bem amigos da rede globo do flatout estamos de volta com o project cars #102 o projeto e construçao do baja sae da equipe imperador utfpr campus curitiba quando o nosso ultimo post foi escrito a 21ª competiçao nacional baja sae brasil para a qual o nosso pc foi desenvolvido ja havia ocorrido foi a primeira competiçao do jaguara 8 o carro nos surpreendeu pelo bom desempenho dinamico logo de cara que rendeu muita diversao no estacionamento de onibus da utfpr e diversos elogios do juiz da prova de conforto na competiçao entretanto nem tudo sao flores ate a prova de suspension & traction tudo correu muito bem [youtube id= qs2vxevr5vm width= 620 height= 350 ] prova de s&t da competiçao nacional desculpem a qualidade digna da decada passada o nosso alivio ao final da prova denota que ainda tinhamos muitas incertezas quanto ao nosso carro no enduro a corrida de 4h e prova principal do evento essas incertezas infelizmente se confirmaram logo nas primeiras voltas tivemos uma correia do cvt arrebentada devido a superaquecimento depois de substituir e perder muito tempo devido a localizaçao do carro parado na pista a correia fritou novamente apos algumas voltas a soluçao veio com a ajuda dos nossos colegas da equipe ufmg baja sae mais uma vez muito obrigado e parabens por representar o brasil no baja sae maryland que nos emprestaram uma correia e com a furaçao da proteçao do cvt para melhor refrigeraçao engana se aquele que pensa que o sofrimento parou por ai desde a montagem do carro sabiamos que o calcanhar de aquiles do nosso carro era a caixa de direçao alguns erros de projeto passaram batidos e devido ao tempo curto entre o baja sul 2014 e o nacional 2015 para construir um carro inteiro do zero tivemos diversos problemas de fabricaçao que acentuaram esses erros e resultaram na catastrofica falha da cremalheira agora uma pequena aula sobre comportamento mecanico dos materiais 95% das falhas de componentes mecanicos na industria seja ela qual for ocorrem por um fenomeno chamado fadiga a fadiga ocorre quando um componente e submetido a carregamentos ciclicos ou seja um esforço que se repete periodicamente seja este periodo regular ou nao todos os componentes de um veiculo sao submetidos a este tipo de carregamento ja que muitas vezes sao componentes que rotacionam sao submetidos a inputs organicos vindos do motorista ou ambiente e expostos as excelentes condiçoes de nossas estradas o grande problema da falha por fadiga e que ela ocorre de forma repentina e sem deformaçao plastica o componente nao entorta nao estica nao da nenhum tipo de aviso que esta prestes a quebrar a menos que se faça uma analise de fadiga seja ela computacional ou real e impossivel prever a falha da peça a dificuldade de fazer uma analise computacional de fadiga e que o comportamento do componente na realidade e muito dependente do acabamento superficial e da quantidade de impurezas no material qualquer reentrancia ou inclusao pode agir como um concentrador de tensoes e reduzir significativamente a vida do componente em fadiga [youtube id= lhuclxbuv_e width= 620 height= 350 ] video sobre teste de fadiga fim da aula sobre comportamento mecanico dos materiais se voce nao dormiu ate aqui vai entender porque a nossa cremalheira falhou nossa cremalheira tinha roscas nas duas pontas para fixaçao do braço de direçao lembra dos concentradores de tensao entao uma rosca concentra tensoes de uma forma absurda e certamente este fator foi determinante para a quebra durante a competiçao alem disso ela era feita de aluminio que nao e um material conhecido por possuir boas propriedades de resistencia a fadiga apesar de ser muito leve e ter um comportamento em carregamentos estaticos equivalente ou as vezes superior no caso do aluminio aeronautico que utilizamos a alguns aços foi um erro de projeto que infelizmente deixamos passar e nos custou uma colocaçao melhor bem nao estamos neste projeto para aprender afinal tudo isso nos motivou a fazer uma revisao completa do nosso projeto e neste post vamos detalhar mais a fundo a participaçao da suspensao e direçao no desempenho de um baja sae mas qual e mesmo o papel da suspensao e direçao em um baja trecho do enduro no baja sae brasil 2015 como em qualquer veiculo a suspensao em conjunto com a direçao e a distribuiçao de peso define o comportamento dinamico do baja para nos e ideal ter um carro sobreesterçante ou seja que saia de traseira mesmo a baixas velocidades alem disso a capacidade de superar obstaculos deve ser excepcional o que significa que a altura de rodagem ground clearance e o curso de suspensao devem ser bem generosos em resumo um baja deve ser capaz de fazer isso [youtube id= inkcbfcnnpe width= 620 height= 350 ] e ainda dar umas traseiradas aqui e ali de preferencia sem quebrar mas como vamos a receita de bolo 1 sistema duplo a na suspensao dianteira; 1 sistema de pinhao e cremalheira na direçao; 1 sistema multilink com 3 braços na traseira 4 pneus de quadriciclo; muitos membros com pouco o que fazer nos finais de semana e menos juizo ainda mas claro que comprar componentes de prateleira e aplicar no