Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.
O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo (e não esqueça de ativar o sininho)!
Este é o novo DeLorean Alpha 5
Depois de algum mistério o pessoal da DeLorean Motor Company finalmente revelou o “DeLorean moderno” e… ele não tem absolutamente nada a ver com a imagem que as pessoas têm de um DeLorean. Afinal, portas asa-de-gaivota o Tesla Model X também tem.
Ou seja: nem mesmo evidenciando o elemento mais característico de um DeLorean — as portas asa-de-gaivota — este novo DeLorean Alpha 5 (como é oficialmente chamado) se parece com um DeLorean.
Imagine que este é o novo Shonqfengxian EDL5. Dá pra enganar, não dá? Ou uma projeção de graduação de um aluno do Royal College of Art, que vislumba um modelo movido a célula de hidrogênio para 2020. Cola, não cola?
Não há muito sentido em se pegar uma marca como a DeLorean, que só é reconhecida até hoje por causa de um filme que transformou seu único carro em uma máquina do tempo — algo que foi admitido pelo próprio John DeLorean — e fazer dela uma marca de elétricos iguais a qualquer outro de qualquer lugar do mundo? Será a necessidade de coletar incentivos fiscais dos governos? Satisfazer a vontade pessoal de se criar um carro próprio? Espero que seja esta segunda, porque seria respeitável e admirável, ainda que use o nome de outro criador.
O design é irretocável, um belíssimo carro. Tem um aspecto de ser algo tecnológico e moderno. Claramente eficiente em termos de aerodinâmica (coeficiente 0,23). E nem poderia ser diferente, afinal, foi feito pela Italdesign. Fosse um Fiat, um Lancia, um Peugeot ou um Volkswagen eu começaria o texto por este parágrafo. Mas para DeLorean não está funcionando.
Sim, eu sei que a Italdesign é o estúdio de Giugiaro, e que Giugiaro foi o designer do DeLorean original. Mas aqui estou falando de símbolos, ícones e significados. DeLorean é o sonho de aço inoxidável de John DeLorean, que foi à ruína para realizá-lo. E que foi honrado definitivamente por Robert Zemeckis e Bob Gale na cultura popular. A maior invenção do dr. Emmett Lathrop Brown (sim, eu sei o nome do meio do Doc. Brown, pra você ver o quanto eu gosto dos filmes e do DeLorean). Um dos carros mais icônicos da história do cinema. Ponto final.
Não dá pra pegar todo o significado do nome DeLorean (esse parágrafo acima inteiro), jogar em um carro genérico – porque é isso o que os estúdios de design fazem, projetos para quem comprar — e esperar que a gente goste automaticamente dele. É como comprar um poodle chamado Bob e tentar gostar dele só porque seu finado labrador se chamava Bob. Não faz sentido.
Eu vi muitos sites descrevendo os elementos estéticos do carro, mas, vamos lá… nós todos estamos vendo, não é mesmo? Só vou salientar que gostei muito da dianteira, que me remete à Ferrari 365 “Daytona”, Pininfarina Sergio e Ferrari SF90 — e, definitivamente, é a marca italiana deste carro, e também gostei da veneziana, que é a remissão ao design original do DeLorean.
Achei que o “kink” da coluna C é pouco original — a Lexus já havia usado um efeito semelhante na década passada, a Volvo fez algo parecido no XC40 e Karim Habib colocou esse tipo de traço em suas criações mais recentes, como o Kia K8.
Outra coisa que é estranha de se ver em um DeLorean: quatro lugares. Entendo o motivo, afinal, torna o carro mais apelativo a mais pessoas, mas, novamente… é um DeLorean só por que se chama DeLorean? A lógica e a razoabilidade dizem que sim, mas a filosofia, o ethos…
De resto, é tudo o que se espera de um carro lançado em 2022 no segmento em que ele irá ingressar: um carro semi-artesanal e muito exclusivo. É tudo muito bem-feito e com muito bom-gosto, ainda que pouco original. As portas são interessantes no sentido de proporcionarem acesso total ao habitáculo. O passageiro de trás sai pela mesma porta que o motorista, um conceito antigo que, aparentemente, será finalmente colocado no mundo real.
Há um quadro de instrumentos digital e uma tela central sobreposta, que eu acharia muito legal se fosse desse jeito como uma referência aos circuitos do tempo do DeLorean do dr. Brown. Espero que sim. No mais, o design é elegante e o arco que se forma pelo painel com as portas é um elemento clássico para passar a sensação de envolvimento dos ocupantes com o carro. É um toque legal, feito por quem entende do negócio.
