gordon murray tinha seu supercarro basicamente formado em sua cabeça a posiçao central do motorista para desacoplar o ente eixos das exigencias de empacotamento do piloto; o peso maximo permitido para o carro todo e seus componentes principais; a distribuiçao de peso 48/52% com uma variaçao maxima de 1% com carregamento total; os tamanhos de rodas e pneus a localizaçao e peso do tanque de combustivel a estrutura de fibra de carbono tudo tomava forma e lugar rapidamente mas no lugar onde iria o motor uma caixa de 600 mm de comprimento e 250 kg chamada engine o mclaren f1 ia adiante mas ainda nao tinha seu principal componente aquele que o faz se mover por conta propria bmw s70/2 disse ron dennis eles estavam avançando realizando a ampla serie de investigaçoes conceituais que haviam sido pre planejadas mas ninguem foi capaz de dizer a mansour ojjeh dono da companhia e a mim de onde viria o motor consequentemente nao havia uma ideia precisa de seu tamanho um fator decisivo no design do carro obviamente era um problema muito significativo e uma preocupaçao nao existia um fornecedor de motor ainda mas murray sabia exatamente o que queria dele pensando bem talvez tenha sido o fato de que somente algo dentro das especificaçoes de murray era aceitavel que era a fonte dos problemas como voce poderia imaginar ele nao queria pouco [caption id= attachment_316997 align= aligncenter width= 813 ] albert a primeira mula ainda com um v8 chevrolet[/caption] era um projeto interessantissimo que qualquer engenheiro adoraria atacar mas que poucas empresas aceitariam encarar nao era baseado no numero de cilindros deslocamento nada disso murray claro aceitaria qualquer coisa que lhe desse os resultados bem claros que preparou como objetivos para ele eles eram comprimento maximo de 600 mm; seria usado como elemento estrutural aparafusado no monobloco de um lado e na transmissao/suspensao traseira de outro devia ser a rigida ponte que os ligava sem turbocompressor resposta imediata tanto a abertura como fechamento do acelerador e o som especial do aspirado eram parte da brincadeira; limite de giro de 7500 rpm ou mais; carter seco para baixo centro de gravidade e insensibilidade a alto g pelo menos 100 cv/litro pelo menos 550 cv maximo de 250 kg de peso com todos os acessorios murray e seus colegas sabiam que em 1990 apenas tres companhias teriam a experiencia para fazer um motor deste tipo de alta rotaçao aspirado um era a ferrari que obviamente estava fora dos planos os outros dois a honda e a bmw a obvia escolha era o velho parceiro da mclaren a honda varias reunioes foram realizadas mas a empresa ja mostrava a perda do seu impeto original que a levou tao longe quando murray disse claramente que o deslocamento que pretendiam 3 5 litros nao seria suficiente para o que ele pretendia a empresa finalmente desistiu [caption id= attachment_316999 align= aligncenter width= 999 ] edward a segunda mula ja com o motor definitivo repare o tamanho do escapamento [/caption] o mclaren f1 por pouco nao recebeu um motor isuzu a empresa andava em uma epoca de investimento em tecnologia e procurou murray; prometeram lhe um motor totalmente novo dentro de suas especificaçoes e sendo japoneses murray sabia que se matariam de trabalhar o quanto fosse necessario para fazer acontecer o desenho da empresa seria um v12 de 5 3 litros mas experiencia contava muito para murray; atrasos no projeto poderiam ser fatais para a nova empresa embora gostasse do entusiasmo da isuzu preferia alguem com mais experiencia em criar algo deste tipo existia mais um velho amigo a contatar paul rosche na divisao m da bmw [caption id= attachment_317000 align= aligncenter width= 999 ] rosche e sua criaçao[/caption] rosche fica muito animado com a ideia e chama murray para visita lo em munique la mostra a ele um v12 experimental de 48 valvulas em testes baseado no bloco do 750i de serie murray nem levanta uma sobrancelha muito grande muito pesado nao potente suficiente para o que queria rosche olha bem no fundo dos olhos do amigo trabalharam juntos na brabham de 1982 a 1987 e diz gordon me diz exatamente o que voce precisa murray despeja os oito itens para o alemao 600 mm 250 kg 550 cv a cada especificaçao esperando uma reaçao de rosche que permanecia impassivel ao fim estava claro nada do que a bmw tinha em prateleira chegava nem perto rosche pensa um pouco e diz ok vamos fazer um motor novo para voce em novembro de 1990 depois de uma reuniao oficial com os diretores de ambas as empresas a colaboraçao se torna oficial o mclaren teria motor bmw [caption id= attachment_317004 align= aligncenter width= 999 ] o v12 48v experimental[/caption] rosche e um time de 12 engenheiros tiveram sua primeira reuniao com murray em fevereiro de 1991 e de cara entenderam se mutuamente e muito facil num projeto assim problemas acontecerem pelas demandas quase impossiveis de murray; basta que o outro lado solte uma risada e diga que sao impossiveis mas aqui eram levadas a serio um desafio vindo de um mestre de fora da empresa rosche um alemao diferente que nao gosta de procedimentos ou formalidades impulsionou o projeto de um dos motores mais fantasticos ja criados; certamente o mais fantastico no seu lançamento o bmw s70/2 bmw s70/2 um v12 como nenhum outro a bmw estava acostumada a criar diametros de cilindro generosos em blocos compactos de aluminio usando tecnicas avançadas de fundiçao mas neste projeto foram alem