carro formando estes subsistemas seria muito facil ou talvez nao da nossa lista de componentes somente pneus rodas rolamentos amortecedores e parafusos sao comprados o resto e todo fabricado por nos ou atraves de parcerias com nossos patrocinadores novamente somente desenhar varios componentes e rezar para que eles interajam bem quando montados ainda seria relativamente facil assim contamos com a ajuda da tecnologia para o pontape inicial começamos nos baseando no modelo 3d da nossa estrutura tubular e entao utilizamos o software adams/car para definir a geometria de suspensao pois bem tanto a suspensao dianteira como a traseira começam como apenas alguns pontos aparentemente jogados num esboço de componentes no solidworks apos isso e hora de utilizar o adams para verificar se a posiçao destes pontos no espaço resulta numa geometria com comportamento que auxilie na obtençao das premissas de projeto como e de se esperar logo de cara e praticamente impossivel atingir a geometria otima ai que a magica começa um processo iterativo de alteraçao da posiçao dos pontos de fixaçao acreditem 2 ou 3 milimetros podem ser a diferença entre sucesso e fracasso ate chegar numa geometria com o balanço ideal de caracteristicas para entao começarmos a fase de desenho dos componentes em sua forma final e nesta fase que temos que fazer o maior numero de concessoes aquela geometria teoricamente perfeita pode ser impossivel de fabricar ou na melhor das hipoteses terrivelmente cara o braço de direçao pode bater no parafuso que fixa o amortecedor os rolamentos esfericos do amortecedor podem nao ter liberdade o suficiente para suportar o curso que precisamos etcetera etcetera etcetera mas como diria jack vamos por partes começando pela suspensao dianteira juntamente com a direçao a receita e a seguinte sistema tipo duplo a ou braços triangulares sobrepostos como gostam de chamar aqui no flatout a escolha desse tipo de suspensao se deve ao seu bom controle e possibilidades de ajuste de cambagem bem como a maior facilidade de adaptaçao do sistema de direçao suspensao dianteira tipo duplo a com conjunto mola amortecedor pneumatico fox float r se fossemos detalhar tudo que foi levado em consideraçao ate chegar no conceito final esse post teria umas 90 paginas entao vamos focar somente nos pontos principais de projeto no caso da dianteira um dos quesitos que mais nos debruçamos foi o chamado bump steer o bump steer e a variaçao de convergencia que neste caso podemos chamar de esterçamento da roda com o curso da suspensao a presença do bump steer passa a uma sensaçao de imprecisao da direçao em curvas com terreno irregular podendo levar a perda de controle alem de induzir esforços prejudiciais aos componentes da suspensao e direçao [youtube id= zimgoxa80ic width= 620 height= 350 ] video explicativo sobre o bump steer como visto no video acima com braços triangulares e braços de direçao de mesmo comprimento e paralelos entre si o bump steer seria eliminado mas teria como efeito colateral um aumento na variaçao de cambagem diminuindo a area de contato pneu solo e consequentemente a aderencia falta de aderencia na dianteira resulta em subesterço em curvas o que e justamente o que queremos evitar entao a soluçao e usar braços de comprimentos diferentes e brincar com a posiçao da caixa de direçao em altura e posiçao longitudinal no carro ate chegar numa curva na qual o bump steer e o minimo aceitavel embora ainda existente a principio parece um trabalho de adivinhaçao mas apos alguma leitura e um pouco de pratica nos softwares e possivel perceber a relaçao entre as modificaçoes que se faz nas posiçoes dos compontes e o efeito na curva final para construçao dos componentes da suspensao dianteira utilizamos aluminio de classe aeronautica nas mangas de eixo e cubos de roda e barras sextavadas de aluminio para acionamento da direçao os braços triangulares sao feitos de tubos de aço sae 1020 devido ao seu baixo custo e resistencia mecanica satisfatoria para a aplicaçao em questao para a direçao utilizamos um capsula de aluminio usinada em cnc o pinhao e de aço sae 4340 fazendo par com a cremalheira agora tambem de aço e nao mais com concentradores de tensao alem disso as peças do sistema de direçao sao submetidas a tratamento termico martempera no pinhao e tempera por induçao na cremalheira para minimizar o empenamento visando conter o desgaste apos periodos prolongados de funcionamento conjunto de suspensao e direçao sendo posto a prova oficialmente pela primeira vez na prova de conforto da competiçao nacional na definiçao da geometria da suspensao traseira o papo e um pouco diferente a variaçao de cambagem se torna um fator secundario pois poderia retardar a saida de traseira do carro aqui nosso foco e a definiçao do centro de rolagem e quase que contraditoriamente o roll steer que e a variaçao de convergencia das rodas traseiras com o trabalho da suspensao em curvas ao definir a posiçao do centro de rolagem da traseira temos que ter em mente que ele deve ser mais alto que o da dianteira isso acelera a transferencia de carga entre as rodas em