[caption id= attachment_286256 align= aligncenter width= 999 ] fotos revista motor3 e divulgaçao gm [/caption] nao sabiamos na epoca mas era a ultima vez que algo assim ia acontecer em 1984 as estrelas se alinharam e como por milagre tivemos um campeonato de marcas e pilotos em pista e um campeonato de rali com a participaçao ativa de todos os fabricantes nacionais provas de longa duraçao em pista brasil afora com grande publico equipes profissionais de fabrica e pilotos de primeira linha ralis tambem epicos a competiçao continuando tambem na terra e lama com os mesmos carros os mesmos carros com um limite de 1 6 litro de deslocamento e uso de peças apenas existentes em produçao a categoria era alem de competitiva altamente relevante antes do aparecimento da isençao de impostos para carros 1 0 este deslocamento era o mais popular no brasil a fiat somente tinha motores de 1 050 e 1 300 cm³ mas num exemplo de como este campeonato ficou importante criou o unico homologation special que tivemos por aqui o oggi css fabricado em apenas 300 unidades exatamente o que pedia o regulamento o css era uma tentativa de melhorar as chances da fiat frente aos 1 600 cm³ da concorrencia um curso maior de 78mm 71 5mm no 1300 com um diametro inalterado de 76mm dava exatamente 1 415 cm³ com um weber duplo de 34mm e taxa de 10 5 1 alcool dava 78 cv a 5 600rpm e 11 4 mkgf a 3 000rpm na rua em competiçao trabalhando com as tolerancias e modificaçoes permitidas no regulamento chegava a 1 492 cm³ e com taxa de 12 1 e um carburador duplo dfv de 36mm chegava a 117 cv a 7 000pm o suficiente para ficar competitivo [caption id= attachment_286266 align= aligncenter width= 666 ] campeonato brasileiro de marcas e pilotos 1984 [/caption] a categoria olhando de hoje apesar de obviamente ser lenta para os padroes atuais e simplesmente sensacional carros de rua modificados para pista apenas com peças existentes em produçao provas de longa duraçao em pista e rali de velocidade coisas proximas do publico com que andavamos nas ruas levadas ao maximo em pista por preparadores talentosos com apoio de fabrica e pilotos profissionais grids lotados publico presente combates epicos a mente viaja com um futuro alternativo onde esta competiçao nunca acabou e teriamos ate hoje polo argo onix e ford ka competindo ferozmente com hb20 fit e outros onde mas ruas tivessemos versoes esportivas de homologaçao com motor 1600 aspirado ardidos especiais e suspensoes e freios de gente grande onde competiçao profissional automobilistica fosse uma realidade e nao uma lembrança do passado [caption id= attachment_286261 align= aligncenter width= 999 ] 12 horas de guapore e o chevette misto quente de marcos troncon/ronaldo ely olhem o publico [/caption] mas vamos acordar este campeonato sensacional durou apenas um ano 1984 o grid de rali nunca foi tao cheio quanto o de pista em pista os cartolas do esporte fizeram uma burrada apos a outra como dar largada numa prova as 16h para que ela acabasse as 4 da manha fazendo o publico descer a zero no ano seguinte provavelmente por alguma influencia da fiat o limite passou a ser 1 300 cm³ a gm pulou fora e os carros alem de mais lentos viraram algo que nao existia nas ruas nao era mais necessario homologar esportivos de 1 300 cm³ em 300 unidades como uma supernova o campeonato de 1984 brilhou intensamente para depois desaparecer por completo [caption id= attachment_286270 align= aligncenter width= 925 ] goiania 1984 primeira fila e dos chevette misto quente [/caption] mas nao sem deixar marcas profundas no imaginario do entusiasta brasileiro afinal de contas esse tipo de campeonato com carro de rua e simplesmente sensacional o dtm e o btcc que o digam e os ralis poucas vezes vimos um show de direçao tao impressionante como nos ralis de 1984 pilotos tao habeis e carros tao bem preparados o fato do mesmo carro basico poder ser usado em pista e rali era simplesmente sensacional como algo assim nao continuou [caption id= attachment_286264 align= aligncenter width= 999 ] o motor de pista praticamente 130cv [/caption] eram permitidas poucas modificaçoes o motor podia receber componentes de outros carros da mesma marca em produçao mas a base o bloco tinha que ser o mesmo vendido no carro o peso minimo era 750 kg e todo mundo chegou bem proximo dele a transmissao tinha que ser original mas um jogo de relaçoes especiais extra podia ser homologado modificaçoes na suspensao eram permitidas desde que se mantivesse a geometria