normalmente nao acho que uma empresa esta presa em suas tradiçoes quando se fala de configuraçao de motor a ferrari e a alfa romeo sao exemplos bons aqui apesar de terem sua configuraçao tradicional mais conhecida e popular o quatro em linha dohc na alfa e o v12 na ferrari conseguem imprimir em qualquer motor suas caracteristicas marcantes seu brio sua alma nao ha nem exceçoes aqui mesmo um quatro em linha ferrari e um quatro contraposto alfa romeo sao motores distintamente ferrari indubitavelmente alfa romeo mas nao consigo deixar de estranhar uma jaguar como a de hoje sem um seis em linha neste caso parece que a empresa e tao intrinsecamente ligada a sofisticaçao e suavidade deste tipo de motor que qualquer outra configuraçao parece algo errado talvez porque todo jaguar ate 1971 era seis em linha exclusivamente epoca que foi certamente sua epoca aurea que criou a fama e o nome que sustentam a marca ate hoje e quando a marca em 1971 lançou um motor diferente era obviamente ligado a esta tradiçao como diz o leitor zamariolli a unica coisa melhor que um seis em linha sao dois seis em linha e assim o segundo motor da jaguar foi um v12 um motor criado por uma das mais competentes equipes de engenharia da historia um verdadeiro dream team de gente de oculos e canetas no bolso do casaco branco uma nova jaguar nasceria depois da saida definitiva de sir william lyons em 1972 e com ela esta tradiçao de engenharia acabaria por desaparecer substituida por outra a compra da empresa pela ford em 1989 finalmente corta as ligaçoes com esta era inicial da empresa e com algum dinheiro para investir cria uma nova linha de motores v8 hoje parece que os seis em linha e os v12 nunca voltarao; a empresa investe no certo no risco zero como tantos outros suv e eletricos entao provavelmente o v12 permanecera como o pinaculo da empresa o ultimo da era que criou a marca a partir do zero e a tornou famosa algo importante de qualquer maneira que se olhe pre historia como todos sabemos o primeiro motor jaguar o seis em linha xk nasceu em 1948 com o famoso carro esporte xk120 este motor um classico em si que merece um capitulo separado desta serie por muitos anos permaneceria o unico da companhia em varias versoes de 2 4 a 4 2 litros de deslocamento mas o que poucos sabem e que ja em 1951 a jaguar brincava com a ideia de um v12 neste ano um dos desenhistas do motor xk tom jones pam param it’s not unusual nao nenhuma relaçao com sir tom jones desenha um v12 usando dois cabeçotes do seis em linha xk mas que nao passa disso um estudo em papel [caption id= attachment_259446 align= aligncenter width= 945 ] o v12 destinado ao mark x[/caption] claude baily um dos arquitetos do motor xk junto com o engenheiro chefe william haynes e wally hassan pega o assunto mais seriamente de novo em 1954 seu objetivo eram as competiçoes jaguar estava profundamente ligada ao esporte motor entao um esforço que lhe daria um total de cinco vitorias em le mans nos anos 1950 e de quebra faria a empresa popularizar o freio a disco e as carrocerias aerodinamicas a ideia de baily era claro um motor mais potente para le mans de novo eram basicamente dois seis em linha xk juntos num bloco unico com deslocamentos de cinco a sete litros possiveis mas o envolvimento direto da jaguar em competiçoes para ao fim de 1956 e com isso os desenhos sao arquivados novamente mas quando começam os anos 1960 baily novamente vai ate a gaveta de desenhos e pega novamente seus estudos de v12 desta vez o projeto parecia mais serio alem de uma volta as competiçoes existiria uma versao para rua do motor tambem tudo porque o recem lançado seda mark x usando o seis em linha de 3 8 litros depois 4 2 e pesando mais de duas toneladas recebia criticas ao seu desempenho [caption id= attachment_259448 align= aligncenter width= 999 ] mark x o maior jaguar[/caption] olhando de longe o v12 que baily fez para o mark x parece a mesma formula anterior; dois cabeçotes de seis em linha num bloco comum mas uma analise basica ja os mostrava bem diferentes o angulo entre as valvulas era de 60° ao inves dos 70° do seis e porque o angulo fechado de 60° entre bancadas em conjunto com o largo cabeçote dohc fazia uma admissao pelo meio do v muito dificil a admissao era pelo meio do vale dos comandos o bloco era de aluminio como o cabeçote ferro fundido no seis e as dimensoes eram diferentes de qualquer seis corrente bastante superquadrado media 87 x 70 mm para um total de 4 994 cm³ este deslocamento tambem claro estava de acordo com o limite de cinco litros da fia para carros