curvas fazendo que o limite de aderencia se aproxime para a roda exterior a curva fazendo com que o carro deslize a posiçao desse centro e dada pelo prolongamento dos eixos imaginarios dos braços da suspensao responsaveis pelo controle da trajetoria lateral da roda e do ponto de contato dos pneus com o solo no caso da dianteira pelos braços triangulares e de direçao e na traseira pelos camber links alem de uma pequena parcela pelo trailing arm braço principal da suspensao traseira por este motivo definir a altura do centro de rolagem de um sistema multilink e mais complicado que de um sistema duplo a tornando primordial ter a ajuda de softwares como o adams/car no processo definiçao do centro de rolagem numa suspensao duplo a imagem paul geithner auskellian com ja o papel do roll steer numa traduçao literal e induzir o esterçamento das rodas traseiras no sentido contrario ao das rodas dianteiras resultando num aumento da agilidade em curvas de baixa velocidade sim a ideia e a mesma do porsche 911 gt3 a diferença e que o nosso sistema depende do curso da suspensao ou seja o esterçamento maximo das rodas traseiras pouco menos de 2° so se da quando as molas amortecedores externos a curva estao completamente comprimidos e os internos completamente estendidos uma situaçao dificil de acontecer nas curvas fechadas que temos nas pistas que o baja enfrenta no porsche devido ao atuador eletrico essa variaçao pode ser feita em qualquer etapa do curso da suspensao alem da possibilidade de esterçar as rodas traseiras no mesmo sentido das dianteiras a altas velocidades aumentando a estabilidade direcional na traseira a receita de construçao dos componentes e praticamente a mesma trailing arm de aço 1020 tubular barra estabilizadora tubular tambem de aço camber links de aluminio sextavado e cubos de roda de aluminio aeronautico suspensao traseira trailing arm de aço sae 1020 camber links de aluminio e o onipresente fox float r dessa vez na versao evol ah claro os fox o que muitos a primeira vista podem estranhar no nosso e em varios outros baja e a ausencia de molas recobrindo os amortecedores na verdade elas estao la so nao do jeito convencional os fox float sao conjuntos mola amortecedor o papel da mola e feito por uma camara de ar com pressao ajustavel ate 150 psi que fica na parte mais amarronzada que podemos ver na foto acima por dentro dela passa a haste do amortecedor cujo fluido e valvulas ficam na parte cinza completando o conjunto ainda ha a possibilidade do ajuste da velocidade de retorno dos amortecedores o que diferencia os dianteiros dos traseiros alem do comprimento e a presença da camara evol nestes ultimos que alimenta a camara principal proximo ao final do curso prevenindo o fenomeno de dar batente e possivelmente danificar o conjunto no entanto por ser pneumatica a mola dos fox float nao e linear e sim progressiva se voce se lembra das aulas de fisica do ensino medio sabe que a força de uma mola comum e dada pela equaçao f = k x onde k e uma constante e x e a deformaçao da mola a diferença da mola pneumatica para uma mola comum e que este k nao e constante assim o grafico de força x deslocamento nao e uma reta e sim isso aqui curvas de força x deslocamento nao lineares de uma mola pneumatica logicamente isso adiciona mais uma as ja nao escassas variaveis de projeto mas o beneficio de poder ajustar a pressao de acordo com as condiçoes do terreno e poder experimentar diversas configuraçoes ate encontrar a que mais se aproxima das condiçoes do modelo virtual acaba compensando o alto custo desses componentes cerca de r$ 3 000 pelo par dianteiro e r$ 4 500 pelo par traseiro enfim amigos do flatout e isso que queriamos compartilhar com voces nosso projeto esta longe de ser concluido e logo mais voces devem ver nossa cara de novo por aqui ja estamos nos estagios avançados de fabricaçao do jaguara 9 a atualizaçao do j8 que devera correr em novembro gostariamos de agradecer publicamente a todos os professores integrantes amigos patrocinadores e ao fo por nos permitirem a realizaçao desse projeto e contar um pouco mais dele para voces aproveitamos tambem para divulgar nossa pagina no facebook equipe imperador utfpr curta e fique por dentro do nosso projeto por hoje e so e ate mais integrantes do subprojeto suspensao e direçao que colaboraram durante o projeto alison siegel carlos lira eric tenius iuri barros marcus felix matheus pimentel natalha vasconcelos tainara carloto e tiago araujo por carlos lira project cars #102
SEJA UM MEMBRO DA
FAMÍLIA FLATOUT!

Ao ser um assinante, você ganha acesso irrestrito a um conteúdo verdadeiro e aprofundado. Nada de jornalismo genérico e sensacionalista. Vale a pena? Clique aqui e confira os testemunhos dos assinantes, amostras livres e os benefícios extras que você poderá desfrutar ao ser um FlatOuter!
PARA LER MAIS, CADASTRE-SE OU ASSINE O FLATOUT E TENHA ACESSO LIVRE A TODO CONTEÚDO DO SITE!
JÁ POSSUI CADASTRO OU É ASSINANTE DO FLATOUT?
Este é um conteúdo restrito: pode ser uma matéria só para assinantes, pode ser porque você já atingiu o limite de matérias gratuitas neste mês.