carros do pós-guerra, mas mesmo em um ano de competição incrivelmente acirrada, este foi um exemplo de tirar o fôlego.”

A concorrência era brava mesmo: Mercedes-Benz 710 SS Special Roadster de 1930 da Coleção Auriga, o Alfa Romeo 8C 2300 Corto Figoni Cabriolet de 1932, de Gregor Fisken, e o Delahaye 165 Figoni et Falaschi Cabriolet de 1939, da Peter Mullin Automotive Museum Foundation.

Mover para pós guerra? Nada depois da guerra chega aos pés desses carros listados. Certas coisas simplesmente nunca serão diferentes, por mais que pessoas reclamem: este evento sempre será o topo da pirâmide, e nela, só este tipo de coisa pode vencer. Parabéns ao concurso por se manter fiel ao seu propósito histórico, e ao senhor Patterson, pelo carro magnífico. (MAO)