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Zero a 300

O fim do Cruze | Ram brasileira terá 2.0 turbo | O primeiro Ferrari Daytona e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

 

O fim do Chevrolet Cruze

Não sei vocês, mas esta é uma daquelas notícias que espantam a gente de uma forma diferente do esperado. Não estamos surpresos que o Chevrolet Cruze, produzido em Rosário na Argentina desde 2016, vai deixar de ser produzido. O que espanta é que ainda está em produção, hoje.

O primeiro Cruze, MY2010

A história do Cruze se confunde com a história recente da GM. O Cruze I, o original de 2010, é uma criação de Bob Lutz, um carro que pretendia ser o primeiro “carro pequeno” da GM americana que seria comprado por desejo, e não preço; os Chevrolet deste tipo vendidos até ali basicamente eram para frotistas nos EUA, os compradores individuais escolhendo Civics e Corollas.

Mas foi também um esforço de globalização, de criar-se algo que funcionasse como o Golf para a VW, e o Corolla para a Toyota, mas em um Chevrolet: o mesmo carro no mundo todo. Um problema que enfrentou para isso, nunca totalmente resolvido, é que Chevrolet não era uma marca global como a Ford por exemplo. A GM acabou por resolver isso por acidente, caindo fora da maioria dos mercados globais fora China e América Latina.

O Cruze também acabou tendo que passar pela falência da GM antes de ser lançado; depois desse evento a marca mudaria profundamente de novo. O Cruze II de 2016 é um exemplo claro disso: apesar de um ótimo carro em si, perdeu os pequenos detalhes de esportividade do original: o desenho com as rodas grandes, para fora como se paralamas alargados, flush com a caixa de roda e com folga mínima em relação a elas, os bancos decididamente esportivos, e o motor que girava alegre, se atrapalhado um pouco pelo peso. O Cruze II agora tinha torque em baixa mas não gira, mais luxo e tranquilidade ao rodar, e bancos planos para acomodar gente de todas as larguras. Era totalmente diferente em tudo. Perdeu personalidade, mas deveria aumentar o apelo.

Mas o fato é que nunca foi um estrondoso sucesso. Já não é mais fabricado em lugar nenhum do mundo fora a Argentina, e agora, parece, vai parar totalmente. A imprensa e os fornecedores sinalizam que o sedã e o hatchback já tem data para o fim: novembro deste ano.

Foram sete anos de produção e algo em torno de 200 mil unidades entregues, desde o início da produção em Rosário em 2016. Rosário é atualmente a única fábrica no mundo a produzir o Cruze, que desde 2019 saiu de linha na China, no México e nos Estados Unidos. Agora, nossos amigos ao sul devem se concentrar no Tracker.

Se você gosta do carro então, é sua última chance de ter ele novo. Todo Cruze vem com um quatro em linha de 1,4 litros turbo de 153 cv a 5.200 rpm e 24,5 mkgf a 2.000 rpm. A transmissão é sempre automática de 6 marchas. Custa a partir de R$ 148.650. (MAO)

 

Nova RAM monobloco será a mais rápida picape do Brasil, diz a marca

O lançamento a conta-gotas, movido a teasers, que tem como objetivo manter o assunto do veículo em questão em evidência por muito tempo, é prática mundial hoje em dia. Como é também mostrar carros em teste e entrevistas com executivos da fábrica em questão; todo mundo hoje quer garantir seus 15 minutos de fama.

A RAM está fazendo isso com sua nova RAM monobloco, mas pelo menos o teaser de hoje, em meio a engenheiros brincando com óculos de realidade virtual para parecerem modernos, e executivos dizendo que será perfeita, algumas novidades interessantes foram reveladas.

Como se sabe, esta nova picape monobloco, por enquanto exclusiva para o mercado sulamericano (apesar do desenvolvimento conjunto com a matriz da RAM em Detroit), será tanto uma Toro maior e mais cara, quanto uma RAM menor e mais barata. Mas se esperávamos as mesmas motorizações da Toro, hoje soubemos da grande novidade dela: terá um motor mais potente, e será a picape mais rápida do Brasil, segundo os executivos da marca.

Este novo motor é o Hurricane 4, um motor de origem Jeep. É um nome tradicional de motores Jeep, que remonta do primeiro OHV em 1950. Mas este novo Hurricane, tanto em seis quanto em quatro em linha, não tem nada a ver com o Hurricane OHV original de 1950: é um moderno DOHC turbo.

No caso aqui é um quatro em linha de dois litros, DOHC, 16v, variador de fase em ambos os comandos, e injeção direta. Nos Jeep americanos, somente gasolina, dá 272 cv a 5250 rpm, e nada menos que 40,8 mkgf a 3000 rpm. Aqui, deve virar flex, imaginamos, mas de qualquer forma, será uma picape realmente forte. A promessa de mais veloz do país parece realmente plausível.

É possível ver o eixo traseiro independente com diferencial e tração no filme também, confirmando que, pelo menos inicialmente, devem ser todas 4×4. O câmbio deve ser o conhecido transeixo automático de 9 velocidades. Versões com o 1,3 litro turbo já conhecido devem aparecer já de início (o vídeo fala de “algumas opções” de motorização), e uma versão mais barata e leve 4×2 de tração dianteira é fácil de acontecer também, mas provavelmente, isso será mais tarde.

