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Zero a 300

Morre fundador da Alpina | Initial D na telona | Chery sem CAOA e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Falece Burkard Bovensiepen, fundador da Alpina

O dia hoje começa com a triste notícia do falecimento de Burkard Bovensiepen, o fundador as Alpina, aos 87 anos de idade.

Herr Bovensiepen parece ter sido uma pessoa no mínimo interessante. No porão da instalação industrial que produzia seus carros, estava uma das mais famosas adegas de vinho da Europa; um hobby que se tornou um negócio altamente lucrativo. A Alpina Wein é o maior distribuidor de vinhos de qualidade para os restaurantes alemães.

A fábrica de máquinas de escrever que se tornou uma divisão da BMW

É o tipo de pessoa que se conhece como bem-nascido: sua família é uma das tradicionais famílias industriais alemãs, e seu pai tinha uma enorme fábrica de equipamentos de escritório, principalmente máquinas de escrever. Dinheiro nunca foi um problema para ele; ainda assim teve seu próprio sucesso.

Bovespien é o sujeito de cabeça baixa, rindo na hora da foto

Apesar de bávaro, Bovensiepen, não falava o dialeto da região (que os alemães do norte descrevem como sendo “uma doença de garganta, não uma língua”), e sim apenas o rigoroso Hochdeutsch. Além de manter o controle, e um profundo conhecimento de todos os aspectos da sua empresa, ainda tinha tempo de perseguir seus outros interesses em um nível quase profissional: a fotografia e a cozinha gourmet. Obviamente uma pessoa que sabe apreciar as coisas boas da vida, e de um viés mais artístico que industrial.

Conversando com um de seus pilotos (um tal de Lauda)

Sua empresa, que fundou da frustração que tinha com outros preparadores, é seu maior legado. Além de conseguir que a BMW vendesse seus kits em concessionária, mantendo garantia, desde o início, a partir de 1983 virou um fabricante, com seu próprio VIN, aplicado á carrocerias que chegavam em Buchloe e eram transformadas em Alpinas. Peças desta marca ainda são o Santo Graal para os amantes da BMW, bem como as faixas coloridas com o nome Alpina. Imortalidade, fazendo carros preparados.

Desde o ano passado, a marca é parte da BMW, que continua usando-a para fazer versões mais usáveis na rua de carros que poderiam ser os M. E versões superpotentes dos seus já potentes motores diesel, outra tradição na Alpina. O esquema atual de produção terminará no final de 2025. Boatos sugerem que a Alpina depois disso será movida acima, para o mercado de luxo, e preencherá a lacuna entre a BMW e Rolls Royce.

De qualquer forma, o legado de Burkard Bovensiepen permanece, e segue adiante. Um legado não de quantidade, mas de qualidade e fama. O melhor tipo. Descanse em paz, Herr Bovensiepen. (MAO)

 

Ator de Velozes e Furiosos vai adaptar Initial D para o Cinema

É sempre um momento de tensão quando uma peça de literatura, seja ela ficção ou não, é convertida em um filme de Hollywood. Muitas vezes o resultado é terrível, muitas vezes todas as nuances importantes são filtradas, muitas vezes a história é, no frigir dos ovos, complexa demais para duas horas de filme. Mas pensava isso de Ford vs Ferrari: fizeram um ótimo trabalho, destilando apenas o que realmente interessa da história toda de forma magistral. Então, até ver o resultado, vamos ter esperança.

Isaac e seu Toyota Sprinter Trueno AE86 | FlatOut Street

Digo isso por outra história importante para mim e todo entusiasta, essa uma obra de ficção porém, vai ser agora adaptada para a telona. É o mangá/anime Initial D. Não preciso explicar nada dele né? Loja de tofu, moleques com habilidade incomum ao volante, touges, Toyota AE86: todo mundo conhece o Initial D. A importância cultural desta obra não pode ser superestimada: até o atual GR86 da Toyota, um carro sensacional, certamente não existiria sem o Initial D. Algo profundamente importante para os de nosso credo.

Desafio em Tóquio. O Juliano estava ótimo nesse filme.

Em declarações ao South China Morning Post no mês passado, Sung Kang, o ator que interpreta Han Lue nos filmes da franquia Velozes e Furiosos, mas é mais conhecido por ser o melhor Juliano Barata impersonator da história, disse que está dirigindo uma adaptação para o cinema de Initial D.

De acordo com o Barata Sung Kang, será “Um filme divertido e de grande orçamento que expressa meu caso de amor por carros.” Disse também que o famoso preparador japonês RWB está desenvolvendo um Toyota AE86 para o filme.