esporte as camisas de ferro fundido eram flangeadas no topo para serem retidas pelo cabeçote os pistoes eram cabeçudos com rebaixos para as valvulas e as bielas de aço forjado sete mancais generosos de 76 2 mm retidos por capas com quatro parafusos completavam um conjunto obviamente robusto duas versoes de carter existiram de carter seco para competiçao e um grande carter de aluminio aletado para a versao de rua os distribuidores duas unidades de seis cilindros ficavam no centro do v e os comandos no cabeçote eram acionados por corrente tres dos oito primeiros motores foram montados em mark x para testes com seis carburadores su horizontais a jaguar nunca publicou valores de potencia para este motor mas estima se algo na casa de 300 cv a 6000 rpm o que fez os tres mark x equipados com ele carros extremamente interessantes segundo relatos de epoca poucos carros esporte podiam acompanha los em 1964 wally hassan depois de alguns anos trabalhando em motores de f1 volta para a jaguar quando esta compra a empresa em que trabalhava a coventry climax hassan recruta harry mundy que projetara motores de competiçao na brm e o famoso cabeçote lotus ford com baily e o chefe bill haynes a jaguar ali tinha certamente o mais talentoso grupo de engenheiros da epoca talvez ate de todos os tempos se o v12 nao progrediu para o uso em ruas o time estava disposto a faze lo brilhar nas pistas a partir de testes extensos o angulo entre as valvulas diminuiu para 48° o que permitiu valvulas maiores de 47 6 mm admissao e 34 9 mm escape usando um distribuidor unico lucas opus injeçao mecanica lucas com 12 borboletas individuais e taxa de 10 4 1 o v12 deu 502 cv a 7 600 rpm o motor foi montado no belissimo carro de corrida de motor central chamado xj13 mas todos sabemos que nao deu em nada a jaguar foi comprada pela bmc em 1966 e a bmc tinha uma politica estrita de nao participaçao em competiçao sir william ainda era independente ali e como chefe da jaguar e podia ter continuado mas preferiu seguir a direçao da corporaçao alem disso o xj13 acaba por ficar rapidamente obsoleto perdendo o bonde da revoluçao de pneus gigantes em competiçao no fim dos anos 1960 apenas um prototipo existiu em testes na pista do mira motor industry research association porem bateu o recorde da pista atingindo exatamente 260 km/h v12 para as ruas praticamente ao mesmo tempo em que o xj13 era encostado em uma garagem qualquer da fabrica wally hassan começa a pesquisa sobre o futuro dos motores jaguar o seis em linha xk era um projeto de 20 anos e um programa de novos motores era necessario para o futuro sir william ventila a ideia de se fazer um mesmo motor com dois tipos de cabeçote um dohc e um bem mais simples sohc para as versoes mais baratas seu raciocinio era simples deslocamentos menores num mesmo motor nao fazem um motor mais barato nem mais leve um jaguar 3 4 custava quase o mesmo que um 2 4 em termos de motor e pesava o mesmo tambem um cabeçote com um comando a menos pode custar mais ferramental mas e mais barato por unidade mais leve e menos complexo estudos começam com motores experimentais de um cilindro ja em 1966 hassan acaba por adotar um tipo de desenho entao em voga principalmente por sua entao suposta reduçao de emissao de poluentes a camera tipo heron um parentese aqui no fim dos anos 1960 todos sabiam que legislaçao anti poluiçao apareceriam nos eua o maior mercado mundial de entao mas ninguem sabia exatamente qual seriam estas normas ainda estavam em desenvolvimento e discussao um alvo movel dificil de acertar a camera heron basicamente um cabeçote plano com a camera toda desenhada no rebaixo do pistao se acreditava otima entao para reduçao de emissao por provocar alta turbulencia principalmente no fim nao se manteve como soluçao definitiva mas so sabemos isso hoje olhando para tras mas sabendo que sir william lyons notorio pao duro ainda mandava na jaguar de entao pode se ver mais motivos para a adoçao deste tipo de camara e um cabeçote simples de manufatura facil rapida e barata o trem de valvulas e mais simples com valvulas alinhadas e paralelas as valvulas verticais eram um desafio para se conseguir os tamanhos adequados de valvula porem mas a soluçao foi relativamente facil um diametro de pistao generoso de 90 mm foi adotado que com um curso de 70 mm deu um deslocamento final de 5 344 cm³ no v12 o cabeçote dohc de quatro valvulas por cilindro tambem foi desenvolvido e um seis em linha de tres litros mais curso tambem estava planejado mas a crise do petroleo e da industria inglesa nos anos 