Diesel? Ainda não se sabe se haverá, mas também é versão já pré-existente na plataforma, e fácil de acontecer, seja com o conhecido 2.0 turbo de 170 cv e 38,7 mkgf, ou um novo motor 2.2, ventilado em boatos. Mas é tudo conjectura, claro; sabermos mais em breve, no lançamento oficial. Ou depois de mais 48971984197932 teasers, vai saber… (MAO)

 

Radford mostra seu carro para o Pikes Peak 2023

Radford. Formerly known as Harold Radford & Co Limited , um revendedor de Rolls-Royce que se tornou encarroçador, e ficou famosa nos anos 1960 fazendo versões de luxo para os Mini de celebridades como Paul McCartney. Recentemente reapareceu, recriada como um fabricante de supercarros. Seus fundadores desta vez são o ex-campeão de Fórmula 1 Jenson Button, o apresentador de TV Ant Anstead e o consultor de negócios e advogado Roger Behle. Seu primeiro produto é baseado no Lotus Exige, e se chama Lotus-Radford Type 62-2.

Mas a novidade aqui é que est belíssimo carro agora recebeu uma versão dedicada para correr na famosa corrida de Pikes Peak no Colorado deste ano. Chamado Radford Pikes Peak Edition, é baseado no Type 62-2, mas muito modificado, claro.

O chassi de alumínio é substituído por um monocoque de fibra de carbono. Há novos subchassis dianteiro e traseiro e nova geometria da suspensão, além de uma nova parte inferior da carroceria. Basicamente, o estilo é derivado, mas é outra coisa, totalmente diferente. Um carro de corrida dedicado.

O motor é derivado do carro de rua, o mesmo Toyota V6 supercharged de 3,5 litros, mas aqui dá extremos 700 cv. O carro tem câmbio de competição sequencial e tração traseira. O carro pesa apenas 861 kg, o que com este motor, se traduz num 0-100 km/h em 2,2 segundos, segundo a empresa. A velocidade máxima é de 257 km/h. O piloto será o apresentador de TV, e algumas vezes piloto, Tanner Foust, ex-Top Gear USA. (MAO)

 

O primeiro protótipo do Ferrari 365 GTB/4 Daytona está a venda

Qualquer um pode ter um Ferrari. Claro, dinheiro é pré-requisito, mas até os carros clássicos como um 250 GT SWB são fáceis de se conseguir hoje em dia. Na verdade, pode-se até encomendar uma réplica perfeita zero-km hoje em dia, por menos dinheiro que o original, ainda que não se possa emplaca-lo nesses casos. Mole.

Mas a oportunidade de se ter um pedaço vivo da história de Maranello é evento mais raro e especial. E este é um desses momentos. Para muitos, o mais sensacional Ferrari de rua ainda é o 365 GTB/4 “Daytona” de 1968: um misto de praticidade de motor dianteiro com ferocidade de V12 grande do fim dos anos 1960 que é simplesmente irresistível, e que nunca mais aconteceu desta forma.

Agora imagine ter o primeiro protótipo deste carro, o primeiro Daytona a colocar radial no asfalto, antes mesmo de ser colocado a venda. Pois é: o primeiro protótipo do 365 GTB/4 Daytona está à venda pela RM Sotheby’s, após mais de 20 anos na propriedade de uma única família.

Trata-se do Chassis 10287, o protótipo original para o que se tornaria um dos carros mais memoráveis da Ferrari. Este carro foi a gênese desse novo criado para combater o Lamborghini Miura. É ainda, visualmente, um mash-up do anterior 275 GTB/4 e do 365 GTB/4 Daytona final. Detalhes visuais de ambos podem ser vistos nele e alguns elementos de design parecem ter se misturado, mas este carro é muito mais do que um estudo de design para determinar o futuro da Ferrari. Um total de seis protótipos 365 GTB/4 seriam construídos, mas este exemplo, sendo o primeiro, continua sendo o mais reconhecível, o mais exclusivo, o mais significativo e, sem dúvida, o mais desejável.

Depois de concluído no início de 1967, o carro passou por extensos testes de fábrica no Autódromo de Modena ao longo daquele ano. Foi emplacado pela primeira vez em 8 de maio de 1968, usando placas italianas ‘Roma B 85391’ através do revendedor oficial da Ferrari em Roma, Motor S.a.s. de Carla Allegretti e C. O carro teve muitos donos, tendo morados nos EUA também por algum tempo. Em setembro de 2003, o protótipo Daytona foi adquirido pelo pai do atual proprietário, na Holanda. Foi totalmente restaurado e apareceu de novo pela primeira vez no Villa d’Este Concorso d’Eleganza em maio de 2012.

O motor também é único, diferente de tudo, um protótipo. Designado internamente como Tipo 243, é equipado com cárter seco, cabeçote com três válvulas por cilindro, duas velas por cilindro (24 velas!) e seis carburadores Weber 40 DCN18. O bloco em si é baseado no de um 330 GT, mas aumentado para 4.380 cm³. Tem semelhanças com os motores encontrados nos carros de corrida 330 P4, o carro de corrida que venceu as 24 Horas de Daytona de 1967, evento que eventualmente nomearia o 365 GTB/4.

 

Esta joia de valor inestimável está disponível no site da empresa de leilão para venda privada. O preço? Não importa, é só dinheiro, algo imaginário, não real como este fantástico Ferrari. Se você se interessou, é só clicar nas letras de cor diferente aqui. E parabéns pelo bom gosto. (MAO)