Sobre o motor, ainda não há detalhes. Esperamos um motor elétrico em cada eixo com potência suficiente para acelerar de zero a 100 km/h em 2,99 segundos e de zero a 88 milhas por hora em 4,35 segundos (esta medida foi uma baita sacada da fábrica, admito). A velocidade máxima será de 250 km/h, algo que o DeLorean original nunca conseguiu fazer — fosse pelo PRV “estrangulado” pelas leis de emissões, ou pela impossibilidade de seguir viagem após a reentrada na data futura (ou passada).
Falando em data, o carro foi revelado hoje, mas o site oficial da DeLorean ainda mostra um contador regressivo. Tomara que seja alguma brincadeira com o contínuo do espaço-tempo, seria uma forma de começar a convencer o público sobre o DeLorean agora ser um cupê elétrico de quatro lugares com alguns acenos ao DMC-12 de John Z.D.
Serão feitas 88 unidades, apenas — e você sabe por que escolheram 88 e não outro número, não é? A boa notícia é que este não será o único DeLorean. Haverá um cupê V8 (tomara que mais parecido com o DMC-12) e um SUV movido a hidrogênio. Tomara — tomara mesmo! — que a célula combustível dele seja batizada Mr. Fusion. Aí eu começo a gostar de verdade destes novos DeLorean. (Leo Contesini)
AMG One finalmente será lançado em dois dias
View this post on Instagram
Faz tanto tempo que a Mercedes-AMG anunciou seu supercarro com motor de F1 que a gente já tinha até esquecido que ele estava em desenvolvimento e ainda não tinha sido lançado. O projeto atrasou porque, como havíamos previsto muito tempo atrás, colocar um motor de F1 em um carro de rua não é uma tarefa simples. Para piorar, o mundo parou por quase dois anos por causa de um micróbio maldito, o que atrasou ainda mais os planos da Mercedes-AMG.
Mas parece que ele finalmente será lançado. A Mercedes já vinha preparando o território recentemente com aquela história de “estar bêbado ao aprovar o carro”, contada pelo CEO da Daimler, Ola Källenius e, claro, com a venda do Uhlenhaut Coupé, o primeiro carro com motor de F1 da Mercedes. Aliás… conveniente essa venda acontecer um mês antes do lançamento do AMG One, não?
Porque o lançamento será no dia 1º de junho, exatamente 25 dias depois dos primeiros rumores sobre a venda de um dos dois Uhlenhaut Coupé. O que me faz desconfiar de a venda ter sido concretizada agora como parte do lançamento do AMG One — e eu não ficaria surpreso em ver um dos dois 300SLR ao lado do AMG One na hora de apresentar o carro.
O teaser divulgado no início desta segunda-feira (30) não mostra nada além da silhueta do carro. Mas nós já o conhecemos e ele não deverá ser diferente — ao menos não muito — do que já foi mostrado. A principal novidade mesmo apareceu em um protótipo mais recente, de 2021, que passou a ostentar uma asa traseira.
“Chegou a hora”, é a assinatura do vídeo. A Mercedes sabe que demorou mais do que devia e não é muito do feitio da marca lançar coisas que não estejam exaustivamente testadas — da última vez que eles fizeram isso, o carro ganhou o apelido do teste em que falhou, o “teste do alce”. Mas para lançar um supercarro com motor de F1 em um ano no qual sua equipe de F1 perdeu a hegemonia da categoria, eles devem estar muito confiantes sobre o desempenho e a confiabilidade e viabilidade do carro.
Com sorte, veremos um novo capítulo dos hipercarros ser escrito a partir desta quarta-feira (1º). (Leo Contesini)
Bentley Continental faz 70 anos
A Bentley está comemorando 70 anos do modelo Continental este ano. O primeiro carro a levar o nome foi o R-Type de 1952; na época era o mais veloz carro de 4 lugares do mundo; era também uma dos mais caros e exclusivos: o seu preço de £6.928 na Inglaterra de 1952 é equivalente a aproximadamente £220.000 (R$ 1.313.400) em dinheiro de hoje.
Para os leitores dos livros de Ian Fleming, o Continental sempre será lembrado como o carro de James Bond; no cinema o agente 007 usava Aston Martin, mas não nos livros. Fleming, que era amigo do famoso pioneiro inglês de superchargers, Amherst Villiers, também sempre tratou de colocar o compressor do amigo nos Bentley de seu agente secreto. Nas primeiras histórias de Bond, o carro era um dos famosos Blower-Bentley: um 4 ½ litros cinza fosco. Depois que o carro sofreu perda total em “Moonraker”, Fleming deu a Bond justamente um Continental, com um compressor Villiers para 200 cv, que ele usou nos livros restantes da série.
