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O Guia de Versões Especiais do Mazda Miata | Parte 1: a primeira geração

Quando chegou ao mercado, no final de 1989, o Mazda MX-5 Miata mudou a história do automóvel. Ele recuperou o espírito esportivo dos roadsters britânicos dos anos 1940, 1950 e 1960 — aqueles que também conquistaram muitos hot rodders americanos, dando origem ao automobilismo de estrada dos EUA, de onde saíram caras como Dan Gurney, Mario Andretti, Phill Hill, Ken Miles, Bob Bondurant, A.J. Foyt e, claro, Carroll Shelby.

Em uma década de excessos, ele inaugurou o futuro dos conversíveis com baixo peso, um motor animado e um comportamento dinâmico que faz todo mundo enxergar um sorriso na dianteira do carro. O Mazda te diverte e se diverte com o motorista. Ele nem precisou de muito esforço para se vender; sua própria existência já era sua melhor propaganda.

Mesmo assim, a Mazda não mediu esforços para torná-lo ainda mais especial, lançando nada menos que 15 edições especiais do roadster somente em sua primeira geração. Algumas eram realmente especiais, deixando o carro pronto para as pistas, com direito a gaiola de proteção. Outras eram mais preguiçosas, com apenas uma camada de pintura diferente. Mas todas, ainda assim, especiais, como você verá nesta primeira parte do guia.

 

Limited Edition – 1991

A primeira edição especial do Miata nasceu justamente no país que deu ao mundo os roadsters que inspiraram o próprio MX-5. Batizada apenas “Limited Edition”, ela teve 250 exemplares pintados de verde “British Racing Green” com interior de couro caramelo, como comemoração do primeiro aniversário do Miata no Reino Unido.

Todos eles têm uma placa de metal numerada no lado esquerdo do painel, em frente ao banco do passageiro, e no manual do proprietário. Todos também são equipados com rodas verdes da OZ, vistas da Mazda Sports Workshop, a MSW.

Normalmente confundidas com rodas BBS, elas são exclusivas desta série especial. Os equipamentos de série incluem direção hidráulica, travamento central, volante e manoplas do câmbio e do freio de mão feitas de madeira e um relógio de ponteiro. O motor é o mesmo das versões regulares.

 

Special Edition – 1991

Vai ver foi a velha intriga entre sede e colônia que existe até hoje entre EUA e Reino Unido, mas a Limited Edition acabou se chamando Special Edition no lado de cá do Atlântico. Como o Miata também vendeu muito mais nos EUA e no Canadá, a série especial foi mais volumosa na América: foram vendidos 3.997 exemplares nos EUA e 1.051 no Canadá.

O pacote consistia na mesma combinação de carroceria verde “British Racing Green” com couro caramelo do Limited Edition, assim como os acessórios internos da Nardi, porém aqui com as rodas originais mantidas no lugar das OZ. Ele não teve a plaqueta numerada também, mas vinha com soleiras de aço inoxidável, ar-condicionado, tocador de CDs com alto-falantes nos encostos de cabeça e cruise control.

O motor era o mesmo 1.6 combinado ao câmbio manual de cinco marchas, mas era possível comprá-lo com a transmissão automática de quatro marchas opcionalmente.

 

M2 Miata – 1991 a 1994

No final de 1991, a Mazda lançou a M2 Incorporated, também conhecida como Mazda Two — uma divisão semelhante à Mazdaspeed, porém responsável por pesquisa e desenvolvimento e planejamento de versões especiais e construção de veículos de nicho baseados em veículos de grande volume.

O primeiro chefe da M2 foi o sr. Masakatsu Kato, ninguém menos que o idealizador do Mazda no Japão. Foi ele o responsável pelo desenvolvimento dinâmico do Mazda RX7 FC e do Miata de primeira geração (NA).

Durante seu tempo à frente da M2, o sr. Masakatsu colocou nas ruas uma sequência matadora de séries especiais do Miata, começando em dezembro de 1991 com o..

M2-1001 Cafe Roadster

Era uma edição especial com apenas 300 unidades previstas, todas pintadas de preto ou azul (Black Mica ou Blue Mica), com alguns elementos esportivos para otimizar o desempenho do roadster.

Ele tinha tomadas de ar no para-choques dianteiro, retrovisores retrô aerodinâmicos, gaiola de quatro pontos, bancos concha fixos, volante de três raios, suspensão mais firme e recalibrada pela M2, barra de amarração no cofre, escape HKS, sistema de admissão revisado, motor com maior taxa de compressão e novos comandos de válvula, volante de motor aliviado, diferencial de deslizamento limitado, tampa do tanque de alumínio, rodas de 15×6 polegadas Panasport, janelas manuais e pedaleira esportiva.

Com as mudanças no moto, a potência subia para 133 cv a 7.000 rpm e o torque, para 15 kgfm a 5.500 rpm. No lançamento ele foi anunciado por US$ 26.000, mas ele se mostrou tão popular que houve ágio e, no fim das contas, ele acabou custando US$ 35.000. Isso, claro, para quem não quis esperar até novembro de 1992, quando a M2 lançou o…

M2-1002 Vintage Roadster

Ele também era limitado a 300 unidades e diferenciava-se do antecessor por ter uma pegada mais clássica, com manoplas de madeira da Nardi, couro branco no interior, capota bege e rodas que reproduziam as clássicas Minilite.

Curiosamente, ele não vendeu tão bem quanto o Cafe Roadster. O M2 seguinte, o…

M2-1028 Street Competition Roadster

Saiu em fevereiro de 1994, e era baseado no conceito Jinba Ittai desenvolvido por Toshihiko Hirai — não era um carro, mas uma ideia de cavaleiro e cavalo movendo-se como um só. Ou seja: era um carro de extremo envolvimento e engajamento do motorista. Em outras palavras, um Miata pronto para as pistas.

