À primeira vista, o ano de 2021 parece não guardar muitas novidades para o mercado brasileiro. A impressão é que as fabricantes vão apostar mais em reestilizações e novos motores. Mas não é bem assim: novos modelos importantes farão sua estreia no Brasil em 2021.
Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicos, histórias de carros e pilotos, avaliações e muito mais!
Não é surpresa que boa parte destas novidades esteja no segmento dos SUVs – o segmento intermediário, onde o Jeep Compass é soberano, vai ganhar opções fortes da Toyota e da Volkswagen. E a própria Volkswagen vai enfrentar a concorrência da Fiat, que finalmente terá um SUV legítimo em nosso país.
Confira a seguir estes e outros lançamentos que aguardamos para este ano!
Toyota Corolla Cross
O SUV do Corolla é a grande aposta da fabricante para os próximos anos – a Toyota sabe que o segmento dos sedãs médios já não tem a mesma força de antes. Muito mais apetitosa é a fatia do mercado na qual o Jeep Compass reina.
Revelado na Tailândia em 2020, o Corolla Cross utiliza a mesma plataforma TNGA-C que o Corolla sedã, e também será vendido com motor 2.0 aspirado de 177 cv ou o 1.8 flex com tecnologia híbrida e 123 cv. Até o momento, é dado como certo seu lançamento em março de 2021.
A Toyota deverá dar ao Corolla Cross versões equivalentes às do sedã, porém com outros nomes: a XR, equivalente à GLi; XRE no lugar da XEi e XRX no lugar da Altis Premium. Apenas a versão Altis terá o mesmo nome tanto no Corolla Cross quanto no Corolla. Além disso, diferentemente do que ocorre com o sedã, o SUV não terá opção pelo conjunto híbrido na versão intermediária – apenas a partir da Altis.
O Corolla Cross tem 4,46 metros de comprimento, 1,82 m de largura e 2,64 m de entre-eixos – este, exatamente o mesmo do Compass.S eu porta-malas oferece 487 litros de capacidade, ou 440 litros com o estepe (do tipo mais fino). O porta-malas do Compass comporta 410 litros.
Além do Jeep Compass, o Corolla Cross também terá de encarar o Volkswagen Taos, outro lançamento esperado para o ano que vem. Sendo assim, projeta-se que ele vá custar algo entre R$ 130.000 e R$ 170.000. O Compass, para efeito de comparação, parte dos R$ 136.000 na versão de entrada e segue até os R$ 220.000. O Corolla Cross mira nas versões mais simples do Compass. O Corolla sedã parte de R$ 123.000 e passa dos R$ 150.000 na versão de topo, a Altis Premium com motor 1.8 híbrido. Desta forma, quem for comprar um Toyota novo não precisará desembolsar muito mais para trocar o sedã pelo SUV.
Volkswagen Taos
O Volkswagen Taos é a aposta dos alemães no mesmo segmento. Posicionado acima da dupla T-Cross e Nivus e abaixo do Tiguan Allspace, o Taos é uma alternativa mais barata ao Tiguan de cinco lugares. Desenvolvido para mercados emergentes, o Taos já estreou na China (onde se chama Tharu e tem uma dianteira diferente) e começou nesta semana a ser fabricado no México para abastecer a América do Norte. O Taos vendido no Brasil será produzido na Argentina e terá visual diferente da versão chinesa.
Feito sobre a consagrada plataforma MQB, o Taos tem exatamente os mesmos 4,46 metros de comprimento que o Corolla Cross, mas possui entre-eixos 4 cm maior, com 2,68 m, além de 1,84 m de alrgura e 498 litros de porta-malas.
Sem surpresa, o Taos virá equipado com o motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque que é usado em uma série de modelos da VW, sempre com câmbio automático de seis marchas com aletas para troca de marcha – item disponível em todas as versões.
Com preço estimado em R$ 120.000 a R$ 150.000, o Volkswagen Taos irá combater agressivamente Compass e Corolla Cross, além de representar uma possível alternativa ao Jetta – que, na geração atual, parte de R$ 137.000 e não alcançou o mesmo prestígio do modelo antigo.
Ford Bronco Sport
A Ford anunciou o encerramento de suas atividades como fabricante no Brasil, e sinalizou que tornará-se uma importadora. E, entre os lançamentos futuros, está o Bronco Sport, SUV monobloco retrô que foi lançado nos EUA como complemento ao Bronco full size.
Sua chegada ao Brasil é dada como certa para 2021, mas a data exata é um mistério. Bem como seu posicionamento no mercado: relatos iniciais, em 2020, falavam em algo entre R$ 150.000 e R$ 215.000. Porém, informações mais recentes apuradas pelo Uol Carros dizem que o Bronco Sport ficará posicionado bem acima do Territory, que atualmente parte de R$ 180.000.
Fabricado no México, o Bronco Sport tem sua plataforma compartilhada com o Ford Escape, e virá ao Brasil com motor 2.0 turbo Ecoboost de 248 cv – o mesmo usado pelo Ford Fusion. Isto reforça a ideia de que ele será importado ao Brasil nas versões mais caras, com lista de equipamentos mais generosa e maior capacidade off road.
Honda City
A Honda é mais uma entre as várias marcas que estão mexendo em suas linhas no Brasil. Além de tirar o foco do Civic para investir no HR-V, há fortes indícios de que a marca irá fazer do City seu novo modelo de entrada, pois a nova geração do Fit tornou-se um carro mais sofisticado e caro. Além do sedã, a Honda também prepara a chegada do inédito City hatchback, mas este deve chegar só em 2022.