O R-Type Continental foi uma ideia do estilista-chefe, John Blatchley, para reviver a Bentley e tirá-la da sombra da Rolls-Royce. O imenso cupê de cinco metros e 1700 kg era movido por um seis em linha de 4,6 litros (4,9 litros depois de 1954) e 153 cv. Famosamente podia chegar a 120 mph, ou 193 km/h.
Apenas 208 exemplares foram feitos, 193 deles produzidos por HJ Mulliner. A Bentley tem um deles em sua coleção, e aproveitou a data para tirar algumas fotos com o carro atual. Originalmente vendido para o médico suíço Dr. Rowland Guenin, é um carro branco-marfim com interior vermelho, e foi comporado pela Bentley em 2001. Desde então, tem sido mantida em excelentes condições mecânicas, mas sem restauração de carroceria, que é original.
Uma bonita tradição, que realmente merece ser preservada. Parabéns ao mais novo septuagenário! (MAO)
Porsche comemora 50 anos do 911 Carrera RS
A Porsche resolveu comemorar os 50 anos do 911 Carrera RS 2.7 em grande estilo. Em 20 de setembro, o Museu da Porsche abre uma exposição especial dedicada ao veículo.
Pouca gente se lembra disso hoje, mas no início, o Porsche 911 não foi um sucesso estrondoso e absoluto. Não foi um fracasso também, não entendam errado; apenas demorou para conseguir achar seu nicho e público. Os antigos compradores de 356 o odiaram profundamente, e com o Jaguar E-type de seis cilindros e 4,2 litros vendido ao mesmo preço, poucos clientes novos procuravam a marca alemã de motores traseiros refrigerados a ar.
A Porsche não desiste fácil, porém, e continuou melhorando o carro; o 911S de 1967 um grande passo para a aceitação geral deste carro, hoje considerado um dos grandes carros esporte da história. Mas onde ele realmente se firmou, fez todo mundo parar e aplaudir, foi quando, em 1972, lançou o 911 Carrera RS.
Se você voltou agora de uma viagem de 50 anos a Urano, e, portanto, não sabe o que é o Carrera RS, é o primeiro 911 “RS”, e o primeiro a ter apêndices aerodinâmicos. Foi chamado mais de uma vez “o carro esporte perfeito”. Criado para homologar um carro de corrida, transcendeu ele pela decoração magnífica e apêndices aerodinâmicos únicos. Um leve e potente carro esporte que hoje, quando aparece a venda, atinge preços estratosféricos.
O carro pesava apenas 960 kg, 115 kg menos que um 911 normal. O motor era um 2,7 litros e seis cilindros de 210 cv, que contava com injeção de combustível e um bloco de magnésio para diminuir o peso. Essa combinação de carro leve e motor potente fez com que o RS fosse o carro de produção alemão mais rápido da época, com um tempo de 0-100 km/h de apenas 5,8 segundos na versão Sport e uma velocidade máxima superior a 245 km /h. Há 50 anos atrás… (MAO)
SCG 004CS próximo de entrar em produção
O bilionário com chapéu de caubói Jim Glickenhaus é um genuíno entusiasta do automóvel: sua fábrica de automóveis, embora criada para ser um negócio autossustentável, é claramente algo criado para dar vazão às suas ideias e vontades. Glickenhaus faz os carros que gosta e que acha que devem existir; pretende ganhar algum com isso (ou pelo menos, não perder muito dinheiro), mas o objetivo real e primário não é isso; são os carros em si. Raríssimo hoje em dia.
Veja o SCG 004C Stradale. O espírito deste carro é simples: um GT3 de corrida dedicado, o SCG 004C, transformado em um carro de rua especial. Um potencial vencedor de La Mans (onde Glickenhaus corre todo ano) para as ruas.
É um carro de motorista central e 3 lugares a lá McLaren F1. Mas também é um carro simples. O motor, por exemplo, é um GM LS V8 com supercharger, que dá 650 ou 800 cv dependendo da versão. Apesar de preparado e montado a mão, é só um LS; qualquer oficina americana pode consertá-lo. O carro não será absurdamente caro, como parece ser a norma: menos de meio milhão de dólares. Muito dinheiro, claro, mas bem menos do que se pede por coisas similares.
O protótipo final do carro de rua foi mostrado no gramado de Villa d’Este na semana passada. Diz Glickenhaus à Road and Track: “Assim que liberarmos este carro de pré-produção final, começaremos a entregar carros de clientes, e isso será em breve. Vendemos um bom número de 004Ses com caixa manual e 650 cv, e um bom número desses 004CS com 800 cv e paddle shift (de sete marchas). As entregas devem começar no próximo mês e, até o final de 2022, teremos 25 Glickenhaus 004s nos clientes.” (MAO)
Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicos, histórias de carros e pilotos, avaliações e muito mais!