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Os carros feios mais incríveis já fabricados – parte 2

A beleza pode ser até o cartão de visitas da maioria dos carros, mas não a única coisa que importa: existem carros que podem até não agradar aos olhos, mas basta uma acelerada (mesmo que seja em um vídeo no Youtube) para que nos conquistem pelos outros sentidos.

Perguntamos aos leitores quais eram estes carros e, depois da primeira parte da lista com as respostas, vamos ver o que a segunda leva nos traz. Bora?

Porsche 928

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Fica até difícil de acreditar que a Porsche um dia considerou substituir o 911, seu emblemático esportivo de motor traseiro, por um grand tourer esquisitão com motor V8 na frente, mas isto quase aconteceu. E, na verdade, talvez alguns leitores até discordem da inclusão do 928 nesta lista, mas ele foi um dos mais lembrados nas sugestões. E, pensando bem, dá para entender.

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Com dianteira longa em formato de cunha, faróis escamoteáveis (na verdade, ficam expostos o tempo todo e só “se levantam” ao serem acesos e uma traseira esquisitona, com enormes vidros laterais e lanternas que parecem ter vindo da Kombi, o 928 é, no mínimo, esquisito. Só que ele era um grande carro, muito bem acertado e bom de mecânica — sua versão final, o 928 GTS, tinha um belo V8 de 5,4 litros e 350 cv.

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O Porsche 928 foi vendido de 1978 a 1995 — quase vinte anos. Nada mau para um carro “feio”, não?

 

Audi Sport Quattro

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Apresentado em 1980, o Audi Quattro foi o primeiro carro a usar a combinação de turbo tração integral que ficaria famosa em modelos como a perua RS2. Só isso já bastaria para que ele fosse um carro fodástico, mas não — sua versão de competição mudou pra sempre a história dos ralis ao adotar a tração integral e obrigar quase todos os rivais que vieram depois a fazer o mesmo. E isto inclui os atuais.

A base foi a versão cupê do Audi 80 de segunda geração — aquele que tem parentesco com o nosso Volkswagen Santana que, por sua vez, é nada mais que a segunda geração do Passat na Europa. Isto deu origem a um carro agressivo mas, ao mesmo tempo, elegante e bem proporcionado. Quer dizer…

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… até Audi criar o Sport Quattro. Embora seu visual lembrasse muito o Quattro anterior, era um carro bem diferente: seu entre-eixos encurtado em mais de 30 cm dava ao carro um aspecto para lá de estranho (parece Photoshop, não parece?), mas o deixava mais ágil e compensava o motor dianteiro.

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Motor que, aliás, entregava no mínimo 450 cv (há quem diga que a potência era mais próxima dos 700 cv), bem mais do que os 300 cv do carro antigo, e chegava aos 100 km/h em 3,1 segundos. Os freios com discos ventilados da AP Racing eram os mesmos do Porsche 917 (para se ter uma ideia do imenso poder de frenagem que era necessário para parar este carro) e tinha até ABS.

Foi com o Audi Sport Quattro que em 1984, um time de pilotos que incluía Stig Blomqvist, Michèle Mouton e o lendário Walter Röhrl conquistou o segundo e mais importante título da Audi no WRC. E ainda fizeram 214 exemplares de rua!

 

Lamborghini Veneno

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Apresentado no Salão de Genebra de 2013, o Lamborghini Veneno foi criado para comemorar os 50 anos da marca, fundada em 1963. Ainda que a gente admire a agressividade do design — com vincos, entradas de ar e peças aerodinâmicas extremamente complexas —, não dá para dizer que ele é um carro bonito no sentido tradicional da palavra. Talvez ele ficasse melhor como um Hot Wheels ou algo assim.

No entanto, o Veneno tem o mesmo V12 do Aventador, porém recalibrado para entregar 750 cv e, com 1.490 kg, é mais de 100 kg mais leve que o flagship da Lamborghini.

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O resultado: 0-100 km/h em 2,9 segundos e cinco exemplares feitos para caras que não admitiam vê-lo apenas em exposição por aí. Em 2014, a Lamborghini decidiu fazer mais nove exemplares — desta vez, conversíveis.