Não se sabe quando o filme sai ainda, claro, mas deve demorar: O ator/diretor está promovendo agora sua estreia na direção, o terror/comédia Shaky Shivers, ao mesmo tempo em que desenvolve outro filme autobiográfico sobre crescer em uma família interracial na Geórgia. Kang, se sabe, é um entusiasta de verdade, e talvez seja o cara ideal realmente para encabeçar esta adaptação.

A série de gibis original, corrente de 1995 a 2013, é um dos mangás mais populares de todos os tempos. Ele gerou uma série de anime para TV e um filme live-action pouco conhecido em 2005. Esperamos ansiosos, desde já. (MAO)

 

Fraca demanda adia produção de picape elétrica GM

Parece que não é só a Ford que tem problemas com a demanda de suas picapes elétricas nos EUA, com noticiamos ontem. A revolução elétrica da GM continua a tropeçar, já que a empresa adiou a produção do Chevrolet Silverado EV e do GMC Sierra EV na fábrica Orion Assembly.

A fábrica está encerrando a produção do Chevrolet Bolt e Bolt EUV, e estava programada para construir as picapes elétricas em 2024, graças a um investimento de US$ 4 bilhões. A mudança estava programada para manter aproximadamente 1.000 empregos, bem como criar mais de 2.350 novos.

Agora, tanto o Automotive News quanto o The Detroit Free Press estão relatando que a produção de picapes na Orion Assembly foi adiada para o final de 2025. Funcionários da empresa disseram que a mudança não estava relacionada à greve do UAW e, em vez disso, foi projetada para “gerenciar melhor o investimento de capital, alinhando-se com a evolução da demanda de veículos elétricos.”

A empresa também, parece, descobriu algo para melhorar a lucratividade do carro, e cita isso como mais um dos motivos.  Mas o atraso parece ser uma resposta à fraca procura. Como disse o porta-voz Kevin Kelly ao Detroit Free Press: “Estamos observando a procura de veículos eléctricos e a tendência é estabilizar, e não aumentar tão rapidamente como inicialmente previsto”.

Embora a produção na Orion Assembly tenha sido adiada, o Silverado EV já está sendo cproduzida na vizinha Factory Zero. É feito junto com a picape e SUV GMC Hummer EV, e o GMC Sierra EV está programado para se juntar a eles no próximo ano. (MAO)

 

Chery anuncia que vai vender marcas de luxo no Brasil, sem CAOA.

O Omoda elétrico

Como aconteceu no passado com a Hyundai, parece que a Chery está começando uma queda de braço com seu parceiro brasileiro, o indefectível grupo CAOA. A empresa chinesa convidou alguns jornalistas para visitar a China, onde disse que pretende começar a vender carros independentemente no Brasil, usando marcas de luxo: Exeed, Jaecoo e Omoda. Sem a participação da Caoa, e com uma meta ambiciosa de entrar no top 10 do ranking de vendas.

A empresa afirma que o plano é oferecer as três novas marcas no Brasil. Diz também que elas são independentes, “como a Audi e a Porsche dentro do Grupo Volkswagen”. No Brasil, seriam duas operações diferentes, uma delas Omoda e Jaecoo, outra para a Exceed.

Parece pouco provável que isso aconteça, mas não é de forma alguma impossível. A CAOA já trouxe os Exeed para testes, e em 2018, o falecido Mr CAOA himself, Carlos Alberto de Oliverira Andrade, anunciou que estava preparando o lançamento da Exeed no Brasil. A CAOA diz hoje que tem os direitos de venda no país e o lançamento só pode ser em conjunto.

Como se sabe, com a Hyundai foi parecido, com uma briga pública protelada que acabou com a vinda de uma fábrica independente para se fazer HB20 aqui; Hyundai Tucson Turbo e o caminhão HR, porém, ainda são feitos na fábrica da CAOA em Anápolis, GO.

A CAOA foi mais adiante com os chineses e colocou seu nome nos carros, que agora são CAOA-Chery. Uma acordo e um esquema que a empresa conhece bem, e deve ter documentado certinho. Muito provavelmente é desacordo de estratégia de vendas: à esta altura do campeonato, é justo especular, a CAOA deve ter desistido de vender Exceed aqui; algo que não deve ter caído bem com a Chery lá na China. De novo especulando: a Chery os mandou vender o tal Exeed, CAOA disse não. Pronto, criado o impasse que vamos agora.

O Omoda E5 é um novo elétrico, mas com versão a gasolina também. A Jaecoo supostamente é a Land Rover do grupo Cherry: exige que descabine para trocar velas é o off-road de luxo. A Exceed é a Audi da Chery, carros de luxo na plataforma dos Tiggo. Virão mesmo ao Brasil? A empresa chinesa diz que sim; mas vamos aguardar os próximos e eletrizantes capítulos. (MAO)