original a ford competiu com seus escort xr3 preparados por luis antonio greco o motor cht chegava a 110cv a 7000rpm para uma velocidade final no retao de interlagos de 205 km/h a fiat usou o homologado oggi css muito competitivo apesar da desvantagem em deslocamento a vw chefiada pelo inteligente e eficientissimo bob sharp veio com uma estrutura invejavel muita experiencia em pistas e um equipamento matador o voyage com modificaçoes aerodinamicas desenvolvidas pela engenharia da vw tinha uma estabilidade invejavel bem como um motor realmente forte o vw 1600 refrigerado a agua usava cabeçote de santana no inicio gol gt solex duplo 34mm e 130 cv a 6 800 rpm o carro pesava 754 kg praticamente no minimo permitido o que mostra a preparaçao meticulosa da equipe do bob [caption id= attachment_286259 align= aligncenter width= 999 ] o panhard duplo do carro de pista [/caption] mas o carro que realmente marcou o campeonato foi o usado pela gm o chevette misto quente a equipe era inexperiente; a gm estava acostumada somente a fornecer equipamento os opala e patrocinio a categoria stock car e nao a competir ela mesma contra outras marcas mas o fez com algo bem projetado e francamente sensacional misto quente era um apelido dado ao motor do carro que usava bloco de chevette mas cabeçote de aluminio do recem lançado monza nao devia funcionar bem em apenas uma temporada mas funcionou uma prova do esforço profissional envolvido entao [caption id= attachment_286254 align= aligncenter width= 999 ] a traseira do carro de rali original apenas molas e amortecedores diferentes [/caption] roberto rocha era o gerente da campanha para o campeonato de marcas de 1984 e talvez por sua experiencia previa como piloto de rali foi na terra que teve maior sucesso os dois chevettes amarelos da equipe touring de rali deram um verdadeiro show pendulos powerslides e scandinavian flicks para todo lado temperados por muita poeira e o berro de seu bravo motor hibrido quem viu estes carros em açao nunca mais esqueceu; quem viu as fotos dos feitos epicos todo mes nas revistas especializadas em 1984 sonhou profundamente com eles o motor foi desenvolvido pela gm e por dois pilotos/preparadores que montaram uma empresa para fazer os motores e fornece los para toda equipe que corresse com chevettes edson yoshikuma e affonso giafonne jr como tanto o motor do chevette quanto o de monza sao da opel e como a gm e fixada em intercambiabilidade de peças e uso de soluçoes existentes como poucas outras empresas por acidente era possivel montar o cabeçote do monza no chevette nao so a distancia entre centros de cilindro era a mesma a posiçao dos parafusos de fixaçao tambem era igual mesmo a circulaçao de oleo e de agua de refrigeraçao era parecida facilmente modificada para funcionar bem no novo motor hibrido [caption id= attachment_286253 align= aligncenter width= 999 ] o carro da equipe touring 125cv [/caption] as vantagens eram multiplas alem de mais leve o cabeçote de monza tinha mais possibilidade de preparaçao o motor do chevette afinal de contas foi criado para ser economico e pouco mais que isso em sua versao de pista este motor chegava a 129 6 cv a 6 700 rpm em rali a equipe touring efetuou suas proprias modificaçoes realizadas por claude bes e sergio cunha trocando o carburador de weber duplo 36mm para solex duplo de 34mm no carro de rali eram 125 cv a 5 800 rpm limitado a 6 000 rpm o carro de pista podia girar ate 7 500 rpm a relaçao de marchas de competiçao tinha que ser apenas uma o que limitava as opçoes entre rali e pista parece que a gm optou por privilegiar rali a relaçao final era curta 4 88 1 o que fazia o carro de pista chegar ao fim do retao de interlagos a 7 500 rpm em quinta a 198 km/h consideravelmente mais curto que seus rivais [caption id= attachment_286248 align= aligncenter width= 992 ] o outro chevette de rali em 1984 vespertino pimpao/oswaldo mishina equipe yok [/caption] a carroceria recebia adendos aerodinamicos desenvolvidos pela gm duas aletas direcionadoras no capo um pequeno spoiler no fim do teto e um enorme spoiler a la 911 turbo na tampa do porta malas o carro de pista recebia tambem spoiler dianteiro saia lateral e spoiler traseiro abaixo do para choque as carrocerias eram reforçadas com soldas extras para mais rigidez e inspecionadas minuciosamente na gm antes de serem pintadas e depois se tornarem carros de corrida dentro um santantonio completo e bancos de competiçao deixavam todo mundo seguro e ajudavam