Foi oferecido em branco “Chaste White” ou preto “Brilliant Black”, ele foi a primeira série especial equipada com o novo motor 1.8, que recebeu também o mesmo tipo de upgrade mecânico dos antecessores da série M2 e teve sua potência aumentada para 150 cv. As rodas eram exclusivas, pois tinham pintura “gunmetal”com borda polida.

As únicas mudanças feitas ao carro foram o volante MOMO, os bancos concha, o gancho de reboque de pista, spoilers tipo lip na dianteira e tipo Ducktail na traseira. Ali, a tampa do porta-malas também era modificada, pois era de alumínio e, por isso, pesava apenas 3,5 kg — metade da original. Ele ainda tinha gaiola de seis pontos e não tinha capota, apenas uma cobertura simples para a gaiola ou o teto rígido de fibra de vidro, com vigia de Plexiglass, que pesava só 8,6 kg.

 

Sunburst – 1992

Voltando a 1992, temos uma das séries especiais menos especiais da história do Miata: uma tiragem de 1.519 unidades nos EUA e 503 no Canadá chamada Sunburst.

O que ela tinha de especial? Só a cor, um amarelo chamado “Sunburst Yellow” — o que lhe rendeu o apelido de “Miata amarelo”. Todo o restante — motor, câmbio, rodas, capota, bancos, itens de série — era exatamente o mesmo das versões regulares, porém com tapetes Premium.

 

Black Miata – 1992

Também em 1992 veio outro modelo-cor especial, o Black Miata. Era uma edição oferecida apenas em preto “Brilliant Black”, com interior de couro caramelo, manopla do câmbio e do freio de estacionamento feitos de madeira pela Nardi e com rodas BBS de 14 polegadas.

Algumas pessoas o chamam de “Black & Tan” devido à combinação da carroceria preta (black) com o couro caramelo (tan). As rodas e manoplas eram seus únicos diferenciais além da combinação de cor. Foram feitos 4.625 exemplares.

 

Limited Edition – 1993

Sim, outro Miata Limited Edition, mas agora nos EUA e no Canadá — 1.505 unidades para os EUA e 300 para o Canadá. Ele era também uma edição especial baseada em combinações de cores, nesse caso, igual ao Black Miata, porém com interior vermelho no lugar do couro caramelo. Na época era o único Miata com interior vermelho que se podia comprar.

Tinha apenas rodas BBS de 14 polegadas, suspensão esportiva, spoilers na dianteira e na traseira, saia traseira, ar-condicionado e alto-falantes nos encostos de cabeça.

 

M Edition – 1994 a 1997

Em 1994 foi a vez dos americanos ganharem versões M2 do Miata. O primeiro deles foi o M-Edition, que teve 3.000 unidades apenas nos EUA. Ele era, basicamente, uma reedição do Black Miata de 1992, porém com pintura azul “Montego Blue Mica”, vidros e retrovisores elétricos, diferencial Torsen com deslizamento limitado.

Por dentro, ele tinha couro caramelo, o conjunto de manoplas Nardi, ar-condicionado, tapetes exclusivos, e emblemas M-Edition.

Em 1995 veio um M-Edition diferente, que era basicamente um upgrade do primeiro de 1994. Sua cor agora era vermelho “Merlot Mica”, e, por dentro ele tinha apoios de cabeça ajustáveis e rodas BBS de 15 polegadas.

Os bancos continuavam os mesmos de couro caramelo, e o diferencial era o mesmo LSD Torsen. Foram feitas 3.500 unidades, só para o mercado americano.

Depois, em 1996, o M-Edition continuou com a mesma receita, porém com a carroceria azul “Starlight Blue Mica” e novas rodas Enkei de 15 polegadas — um retrocesso, visto que elas são as mais pesadas já usadas em um Miata, diferentemente das BBS, que eram as mais leves da história do Miata.

Também foram feitas só 3.000 unidades. Essa receita se manteve basicamente inalterada até o fim de 1997, quando o M-Edition daquele ano foi lançado, agora com uma carroceria verde “Marina Green Mica”, também com 3.000 unidades vendidas.

 

R-Package – 1994 a 1997

A mais longa das séries especiais era basicamente a versão americana do M2-1028 britânico, de 1994. Foram feitas 1.841 unidades para os EUA, e ele tinha também um diferencial Torsen de deslizamento limitado, além do pacote aerodinâmico e da suspensão do M2-1028.

Ar-condicionado e direção assistida não eram oferecidos nem mesmo como opcional, assim como o câmbio automático e os bancos de couro. Só o ar-condicionado poderia ser instalado a pedido do comprador.

 

Speedster Edition – 1997

Feito para o mercado canadense, apenas, este Speedster Edition era uma mistura do M-Edition 1997 com o R-Package: a carroceria era o verde “Marina Green Mica”, as rodas eram as pesadas Enkei, mas por dentro ele tinha bancos de tecido e diferencial LSD Torsen. Foram feitos só 150 unidades, apenas para o Canadá.

 

Special Touring Option / STO – 1997

A Mazda chamou de “Still The One” (algo como “ainda o melhor”), ele era oficialmente batizado Special Touring Option, e conhecido popularmente como STO.

Foram feitas 1.500 unidades, todas na cor azul “Twilight Blue Mica” como o M-Edition 1996, porém em o diferencial Torsen, nem o cruise control, nem o sistema de áudio premium, e muito menos o teto rígido. Por isso, o STO também ficou conhecido como “Stuff Taken Off” (algo no espírito de “Sem Todos os Opcionais”). Foi o último modelo especial do Miata NA.

 


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