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Mercedes-AMG GT Concept: quatro-portas, tração nas quatro rodas e um V8 híbrido de 815 cv

Em 2017 a AMG está completando 50 anos e decidiu comemorar suas cinco décadas de estrada em grande estilo. Primeiro eles anunciaram um hipercarro com o mesmíssimo V6 1.6 turbo usado em seus carros campeões da Fórmula 1. Depois eles anunciaram uma série de edições especiais para seus modelos AMG C43 e C63 e para o AMG GT C Roadster. Parecia suficiente, mas a festa estava divertida, um recorde estava perto de ser quebrado e então a aniversariante decidiu ir em frente.

Mas você sabe o que acontece quando isso acontece: ele passa um pouco dos limites e começa a fazer coisas que nem ele imaginaria ser capaz. Foi mais ou menos isso o que aconteceu com a AMG em sua festa de aniversário. Quem imaginaria que ela um dia esticaria o GT e colocaria duas portas traseiras e um motor elétrico no sucessor espiritual do 300SL Gullwing? Pois ela fez e o resultado é surpreendente.

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Seu nome completo é Mercedes-AMG GT Concept, mas pode chamar de “resposta da Mercedes ao Porsche Panamera”. Muito longo? Nós também achamos, é por isso que vamos chamá-lo pelo nome que os funcionários da AMG estão usando: GT 4.

Mesmo oferecendo quatro sedãs, quatro cupês e um “cupê de quatro portas” em sua linha de alto desempenho, a Mercedes-AMG decidiu que um sedã próprio e desvinculado de modelos mais mundanos, seria importante para enfrentar caras como o Porsche Panamera e o Aston Martin Rapide de forma mais enérgica.

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O AMG GT 4 será baseado na atual plataforma modular da Mercedes, já usada nas classes C, E e S. A modularidade da arquitetura permitirá que o esportivo tenha medidas próprias, como distância entre eixos adequada para sua proposta, balanços curtos e bitolas largas. Assim, ele poderá adotar uma geometria de suspensão e desenvolver um comportamento dinâmico que seria impossibilitado pelas limitações de um projeto que precisa originar tanto um sedã de entrada (o C180) quanto um supersedã esportivo (o AMG C63).

O powertrain também será exclusivo: o V8 M178 biturbo de quatro litros que já equipa o AMG GT irá ganhar a ajuda de um motor elétrico posicionado no eixo traseiro, que irá fornecer propulsão no modo híbrido e elétrico, além de providenciar um empurrão enquanto os turbos não atingem a pressão de trabalho. É um sistema semelhante ao do novo seis-em-linha da marca, que explicamos em detalhes neste post.

Com o motor no eixo traseiro, o AMG GT4 será oferecido exclusivamente com tração nas quatro rodas (o sistema 4Matic+ da Mercedes) — e com direito a modo drift, como o novo AMG E63. Também devido ao seu posicionamento a AMG diz que a distribuição de peso do cupê de quatro portas será 50/50.

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O estilo não é dos mais originais: a dianteira evoca diretamente o GT coupé — especialmente com o ressalto duplo no capô e com sua grade Panamericana, inspirada no clássico 300SL de corrida que venceu a Carrera Panamericana nos anos 1950. Nas laterais a carroceria é plana e sem nenhuma dobra ou vinco, diferenciando-se do estilo do AMG GT coupé. As colunas B serão “fixas”, o que significa que as portas não terão molduras nas janelas.

Aliás, as proporções do GT4 e do GT são distintas; embora a silhueta do quatro-portas seja fortemente influenciada pelo cupê seu capô não é tão alongado e sua traseira tem uma queda mais suave devido ao alongamento da carroceria.

mercedes-amg-gt-concept-11Captura de Tela 2017-03-07 às 16.32.00Jay Leno's Garage

E é justamente na traseira que o design do GT4 tem seu ponto mais fraco: embora as curvas do GT4 e do GT sejam inspiradas na traseira do clássico 300SL Gullwing, a Mercedes levou 60 anos para resgatar esse elemento e, nesse meio tempo, a Porsche popularizou esse estilo no 911, no 928 e no Panamera. Assim, mesmo tendo uma defesa criativa original, o GT4 parece demais com o Panamera.

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Outros elementos de estilo são interessantes, porém um tanto avançados para chegar à versão de produção: os retrovisores são câmeras projetadas por pequenas aberturas nas laterais, próximo à borda do capô, onde o GT coupé tem um respiro. A menos que a legislação da maioria dos países seja alterada nos próximos meses, o AMG GT4 será forçado a usar retrovisores convencionais.

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Os faróis usam uma tecnologia de “nanofibras”, que providenciam iluminação em três dimensões, mas que não irá chegar à versão de produção. O formato trapezoidal, contudo, antecipa a linguagem de design da próxima geração de modelos da marca.

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Na traseira as lanternas deverão ter o mesmo formato do conceito, mudando apenas o arranjo de elementos internos, que usará LEDs convencionais. O escape centralizado na traseira e o enorme difusor também são mais imagem que função, e deverão ser redesenhados quando o carro chegar às ruas a partir de 2019.

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Por último, se você está se perguntando do tal recorde a ser quebrado, que mencionamos lá no início do texto, trata-se do número de modelos da divisão esportiva. Atualmente a Mercedes-AMG oferece nada menos que 31 modelos diferentes. Mas já que o ano 50 está chegando, por que não tentar chegar ao número mágico? A AMG espera chegar aos 48 modelos até o final desta década. Considerando a obsessão germânica em preencher cada espaço dos segmentos de mercado (vide o Porsche 911 e suas mais de 20 versões), eles certamente vão conseguir.