FlatOut!
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Zero a 300

Os detalhes do 911 recordista de altitude | Praga Bohema em produção | O fim do Jeep V8 e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!

 

O Porsche 911 recordista de altitude

Em dezembro de 2023, um Porsche 911 Carrera 4S altamente modificado chegou no pico da cordilheira oeste de Ojos del Salado, o vulcão mais alto do mundo, localizado nas montanhas do norte do Chile. Com Romain Dumas, três vezes vencedor de Le Mans, ao volante, conseguiu subir a incríveis 6734 metros do nível do mar, no processo batendo um novo recorde de altitude para veículos.

A ideia para este 911 recorde nasceu em 2019, numa conversa entre executivos da marca; a ideia parecia perfeita para comemorar os 30 anos do 911 de tração nas quatro rodas. Tudo bem que primeiro Carrera 4 não tem 30 anos em 2023, e sim 34, mas tá valendo.

Agora a empresa mostrou mais detalhes dos carros. Apenas dois existem: Doris, o protótipo, e Edith, o carro mais desenvolvido (mais leve e com direção remota steer by wire) que bateu o recorde.

A Porsche manteve o motor normal do Carrera 4S: o mesmo 3 litros biturbo de 450 cv e 53,9 mkgf. Ambos os carros usam a transmissão manual opcional de sete marchas do 4S, também sem modificações. As únicas mudanças reais ocorrem ao nível da transferência de potência, após a transmissão: é agora um 4×4 part-time, sem diferencial central, selecionado pelo motorista. Os dois diferenciais dos eixos são autoblocantes.

Os gigantescos pneus off-road de 34 polegadas estão em rodas de 16 polegadas e ajudam a aumentar a distância ao solo para 348 mm – mais do que um Ford F-150 Raptor ou Ram 1500 TRX. Isso vem do uso de eixos-portal que deslocam a tomada de força na roda para acima de seu centro. Os portais tem redução de 1:3,6, e são fabricados pela empresa alemã Tibus. O resultado é um carro bem reduzido: a máxima em 7ª marcha é de apenas 100 km/h; o 911 mais lento da história?

A suspensão é totalmente diferente do carro de produção, e exigiu extensas modificações no monobloco para instalação. Chamado de Warp Connector, não foi totalmente detalhada, mas parece que adiciona uma mola e amortecedor para cada eixo, que interconectam as duas rodas. Este sistema deveria ter sido lançado em 2014 no do 919 de competição para Le Mans, mas foi arquivado.

Doris, o protótipo, pesa 2109 kg, ou 566 kg a mais que um 4S normal. Por isso, o carro final, Edith, recebeu peças de carroceria de fibra de carbono, inclusive as portas, pára-brisa de plexiglass, janelas laterais de perspex, gaiola de proteção mais leve, capô de carbono e proteção inferior de Kevlar, totalizando uma economia de 359 kg; pesa então 1750 kg.

Os dois carros, segundo a Porsche, vão agora entrar para o acervo do museu da marca na Alemanha; criados para um propósito único, uma vez que ele foi atingido, se aposentaram. (MAO)

 

Praga Bohema entra em produção

O Praga Bohema, supercarro com um V6 biturbo do Nissan GT-R, foi apresentado pela primeira vez em 2022. Criado por uma centenária empresa aeronáutica checa, alcançou alguma notoriedade ao ser uma das estrelas do episódio “Eurocrash”, do Grand Tour. E agora, ao contrário do que acontece com um monte de supercarros anunciados por aí, finalmente entrou em produção.

O Bohema é movido, como já dissemos, por um V6 de 3,8 litros emprestado do Nissan GT-R. Graças a um sistema de cárter seco e um par de novos turbocompressores, o motor produz 710 cv e 73 mkgf de torque. Graças à sua construção em fibra de carbono, o carro pesa menos de 1.000 kg, o que Praga espera que o torne num monstro das pistas.