a fazer um carro mais rigido em suspensao o carro de pista e de rali diferiam claro alem de mais alto o carro da equipe touring mantinha a barra panhard traseira original do chevette enquanto o carro de pista tinha um esquema de panhard duplo com menos curso na frente o carro de rali tambem tinham um parrudo peito de aço claro para proteger o carter e o resto da mecanica ali as bandejas de suspensao eram tambem reforçadas e dutos levavam ar fresco ate os discos dianteiros pneus claro diferiam em pistas eram slicks e em rali os excelentes radiais pirelli m+s 175x13 em rodas de magnesio especiais de novo relevante para a gente que andava de chevette aqui fora nao podiamos ter o exotico motor misto quente queimando alcool prodigiosamente ao transforma lo um berro magnifico mas podiamos comprar rodas e pneus iguaizinhos olhando em retrospectiva a gm realmente priorizou os ralis a equipe touring do rio de janeiro era experiente em 1983 competira de monza e extremamente bem montada com oficina propria na sede do clube pilotos excelentes contratados pilotos de teste e ate uma pista de teste criada para acerto dos carros o que se refletiu nos resultados o touring clube do brasil para quem nao sabe era um clube de socorro mecanico popular antes das seguradoras passarem a fornecer este serviço e os carros ficarem mais confiaveis meu chevette na epoca era orgulhoso socio do touring clube do brasil race on sunday sell on monday em pista a dupla ingo hoffman/marcos gracia pilotando um carro de equipe oficial gm frequentemente pegava pole position e liderava a prova mas raramente a terminava a unica vez que ganharam foi na segunda prova os 500km de brasilia e ainda assim por uma controversa desclassificaçao dos voyage vencedores na pista os chevette eram realmente rapidos ate na ultima prova onde se mostravam claramente os ultimos colocados em marcas ainda assim tiveram a pole mas foi claramente a pior campanha em pista das quatro marcas que competiram ultimo lugar em compensaçao brilharam em rali como nunca mais se viu aqui no brasil talvez nao exista carro de rali brasileiro mais iconico que os chevettes da touring em 1984 com traçao traseira faziam as curvas acelerando sempre de lado seu berro e nuvem de poeira particular indelevelmente marcado na cabeça dos espectadores e competidores dois carros competiam pela equipe touring dois carros acabaram em primeiro e segundo lugar no campeonato de rali fisa os campeoes a dupla sadi bordin e tuca cunha foram a maior revelaçao; especialistas dizem que bordin era um piloto de talento internacional que teria sucesso certo ate la fora; mas numa prova de como desperdiçamos coisa boa a rodo virou piloto de aviao de passageiros a outra dupla segundo colocada cezar villela e jose baranowski nao ficava atras villela era o preferido do publico suas manobras ousadas um show a parte os chevettes a partir da segunda prova do ano eram simplesmente imbativeis [caption id= attachment_286276 align= aligncenter width= 999 ] os campeoes da esquerda para direita sadi bordin tuca cunha cezar villela e jose baranowski[/caption] diz o seu maior rival bob sharp da vw minha unica derrota em cinco anos administrando competiçoes na volkswagen foi o campeonato brasileiro de rali de 1984 o binomio chevette sady bordin era imbativel tivesse a gm continuado o empenho tanto no campeonato brasileiro de rali quanto no campeonato brasileiro de marcas e pilotos a vw certamente teria mais dificuldade a fabrica de sao caetano do sul so participou em 1984 vale lembrar que no marcas em pista ingo hoffmann com esse chevette era um destaque tendo feito diversas poles o problema era durabilidade enquanto nao quebrasse o ingo andava na frente mas nao era para ser o campeonato de 1985 foi bem menos memoravel os carros mais lentos e a categoria que nos prometia tanto desapareceu sem deixar vestigios eu fui nos 500km de jacarepagua em 1985 dava sono os carros de 1 300 cm³ rodando aquele autodromo imenso se nao fossem duas ultrapassagens magnificas do indefectivel paulao gomes de uno bem na minha frente seria um dia perdido como pode acontecer isso de qualquer forma o campeonato nao viveria para ver os anos 1990 ja pensaram se a categoria crescesse nao seria impossivel imaginar um chevette esportivo de rua com cara de carro de pista e um motor misto quente de 100cv se voce nao chora feito uma menininha sem a boneca ao imaginar isso tem algo errado contigo
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