 

Gumpert Apollo

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O Gumpert Apollo usa um V8 Audi de 4,2 litros equipado com dois turbocompressores e um intercooler, acoplado a uma caixa sequencial de seis marchas. A versão Sport, com cerca de 700 cv, foi o carro mais rápido na pista de testes do Top Gear em julho de 2008, com um tempo de 1:17,1 — desde então, superado apenas por nomes como Bugatti Veyron Super Sport, Lamborghini Aventador e McLaren 12C. Ele chega aos 100 km/h em menos de três segundos, com máxima superior a 360 km/h.

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Acontece que seu visual é quase caricato — com linhas para lá de agressivas e rodas enormes, a impressão é que ele surgiu de um jogo de videogame. Sua beleza, como é bem frequente entre supercarros “alternativos”, como ele, está na função.

A Gumpert pediu falência ao governo alemão em 2012, mas continuou fabricando carros até meados de 2013. No Salão de Genebra, eles anunciaram sua volta — com um novo nome, Apollo, e um novo carro, o Arrow, que é feito sobre a mesma plataforma do Gumpert e o motor continua sendo um V8 Audi — agora, com quatro litros, turbos maiores e até 1.000 cv. E o Arrow ainda é bem mais bonito

 

Ford RS200

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Nem mesmo a Ford acha o RS200 bonito — dois faróis circulares, proporções ditadas pelo comportamento dinâmico almejado e nenhum semelhança com quaisquer outros modelos da Ford em meados dos anos 1980. A carroceria projetada pela Ghia, porém, abrigava um conjunto mecânico matador, feito para vencer corridas. Vai dizer que não há certa beleza nisso?

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No início o RS200 aproveitou o motor 1.8 turbo do Escort RS1800, que continuava entregando 350 cv na versão de competição e 200 cv nos carros de rua. No desenrolar do projeto, o motor teve o deslocamento ampliado para 2,1 litros e, com o turbo operando a 1,6 bar, a potência saltou para quase 600 cv. A tração era integral, algo mandatório para ser competitivo em um campo dominado pelo Audi Quattro, e a transmissão era manual de cinco marchas.

O Ford RS200 jamais venceu um título no WRC. Na verdade, ele acabou sendo um dos responsáveis pelo fim do Grupo B de rali ao se envolver em um acidande no Rali de Portugal: Joaquim Santos perdeu o controle de seu RS200 em uma curva e seu carro foi atirado contra a multidão, matando três espectadores e ferindo outros 30. Um carro “feio”, com uma história um tanto trágic, mas isto não significa que ele seja uma lenda.

 

 

Renault 5 Turbo

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O Renault 5 Turbo é um daqueles carros que nos fazem apreciar ainda mais a engenharia envolvida no projeto de um carro, pois para criá-lo a Renault basicamente pegou um ótimo carro popular, o virou do avesso e o transformou em um ótimo esportivo sem tirar sua identidade. E mais: pelo bem de seus esforços no automobilismo.

Claro, sua identidade não era das mais bonitas — faróis estranhos, laternas mais ainda, formas que o faziam lembrar um sapo —, mas o carro era simplesmente fodástico. Por fora, o Renault 5 Turbo partia da carroceria de um R5 normal, porém com para-lamas bem mais largos para acomodar a bitola traseira ampliada em 25 cm e as entradas de ar para o motor, que passou a ocupar o lugar do banco traseiro. As modificações foram desenhadas por Marcello Gandini, famoso por projetar o Lamborghini Countach, o que explica suas formas… vanguardistas, digamos assim.

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A ideia inicial era usar um chassi tubular e um motor V6, mas os recursos financeiros não eram suficientes para tanto e a Renault optou pelo 1.4 do Renault 5 Alpine. Equipado com um turbocompressor Garrett T3 operando a 0,9 bar e um intercooler em um dos para-lamas traseiros, o motor agora entregava 160 cv a 6.000 rpm. No carro de rali, a potência ultrapassava os 300 cv.

Agora, assista o vídeo acima. Qualquer carro que corra e ronque assim só pode ser considerado incrível, por mais estranho que seja.