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Porsche Mission E: um elétrico com mais de 600 cv para enfrentar o Tesla Model S

Não adianta se torturar pelo futuro; os tempos mudam e a gente precisa acompanhá-los. A Porsche sabe disso muito bem: nos últimos dias, a reestilização do Porsche 911 foi revelada e trouxe uma novidade: todas as versões, da mais básica à mais selvagem, serão turbinadas. No entanto, no Salão de Frankfurt a Porsche resolveu ir ainda mais além e mostrou seu novo conceito elétrico, que aparentemente foi feito sob medida para brigar com o Tesla Model S. Eis o Porsche Mission E.

Antes dos elétricos, a Porsche apostou nos híbridos — estamos falando do 918 Spyder, claro. No entanto, a ideia do Mission E é mostrar sua própria visão do futuro dos esportivos elétricos.

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Para começar, o trem de força elétrico entrega “mais de 600 cv”. A Porsche não revelou mais especificações, limitando-se ao dizer que o sistema “já teve sua eficiência comprovada nas pistas” e é muito semelhante ao do 919 Hybrid que venceu as 24 Horas de Le Mans deste ano. Isto significa que são dois motores elétricos (um na frente, outro atrás) equipados com sistema de recuperação de energia cinética (KERS). No entanto, ele é ainda mais potente que o protótipo de Le Mans: enquanto o 919 Hybrid tem 507 cv, no Mission E a potência passa dos 600 cv.

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A Porsche diz que o conjunto é totalmente novo. De acordo com a marca, os motores elétricos são alimentados por um conjunto de baterias de 800 volts, capazes de fornecer autonomia superior a 500 km. Além disso, elas levam 15 minutos para chegar a 80% de uma recarga completa. Ah, e os mais de 600 cv são suficientes para levar o carro até os 100 km/h em 3,5 segundos. Nada mau mesmo.

A potência é levada para as quatro rodas através de um sistema de tração integral com vetorização de torque — a força dos motores pode ser distribuída igualmente entre as quatro rodas de forma ativa e automática (algo que é facilitado pelo posicionamento dos motores). Além disso, há um sistema de esterçamento no eixo traseiro (que provavelmente é semelhante àquele usado nas versões mais caras do Porsche 911). E, ao que tudo indica, o conceito é totalmente funcional — a Porsche fala até em um tempo em Nürburgring inferior a oito minutos. Isto soa bem aos nossos ouvidos.

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Visualmente, vamos ser bem francos: o Mission E é um carro bonito para *******. As linhas da carroceria sem dúvida acenam ao 918 Spyder e ao 911 — é só olhar a linha do capô e os faróis quádruplos com LEDs na dianteira (918), a silhueta da lateral e o formato das lanternas traseiras (911). Com quatro portas, sendo que as traseiras são “suicidas” (com dobradiças na parte posterior), o Mission E é tudo o que, visualmente, gostaríamos que o Panamera fosse.

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Ah, se todo Panamera fosse assim

Completam o visual do exterior as enormes rodas de fibra de carbono (21” na dianteira e 22” na traseira) com bordas brancas e raios pretos, além de itens aerodinâmicos de fibra de carbono, como spoiler frontal e saias laterais. O teto traz um recesso que forma duas bolhas, em um aceno aos carros de competição e ao Porsche 911 GT3 RS.

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Na verdade, toda a carroceria é feita com uma combinação de fibra de carbono, alumínio e aço de alta resistência. O carro é muito baixo (apenas 1,30 m), assim como seu centro de gravidade — em parte, graças ao posicionamento das baterias de íon de lítio, que foram distribuídas ao longo de todo o assoalho do carro —, o que obviamente se traduz em melhor comportamento dinâmico. As entradas e saídas de ar na dianteira, nas laterais e na traseira também possuem função aerodinâmica: elas escoam o fluxo de ar sob o assoalho e os arcos de roda, reduzindo a sustentação aerodinâmica.

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Como já é costume entre os Porsche, o interior tem quatro lugares individuais e equilibra perfeitamente linha arrojadas e minimalistas — e é tão atraente quanto o lado de fora. O que chama a atenção, logo de cara, é o painel de instrumentos. Apesar de totalmente digital, seu formato entrega a inspiração no cluster do 911 — largo e cheio de relógios (que, obviamente, são digitais neste caso).

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Além do cluster principal, abaixo há uma fileira de displays holográficos que percorre toda a largura do painel, até o lado do passageiro. Além de mostrar aplicativos variados, que servem para controlar os sistemas multimídia, a navegação por satélite e o ar-condicionado, eles também mostram informações básicas sobre o funcionamento do carro (modo de direção e velocidade, por exemplo).

Todos os mostradores contam com sensores de captura de movimentos — além de serem controlados por gestos, eles acompanham a direção dos olhos dos ocupantes. Existe, ainda, outra tela sensível ao toque no console central.

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Outro detalhe interessante é uma câmera montada no retrovisor: ela captura a expressão facial do motorista e, de acordo com seu humor, coloca um pequeno emoticon ao lado dos instrumentos principais. Se você estiver curtindo o carro, poderá compartilhar seu “status” com outros motoristas, junto com as informações sobre o trajeto e a velocidade do carro.

A Porsche não fala sobre uma possível versão de produção — até porque já existe o Panamera no papel de esportivo de quatro portas da linha. No entanto, visto que há fortes indícios de que a próxima geração do 911 usará tecnologia híbrida, não nos surpreenderíamos se o Mission E se tornasse realidade em um futuro não muito distante. Talvez como um modelo elétrico de nicho, feito para ser uma alternativa ao Tesla Model S. A gente gosta desta ideia.