1970 acaba por eliminar estas variantes da familia antes de nascerem apenas nos anos 1980 o seis cilindros dohc e retomado se torna o substituto do motor xk a partir de 1985 conhecido com a sigla aj6 o bloco era novo e maior mas o desenho da camera era praticamente o mesmo que hassan e seu time desenharam em 1967 mas voltando ao v12 as valvulas acabam com 41 3 mm admissao e 34 6 mm escape acionadas por tuchos tipo copinho e molas duplas iguais a do seis em linha de 2 8 litros era um trem de valvulas seguro ate 7 400 rpm os comandos eram acionados por uma corrente morse simples com tensionadores de nylon o virabrequim era forjado em aço e repousava em sete mancais de dimensoes identicas aos do robusto v12 de corrida anterior inclusive com as capas de quatro parafusos a parte de baixo do motor era boa para ate 8 500 rpm o bloco de aluminio como o cabeçote era diferente do motor de corrida embora ao camisas de ferro fundido tambem tivessem flange o cabeçote tinha nada menos que seis parafusos por cilindro para fixar o cabeçote um total de 26 parafusos prisioneiros por bancada [caption id= attachment_259456 align= aligncenter width= 999 ] e type serie iii primeiro v12 de serie da jaguar[/caption] o cabeçote plano fazia com que o pistao fosse concavo para abrigar a camara obviamente quanto menor essa concavidade maior a taxa e melhor o desempenho mas a evoluçao aqui espelha a evoluçao das normas anti poluiçao começou com taxa de 10 6 1 depois 10 1 e no lançamento 9 1 para os eua a taxa baixaria novamente 8 1 outra decepçao foi o metodo de alimentaçao muito esforço e desenvolvimento foram gastos para acertar a injeçao eletromecanica brico mas perto do lançamento a empresa desiste do contrato o carro tem que reverter para carburadores; um conjunto de quatro zenith stromberg 175cdse horizontais com injeçao e a taxa mais alta era um motor que beirava os 400 cv a quase 7 000 rpm mas ao seu lançamento no e type serie iii em 1971 com carburadores taxa reduzida e giro limitado por compatibilidade com o cambio automatico borg warner opcional dava 272 cv a 5 850 rpm e 42 kgfm a 3600 rpm era um motor para carro de luxo silencioso suave ao extremo funciona como uma turbina era uma frase recorrente uma vida longa o jaguar e type v12 e um carro pouco apreciado em sua epoca mas certamente nao era lerdo 0 96 km/h em 6 4 segundos e final de 240 km/h bob tulius nos eua faz uso de um roadster com um motor preparado para dominar as provas de carro esporte do scca seus motores com poucas alteraçoes permitidas davam 460 cv a 7 000 rpm [caption id= attachment_259458 align= aligncenter width= 620 ] bob tulius e seu e type vencedor [/caption] infelizmente o motor foi lançado bem a tempo de pegar a primeira crise do petroleo um azar lascado o seda xj12 lançado em 1972 retornava coisa de 4 km/l com o v12 algo que rapidamente ficou fora de moda em 1975 ganha injeçao eletronica bosch/lucas e um ganho de 17% em economia mas parecia que o fim estava proximo harry mundy pesquisando soluçoes para o problema acaba por encontrar as novas soluçoes descobertas pelo engenheiro suiço michael may um pioneiro do turbocompressor may desenvolvera um novo tipo de cabeçote para as novas exigencias de consumo e emissoes de alta turbulencia e possivel de absorver misturas bem pobres lean burn contratado para redesenhar o cabeçote do v12 com os engenheiros da jaguar o resultado e o cabeçote he high efficiency de 1981 com taxa de 12 5 1 possivel com a nova camara o motor dava agora 295 cv a 5 500 rpm com um ganho incrivel de economia agora medias acima dos 10 km/l eram possiveis [caption id= attachment_259459 align= aligncenter width= 766 ] o cabeçote he salvaçao do v12[/caption] foi o que impediu o fim do v12 se manteve sempre em baixa produçao um motor exclusivo e caro mas fez sedimentar a imagem de sofisticaçao da marca com o tempo versoes de seis litros e mais de 300 cv apareceram e se manteve em produçao ate 1997 nos anos 1980 o v12 foi usado de forma terrivelmente efetiva pelos jaguar de competiçao da twr uma versao de 7 litros 48 valvulas e 750 cv da mais uma vitoria a jaguar em le mans com o xjr9 em 1988 um pouco de saudade aqui de uma epoca em que todo jaguar tinha somente seis em linha ou v12 debaixo do capo e valida aqui certas marcas precisam de algo para os ligar ao seu centro ao seu significado e sem duvida nenhuma estes tipos de motores fazem bastante diferença aqui pouco significa para uma europa e uma jaguar que caminha para a eletricidade mas e verdade
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