Para isso, o carro passou por um exaustivo programa de testes, visitando pistas mundialmente famosas como Spa-Francorchamps, na Bélgica, o Red Bull Ring, na Áustria, e Nurburgring, na Alemanha. Nesse período, o famoso piloto de F1 e IndyCar, Romain Grosjean, e o ex-Stig, Ben Collins (além do próprio piloto de testes de Praga, Josef Kral) dirigiram o carro e ajudaram no desenvolvimento e acerto.

Fabricado à mão em Praga, a Praga planeja entregar os primeiros exemplares do Bohema aos clientes no primeiro semestre do ano. A produção durará quatro anos, e a produção será limitada.

“Este é um marco importante para Praga na nossa longa história de 117 anos. Estamos especialmente orgulhosos de iniciar a produção apenas um ano depois de revelar o protótipo do carro Bohema”, disse Thomas Kasparek, dono da Praga (ein?). “Estamos monitorando de perto todas as etapas do processo de construção para garantir que o carro de produção da Bohema atenda e até supere as expectativas de nossos clientes.”

O preço? Nada menos que 1,36 milhões de euros, ou 7,3 milhões de reais. (MAO)

 

Jeep Wrangler V8 pode também acabar em breve

O Fim do V8 OHV da Chrysler continua acontecendo progressivamente. Agora é a vez do Jeep Wrangler. O Wrangler V8 é relativamente novo, na verdade; foi lançado no início de 2021. Mas agora, parece que está com os dias contados.

O boato é que os revendedores da marca foram notificados sobre uma edição final do Wrangler Rubicon 392, a versão com o V8 HEMI de 6,4 litros. As concessionárias com melhor desempenho de vendas em janeiro deste ano receberão maior alocação dessas unidades “last edition”.

É algo totalmente esperado: 2023 foi o último ano dos Chrysler 300C, Dodge Charger e Challenger com este motor; já foi anunciado o fim do V8 nas picapes RAM; a Dodge Durango teve recentemente sua série especial de despedida “Last call” anunciada. O Jeep Wrangler é o próximo da fila. O V8 Hemi, em breve, será parte do passado.

E é bom que aproveitem: o Wrangler 392 é um carro realmente sensacional. Não barato, muito menos eficiente: custa US$ 92.140 nos EUA, pesa nada menos que 2398 kg, e consome combustível em quantidades absurdas. Mas por outro lado, quantas peruas off-road de verdade existem por aí capazes de ainda assim fazer o 0-96 km/h em 4,5 segundos e completar o quarto de milha em 13 segundos?

O V8 em questão é aspirado de 6,4 litros, e fornece 470 cv e 65 mkgf. Seu substituto provavelmente será, como nos outros casos, o novo seis em linha biturbo de 3 litros da Jeep, o “Hurricane”. (MAO)

 

O fim da Brabham

O cofundador da nova Brabham, que pretendia vender o novo supercarro BT62, David Brabham (e filho mais novo de Jack Brabham), anunciou na semana passada no Instagram que ele e a Fusion Capital, o grupo de investimentos que apoia a marca, encerraram o relacionamento e dissolveram a empresa, marcando o fim do supercarro.

O BT62 foi o lançado em 2018. Sua principal característica era que supostamente era capaz de gerar mais downforce que seu próprio peso, que era de baixos 972 kg. O motor era um V8 de 5,4 litros aspirado com 700 cv. A empresa esperava vender 70 deles, com preços a partir de US$ 1,35 milhão cada.

O primeiro carro seria para uso somente em pista, mas a empresa pretendia oferecer uma versão de rua também. Mostrado em 2020, era o BT62R. Escapamento mais silencioso, ar condicionado, suspensão adaptável e para-brisa aquecido eram as principais diferenças.

A empresa, aparentemente, chegou a produzir alguns carros, mas não se sabe exatamente quantos. David Brabham disse no Instagram: “Com o término da licença da marca para o setor automotivo, isso abre as portas para futuros empreendimentos comerciais nos setores de automobilismo, automotivo e histórico”. Uma afirmação vaga e difícil de entender, que não esconde a realidade do fim. (MAO)