O City sedã deve chegar primeiro, em meados de 2021.. Produzido em Itirapina (SP), o modelo nacional deverá ter dimensões mais generosas, especialmente no entre-eixos, para melhor adaptar-se ao mercado brasileiro. Espera-se que ele seja o primeiro Honda nacional equipado com o novo motor 1.0 turbo três-cilindros da marca, que já estreou na Tailândia com 122 cv e 17,6 kgfm de torque. No Brasil o motor será flex, evidentemente, e deverá ganhar alguns cavalos por isso. O câmbio será do tipo CVT, com sete marchas simuladas. É possível, ainda, que a Honda mantenha o motor 1.5 aspirado nas versões de entrada, devidamente atualizado para entregar um pouco mais que os 116 cv atuais.
O Honda City terá como rivais o Chevrolet Onix Plus, o Volkswagen Virtus, o Fiat Cronos e o Toyota Yaris. Com isto, não deve desviar muito da faixa entre R$ 70.000 e R$ 90.000.
Jeep de sete lugares
A Jeep já confirmou que seu novo modelo de sete lugares será lançado no segundo semestre de 2021. Seu nome será revelado no dia 4 de abril (o dia “4×4”). O novo Jeep será fabricado em Goiana (PE), de onde já saem Compass e Renegade, além da Fiat Toro.
Ainda não há muitas informações a respeito do modelo – a FCA, agora Stellantis, está conseguindo esconder o jogo. Contudo, já é sabido que ele aproveitará parte da plataforma Small Wide 4×4 – a mesma de Renegade, Compass, Toro, e do Fiat 500X europeu. Contudo, o novo Jeep terá diversos elementos exclusivos em sua plataforma – responsáveis por “esticá-la” e dar ao modelo a terceira fileira de assentos.
Uma dica quanto ao estilo do Jeep de sete lugares nacional está na China: lá, o segmento é ocupado pelo Grand Commander, um modelo derivado do Cherokee, porém com formas mais retilíneas e imponentes.
É dada como certa a adoção dos novos motores turbo GSE no novo Jeep, começando por um 1.3 de ao menos 180 cv – suficiente para enfrentar o Toyota SW4 flex, que custa R$ 210.000 e tem motor flex de 2,7 litros e163 cv. Estima-se que o Jeep comece nesta faixa de preço e chegue até os R$280.000 nas versões de topo. Isto o colocaria como alternativa também à Chevrolet Trailblazer, que custa R$ 302.000 e é equipada com um motor a diesel de 2,8 litros e 200 cv. O prestígio da marca Jeep pode pesar a seu favor nesta briga, especialmente se a diferença em relação à Trailblazer for maior.
Fiat 500e e SUV do Argo
Apresentado no início do ano passado, o Fiat 500 de segunda geração se tornou um carro urbano elétrico e já foi prometido para o Brasil. A previsão inicial era que ele seria lançado no fim de 2020, mas os planos foram atrasados pela pandemia.
O novo 500e deverá ocupar a posição de “halo car” da Fiat no Brasil, ou como uma vitrine de tecnologia – um artigo de luxo, mais caro, para um nicho específico: o consumidor urbano interessado no estilo e nas inovações. O motor elétrico de 95 cv (70 kW) que, com uma bateria de 23,8 kWh, tem autonomia de até 180 km com uma carga. Não é um carro para viajar.
A lista de equipamentos inclui painel digital, freio de estacionamento eletrônico, frenagem autônoma de emergência com reconhecimento de pedestres, alerta de saída de faixa e outras assistências eletrônicas. Seu preço não deve ficar abaixo dos R$ 200.000, e o lançamento é esperado para o meio do ano, ainda sem uma data oficial.
Mas a Fiat também trará uma novidade mais acessível: o SUV do Argo, criado sob medida para enfrentar, principalmente, o extremamente bem sucedido Volkswagen Nivus. Tal como o rival, ele deverá apostar em um perfil mais arrojado, com teto inclinado e proporções mais robustas que um hatchback.
Ainda sem nome, o SUV do Argo já circula com a carroceria definitiva pelas ruas de Minas Gerais, mas ainda se esconde debaixo de camuflagem pesada. É bem aceito que seu estilo trará inspiração na Fiat Strada e no próprio Argo, porém com faróis, grade e para-choques próprios.
Uma peça importante do SUV do Argo, porém, é seu motor: entende-se que ele fará a estreia do motor Firefly 1.0 turbo, de três cilindros, 120 cv e 19,3 kgfm, acoplado a uma transmissão CVT (que também será adotado por Strada, Argo e Cronos neste ano).
BMW M3
Entre os esportivos, o grande destaque de 2021 para o Brasil é o novo BMW M3, revelado no ano passado e marcado para o mês de maio. O sedã virá apenas na versão mais potente, a Competition, que dispõe de 517 cv e 66,3 kgfm de torque no seis-em-linha biturbo de três litros. Em troca, ele abre mão da tração traseira e do câmbio manual – o purismo ficará para a versão Pure, que também é um pouco menos potente, com 480 cv, e a princípio não está cotada para nosso País.
Com câmbio automático de oito marchas e tração nas quatro rodas, o BMW M3 Competition vai de zero a 100 km/h em 3,9 segundos, com máxima limitada em 250 km/h. Seu preço ainda não foi divulgado, mas deverá ser bem mais alto que os R$ 507.000 pedidos pelo M340i xDrive, atual versão de topo do Série 3.