do normal apenas 3 mm separam um cilindro do outro mas alem disso as tecnicas utilizadas foram bem tradicionais sem nenhum titanio por exemplo cabeçote e bloco em aluminio sem camisas com os cilindros revestidos de nikasil bielas e virabrequim de aço forjado pistoes de aluminio forjado e valvulas de aço as de escape recheadas de sodio e so os cabeçotes sao parecidos com os usados no bmw m3 e36 um grande cuidado foi despendido na velocidade para subir e cair giro; murray desejava uma sensaçao de carro de competiçao teria que funcionar como um reostato imediato praticamente freando o motor quando o acelerador fechava para isso nao existia um volante; a compacta embreagem do tipo usada na f1 fazia esta funçao mas o motor deveria ser tratavel a baixas rotaçoes tambem e subir de giro sem engasgos desde baixa rotaçao em marchas altas por isso o v12 a 60° era montado e balanceado a mao cuidadosamente e tinha um damper na frente do virabrequim essa ausencia de volante era na verdade uma placa fina de aluminio para montar a embreagem tambem permitiu que o virabrequim ficasse ainda mais baixo que o normal reduzindo a altura geral economizando mais material e mais peso a lubrificaçao por carter seco minimizou ainda mais a altura rosche todo feliz liga para murray um dia olha fizemos os desenhos aqui e decidimos que e possivel um diametro e curso de 86 x 87 mm isso sao 6 064 cm³ seis ponto um litro gordon o que te parece murray do outro lado engasgou se e quase caiu da cadeira mais de seis litros este grande deslocamento num motor fisicamente tao pequeno e a velha formula dos v8 chevrolet e a arma secreta deste v12 deva nada menos que 627 cv bem acima dos 550 que se imaginava todos os outros objetivos foram alcançados a nao ser um deles o peso ficou 16 kg maior do que o pretendido mas tudo bem aumento de 14% de potencia compensava o peso 6 4% maior so no motor mas um problema atormentou todos o escapamento parece que 6 1 litros a 7500 rpm geram um volume de gases de escape que so pode ser silenciado por um silenciador de 65 litros onde iria este monstro o quanto pesaria o engenheiro da bmw mandou a estimativa para murray usando os materiais normais da bmw 100 kg no dia seguinte murray estava esperando o engenheiro chegar ao trabalho na mesa dele em munique [caption id= attachment_317005 align= aligncenter width= 673 ] a soluçao silenciador de duas funçoes[/caption] o resultado foi que o escapamento completo do f1 e fabricado em iconel e custa mais que muito carro inteiro o engenheiro do escape fez as contas e concluiu que ele e mais caro que o v12 do 750i contemporaneo inteiro mas ao coloca lo entre o para choque traseiro e o cambio serviu tambem como estrutura deformavel para impacto traseiro o que acabou com algumas peças extras e reduziu o impacto de massa o motor e uma olhadela em onde estamos hoje eletronicamente mas realizado 30 anos atras contava com bobinas individuais e sistema vanos na admissao tudo controlado por uma central da tag o carro tambem tinha dois injetores por cilindro pois a tecnologia de entao nao permitia o leque de fluxos diferentes necessarios desse motor tao especial; girava como carro de corrida mas era tratavel feito um gatinho em baixa outra inovaçao que hoje e muito comum o motor tomava ar de admissao limpo e frio em cima da cabine; um plenum de fibra de carbono que alojava duas borboletas ficava no meio do carro recebendo ar da tomada em cima da cabine era alem de extremamente potente e girador tambem incrivelmente tratavel dava nada menos que 55 mkgf a 1500 rpm; de 4000 a 7000 rpm eram 66 mkgf puxava os parcos 1200 kg do carro como se nao tivesse massa ou resistencia ao ar disse peter egan da road and track varios anos atras eu dirigi um lamborghini diablo se a 240 km/h em uma estrada deserta mas atingir essa velocidade deu a sensaçao de estar numa tentativa de recorde de velocidade em terra dava para chamar os numeros pelo radio ok tenho 220 … 230 … 235…240 km/h e assim por diante a mclaren f1 passa por esses numeros tao rapido que voce nao teria tempo de contar a ninguem o ponteiro do velocimetro parece se mover quase tao rapido quanto o ponteiro do tacometro e o carro grita a caminho de 320 km/h sem a sensaçao de estar empurrando uma parede de ar cada vez mais espessa ou diminuir o ritmo parece operar no vacuo um pulinho ate 260 km/h e brincadeira de criança nem esta tentando apesar de todas as maravilhas alcançadas por este carro fantastico e o motor ainda hoje o que mais chama a atençao minusculo em dimensoes mas deslocando mais de seis litros; leve como um quatro cilindros grande mas com doze cilindros; girador e forte como um carro de corrida mas com força para puxar o carro em quinta na cidade tranquilamente; suave e liso mas com um berro arrepiante; capaz de subir e descer de giro como se fosse uma lampada que liga e desliga mas sem nunca morrer ou engasgar; mais forte que uma carreta scania aos 627 cv mas montado num carro com menos de 1200 kg era forte o suficiente para ganhar le mans; o carro que ganhou a prova em 1995 tinha potencia restringida em relaçao ao de rua 600 cv apenas a seguinte versao gtr chegou aos 680 cv no carro de rua um milagre de engenharia e de percepçao do que realmente e importante em um motor de carro e um milagre de eficiencia; a real que mede peso e tamanho versus entrega e tem gente que quer que coisas assim acabem
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